Menina Delivery

Capítulo 10 – Mauricinho?!


Os olhos de Luna até brilharam ao ver o objeto. Ficou extremamente feliz.

— Minha medalhinha! Mauricinho... Como você achou?

— Na verdade eu a encontrei na piscina da casa da madrinha da Ámbar, em Cancún. Deve ter sido quando você caiu lá por acidente – deu de ombros.

— Por acidente? A Ámbar... – quando ela ia explicar que foi empurrada, decidiu que aquilo não tinha tanta importância. – Não importa. Obrigado mauricinho, você não sabe o quanto eu estava preocupada com ela – porém, para sua surpresa, quando fora pegar a medalha da mão de Matteo, ele a fechou.

— Tudo tem um preço, não?

— Mas ela é minha – disse Luna mudando de feliz para preocupada. Matteo, porém, estava sorrindo.

— Não se preocupe, menina delivery, não vai ser tão alto. Só quero que você aceite tomar alguma coisa comigo no Jam&Roller.

Como Luna não reagiu, Matteo pensou que ela não conhecia o lugar:

— É um lugar aqui perto...

— É, eu sei.

— Então vai aceitar? – Perguntou sorrindo.

— Não. Em primeiro lugar porque eu estou esperando a Nina, eu vou com ela. E mesmo que não estivesse, não sairia com você, mauricinho.

Ao perceber com quem Luna estava, Nina desacelerou os passos, com seus livros. Mas Matteo a notou.

— Tudo bem, menina delivery. Vou deixar passar dessa vez, mas você está me devendo uma! – Disse e a entregou a Luna. Vendo o nervosismo de Nina, deu uma risadinha.

— Vamos Luna?

— Vamos.

Depois de vê-las sair, foi para a pista também. Logo encontrou Gastón ao lado dos armários:

— Nossa! Seus patins estão meio velhos, cara! – Gastón fez cara de tristeza. – Mas não se preocupe, eu também não posso falar nada. Os meus também estão velhos – confortou o amigo.

Luna foi buscar seus patins e Nina a acompanhou. O olhar de Matteo a seguiu do começo ao fim. Ela nem sequer olhara para ele.

— Eu tive uma ideia – disse Gastón.

***

Luna estava patinando e se divertindo na pista do Jam&Roller. Nina a apoiava desde a arquibancada.

Estava tão feliz, que estava ainda mais distraída. Talvez por isso tenha batido de frente com alguém. Ou quem sabe, foi proposital, mas ela não sabia. Cruzou os braços ao ver o “mauricinho” sorrindo.

— Cuidado menina delivery – aproximou seu rosto do dela – se continuar assim, vou começar a pensar que você queria esbarrar comigo – e depois seguiu patinando pela pista.

Aquilo foi a gota d’água. Ele realmente tirava sua paciência. Mexia com ela...

— O que aconteceu, Luna?

— Eu não vou ficar patinando na mesma pista que o mauricinho. Não vou conseguir. Amanhã a gente conversa, tá bom? – Nina concordou.

Agora que não tinha ninguém para ela assistir na pista – e já que não patinava – voltou até os armários do Roller para pegar seus livros. Como eram demasiados, acabou deixando-os cair.

— Cuidado! – Uma voz masculina disse um pouco mais alto que o normal. O menino se ajoelhou para recolher os livros – Aqui estã... Espera, você leu esse livro? – Nina estava estática. Aquele era Gastón! – Eu também li! Gostou do final? Já leu? – Ele fazia perguntas sem parar.

— Bom, eu... ainda não terminei de ler. – Com muita força conseguiu formular uma resposta.

— Ah – ele abriu um sorriso encantador – quando terminar me avisa. Eu já li também, é ótimo. Bom... Nina, né? – Ela assentiu. – Que tal a gente tomar alguma coisa aqui no Roller? Dai podemos conversar mais sobre os livros.

Aquilo estava mesmo acontecendo? Gastón, o segundo menino mais popular da escola, e garoto pelo qual ela tinha uma queda há meses estava mesmo a chamando para sair.

— Bo-bom, eu... eu... eu acho melhor não. Me desculpa – ela disse e se foi depressa. O deixando confuso e sem chances de interferir.

***

Ámbar estava indo pedir um suco de laranja natural para Mônica, mas quando a ouviu conversando com Luna parou para ouvir:

— Mamãe, vai ter uma competição de patins em dupla no Jam&Roller! – Anunciou alegremente. – Eu já me inscrevi e...

— Luna você não vai participar – afirmou Mônica firmemente. – Isso está fora de limites.

— Como não vou participar? Mas por que, mãe?

— Porque... – buscou uma desculpa. – Porque você não tem dupla. Ou tem?

— Não, mas eu conversei com a Nina e...

— Sem “mas”, Luna. Você não vai participar e ponto final.

Luna saiu da cozinha com tanta fúria que nem viu Ámbar. A mesma estava com um sorriso maléfico. Luna estava fora da competição e ela nem sequer havia precisado fazer esforço.

***

Depois de um dia tão cansativo e cheio de problemas, a única coisa que podia melhorar o ânimo de Luna era Simón. Ah, como ele lhe fazia falta... Mas para piorar tudo, ele nem sequer estava atendendo.

“Simón, aqui tem uma lanchonete que também é pista de patinação incrível chamada Jam&Roller. Quando você vier para cá vai precisar conhecer sim ou sim. Estou com tantas saudades! Beijo

Luna.”

Olhava para a última mensagem que havia mandado para ele. Ele tinha visualizado e não respondeu? Ela estranhou a atitude.

— As coisas só estão ficando piores – afirmou deitando a cabeça no travesseiro.

***

— Luna! Luna! – Nina chegou correndo – Oi!

Elas haviam chegado ao Blake.

— Oi. O que foi?

— Olha, eu estive pensando e me desculpa, mas acho que não é uma boa ideia eu patinar. Me perdoa...

— Não se preocupe. Não importa mais mesmo. – Luna respondeu triste.

— Por que? O que aconteceu?

— Eu não vou mais participar da competição. Minha mãe não deixou.

Antes que terminasse de contar o ocorrido para sua amiga, o sinal bateu e ela seguiu a história lá dentro.

***

— O que aconteceu, Ámbar? Está tão sorridente – comentou Gastón.

— É que ontem eu descobri uma coisa maravilhosa.

— O que? – Perguntou Matteo.

— Não vamos nem precisar fazer nada. Luna não vai mais participar da competição.

— Mas por que? – Matteo indagou parecendo estar em desacordo. Ámbar estranhou, mas não fez caso.

— Porque a mãe dela não deixou – explicou. – Mudando de assunto, hoje eu vou dormir na sua casa, não é Jazmin? Já até avisei minha madrinha.

***

Sem mais vontade de ir à pista, depois das aulas Luna voltou direto para casa. Já era noite e como sua mãe estava ocupada, ela estava se preparando um lanche quando bateram na porta da cozinha. Ela não podia acreditar em quem estava em sua frente.

— Mauricinho?