Malditas Kankers! 2 serie; Nostalgia
Adeus amigos. Foi bom enquanto durou.
As férias estavam próximas, isso quer dizer fim de ano e com isso todos virando nerdes e preocupados com a matéria e suas notas.
E isso não era diferente para os Du’s.
Dudu ouvira falar de um colégio preparatório magnífico o qual só entrava quem passasse por uma prova extremamente difícil, estando muito animado para o caso; Edu já se confortava com as notar que tinha se empenhando apenas nas matérias em que tinha de recuperar nota; Já Du...
Este parecia cada dia mais desesperado com relação a suas notas; não fecharia o ano nem com um milagre; com toda certeza pegaria alguma DP isso se ele fosse muito bem.
–--- @#$% de vida. ---- esbraveja ao fechar seu armário, bufando como se tivesse batido o dedão em uma quina.
–--- Nossa Du...! Não esperava estas palavras de você. ---- a loura a seu lado parecia horrorizada nem sabendo quando o maior e mais gentil dos Du’s tinha aprendido tal ofensa. ---- Esta tudo bem?
–--- Desculpa Nazz... Mas você não vu o meu boletim. ---- ele bufa mais uma vez ao se recostar sobre o armário olhando para as lâmpadas que tilintavam prontas para queimar a qualquer momento. ---- Minha vida ta uma droga...
–--- Ai. Não diz isso cara! ---- a sempre bela e popular Nazz não tinha muita amizade com o alto de desconsolado colega de infância, mas por ter uma relação de longa data se sentia no dever de ajuda-lo; só não fazia a mínima idéia de como o fazer. ---- Notas ruins todo mundo tem. Você só tem que recuperar e... Quer passar em casa depois da aula? Posso te ajudar. ---- ela sorri amigavelmente esperando uma resposta animada de aceitação a seu convite.
Não que fosse metida, mas estava acostumada a sempre receber este tipo de reação dos garotos a sua volta.
Mas o grandalhão apenas permanece a fitar a luz desanimado.
–--- Não obrigado. Se eu ficar indo na sua casa a minha namorada não vai gostar nada. ---- murmura por fim abrindo um leve sorriso ao se lembrar da carta que recebera.
A loura por sua vez perde o queixo ao ouvir um não; e principalmente pela palavra “namorada” vinda do maior dos Du’s. Como assim uma dos três atrapalhões tinha uma namorada? E como assim era justo o mais...
–--- Namorada? Jura? ---- desconcertada a loura não conseguia esconder sua surpresa.
–--- Sim. Parece que sim! ---- ele sorri um pouco mais animado a abraçando e logo sai pelo corredor pegando sua mochila e a jogando sobre um dos ombros. ---- Obrigado Nazz. Você é uma amigona!
–--- Dinada...
oOoOoOoOo
A aula tinha acabado e ela estava sobre o telhado a destrutar de mais um cigarro mentolado, o único que seu novo namorado certinho suportava. Pensava em como fazer para perder o habito e assim agrada-lo, mas era uma coisa difícil para a jovem de madeixas azuladas.
–--- Por que você se esconde aqui? ---- a voz tão esperada soa fraca por ter de subir três lances de escada.
–--- Gosto da vista. ---- responde sem se virar, sem pontuar ou demonstrar qualquer carinho; estava claramente irritada por algo.
–--- Marie... o que ouve? ---- ele se aproxima como quem iria coletar um ovo de uma serpente; refazia seu ultimo encontro mil vezes tentando imaginar o que havia feito para irritar a moça; encontrando mais de uma coisa que poderia ter causado sua fúria. ---- D-de-desculpa!
–--- Pelo que? ---- ela ainda não se vira; permanecia a fitar as nuvens.
–--- Te esconder... Nos esconder, sair e não voltar mais, te abandonando no querto, ter vergonha do que meus pais vão fazer e falar...
–--- Cala a boca! ---- ela finalmente se vira, mas seus olhos estavam cheios de lagrimas; não era bem o semblante que ele esperava ver. ---- Você vai para aquela escola esnobe não é? Eu vi sua inscrição... não tem como um gênio como você não passar.
–--- Eu não entendo... ---- o tremulo jovem não sabia lidar com muitas coisas, e relacionamento era com toda certeza uma delas.
–--- Você vai embora. Sabe como aquele lugar é longe? Nunca mais vamos poder nos ver... Não é mesmo? ---- a poderosa e intimidadora Kanker agora parecia apenas uma garota triste, não parecia capaz de quebrar seu corpo ao meio como sentia no passado. Ele apenas sorri e a abraça, coisa que jamais faria a meses atrás. ---- O que esta fazendo seu demente!? ---- com apenas um braço ela pode se livrar dele, o encarando ainda irritada. Mas ele não a temia mais.
–--- Eu nem me toquei. ---- comenta ao se levantar do chão, pois com um leve empurrão da jovem, ele havia ido parar ao chão. ---- A escola é longe sim, e vou ter que morar sozinho... Isso vai ser chato. Mas... Faz parte dos meus planos para o futuro, igual você. ---- o sorriso de dentes tortos era o suficiente para amansar aquela fera.
–--- Muito fofo... mas como pode isso? ---- a marrenta tenta se manter brava.
Não conseguia.
Não com ele sendo tão afável como era.
–--- O que você planeja para o seu futuro? ---- estava ai uma pergunta que a jovem sempre fugia. Nunca teve grande perspectiva de futuro, ficando a olhar os próprios pés. ---- Você gosta de moda e instrumentos musicais. Pode fazer vários cursos enquanto trabalha em algo; só ate decidir o que você vai querer. ---- não se precisa ser um gênio para notar o constrangimento da jovem com relação a sua pergunta inicial e logo ele tenta arrumar as cosias e ajuda-la.
–--- E você acha que eu vou ter dinheiro e tempo para fazer cursos? No plural ainda. ---- ela volta a tentar se irritar, mas os olhinhos azuis do namorado eram irresistíveis para ela. ---- Só que eu estou falando do nosso futuro não do meu sozinha.
–--- Mas Marie. Eu também. ---- ele a segura pela mão e ela fica sem palavras, sendo que desta vês é ela que estremece com seu toque.
oOoOoOoOo
Nada na vida dele mudaria após o termino da escola.
Isso era o que ele pensava.
Chega da escola largando a mochila sobre a cama arredondada indo para sua mezinha bolar mais um plano de outro. O ultimo esquema antes que todos fossem a uma faculdade.
Não se tocava que se “todos” fossem fazer faculdade ou qualquer outro ato que significasse “seguir em frente” ele não os veria mais.
Passa o dia arquitetando cada milímetro de seu plano. As horas se vão e assim os dias; logo as provas finais estavam em cima e tudo o que ele conseguia imaginar era suas futuras armações. Parecia quase em negação para não ver a lógica.
Seu pequeno mundo acabaria.
–--- Ola Edu desculpe a demora. ---- ele invada o quarto já acostumado em ver Edu debruçado sobre papais olhando alguns que caiam ao chão. ---- Ué? Cadê o Du?
–--- Não veio ainda não notou. ---- ocupado o menor não percebe que uma carta amassada e suja estava sobre sua estante a poucos centímetros de seu cotovelo.
–--- O que é isso? Parece a letra do Du. ---- curioso e preocupado Dudu coleta a carta ignorada pelo amigo que ainda a rabiscar esperava de ouvidos atentos o amigo ler para ele.
***
Querido amigo Edu.
Não te falei nada pessoalmente por que sei que faria algum plano, ou simplesmente me convenceria a não fazer...
Já pequei as minhas coisas e fechei minha matéria na escola. Todos sabem que não vou passar de ano mesmo.
Não tentem me encontrar.
Quando estiver tudo bem eu procuro por vocês.
Amo vocês caras.
***
Os dois travam ao termino da carta e logo saem correndo ate a casa de Du que não ficava muito longe, na verdade era apenas cruzar a rua.
Lá a costumeira bagunça estava estabelecida, mas nos armários já não havia peças de roupas ou seus pertences mais caros. Du tinha mesmo partido.
–--- Não pode ser! Por que ele fez uma coisa destas? Estava tudo bem não estava. ---- o menor não sabia se chorava ou ficava furioso enquanto Dudu se mostrava anestesiado como quem leva um grande choque.
Seu mundo parava em câmera lenta; não importava o quanto Edu gritasse ele não ouvia mais nada, estava incapaz de sentir qualquer coisa a sua volta.
Sobre a cama revolta em fungos e outras porcarias ele encontra outra carta.
***
Queridos mamãe, papai e Sara.
Sinto muito por desapontar vocês. Por isso vou par um lugar a onde não tenham mais que conviver comigo.
Adeus.
***
–---- O Du se foi. ---- o mais doce dos Du’s comenta como se finalmente a ficha caísse e logo sente as lagrimas começarem a rolar.
Todas as aventuras que viveram se passa em sua mente, toda a sujeira e porcaria que o deixava louco e que aturava por amizade, as atrapalhadas; tudo. Tudo tinha partido junto de Du.
Não conseguia compreender, aceitar. E como em um teleporte ele se vê em casa; não sabia como havia chego e nem quando havia saído da casa de Du. Havia caminhado em um transe de angustia ate lá?
Sobre sua mesinha havia a ultima carta.
Seus dedos falham ao pega-la, o ar falta, seu mundo gira.
Du tinha sido tão frio e rápido na carta de seus pais. Estaria com raiva? Raiva de sua própria família?
Mas a curiosidade sempre foi sua maior inimiga.
***
Desculpa Dudu.
Sei que pra você eu devia ter me explicado pessoalmente.
Então por favor não conte ao Edu a onde me encontrar.
Te espero para nos desperdirmos hoje as 23:30 na estação.
Adoro vocês caras.
***
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