Capítulo 14 - “Você sabe que eu vou matar ele”

Se passaram os dias e cada vez minha vida ficava melhor. Eu tinha o Brendon. Eu encontrava com ele todos os dias, isso me fazia muito feliz. O William não me incomodava muito. Ele passava a maior parte do tempo com o Spencer e com o Jon.
Os pais do Brendon tinham viajado, de novo. E o Brendon me chamou para dormir lá. Eu já estava com saudades de dormir com ele, apesar de todas as noites eu sonhar com ele.
Quando eu estava saindo de casa, o William também estava.

-Aonde você vai?
-Eu vou sair com o Spencer e com o Jon.
-Você devia deixar eles um pouco sozinhos.
-Eu sei, mas eu não quero ficar aqui sozinho. É deprimente. - Isso era tão William.
-Sei lá. Vai pra uma boate, conhece gente nova. - A gente estava na sala e a minha mãe que estava perto resolveu dar sugestões.
-Por que você não leva ele? - Certo, ela não sabia do meu romance o com o Brendon, mas ela podia ter ficado quieta.
-Acho que ele não ia se sentir a vontade.
-Ele não liga. Você se importa?
-Não, claro que não, senhora Ross. Eu gosto do Brendon. - Eu não gostei de ouvir ele falar isso. O Brendon é meu. Ele não tem que gostar ou não gostar dele, mas não tinha jeito, eu tinha que levar ele.
-Ah! Tudo bem, você quem sabe.

Sim, o William ficou feliz. Os meus planos eram ir para a casa do Brendon e ficar agarrado com ele. Ninguém mandou ele querer ir pra lá, a não ser a minha mãe, mas ele podia ter recusado.

Quando chegamos na casa do Brendon ele abriu a porta com um sorriso enorme no rosto. Ele nem viu o William. Ele me puxou para dentro pela minha camisa e me jogou na parede. Eu não tinha o que fazer, é claro que retribui os beijos e os carinhos.

-Hum, hum.- Que droga! William, Eu tinha até me esquecido. Eu e Brendon paramos.
-Ah. O William veio também. Tem problema? - Para mim tinha.
-Não, é claro que não. - Ele disse isso, mas estava visível que ele também não gostou da idéia.

Nós ficamos na sala. Conversando, tocando até altas horas. O Brendon tocava violão e cantava, ás vezes o William cantava também. Eu ria muito com o Brendon e com o William. Eu estava gostando do William, só não gostava da idéia dele atrapalhando os meus momentos como Brendon.

Devia ser umas 3H da madrugada quando eu deitei no colo do Brendon. Ele fazia carinho na minha cabeça, não preciso falar que era uma sensação boa. O William estava bebendo, ele sabia que eu não gostava, mas eu resolvi me concentrar nas mãos no Brendon na minha cabeça. Eu fiquei ali um tempo, o William cantava nessa hora eu dormi, nos braços do Brendon.

Eu acordei com o Brendon gritando “me solta!”, “tira as mãos de mim!”. Os gritos vinham da cozinha. O William estava visivelmente bêbado, com uma faca de cozinha na mão pressionando o Brendon contra a parede imobilizando os seus pulsos. Ele falava coisas do tipo “Você sabe que eu vou matar ele”, “Esta tudo nas suas mãos”. Eu nem pensei, na mesma hora que eu via quilo eu puxei o William de cima do Brendon e o joguei em cima do balcão da cozinha.

-O que aconteceu? Ele machucou você? - Ele me abraçou.
-Não. A gente só se desentendeu. Ele tá completamente bêbado. - Eu me virei pro William, que estava parado nos olhando, tentando ficar em pé.
-Will, já chega. Agora você tem que ir pra casa. - Eu praticamente joguei ele pra fora.

Eu fiquei o dia todo com o Brendon, o tempo todo, ele não me deixa ir e eu também não queria deixar ele sozinho.
Desde aquele dia os olhos que eram brilhantes, passaram a ser tristes.