Marie Jeanne Carter

P.O.V. Marie Jeanne.

Primeiro dia no ensino médio. Legal.

Depois de pegar o meu horário, a senha e o número do meu armário eu fui até ele. Estava colocando as minhas coisas no armário quando a multidão de adolescentes se abriu para o casal passar.

Logo eu vi que eram o capitão do time de futebol e a chefe das líderes de torcida. Eu vi o cara passar uma rasteira num garoto.

Eu fui até lá e ajudei o garoto a catar os livros.

—Ai, finalmente arrumou uma namorada perdedor.

—Eu preferiria namorá-lo a namorar um babaca como você.

—Como é?

—Eu preferiria namorá-lo a namorar um babaca como você. Algo me diz, que ele é muito melhor do que você.

Eu virei ás costas para o babaca e me voltei para o rapaz.

—Oi. Eu sou a Marie Jeanne Carter.

—Eu... eu sou o Chris.

—Muito prazer Chris.

—Você tem sotaque inglês. Você é inglesa?

—Não. Meu padrasto é. Robert Kemble.

—E o seu pai?

—Um babaca. Nossa! Você é um gato.

—O que?

—Você é um gato. Adorei os seus olhos.

—Ahm, obrigado.

Chris e eu ficamos muito amigos. Nós sentávamos no almoço juntos, ele me apresentou aos seus amigos e acho que eles ficaram chocados pelo fato de eu conhecer revistas em quadrinhos.

—E qual é a sua personagem favorita?

—Jean Gray/ Fênix Negra.

—Batman ou Superman?

—Superman.

—Charles Xavier ou Magneto?

—Empate.

—Magneto ou Mística?

—Mística.

—Mística ou Jean Gray?

—Jean Gray.

—Jean ou Xavier?

—Jean.

—Fera ou Wolverine?

—Wolverine.

—Melhor vilão, Lex Luthor ou Coringa?

—Coringa.

—Coringa ou Charada?

—Charada. Adoro enigmas.

—Você gosta da Arlequina?

—Não muito. Prefiro a Hera Venenosa, ela meio que parece comigo.

—Parece?

—Eu sou boa com plantas.

—Vamos ter aula de biologia hoje.

—Eu gosto de biologia e de história.

—Semana que vem vamos ao museu.

—Eu sei. Já entreguei a minha autorização.

—Vai ser legal.

O capitão metido veio e falou:

—Ai, nerd, você vai fazer o meu dever de matemática.

Então eu perguntei:

—Porque? Porque você não tem nada na cabeça? Porque você é tão tapado que não consegue fazer?

—Como é que é?

—Você não me ouviu? Além de burro, é surdo?

Ele tentou me dar um soco, mas eu peguei o punho dele.

—Além de burro e surdo, ainda é covarde.

—Ai. A minha mão. Ai! A minha mão!

—Tente encostar um dedo em mim ou nos meus amigos de novo, acredite eu vou descer a porrada em você. Vou te esfolar vivo.

Eu tinha quebrado alguma coisa nele. Eu sei, eu ouvi o estralo.