Um grande arco está pendurado em minhas costas. Em minha cintura, jazem as bainhas da faca de caça e da faca de atirar. Uma aljava está pendurada em meu ombro, e visto a familiar capa com capuz, manchada em tons de verde.

Samantha veste algo semelhante à mim, mas, enquanto geralmente é mais alta do que eu, agora ela está pouco mais baixa.

E Mitchel, enquanto geralmente é pouco mais baixo do que ela, agora está mais alto do que nós duas. Ele veste uma roupa simples de um guerreiro da época. Uma espada pende em sua bainha, e em seu braço esquerdo há um escudo, decorado com a imagem simplificada de uma folha de carvalho. O símbolo de Horace.

Pego o arco e deixo-o apoiado sobre as palmas das minhas duas mãos voltadas para cima. Me parece tão familiar... sinto como se já soubesse manejá-lo.

Eu nunca toquei em um arco na minha vida, mas já li tanto sobre eles que é como se eu já tivesse treinado mil vezes.

Seguro-o firme com uma das mãos e tiro uma flecha da minha aljava com a outra. Posiciono a flecha na corda e escolho uma árvore, a dez metros de mim.

Ergo o arco enquanto estico a corda e a flecha.

Levo o indicador quase até meus lábios.

Então, disparo.

.

O disparo não foi perfeito.

É claro, afinal eu nunca usara uma arco antes.

Mas me surpreendi quando a flecha caiu pouco abaixo do alvo – trinta centímetros de diferença.

Mas quando tenho esses pensamentos, já não estou mais na floresta.

Estou de volta ao meu quarto, onde tudo começara. Se alguma forma, sei que não se passou mais do que um mísero instante, embora tenham parecido quase cinco minutos, talvez mais.

Me lembro de tudo com detalhes.

Quando estamos de volta, eu desabo de volta na cama, sem meus dois amigos me dando apoio. Mitchel cai sentado no chão, enquanto Sam cambaleia um pouco para trás, mas consegue se firmar.

Ambos estão come expressões de surpresa no rosto, e imagino que eu não esteja muito diferente.

Eu e Sam estamos arfantes.

– Que diabos acabou de acontecer? – ela exclama.

– Não faço a menor ideia – não dirijo a resposta à ela, e a nada em especial.

Passada a surpresa, um sorriso se insinua em meus lábios, e ganha mais força, até estar bem definido em minha expressão.

– Mas, seja lá o que for, eu adorei.