Minha

Without You


E quando tudo ficou escuro eu pude ouvi sua doce voz me chamando, e por mais que eu quisesse responder, eu não conseguia lembrar seu nome...

...

- Papaiiii! Papai, socorro! - a menina chorava apavorada. Já passava da meia noite e ela tivera outro pesadelo.

- Opa, minha princesa. O papai está aqui. O que foi? - o homem tomou a pequena nos braços e ela imediatamente se agarrou a ele.

- Um homem mal. O homem mal, papai. Ele queria me levar com ele!

- Foi um pesadelo, minha princesa. Só um sonho ruim. O papai não vai deixar nada acontecer com a princesinha dele.

Os pequenos olhos castanho esverdeados, cheios de lágrimas, da pequena encaravam aquele homem que era tudo para ela. A simples presença dele afastava todos os sonhos ruins de sua mente.

- Que tal você dormir agora?

- Mas eu não quero ficar no escuro, papai. - a pequena fez biquinho.

- Você não precisa ter medo do escuro, minha pequena Quinn. Eu vou ficar com você até você dormir.

- Mas papai...

- Está na hora, Quinn. Feche os olhos, filha.

A pequena loira fechou os olhos e no mesmo instante, o rosto de Alex Brandon apareceu na sua frente. As mãos dele ao redor de sua garganta, e ela começou a sufocar. Ela ouviu um grito, o seu grito, soar distante e tudo escureceu.

- QUINN? QUINN ABRA OS OLHOS!

A loira abriu os olhos e se deparou com uma Santana extremamente preocupada. Ela levou alguns minutos para se localizar.Oh, ela tinha desmaiado no vestiário das Cherios. A latina tentava ajuda-la a se levantar .

- Eu estou bem, S. - disse a HBIC sacudindo a mão da amiga para fora do seu ombro.

- Não venha bancar a scary Quinn comigo, Fabray. Eu não estou engolindo isso.

- Foi só uma tontura, San. Já estou bem. - ela abriu o armário e puxou sua necessarie.

Santana agarrou-a pelo braço.

- Você não está em condições de continuar a esconder isso... Droga Q, você vai acabar se matando... - e ela baixou o tom de voz. - Você já está no quarto mês de gestação. Por algum acaso, essa cabecinha loira já imaginou o que vai acontecer quando a treinadora descobrir?

Quinn a encarou franzindo o cenho e falando friamente.

- O que mais pode dar errado na minha vida, S? Meus pais já me enxotaram de casa quando descobriram que eu estive escondendo uma gravidez por quase quatro meses. O meu, até então, namorado e "pai do meu filho" - ela fez um gesto que indicava aspas com os dedos e continuou. -... Finn, descobriu da pior forma possível, que ele não é o pai dessa criança porque eu o trai com seu melhor amigo, e que esse melhor amigo é o verdadeiro pai. - As lágrimas começaram a se formar nos olhos da lider de torcida. E ela se controlou o máximo que pode para continuar com a voz baixa, mantendo suas emoções o mais controladas o possível. - Ah, e mais uma vez, eu fui jogada na rua, tal qual um cachorro vira-latas. Desesperada e sem ter para onde ir, eu busquei asilo na casa de Noah Puckerman, o infeliz que eu, sob influência de insanas doses de álcool, resolvi entregar a minha virgindade. Há. Eu não dou a mínima para o que vai acontecer comigo quando Sue Silvester descobrir, Santana. Sabe por quê? - e ela encarou a latina, e Santana pode ver a dor e magoa escondidas no fundo daqueles olhos castanhos esverdeados. - Eu moro de favor, num porão frio e sujo, e tenho que aturar a mãe de Noah Puckerman me dizendo o que eu devo ou não devo fazer todos os malditos dias. A única coisa que me restou Santana, foi ser a HBIC dessa escola. A única coisa que me restou, foi ser uma cherio, e eu vou segurar isso com unhas e dentes até quando eu puder.

Dizendo isso a loira fechou o armário com uma porrada, e saiu do vestuário direto para o treino. Quinn suava frio, mas ela ignorou isso.

No campo, a treinadora gritava com as cherios que já estava se aquecendo. Ela viu algumas outras meninas treinando a nova coreografia da pirâmide humana que elas já estavam ensaiando há alguns dias. Quinn se adiantou até o grupo.

- Quinn, você está atrasada! - gritou a treinadora no megafone.

- Desculpe, treinadora. Eu tive que passar um corretivo em algumas meninas no vestuário.

- Sem mais demora, Q! Já para aquela pirâmide! Essas incompetentes estão me causando espasmos mentais.

Quinn seguiu as ordens da sua treinadora e assumiu a liderança do grupo.

Depois de uma sequência de acrobacias, ela estava no topo da pirâmide. Foi quando sua visão ficou turva e tudo embaçou. Daí ela ouviu os tiros. Flashes de um homem rasgando suas roupas, de alguém a puxando pelos cabelos, ela piscou e então, mais uma vez ela se viu no topo da pirâmide humana, no campo de futebol.

Sua treinadora olhava para ela, os olhos arregalados, ela berrava algo que Quinn não conseguiu ouvir. Ela tinha voltado para o aquele quarto, e ouviu um homem gritando por ela. E ela sentiu uma dor horrível, tal qual uma pontada, que atravessou suas costelas perto demais de seu coração, depois, uma tontura, um enjoo, e ela se sentiu cair. Ao longe ela pode ver Santana correr na sua direção, mas os únicos sons que ela ouvia eram dos tiros, de homens gritando, sirenes, pessoas apavoradas. Seu corpo bateu no chão, e ela soube no mesmo instante que algo horrível tinha acontecido.

- QUINNNN!

Ela abriu os olhos, mais uma vez, para uma Santana desesperada. Seu corpo doía tanto que ela não conseguia se mexer. Ela estava estirada na grama do campo de futebol.

- Oh meu Deus, Quinn...

A lider de torcida percebeu olhar de absoluto pânico de suas colegas, sua treinadora e sua amiga, antes de sentir a umidade quente escorrendo por suas pernas. A percepção do que tinha acontecido caiu sobre ela e percorreu seu corpo, gelando suas veias.

- Eu perdi, Santana?... meu bebê... - e usando todas as suas forças, ela levou uma das mãos a coxa e, depois a trouxe a altura do rosto. Ela viu o sangue que cobria seus dedos e confirmou seus medos.

- Quinn, fique comigo. Não feche os olhos! Você tem que ficar conosco... Por Dios, Quinn! - implorava uma Santana, entre lágrimas, para uma Quinn que perdia a consciência nos seus braços.

- Quinn?! - Mr Shue estralou os dedos bem na frente do rosto dela.

Quinn piscou e encarou o homem.

- Eu não posso acreditar, Quinn. Fumando? Outra vez? O que você está fazendo consigo?

- Desculpe, Mr Shue, mas eu não pertenço mais aquele seu glee-loser-club, okay? Não venha com esse papinho de professor bonzinho querendo salvar a pobre aluna que já não tem nenhuma ambição e nenhum futuro.

Quinn apagou o cigarro na parede e saiu da sala. Ela já não ligava para nada. Há um ano ela havia perdido sua filha. Sim, ela descobriu que o pequeno feto era de uma menina, o acidente no treino das cherios levou sua filha e tudo aquilo que ela um dia havia achado de suma importância em sua vida.

Deprimida e solitária, ela foi enxotada, como já era esperado, da casa dos Puckerman. Santana tentou oferecer sua casa, mas a garota já estava saturada de ser uma refugiada na casa dos outros, então ela resolveu arregaçar as mangas e arrumar um trabalho.

Quinn trancafiou toda a dor dentro do peito e arrumou um serviço de meio período no teatro da cidade. Uma última cortesia do Mr. Shue, que usou de sua pouca influência junto ao gerente do Teatro Municipal de Lima.

Quinn já não era a mesma, a dor de ter perdido seu bebê a corroía por dentro, mas ela não permitia que ninguém se aproximasse ou que visse seu sofrimento. Ela estava se isolando.

Durante os poucos meses que ela se permitiu sofrer, Finn conseguiu arrasta-la para o Glee Club. Tudo havia mudado na escola e ela já não era mais a HBIC que dava as cartas. Santana e Brittany tentaram de tudo para tirar a amiga da depressão, mas nem ao mesmo depois que elas também se juntaram ao glee club o humor da ex-cherio melhorara. O tempo passou e Quinn largou o Glee e seu desempenho no colegio caiu. Ela trabalhava fazendo faxina no teatro a noite e morava em uma kitinete próxima ao centro de Lima.

Naquela noite, ela caminhava pelas ruas semi movimentadas do centro da cidade, seu expediente no teatro tinha acabado e ela voltava para casa.

"Tudo isso é culpa sua, Quinn. Você escolheu isso para você, e agora Deus está lhe punindo."

A voz de seu pai soava alta e clara, quase como se ele estivesse ao seu lado. As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto e ela sentiu um tremor percorrer seu corpo. Essa não era a vida que ela queria.

"Você é uma aberração, Quinn. Eu nunca tive tanta vergonha de você..."

- Pare...por favor... - pediu Quinn

"Pelos seus pecados, você merece morrer..."

- CALA A BOCA. - ela gritou caindo de joelhos.

- Puckerman, SEU IDIOTA! - gritou Santana, enquanto Brittany ajudava Quinn a se levantar.

- Quem manda ela ficar viajando na maionese no meio do caminho? Nós estamos em NY, Babe! Ela tem que se mover com a rapidez que a cidade... - Quinn deu um tapão no ombro dele.- Ugrrr ...

- Seu palhaço! - disse a ex-cheerio.

Eles caminhavam pela Times Square em New York, o grupo tinha "fugido" do confinamento do hotel, onde o Mr. Shue deixara todo o glee club, para compor uma musica original e descansar para sua aprensentação no concurso de nacional de corais.

Quinn, Santana, Brittany e Puck se separaram do resto do grupo, a pedido de Quinn, e foram visitar a área próxima a Broadway.

A loira recentemente ingressara no grupo de teatro noturno, no mesmo teatro para o qual trabalhava. O diretor de uma das peças a surpreendeu, certa noite enquanto ela limpava os camarins, recitando pedaços da peça que estava sendo ensaiada. Ele disse a Quinn que ela tinha um talento natural para as artes dramáticas. Na semana seguinte, Quinn Fabray estrelava no teatro local com seu primeiro papel principal no teatro.

- Agora você quer conquistar a Broadway, Fabray? O pequeno povoado de Lima não é mais suficiente?

- Cala boca, Santana. Eu só gostaria de poder ver um show... não tenho talento para tanto...

- Quem te viu, quem te vê, pequena Q. A humildade lhe cai bem. - disse Puck enquanto a cutucava.

Ela estreitou os olhos para ele.

- Não abuse, Puckerman. Eu ainda tenho um pouco da scary HBIC...para casos sem esperança como você...

Brittany pulou no pescoço da ex-cheerio.

- Sem violência...

Quinn sorriu, mas então, avistou um grande cartaz e correu até ele.

- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Wicked! Vamos ver, por favor?

- Viu? Agora ela tem cinco anos de idade... - provocou Puckerman. - Quem vai entender?

Santana deu um empurrão nele, e ele acabou se desequilibrando e se chocando com uma pequena morena, que parecia ter saído da vogue magazine.

- Wow Babe...que pernas. - disse o garoto literalmente despindo a morena desconhecida.

- Ah, meu Deus... um caipira ridículo acabou de flertar comigo? Que nojo.. - reclamou a morena entre dentes.

- Ah Babe, deixe disso... depois que você provar do Puckassaurus você não vai querer largar.

A morena puxou os óculos escuros do rosto e encarou mordazmente o garoto.

- Escuta aqui, seu futuro proletário... quem você pensa que é para imaginar que alguém com minha estirpe irá cogitar a possibilidade de trocar mais que duas sentenças com alguém como você...a não ser é claro para pedir o cardápio... Saia da minha frente seu infeliz.

Puck ficou sem palavras depois da audácia da pequena morena, e sem dizer mais nada saiu do caminho dela. Ele viu um rapaz loiro e alto, do mesmo porte elegante vir na direção dela e ajuda-la com suas sacolas. O casal passou ao lado de Quinn, que ainda babava o cartaz com os horários dos shows das peças da Broadway.

- Quem era esse mendigo, Rach?

- Um caipira qualquer, Richard. Mas quem se importa com ele? Eu ainda não encontrei meus sapatos para o after de Paris Hilton de hoje à noite!

Uma das sacolas que a morena carregava bateu em Quinn, mas a garota não se preocupou em se desculpar. Quinn virou na mesma hora na direção do casal.

- Hey! Cuidado por onde vai! - disse a loira massageando o braço.

O rapaz loiro virou o rosto e riu. A morena olhou brevemente para ela e Quinn congelou.

- Você? Essa voz...

Ela tentou ir na direção do casal, mas Brittany pulou na frente dela. O rapaz puxou a morena, que olhava para Quinn intrigada, para dentro de um carro de luxo e eles se foram.

Quinn começou a ficar enjoada. As ruas e pessoas ao seu redor começaram a se tornar borrões e o chão começou a girar. Ela estendeu os braços para o nada, tentando se apoiar em algo.

"Você ouviu o que ele disse para ela?"

"Eu não pude acreditar. Como um pai fala uma coisa dessas para a filha que está nesse estado?"

"Eu fiquei com vontade de colocar ele para fora daqui a pontapés."

Do que elas estão falando? O que está acontecendo? Quem são essas mulheres?

"Eu ouvi dizer que ela está aqui, sabia? R***el B***... e ela está desesperada procurando por noticias dela."

"Oh, meu Deus..."

- Parem de falar... pare de girar...Deus, aonde eu estou?

A loira bateu com uma das mãos na mesa.

- Uau... Quinnie-girl, você arrasou, u-hu! Essa é minha capitã! U-huuuuuuuu vai Q!

- Santana Lopez... se você me chamar de Quinnie mais uma vez eu vou chutar esse seu traseiro latino de volta para Lima! - disse a loira com a voz grogue. Ela olhou ao seu redor e depois para a mesa. Pegou outra dose de tequila e virou o copo de uma vez garganta abaixo.

- HBIC Quinn! u-huuuuu eu amo você! - e a latina se jogou nos braços da amiga. Segundos depois Brittany pulou em cima delas.

- Eu estou tão feliz pela Quinn finalmente ter vindo morar em LA!

- E ela é uma atriz em ascen-as-cen- é! Ela tá com tudo! Deus Salve Nigel Collins, por ter conseguido bater o motor do carro justamente em Lima, Ohio!

Quinn gargalhou e se abraçou com a latina.

- E a Finn Hudson, que precisou de dois dias para ajeitar o carro! - gritou Quinn erguendo a taça. - Graças a ele Nigel assistiu minha peça no teatro municipal...

- Foi o puto dia, da mais puta sorte, de sua puta vidaaaa, Fabray. - Santana brindou e se desequilibrou, tombando numa cadeira próxima.

- Você está bêbada! - riu Quinn.

A latina parou por um momento e retorquiu.

- Você também, Quinnie...

- Ah, cala a boca, S! Eu assinei um contrato para o meu primeiro longa em Holly-hollly...

- Você viu a Ms Holliday, Quinn? Ela está aqui em LA também? - perguntou Brittany olhando para os lados.

A loira de olhos castanhos esverdeados se confundiu.

- Oh, eu adorava as aulas dela... - comentou Santana, totalmente bêbada.

- Ah, eu sinto falta do glee club... - lamentou Britt.

Quinn pegou o guardanapo que estava na mesa e puxou um garçon pela gola da blusa.

- Me empresta? - pediu docemente se referindo a caneta. O garçon deu um sorriso bobo e fez que sim.

Quinn escreveu de qualquer jeito no guardanapo. A letra estava torta e quase ilegível, mas ela jogou a caneta para cima e estatelou o guardanapo na mão, mostrando o que havia escrito.

Love Songs

Com o dedo indicador ela começou a chamar a atenção de suas amigas.

- O tema dessa semana é canções de amor, meninas! - e gesticulando para a latina e a loira a sua frente ela começou a sorrir. - Vamos fazer um mash up com uma música dos anos oitenta?

Brittany bateu palmas e Santana arregalou os olhos, tentando ler a caligrafia quase hieroglífica de Quinn.

-Você quer fazer um mash up Quinn? Eu estou bebada! - resmungou Santana torcendo o papel nas mãos.

- Quinn, já que é sua festa, você merece escolher! - Brittanypulava de emoção.

A loira parou um momento para pensar na música perfeita, o que no estado alcoólico em que se encontrava, era uma proeza.

Então de repente, ela deu um sorriso torto e começou a canção.

(Quinn)

Can anybody find me somebody to love?

Each morning I get up I die a little

Can barely stand on my feet

Brittany se juntou a ela quase que imediatamente.

(Brittany e Quinn)

(Take a look at yourself)Take a look in the mirror and cry

Lord what you're doing to me

I have spent all my years in believing you

But I just can't get no relief Lord

Santana puxou o coro e a Unholy Trinity roubou a cena no bar da boate.

(Santana e Brittany)

Somebody (somebody) ooh somebody (somebody)

(Quinn)

Can anybody find me somebody to love?

(Quinn, Santana e Brittany)

I work hard (she works hard) everyday of my life

I work till I ache my bones

At the end (at the end of the day)

I take home my hard earned pay all on my own

I get down (down) on my knees (knees)

And I start to pray (praise the Lord)

Till the tears run down from my eyes

Lord somebody (somebody) ooh somebody (please)

Can anybody find me somebody to love?

(She wants help)

Every day - I try and I try and I try -

But everybody wants to put me down

They say I'm goin' crazy

They say I got a lot of water in my brain

Got no common sense

I got nobody left to believe

Yeah - yeah yeah yeah

Ooh

(Santana e Quinn)

Somebody (somebody)

Can anybody find me somebody to love?

(Quinn)

(Anybody find me someone to love)

(Quinn, Brittany e Santana)

Got no feel I got no rhythm

I just keep losing my beat (you just keep losing and losing)

I'm OK I'm alright (she's alright)

Ain't gonna face no defeat

I just gotta get out of this prison cell

Some day I'm gonna be free Lord

(Quinn, Santana e Brittany)

Find me somebody to love find me somebody to love

Find me somebody to love find me somebody to love

Find me somebody to love find me somebody to love

Find me somebody to love find me somebody to love

Find me somebody to love find me somebody to love

Somebody somebody somebody somebody somebody

(Quinn e Santana)

Find me somebody find me somebody to love

(Quinn)

Can anybody find me somebody to love

(Quinn, Santana e Brittany)

Find me somebody to love

Find me somebody to love

Find me somebody to love

Find me find me find me

Find me somebody to love

(Quinn e Santana)

Somebody to love

Find me somebody to love...

As garotas receberam vários aplausos e o barman anunciou uma rodada gratuita de tequila em homenagem ao trio. Quinn virou sua dose de uma vez goela abaixo, quando sentiu alguém puxa-la pelo braço.

Tudo estava meio turvo e muito confuso. As pessoas estavam borradas.

"Eu não sei se ela vai sobreviver..." - ela ouviu a voz distante de um homem. - "Vamos continuar monitorando..."

"Dr. Becker, Ra**el ***ry está lá fora..."

- Eu posso ser esse alguém que você vai amar.- Quinn sentiu alguém sussurrar no seu ouvido. Ela abriu os olhos e tentou focar sua vista turva na mulher que estava na sua frente. Uma morena de olhos castanhos. A loira sorriu.

- Quem é você?

- Meu nome é Ra*h*l B***y...

A loira tentou ouvir, tentou enxergar o rosto dela, mas não conseguiu ver além da nevoa que parecia crescer entre ela e a outra garota.

- Eu não consigo ouvir você...

Ela tentou alcança-la, mas se desequilibrou e a morena a segurou.

- Alguém já bebeu o bastante por hoje, ein?

Quinn sentiu o hálito de vodka vindo dela.

- Você também está bêbada! - disse a loira, começando a rir.

- Ah, você não imagina o quanto... - a morena sorriu maliciosamente a puxando pela cintura e a encostando junto a parede. - Hoje eu completo vinte anos, sabia? - Quinn desviou o olhar para os lábios da morena. - Eu vim para LA para comemorar... - continuou ela.

- E você quer comemorar... comigo? - perguntou a loira. Os lábios da morena se curvaram num sorriso tentador. - Eu não sou esse tipo de garota, sabia?

- Eu sei. Eu ouvi você cantar. Você é o meu alguém para amar. - disse a morena. - Por você eu vou largar tudo...qual é seu nome?

Quinn deu um sorrisinho e levantou a mão direita na frente do rosto da morena. O dedo indicador fazendo um movimento negativo.

- Não. Não. Eu não ouvi o seu nome, então você não vai saber o meu. - e ela tocou com a ponta do dedo o nariz da mulher.

A mulher tomou sua mão e entrelaçou seus dedos com os da loira. Quinn abriu a boca de uma vez.

- Você está realmente flertando comigo?

- Sim, eu estou. - respondeu a morena com um sorriso, e depois de uma pausa, ela perguntou preocupada. - Eu posso flertar com você?

Quinn colocou a mão no queixo e fingiu pensar um pouco.

- Pode. - respondeu com um sorriso no canto da boca.

- Então, eu vou conquistar seu coração.

E sem dar mais tempo para perguntas a morena a tomou em seus braços e Quinn sentiu os lábios dela nos seus.

Uma luz forte pareceu invadir a mente da loira e de repente ela estava em cima de um palco escuro procurando por alguém por entre o mar de rostos estupefados. Quinn avistou uma morena caminhando decidida em direção a frente do palco. Ela era pequena, realmente pequena a julgar a altura do salto, no entanto sua presença mantinha cativo todo o salão. Só que Quinn não conseguia ver seu rosto.

Quinn sentiu a morena que a beijava aprofundar o beijo, enquanto a puxava ainda mais para junto de si. Só que no momento seguinte, elas foram bruscamente separadas por um rapaz loiro e alto, que puxava a morena pelo braço. Ele estava bêbado e muito agitado.

- Deus! Richard Manilo, seu ogro. Você não percebeu que eu estou ocupada?

- Rach...essa boate está parecendo mais um bailinho de pobre... vamos para outro lugar? Eu quero champagne e rapazes bonitos, e aqui só tem ralé!

- Rach... - sussurrou Quinn atordoada.

"Quinn não conseguia ver nada além do palco mal iluminado, mas ela tinha consciência de que havia uma confusão acontecendo naquele instante. Nesse momento, ela percebeu que existia alguém que estava indiferente a tudo isso. Uma pequena e misteriosa morena, que subiu tranquilamente pela escada que dava acesso ao palco, e que parou a alguns passos dela. Ela pode notar uma risadinha discreta nos lábios da mulher."

O rapaz chamado Richard puxava a morena pelo braço, a afastando de Quinn.

- Não me deixe... - pediu a loira assistindo o rapaz levar a morena que se debatia a contra gosto, junto a ele. - Não me deixe...Rachel.

Rachel.

"- Oh Deus. Quem é você e o que você fez comigo?

- Meu nome é Rachel...e eu te encontrei..."

Rachel.

Rachel.

- Meu amor, você veio finalmente.

Quinn se virou na escuridão e encarou Alex. Eles estavam num palco. O palco do evento do GLAAD.

- Alex... - ela sussurrou apavorada.

- Meu amor como sempre, você é só um bichinho assustado de Ohio...

Uma luz iluminou uma plateia, que até então não existia. Quinn pode ouvi-los rir. George, o apresentador, surgiu na outra ponta do palco.

- Então sem mais delongas... - disse George se dirigindo a Quinn, tomando sua mão e a conduzindo em direção a Alex.

- Não...por favor. - pediu ela.

Alex esticou a mão para ela.

- Não. Não. Não. - repetiu a loira desesperada.

"Nós vamos perde-la!"

Alex sorria.

- Não, por favor. - a loira implorava.

Rachel.

- RACHEL! RACHEL! RACHEL!

I can't win, i can't reign

I will never win this game

Without you

Without you

- Rachel?

Tudo pareceu congelar.

Aquela voz, era de Rachel.

Sua Rachel.

I am lost, I am vain

I will never be the same

Without you

Without you

O sorriso no rosto de Alex sumiu. Quinn aproveitou a oportunidade e o empurrou para longe e correu na direção contraria.

Daí tudo ficou escuro.

...

- O que raios ela está fazendo Doutor? - perguntou a enfermeira Gonzales.

- Ela está sofrendo, Glória... - respondeu o médico, olhando para a mulher de joelhos na sua frente.

Rachel Berry não conseguiu sustentar seu corpo. Minutos após sua entrada cinematográfica na sala do CTI, ela avistou o corpo da mulher que ela amava mais do que qualquer coisa no mundo, sem vida, estirado numa mesa fria. Então, Rachel se despedaçou. E seu sofrimento saiu por sua garganta de forma involuntária, em forma de canção. Uma última canção para Quinn...

I won't run, I won't fly

I will never make it by

Without you

Without you

O doutor Becker desviou o olhar. O sofrimento daquela mulher era aterrorizador. Tanto amor, tanta dor. Em toda sua carreira ele nunca vira nada igual.

I can't rest, I can't fight

All I need is you and I

Without you

Without you

A enfermeira Gonzales fez um sinal para um dos assistentes para tirarem a morena da sala.

O Doutor olhou mais uma vez para o corpo da atriz, e depois para o monitor.

Oh, oh, oh

You, you, you

Without

You, you, you

Without you

- O quê foi isso? - sussurrou ele esfregando os olhos. - Ela... tem...Pulso?

Can't erase, so I'll take blame

But I can't accept that we're estranged

Without you

Without you

O médico viu novamente um pequeno pontinho se mexer com dificuldade de um lado para o outro na tela do aparelho que media a frequência cardíaca da atriz.

Dois enfermeiros entraram na sala para levar Rachel. O médico se virou na mesma hora.

- Não toquem nela. - e começou a fazer massagem cardíaca em Quinn. - Continue a cantar. Não pare! - gritou para Rachel.

A morena fechou os olhos. Ela não ia parar nem que ele não tivesse pedido. Ela ia cantar sua alma naquela canção.

I can't quit now, this can't be right

I can't take one more sleepless night

Without you

Without you

- Doutor... - a enfermeira tocou a mão do médico.- O que o senhor está fazendo?

O médico olhou para a enfermeira, mas o monitor respondeu por ele.

- Oh. Meu. Deus.- e ela se virou para a equipe que ainda estava na sala.- EPINEFRINA 1 MG! RÁPIDO!

I won't soar, I won't climb

If you're not here, I'm paralyzed

Without you

Without you

O médico continuou fazendo a massagem cardíaca.

- ENTUBE AGORA! VENTILE! VAMOS!

Uma outra enfermeira re-entubou Quinn e o oxigênio começou a entrar mais facilmente pelos pulmões da atriz.

I can't look, I'm so blind

I lost my heart, I lost my mind

Without you

Without you

- Desfribrilador em 200J.

Oh, oh, oh

You, you, you

Without

- AFASTA!

You, You, You,

Without you

- Oh. Meu. Deus. - disse uma enfermeira.

A equipe médica parou.

- Eu não posso acreditar... - continuou a enfermeira Gonzales.

I am lost, I am vain

I will never be the same

Without you

Without you

Without you

O monitor mostrava uma frequência de registro cardíaco estável.

- Ela... Ela voltou... - gaguejou o médico, quase entre lágrimas. Ele olhou para Rachel e não conteve o sorriso. - Ela está viva...você a trouxe de volta.

A pequena morena sorria e chorava, mas não conseguiu se mover do chão.

- Quinn...minha Quinn.