Da janela de vidro semiaberta adentrava um manso vento daquela tarde de Outubro, trazendo junto as cortinas acinzentadas e trivial como que estava ali apenas para uma guarda do intenso brilho solar no cotidiano da residência tranquila e usual dos Hilligans. O ponteiro menor do relógio comum, simplesmente branco na parede duma cor meio bege-cinza claro quase branco, já iria badalar para o horário em que passariam a assistir unidos a chegada do novo civil na população de Nova Perfeição, ou seja, o mais recente ausente naquela casa humilde que não era decorado com nem um item ou coisas assim além do necessário para o dia-a-dia. A "grande-mãe", como era conhecida a senhora Charlize Hilligan pela maior parte de toda a Abnegação depois de doar grande parcela de seu próprio fígado para seu filho caçula que tinha câncer no mesmo há três anos, preparava algo pelo fogão atrás do longo balcão enquanto seu filho se sentada ali a observando cozinhar para ele e seu irmão mais velho que chegava agora da rua.

— A essa hora? - ela perguntou tranquila ao o ver entrar com uma expressão cansativa, respirando fundo, enquanto fatiava a cenoura na tábua de cortar carne e depois jogando as finas rodelas alaranjadas em um vasilhame de porte médio com finos furos na parte de baixo como uma peneira de areia que acabara de lavar.

O primogênito assentiu levando a mão aos cabelos claros entrelaçando seus dedos longos nas mechas macias e os sacudindo.

— Algumas ajudas... - ele disse num tom de voz baixo se aproximando no balcão. Puxando uma cadeira ao lado de seu germano, se assentou e respirou fundo.

O clima era como ver programas para maiores em família, quando alguém tá passando de canal e acidentalmente passa por um que está apresentando programações impróprias para menores e muito menos em família. O silêncio ecoava na atmosfera pela tensão do segundo sorteio anual do qual participaria em sua vida. Ano passado era a única vez da qual o menor presenciara com o risco de ir pra arena assim como seu pai, que foi pego em meio todos os altruístas e que por suas grandes habilidades que tem em armas e mentalidade hoje é o mais recente vencedor, ou como eles chamam, o Trouxa. Os olhos do mesmo tinha uma borda avermelhada como se algo tivesse indo agarrar seus olhos por trás devido as más noites de sono, mesmo pela euforia, aflição, medo do grande dia em que seria a colheita da 129ª edição anual dos Jogos Vorazes onde 5 pares, cada um de cada facção, competem obrigatoriamente numa imensa área computadorizada pela Capital Illéa.

A mãe então sorriu quando jogou a última facada de cenoura na vasilha e o levou ao fogão despejando sobre o arroz acompanhado com o equivalente de milho verde segundo o rótulo que para ela era irônico sendo o "milho verde" amarelo. Ela ligou a determinada boca do fogão e mexeu o arroz com seus outros ingredientes bem cortados e escolhidos quando uma de suas proles direcionou o olhar ao relógio que indicava onze minutos para a hora em quê pronunciariam, diriam sobre a nova edição e apresentariam o Trouxa.

Se levantando, o garoto que tomaria a idade considera maioridade em breve, encolheu a cadeira educado e tristonho subiu a pequena escada que levava pro segundo e mais alto andar cujo ficam os quartos e banheiro. O mesmo andou até o fundo do pequeno corredor e adentrou na última porta de madeira e dirigiu à seu guarda-roupa pequeno com a finalidade de recolher uma trouxa de roupa.

Abrindo a porta dupla do mesmo seus olhos emergiram nas vestes de cor ofuscada, apagada, cinza sendo mais exato assim como eram as de sua mãe, irmão e pai que agora viverá numa outra região onde não há facções. Nunca tivera a curiosidade de passar saber como é lá, nem tiveram a boa vontade de conversarem sobre Nova Perfeição. Pelo nome do local no qual vitoriosos passam a viver, é de se imaginar como vivem e, afinal, lá vivem vencedores enquanto ali em Illéa as pessoas tendem à correr risco de matar pessoas sem contar que aos dezesseis cada um passa por um teste com finalidade de deixa-los com a obrigatória escolha entre viver em facções que o cabe, assim largando a família, ou continuar com sua família. Nos testes de aptidão de Dominik ocorreu tudo como deveria, nada de divergências, e desde já era claro sua escolha: sua família nasceu na Abnegação e ele sempre seguia aquilo como todo membro daquela facção é, portanto, não houve surpresas quando ele derramou seu sangue na "Abnegação" no dia da cerimônia de escolha após seu teste. Assim, ele seguiu sua vida normalmente e com sua família, porém não é isso que o vai deixar, nem outra pessoa qualquer, sem o risco de ter seu nome dito em frente toda a sociedade por algum membro da Capital Illéa para mais tarde ir até uma arena com outras nove pessoas tende matar para sobreviver e, pra ela, a dificuldade era dobrada pois era um altruísta fiel. Não é de seu feitio tal ato, principalmente para seu benefício de continuar vivo.

Os segundos passavam a cada respiração e te tanta agonia era como se ele ouvisse o bater do ponteiro de segundos do relógio ao fechar os olhos. Suspirando intensamente tentando se acalmar, estendeu sua mão até seus trajes que ficam dar cores entre branco e preto apenas, ele passava as roupas frescas e leves por serem largas para ele até que encontrasse uma qualquer para vestir. Não é normal de seu caráter escolher roupa, mas era tenta coisa passando pela cabeça dele que doía que não estava totalmente em si, não estava em total ciência de seus atos. Pegando a próxima blusa que viu, ele passou a mexer no monte de calças que tinha a mesma tonalidade de toda outra roupa. Juntando a blusa com a primeira calça que viu, ele abriu a primeira gaveta e pegou uma peça íntima na cor branca sem textura ou coisa específica fazendo a roupa algo uniforme, simples.

Olhou pro lado e pro outro e fechou a gaveta. Se dirigiu à porta e saiu do seu quarto que exalava à produto de limpeza pois naquela manhã Charlize limpou a casa. Entrando na última porta do corredor, de frente ao subir as escadas, o rapaz pendurou calmamente seus trajes num cabide acessível de parede e do lado um com uma toalha de cor clara e sem cor que chame atenção de alguma visão ordinária. O chuveiro era tão basicamente um prato pequeno grudado em uma caneta, tudo na cor branca, que era preso à parede mas que tinha um lançamento potente de água que ele ligara depois de se despir e largar o quê portava na cesta de roupas sujas que já era hora de ser levada e esvaziada. Água escorria eficientemente quando ele mergulhou primeiramente sua mão observando a parede com ladrilhos brancos depois dos jatos de água do chuveiro, examinando a temperatura. Abaixou sua mão e deu um passo se cabeça baixa e pra fora do líquido que agora cobria todo seu corpo nu. Ele desativou o chuveiro ensaboou todo seu corpo quase-definido. Ao olhar aqueles músculos não tão abundantes quanto de seu pai, seu abdômen definido, mas não tanto quanto de seu pai ele lembrava do mesmo e da grande parte dos dias de toda a semana em que o levava pra fora de casa, iam até uma floresta pouco povoada naquele horário no qual o sol fazia as sombras de ambos ficaram debaixo de seu pé até ao verem o sol beijar o mar na linha do horizonte e ele o dizia: "Meus pais estavam lá. Sabiam que essa rebelião seria inútil contra a Capital mas eram altruístas então enfrentaram para ajudar as outras facções. Nem mesmo os audaciosos chegaram perto, agora todos sofremos e você sabe disso. Se eles ganharam da China por nós, imagina nós contra eles?! Vê que tenho motivos de treinar você e seu irmão, não é meu filho?" e então ele concordava com a cabeça. Não havia nem mesmo percebido o sabão o chão que escorregou de sua mão pois só se focava nas lembranças que o deixava cada minuto mais psicologicamente despreparado para amanhã, dia da colheita do ano.

Abaixando, agarrou o sabonete e o devolveu a devida saboneteira comum. Depois de tornar ligar a água, ele entrou e se desfez da espuma, mais tarde molhando seu cabelo e o rosto por inteiro. Seus cabelos de tamanho médio que modo que o colocasse atrás da orelha, caía em seu rosto bem desenhado tampando uma parte do seu olho castanho seco mas claríssimo como aqueles desejáveis azuis. Eram como o de seu pai enquanto o do seu irmão era um castanho mais escuro que de longe eu poderia descrever como negros semelhante à da mãe. O garoto sacudiu seu rosto e, forte, não rolara lágrima de seus olhos. Respirando fundo, ele desligou o chuveiro e puxou a toalha quando ouviu sua mãe o gritar. Se secou rápido e a gritou de volta. — Já começa! - gritou no mesmo tom lá de baixo.

Dominik se vestiu e sacudiu novamente seu cabelo entre os dedos os marotamente secando. Sem mais preocupações com sua aparência ou delongas, ele bateu seus pés e os deslizou um de cada no tapete baixo e pequeno na saída do banheiro logo se dirigindo à sala de estar no primeiro andar.

— Como tão rápido seus cabelos crescem!? Não faz dois meses que o amparamos! - exclamou o pegando pelo ombro e caminhando com o mesmo até o sofá onde sentariam com o irmão mais velho. Apesar de bem mais velha que ele, claro, ele não era tão mais baixo que ela mesmo com seus dezessete anos enquanto ela atingia os quarenta-e-dois.

A TV exibia os últimos preparativos nos exatos dois minutos anteriores ao início do quê nomearam "Yearly Illea News", uma programação própria para as informações dos mais importantes eventos de toda Illéa. Sentados no suficientemente confortável e acolhedor sofá para dois ao lado de outro para mais dois, fazendo um "semi quadrado" de assentos, se sentava os irmãos no da frente da televisão enquanto ao seu lado a "grade-mãe" os observava assistir à abertura do programa cujo imensa porcentagem da sociedade também assistia de suas devidas residências.

Jon, seu irmão, não escapava assim como ele pois ainda não atingiu a idade em que cessa o risco de ter seu nome dito e competir matando ou morrendo, isto é, ainda não possui seus 25 anos de idade em quando sua mãe só se preocupava com eles, mesmo por não ter esse risco como ele que tem dezenove. A abertura cessa e, de um trono prateado no centro do imenso e elevado altar se dirigindo à pequena escada que o leva ao microfone, a atual presidenta de Illéa se levanta iniciando a pronunciação decorada cuja a mesma de todo ano.

"Guerra nunca é piedosa, fazendo jus ao termo nominado. Não foi diferente entre todo o antigo Estados Unidos e China, em 2387, que aparentava tanto pudor nos punhos e força nos olhos de cada membro do exército chinês, mas aparentava apenas pois vencemos e hoje estamos aqui. Reerguendo e permanecendo, Chicago permaneceu de pé.Mas pobre de nossa sociedade achar que essa divisão de facções fora inútil e se rebelar contra sua capital, Capital Illéa, e então foi por isso criada os Jogos Vorazes no século XXI." disse dando uma pausa e observando a povoação da capital que vez ou outra cochichavam ou sorriam pela palavra da presidenta January Greyson que retornou sua fala trazendo consigo de volta a caleira. "Agora, no ano de 2517 tivemos a mais recente edição desta competição que dá honra à 10 pessoas de ser um tributo, isso é, entrar numa competição na qual só volta um vivo e este passa à viver em Nova Perfeição, local este onde apenas tributos vencedores habitam e tem o direito de vida melhor. Lhes apresento o novo Trouxa, Sir Desmond Hilligan."

Os seis olhos na sala se fixaram no rosto do membro que deixara a família por vencer o último jogo e que se ergueu ao lado da presidenta. Desmond nem se quer abriu a boca e a câmera se aproximou do rosto do mesmo fazendo com que aqueles três da sala desviassem seus olhos da tela por um minuto da qual um silêncio ecoava pelo ar cujo foi quebrado em instantes quando o homem de físico preparado, cabelos curtos e negros, olhos perfeitamente desenhados e nariz afilado mas de pele levemente ferida pelos jogos do qual participara há nem uma se quer semana, fazendo-os perceber que 1 semana não foi suficiente para que aquelas feridas se cicatrizassem os deixando mais intrigantes ainda e se lembrando dos dias em que o viam na arena pela televisão da sala durante a tarde, noite fria e boa parte do turno matutino.

A impiedosa mulher de cabelos longos, de modo que as pontas dos mesmos tampassem seus seios, negros e olhos grandes dum verde acinzentado, pele clara e unha vermelhas exoticamente customizadas retornou sua palavra do fim daquela tarde de Illéa.

"Amanhã provavelmente despertarão com a chegada dos pacificadores aí, em Illéa, recolhendo-os para a colheita da 129ª edição dos Jogos Vorazes." a câmera a deu um close quando senhora Hilligan os observava, meio amedrontados e pensativos, tristonha e insatisfeita com falta da opção de ser voluntária para que eles não fossem sorteados. A TV fechou a imagem ficando totalmente preta juntamente como o silêncio depressivo, quando Jon a desligou. O garoto se levantou indo até seu quarto onde praticamente desmaiou de qualquer jeito na cama arrumada simetricamente como das fotografias de revistas e propaganda de televisão.

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Faltava exata meio-hora para as 10 a.m. e, com exceção de Dominik, a casa acordou com a chegada dos pacificadores que ajeitavam o palco na praça principal de Illéa. O apito de chegada foi dada e Jon desceu as escadas encontrando com sua mãe na porta observando os homens de branco e cassetete longo e preto em mãos. Umas iam de pé até a praça, outros em carro, outros em motos, basicamente lotando a rua por uma longa extensão. Ele olhou o que sua mãe observava juntamente com a mesma por uns instantes logo a deixando ao perceber a falta de sinais do irmão, indo até seu quarto. O despertador tocava mas ele estava jogado de qualquer jeito na cama, sem acordar, num profundo sono profundo e digno de quem não dormia há dias. Se assentando na beira da cama, ao seu lado, ele pouso sua mão nas costas do rapaz que remexia na cama, o sacolejando afim de o acordar. Foi aí quando ouviu mais um apito, o segundo apito, o qual indicava aos moradores da região da Abnegação que faltavam uma hora quase três horas para o início da cerimônia do dia. Finalmente ele acordou resmungando e amedrontado, logo se encolhendo na cabeceira da cama com as pernas colada ao peitoral e abraçada por seus braços, faltando se bater de medo e aflição.

— Se aquiete! - ele disse num tom seco e aparentemente já começando se irritar com seu irmão que o observava com um olhar de dó. Respirando fundo se aproximou dele, cautelosamente, se sentando na cama ao seu lado. - Você sabe que me arrependo de não ter derramado meu sangue na Erudição mas... Aqui estou, generoso, Jon da Abnegação e às vezes eu caio em mim e vejo porquê minha bendita impulsão de mente me fez seguir essa família. - ele deu uma pequena pausa e estampou um sorriso de lado ao se virar para o garoto que agora prestava atenção no que ele dizia. -

— P...

— Porque meu instinto confia nessa família e me empurrou de volta pra cá, para ficar e cuidar de vocês. - interrompeu Dominik que logo voltou a tentar falar algo mas deixou de lado e só prestava atenção em seu irmão que era uma das poucas pessoas que o acalma com uma boa prosa. - Eu sirvo à minha mãe, meu pai, meu irmão, essa família e não à Abnegação. Não vou mais delongar até onde pretendo chegar: se seu nome for citado naquele lugar logo ali, como abnegado eu irei em seu lugar.

O menino relutaria para que ele tirasse essa ideia da cabeça mas assim que abriu a boca e moveu um só dedo ele se despertou com tal desespero e preocupação com a ideia.

Esfregando seu olho com um dedo ele se sentou na beira da cama e fitou o chão por alguns segundos, logo tomando conta de si e do sonho e disparando atrás de seus familiares que uma hora dessas provavelmente já estavam de pé. Descendo as escadas Dominik encontra com seu irmão comando algo provisório para o evento que não seria rápido enquanto sua mãe se arrumava.

— Tão tranquilos? - perguntou vendo eles calmamente fazendo algo.

Ambos o olharam meio estranho sem entender e ele bufou vendo a despreocupação com o horário. Levantou sua mão até o relógio e depois o dedo.

— Hm!? - Jon resmungou ao parar de mastigar e sorriu entendendo a situação. - São 19:47. - afirmou fazendo com que ele se virasse pro relógio que só comprovou tal afirmação.

Se virando para janela não via luz e sim o negro do céu que começava se formar para receber estrelas daquela noite de temperatura amena mas com um pequeno vento como o da tarde suficiente para mover os galhos carregados de folhas dumas árvores ou outras. Arfando o garoto sai de lá atravessando a porta e olhando em volta onde algumas pessoas voltam pras casas e poucas outras de diferentes facções transitavam por lá.

Passou direto rumo à praça onde amanhã estaria reunida toda a cidade, ele anda até determinado banco entre duas árvores finas e altas. Se senta, olha para um lado, pro outro no qual seria feito o sorteio e é nesse momento que um garoto de vestimentas de cores alegres e despojadas chega e se senta ao seu lado sorrindo.

— Nem ouse. - logo disse - Não pense você que logo na segunda colheita pode ter seu nome lido por aquela extravagante e diva mulher da Capital. É, ela tem mesmo estilo, mas enfim... Olha aí, quantas pessoas na sua facção - ele disse, sorrindo, alegre e descontraindo tentando que seu aparente amigo ficasse no mesmo ritmo e humor. - Sua família não é a única e ninguém tem esse azar se ter seu nome sorteado logo na segunda participação. Fala sério! - disse gesticulando com a mão, extrovertido. - Você não vai pra arena.