Capítulo 12 – Você é a Felicity For Now?!/ Simón de volta

Mais um dia estava se iniciando no Blake. Miguel acabara de deixar Luna e Ámbar lá.

Luna não parava de olhar para o visor do celular. Simón ainda não havia respondido suas mensagens e não estava retornando nenhuma de suas ligações. Ela estava ficando preocupada.

— Luna! – Nina chegou eufórica.

— O que foi? O que aconteceu?

— Você não sabe o que aconteceu.

— Não mesmo. Me conta!

— O Gastón me chamou para sair! – Luna deu um gritinho.

— Que legal amiga! Parabéns! E ai, como foi?

Nessa hora Nina abaixou a cabeça.

— Esse é o problema... Não foi.

— Como assim? Ele não foi?

Nina explicou que ela que não havia aceitado.

— Mas por que não? Você não gosta dele?

— Gosto, mas... Mas não importa. Essas coisas é melhor deixar para a Felicity...

— Felicity? – Luna perguntou fazendo uma careta.

— Sim. Ela é um perfil. Uma garota que posta frases e tudo mais.

— E o que ela tem a ver? – Perguntou Luna dando de ombros.

— É que... – Nina buscava coragem para confessar seu segredo: ela era a Felicity For Now.

— Você é a Felicity For Now?!

— Não. É claro que não...

Já era tarde demais. Luna já tinha sacado e com certeza não deixaria a amiga em paz.

***

Na hora do intervalo – como de costume – Luna e Nina foram para o Jam&Roller. Mas dessa vez, Luna fora para se inscrever na competição agora que ela podia participar.

Ámbar estava patinando quando viu a cena. Não fazia sentido. A mãe de Luna não a havia proibido de participar da competição?

— Luninha – ela se aproximou. – O que está fazendo com essa ficha de inscrição? Ela é só para quem vai participar da competição.

— Eu sei. Eu vou me inscrever.

— Mas como? Achei que a sua mãe não tivesse deixado.

— Mas o mauricinho falou com ela, e ela deixou.

— Mauricinho?

— É, o seu namorado.

Ámbar perdeu o chão ao ouvir aquilo. Não podia acreditar. Ela e Matteo haviam combinado que Luna não iria participar. E quando conseguiram o que queriam – sem precisar fazer nada – ele vai falar com a mãe dela para ela deixar? Não fazia sentido. Ela com certeza teria uma séria conversa com Matteo.

***

Luna e Nina estavam conversando. Luna tentava incansavelmente convencer Nina a patinar com ela. Porém a mesma só se negava.

— Menina delivery – Matteo apareceu de repente. – Não esquece do nosso encontro – lhe mandou uma piscadinha e continuou patinando.

— Você tem um encontro com ele?

— Não – Luna respondeu rindo pela colocação de Nina. “Encontro” era uma palavra muito forte. – Nós só vamos tomar alguma coisa juntos. E acho que vai ser aqui mesmo no Roller. É que como ele conseguiu convencer minha mãe a me deixar participar da competição, acho que é o mínimo que posso fazer, né?

— É. Então, me conta mais. Quer dizer que o “mauricinho” foi na sua casa só para falar com a sua mãe? Por que?

Luna deu de ombros. Ela tampouco sabia.

— Eu não sei. Ele chegou lá do nada e falou com ela – explicou.

— Que romântico – Nina falou começando a sorrir.

— Romântico? O mauricinho não é romântico. Ele só foi lá porque... Ah, eu não porque, mas não tem nada de romântico.

— Como não, Luna? Se ele fez isso é porque gosta de você. – Luna gargalhou. – Mas e você? Gosta dele?

O sorriso da garota desapareceu.

— É claro que não. Ele é só um mauricinho e de pessoas como ele eu quero distância. – Nina não estava muito convencida mas ficou calada. – Vamos falar de você. Ou da Felicity, né?

Nina colocou o dedo indicador sobre os lábios, fazendo o sinal universal do silêncio. Explicou a Luna que aquilo era um segredo e que, portanto, ninguém podia saber. Então contou-lhe toda a história de como Felicity surgiu.

Não deu tempo de contar tudo no Roller, então ela terminou na sala, enquanto lutava para os professores não verem e darem broncas.

***

Ao final das aulas, Ámbar estava louca para falar com Matteo, mas ele tinha sido mais rápido e já tinha saído.

Luna e Nina tinham acabado de se despedir, quando uma voz falou ao pé de seu ouvido:

— Oi, menina delivery – era Matteo. – Não esqueceu do nosso encontro, né? – Luna sorriu.

— Isso não é um encontro, mauricinho. Nós só vamos tomar alguma coisa. OK?

— OK. Eu só estava tentando ser cavalheiro – ele disse de maneira divertido, causando risadas aos dois.

Por mais presunçoso que Matteo fosse, ninguém podia negar que ele era divertido. Nem mesmo Luna. Querendo ou não, ele sempre fazia a mexicana rir.

Quando chegaram no Jam&Roller:

— O que vão querer? – Perguntou Nico. Matteo pensou um pouco.

— Duas vitaminas de morango – respondeu. Luna o olhava de maneira curiosa. – O que aconteceu?

— É que a vitamina de morango é a minha favorita.

— Sério? A minha também! Parece que temos mais em comum do que imaginávamos, menina delivery – falou de forma sedutora e dando uma discreta risada ao ver o desconforto da garota.

Eles ficaram um tempo em silêncio.

— Matteo – ele falou estendendo a mão e rompendo o silêncio. – Matteo Balsano.

— Eu sou Luna – apertou a mão de Matteo. – Luna Valente.

Por cerca de 5 segundos eles ficaram se olhando sem soltar as mãos.

Matteo não era feio. Muito pelo contrário. Era lindo. O menino mais bonito da escola, e ele tinha total noção disso. Todas as garotas morriam de amores por ele. Por que Luna seria diferente?

— Não se preocupe, você não é a primeira garota que se perde nos meus olhos – ele afirmou. Luna riu. Ele não cansava de ser convencido?

Mas quando olhou para o outro lado é que teve uma surpresa.

— Eu não posso acreditar...

— Eu também não. É inútil negar que você não é imune ao meu charme.

— Simón!

Só quando viu a garota correndo na direção de um desconhecido é que entendeu que ela não estava falando com ele. Era Simón, o melhor amigo de Luna. Eles se abraçaram com força e as lágrimas de alegria e emoção já começavam a escorrer pelo rosto de Luna.

Matteo não sabia o porquê, mas não gostara daquilo. Quando Nico chegou com as vitaminas ele apenas pôs uma nota sobre o balcão e se retirou.

Devia ser só orgulho, não? O Rei da Pista não estava acostumado com aquilo. Ou será que era... Ciúme?

— O que aconteceu? – Gastón perguntou se aproximando do amigo e estranhando a cara do mesmo.

— Eu venci a aposta – respondeu Matteo dando dois tapinhas no peitoral de Gastón.