Meu Sonho Realizado

Capítulo 15 - Alguns dias se passam


Depois o William se desculpou comigo. Eu não tinha o que fazer, eu tive que desculpar ele, afinal ele estava bêbado, mas eu não me esqueci dele gritando “ Você sabe que eu vou matar ele”. Alguns dias se passaram. Era um dia comum para mim. O William já não me incomodava mais. Isso era fato. Eu tinha acabado de voltar da escola. Estava nos meus planos ficar em casa sem fazer nada. Depois eu ia ligar pro Brendon. É, mas de repente como mágica o telefone toca.

-Alô? -Oi, Ry – Meu coração acelerou como sempre acontecia quando eu ouvia sua voz.

-Oi Brendon!

-Posso te pedir um favor?

-Claro. - Eu nunca na minha vida ia conseguir dizer não para ele.

-Você pode passear com o Bogart pra mim?

-Tá. Tudo bem. Mas por que? Você gosta de passear com ele. -Então, é que eu tenho que arrumar umas coisas, minha mãe disse que quando voltasse queria tudo arrumado, e faz um tempão que eu não levo o Bogart pra passear.

Parecia que ele estava mentindo. Mas, por que ele faria isso? Ele não tinha nenhum motivo e ele sabe que pode me contar tudo.

-Que horas?

-Você pode daqui a 1H?

-Posso sim. Eu passo na sua casa.

-Advinha o que eu vou falar agora.

-Hum. Não sei o que?

-Sabe, qual é a coisa mais preciosa no mundo pra mim?

-O seu cachorro?

-Não. - ele riu. Era um riso triste. - O seu amor.

-Você também é muito importante pra mim. Depois que eu desliguei o telefone. Eu fui procurar o William pra ele não ficar me procurando, mas ele não estava. Então eu fui logo pra casa do Brendon. Quando eu cheguei lá ele estava na porta, me esperando.

-Você tá me esperando a muito tempo?

- Eu disse isso já me aproximando pra um beijo. Ele me beijou, foi doce e bom, como sempre.

-Não, eu só precisava respirar um pouco. - Ele abriu a porta e nós entramos. -Espera aí que eu vou buscar o Bogart. É rapidinho.

-Tudo bem. - Ele nem ouviu. Já tinha saído correndo. Ele voltou com o Bogart na coleira. Com um sorriso triste no rosto. Ele estava diferente, esquisito. Geralmente ele era mais animado. Eu sorri também, de repente ele fica mais feliz. Isso era besteira minha ele só tava assim porque ia ter que arrumar alguma coisa que eu esqueci de perguntar o que era. Eu até pensei em oferecer ajuda, mas eu já estava ajudando com o Bogart. Ele me entregou a coleira e se virou pra pegar alguma coisa. Enquanto ele ainda estava virado ele disse:

-Cuida bem dele tá? Ele é a coisa mais preciosa que eu tenho.

Eu também gostava do Bogart, mas ele já estava exagerando.

-Eu prometo vou cuidar muito bem dele. - Ele riu. Era um riso triste, mas pelo menos ele riu. E se virou para mim.

-Eu não tava falando com você. Tava falando com o Bogart. - E se abaixou para fazer carinho nele que latiu.

-Ah, claro. - Eu ri.

-Ryan – Ele estava sério. - olha isso é muito importante. Presta atenção. - ele disse isso já bem perto de mim, com as duas mãos na minha bochecha. Ele estava muito estranho, mas eu fiz que sim com a cabeça e deixei ele continuar.

-Eu quero que você saiba que eu amo muito você, que o meu amor por você vai além do infinito. E eu quero que você nunca, nunca duvide do meu amor por você. - Ele estava quase chorando.

-Eu sei que você me ama tanto quanto eu amo você. - Eu o abracei bem forte. - Nada vai separar a gente. - Ficamos assim algum tempo.

-Agora vai Ry. Ele quer passear. - E apontou pro cachorro que estava olhando para a gente. Eu beijei ele e fui. Tinha uma pracinha perto dali. Eu dei algumas voltas com o Bogart por ali, ele marcou alguns postes, então eu resolvi voltar para a casa do Brendon. Já ia anoitecer e o Bogart estava cansado.

Quando eu cheguei na porta da casa do Brendon eu achei estranho, estava tudo escuro, eu bati na porta, mas ninguém atendeu, então eu resolvi abrir.

Eu entrei, levei o Bogart para o jardim dos fundos onde ficava a casinha dele e depois subi, fui procurar o Brendon. Acho que é normal ficar assustado, ele estava muito estranho, quer dizer o que pode ter acontecido pra ele ficar daquele jeito? Ele parecia triste e angustiado. Ele não tinha dito que ia sair, então eu pensei que de repente ele poderia estar dormindo. Eu subi a escada bem devagar e quando eu cheguei na porta do quarto dele, estava silêncio, então abri a porta ainda bem devagar, se ele estivesse dormindo eu não ia querer acorda-lo.

Quando eu abri a porta o Brendon estava sentado de costas para a porta beijando o William. Eles estavam se agarrando e o William tentava tirar a camisa dele. Eu simplesmente não podia acreditar no que eu estava vendo. Eu fiquei paralisado. Eu só consegui emitir um “O que?”. Então eles pararam e olharam para mim. O Brendon parecia triste. O William não tinha expressão. Eu não queria saber de nada, eu não queria ouvir explicação, então eu corri dali. O Brendon falou algo do tipo “Não é isso!”, “por favor, confia em mim!”, mas eu não queria saber. Eu juro que ouvi o William rindo e dizendo: “Qual é Ryan? Você não pode dividir?”.

Eu corri dali. Eu não sabia pra onde eu estava indo. Eu só queria sumir.