Mais lindo que a Lua

A Quase melhor noite da minha vida


P.O.V. Sophie Anne.

Eu finalmente cheguei, quando eu estava no topo da escadaria acenderam um holofote na minha cara.

Desci as escadas devagar com medo de tropeçar. E imagine a minha cara quando ele estava lá para pegar a minha mão.

—Nossa! É uma bela fantasia.

—A senhorita também está belíssima senhorita Morgan.

—Eu escolhi pensando em você.

Ele beijou a minha mão. E eu senti as lágrimas no meu rosto.

—Eu a ofendi? Me perdoe eu...

—Não. Não to chorando de tristeza. De que sonho você saiu?

P.O.V. Charles.

Ela estava belíssima, os cabelos estavam bem mais longos e encaracolados.

—Como fez os cabelos crescerem tão depressa?

—São apliques. É falso.

Disse rindo.

—Disse que escolheu sua fantasia pensando em mim. De que forma?

—Você é de mil oitocentos e pouco não é?

—Sou.

—Por isso. É um modelo da era vitoriana ou não?

—Sim. É sim.

—Mas, você tá fantasiado de que?

—Príncipe Encantado.

—Combina com você. Isso ai é uma arma?

—É.

—Está descarregada não é? Se estiver carregada você vai preso.

—Eu tirei as balas.

—O seu sotaque é uma graça.

—Obrigado. Eu já estive em muitos bailes, mas nenhum igual a esse.

—Imagino que não.

Ela ensinou-me a dançar aquelas músicas, com aquelas batidas estranhas. Mas, então começou a tocar uma música em especial.

—Eu adoro essa música.

—Que instrumento é esse que faz esse barulho estridente?

—É uma guitarra elétrica. O nome da banda é Paramore e o da música é Chrushcrushcrush.

—Que nome mais estranho.

—Deve ser um choque cultural muito grande.

—Sim. De fato. A senhorita é um bálsamo em meio a tanta confusão.

—Eu? Eu sou a tímida esquisita!

—A senhorita é recatada. Está com sede?

—Um pouco.

—Vou pegar-lhe uma bebida.

Trouxe uma bebida para ela e quando ela bebeu se afogou.

—A senhorita está bem?

—Estou. O ponche tá batizado.

—O que?

—Batizado nesse sentido quer dizer que colocaram bebida alcoólica dentro.

—Oh! Entendo.

—Porque não vamos lá pra fora um pouco?

Ela pegou na minha mão e puxou-me para fora.

—Graças a Deus! Aquela barulheira infernal estava me incomodando.

—A mim também.

—A senhorita é a donzela mais encantadora que já conheci.

—Não sou donzela. Não sou tão inocente assim.

—Você já se deitou com um homem?

—Já. Foi interessante, pra dizer o mínimo. Ele me treinou, me ensinou coisas. Ele era mais velho que eu, tinha uns quarenta anos na época e eu tinha dezesseis.

—Isso não é pedofilia?

—Talvez seja. Mas, eu queria fazer. Hoje ele é casado, ele tem dois filhos.

—A sua tia Debra sabe?

—Não. Só você e o meu diário sabem.

—Mas, você e ele...

—Não. Não mais. Ele é casado agora. Eu jamais dormiria com um homem casado ou comprometido. Posso não ser donzela, mas também não sou vadia.

Eu peguei no queixo dela.

—Você Senhorita Sophie Anne Morgan é a pessoa mais intrigante que eu já encontrei.

—Minha tia fala que eu sou três por cento anjo, noventa por cento demônio.

—Você é um demônio?!

—Não! É só um jeito de se expressar.

—Você amava o homem que a deflorou?

Ela riu.

—O que?

—Deflorou. É uma palavra engraçada, mas é mais complicado que isso.

—Foi violada?!

—Não! Eu queria. A minha vida é toda fodida, nunca conheci minha mãe, meu pai tá na cadeia, minha tia Debbie é da policia então ela está sempre trabalhando. Eu sempre fui muito sozinha. Eu fui fazer uma entrevista no lugar da Lori e o empresário gostou de mim, ele flertou comigo. Me deu presentes caros, eu gostei da atenção, de ter alguém que cuidasse de mim e ai... eu descobri o porque dele gostar de mim, eu dei pra ele o que ele queria e ele me ensinou o que ele gostava. Algum tempo depois, acabou.

—E o que ele gostava?

—Você caiu de paraquedas no século vinte e um e ainda se choca em ver as moças de saia. Você ainda não tá preparado pra isso.

Ouvi um apito, um som repetitivo.

—Oi tia Debbie, eu já vou voltar pra casa...

—Não! Não volte pra casa, não venha pra casa me entendeu Sophie Anne?

O aparelho fazia um barulho como se algo estivesse sendo quebrado.

—Eu te amo.

—Tia Debbie! Tia Debbie!

Ouvi um barulho como um tiro.

—Tia Debbie!

Ela apertou os botões da coisa e falou:

—Sou eu a Sophie Anne, a minha tia acabou de tomar um tiro. Ela está em casa e acho que tem gente lá.

—Tudo bem. Vamos mandar unidades e uma ambulância.

De novo apertando os botões do aparelho.

—Alô?

—Lori. Lori sou eu a Sophie, a tia Debbie tomou um tiro, alguém invadiu a casa eu acho. Eu estou numa festa da escola e preciso de alguém pra me buscar e levar pro hospital.

—Calma. Fica calma, eu e a Phoebe estamos indo ai pegar você e vamos pro hospital com a Debbie.

—Tá bem.

P.O.V. Lorelai.

A minha namorada é policial, invadiram a casa dela e ela foi baleada.

—Phoebe. Phoebe acorda.

—O que é?

—A Debra foi baleada, estão levando para o hospital. Precisamos ir até o colégio buscar a Sophie Anne e de lá vamos ao hospital.

—Tá.

—Levanta, vai colocar uma roupa rápido.

P.O.V. Charles.

Quem seria Lori? Quem será esse homem misterioso? O que ele ensinou á Sophie Anne?

—Fique calma. Quem é Lori?

—Lorelai Calvert, ela é a namorada da minha tia.

—Namorada?

—A minha tia é lésbica. Ela é gay. Ela e a Lori namoram a dois anos. A Lori tem uma filha, Phoebe.

—Elas... namoram abertamente?

—É.

—E tem uma criança?

—A Phoebe tem vinte anos. Antes da Lori se assumir ela foi casada, casada com um homem. Luke. Eles ficaram amigos depois.

—Olha é a Lori!

—Sophie Anne. Sabe pra que hospital estão levando ela?

—Eu acho que para o Mercy Hospital. A tia Debbie tem plano lá.

—Vamos. Vamos lá.

—Se importam se eu for com vocês?

—Não. Vamos logo.