Mestres Dos Espíritos

Episódio 2 - Desolation Row


Beleza, na noite seguinte eu resolvi ir salvá-la. O problema é que Lavender é uma cidade enorme, apesar de não parecer. E com tantos espíritos por aí, Hospício é o que não falta. Então fui tirar informações com os informados do assunto.

Fui até a casa da Falcis e fiquei ouvindo as conversas da família dela, mas eles não falavam muito no assunto e eu resolvi ir eu mesmo tirar satisfação: Possuí o corpo do irmãozinho dela e fui perguntar pra mãe.

– Mamãe, onde a Falcis foi internada? – Perguntei.

– Sua irmã não foi internada querido, ela só foi tirar umas férias.

– Ela foi pra um hospiício não é? Qual o nome dele?

– Olha meu filho... Isso não é assunto para crianças tá?

Odeio possuir crianças. Sem responder nada, fui até a cozinha, peguei uma faca e voltei pro quarto.

– RESPONDE QUAL É O NOME DA CASA OU EU CORTO SUA GARGANTA!

– O QUE É ISSO?! VOCÊ FOI POSSUÍDO POR UM FANTASMA?!

Eu ataquei ela com a faca, mas apenas um corte no braço, eu não queria matar a mãe da garota que eu iria salvar.

– RESPONDEEEEEEEEE!!!!!!

– OK! É A DESOLATION ROW, FICA NO OUTRO LADO DA CIDADE!! DEIXA MEU FILHO EM PAZ, SAI DESSE CORPO QUE NÃO TE PERTENCE!

– OK! – Eu dei o sorriso mais kawaii possível e deixei o corpo do menino, e fui voando até a tal Desolation Row. E não é que o lugar fica mesmo do outro lado da cidade? Na verdade, fica na rodovia que liga Lavender e Olivia. Eu cheguei lá, fiquei visível e entrei na recepção.

– Bom dia, eu vim fazer uma visita.

– Ah, claro, quem é a paciente?

– Falcis.

– Deixa eu ver... Falcis... Falcis... Aqui, achei. Falcis Felix?

– Esta mesma.

– Normalmente não temos visitas de pessoas tão jovens, você por acaso é namorado dela?

– Namorado uma pinóia! Vocês humanos só andam com a mente poluída! Fantas... digo, Eu não namoro seres hum...digo... AH!!! ME DIZ ONDE ELA ESTÁ!

– Ok, calma...

Fomos até a sala dela, no caminho era cheio de gente maluca. Tinha uma garota gótica com uma foice atacando um louco que ouvia funk, um rapaz de cabelos brancos jogando RPG sozinho e um menino musculoso lendo hentai, entre outras bizarrices. Cheguei no quarto da Falcis, ela estava com uma camisa de força, coitada.

– Os médicos queriam aplicar uma injeção de calmante nela, mas ela disse que não era louca e ficou batendo nos médicos. Então botamos uma camisa de força nela e desistimos da injeção...

– Você! – Disse ela ao me ver, ficou toda animada. – Você é o fantasma daquela noite!

– Ai meu deus, ela vai ter outro ataque de loucura. Enfermei... – Ela não podia atrapalhar meus planos, então resolvi silenciá-la com um Savage Slash bem fraquinho.

– Ei, garota, acho que começamos com o pé esquerdo. Eu sou o Fantasma da Noite Eterna.

– Que nome longo, vou te chamar só de Noite Eterna.

– Que seja, eu vim aqui te tirar desse hospício. Mas em troca eu quero que você seja minha parceira. Você vai me ajudar a conseguir os poderes de todos os fantasmas!

– Não sei não...

– Eu salvei sua vida! E vou te tirar do hospício ainda!

– Tudo bem então! Mas como eu vou fugir com essa camisa de força?

Eu fiz crescer uma garra de energia na mão.

– Deixa comigo. SAVAGE SLASH! – Usei um ataque de corte pra destruir a camisa de força, mas acho que eu cortei demais e ela ficou sem roupa.

– AH!!! TARADO!

Normalmente humanos não conseguem tocar espíritos, mas o tapa de uma Necromante dói tanto quanto o de uma humana normal.

– AI! ME DESCULPA QUERER AJUDAR TÁ?! EU NÃO TOU NEM AÍ PRA VOCÊ! VESTE A ROUPA DESSA ENFERMEIRA AÍ E VAMO EMBORA!

Ela vestiu a roupa da enfermeira e nós saímos correndo, mas um grupo de médicos nos cercou.

– Parados aí!

– SAVAGE CLAWS!

Após limpar o caminho nós fugimos, ela não conseguiu correr tanto quanto eu porque fantasmas não se cansam, então eu botei ela nas costas e saí voando.

– Ufa, humanos são muito chatos...

– Obrigada por me salvar. Denovo.

– Eu não fiz isso por você, eu fiz porque preciso de uma parceira pra me ajudar a conseguir o poder dos fantasmas. Você agora é minha parceira.

– Você fez isso por mim sim. Dá pra ver nos seus olhos.

Não falei nada depois daquilo. Ela segurou mais forte em mim, e eu voei mais rápido.

Voei até a torre do relógio, porque eu não sabia o que parceiros faziam e resolvi perguntar para o meu mentor.

– Ei, Relógio! Acorda! – Disse eu ao pousar no telhado.

– Eu não estou dormindo. Quem é a garota?

– Essa é minha parceira, o nome dela é Falcis. Ela é uma necromante.

– Ah, safado. Arrumou uma garota muito bonita como parceira. – Não sabia que o do Relógio podia ser tão irritante.

– Obrigada!

– EI! NÃO VAMOS MUDAR DE ASSUNTO! Já tenho a parceira, e agora?

– Bom, agora vocês tem que selar sua parceria. Mas isso é um ritual que eu não sei fazer.

– Eu também não sei usar os poderes de Necromante, aliás, eu nem sei o que é isso! Mas acho que minha vó deve saber, ela é muito inteligente.

– Quém é a sai avó? – Perguntei.

– Aliza Felix.

O Fantasma do Relógio se levantou bruscamente.

– Você disse Aliza Felix?

– Sim, porquê?

– Eu conheci sua avó. Eu e ela já fomos parceiros antes.

– Jura?!

– Sim, Aliza e eu éramos uma equipe e tanto, e vivíamos matando Akayashis. Mas ela ficou grávida da sua mãe e tivemos que nos separar. No início foi difícil, mas ela se casou e eu resolvi adotar uma devoção, e assim eu me tornei o guardião do Relógio.

– Puxa, que história! Eu não sabia que a vovó era uma Necromante!

– Ela é sim, e uma das melhores. Na verdade, você tem os olhos da sua avó.

Naquele ponto da conversa eu já estava dormindo, e olha que mortos-vivos não dormem.

– Uhaaaaaaa... Podemos ir logo falar com a velha?

– Olha o respeito, ela é minha avó!

– Ih, mal começou a dupla e você já ficou mandona.

– Noite Eterna, o maior segredo para ser uma boa dupla é respeitar sua Parceira.

– Viu, fantasma bocó?

– Você também Falcis, respeite seu aliado. Depois que forem falar com sua avó, procurem por Yoh Asakura. Ele vive numa casa perto do lago. Foi ele quem fez o ritual de união entre eu e a Aliza.

– Certo Relógio, valeu hein!

– Thau! – Disse ela, subindo em mim e voamos até a casa dela, onde ela pegou suas roupas e mais algumas coisas e preparou uma bolsa. Ela foi com a roupa de colegial negra que estava usando no dia em que eu a conheci. Tivemos alguns problemas com a mãe dela, mas eu dei um sossega leão na velha e fomos voando até a casa da Aliza.