P.O.V. Caroline.

Então para piorar a Matty nos apresentou ao Lorde Edward Gracey dono da Mansão. Assim que eu encostei na mão dele eu sabia que estava certa.

—Meu Deus!

—Você está bem Caroline?

—Ele...ele... tá morto. Ele tá morto.

Eu abracei a Melissa mais perto.

—Que besteira! Não seja rude.

—Ele tá morto! Morto, tipo, morto mesmo!

—Eu tenho um problema hereditário de saúde que faz as minhas mãos serem muito geladas. Senhorita Bishop.

—É? Qual é o seu nome?

—Edward Gracey. É um prazer conhecê-la.

—Igualmente.

Eu disfarcei e fingi que engoli aquela historinha pra boi dormir.

Nós fomos para os nossos quartos e eu fiz questão de dividir o quarto com a Melissa.

Quando ela finalmente dormiu, eu levantei sorrateiramente e sai do quarto. Fui até a lareira e peguei um dos atiçadores.

—Ferro puro mané.

—Também sofre de insônia?

Eu me virei e apontei o atiçador pra ele.

—Sabe o que é isso? Sabe o isso faz com você, alma penada?

—Você soube. No segundo em que encostou em mim você soube.

—Tá. Vai me dizer o que aconteceu? Eu quero saber, quero saber exatamente o que aconteceu, quando aconteceu e porque.

—Eu sou Lorde Edward Gracey. E eu já fui feliz um dia, essa mansão nem sempre foi assim, ela era cheia de vida, festas, bailes, conversas animadas e acima de tudo... amor. O sobrenome Gracey era de grande importância. O mundo era nosso.

—Nada dura pra sempre. Nada deveria durar pra sempre, não nesse plano. Deixa eu adivinhar, algo deu errado.

—Sim. Foi ela. Elizabeth. É a história dela que vive assombrando essas paredes.

—Assim como você. Mas, continua.

—Ela morreu aqui, nesta casa. Ela era tão jovem, e linda. Ela era apaixonada por mim e eu por ela.

—Então é por isso que você não é como os outros espíritos que eu já encontrei. Não está aqui por causa de vingança.

—E eu a amava, mais do que a amava a minha própria vida. Mas, éramos de mundos diferentes e não podíamos ficar juntos.

—E como ela morreu?

—Acabou com a própria vida. Se envenenou. Eu ainda sinto o corpo sem vida dela nos meus braços. Quando a encontrei, o corpo ainda estava quente.

—Eu sinto muito.

—Depois disso, minha vida tornou-se insuportável. Então, sozinho, sem esperança, sem amor e sem... a minha Elizabeth... eu enforquei-me.

—Jesus!

—Permaneci aqui. Vagando por entre essas paredes, esperando que ela um dia retornasse e pudéssemos em fim ficar juntos novamente.

P.O.V. Edward.

Ela sentou-se na ponta da poltrona e fez um rosto pensativo.

—Tem alguma coisa errada. Alguma coisa que não se encaixa, há algo faltando. O meu sexto sentido tá apitando mais do que sirene de polícia.

—Sirene de polícia?

—Deixa pra lá. O fato é... que essa história tá muito mal contada. Além do mais, porque estamos aqui? Como estamos envolvidos nessa confusão?

—Não estão. Você está.

—Eu?! Pelo amor de Deus! Nunca nem ouvi falar de ninguém chamado Gracey! Nunca houve nenhuma menção da sua família em nenhum dos grimórios ou diários que eu herdei e tem muita história pra contar. E há algo de maligno nesse lugar. Uma maldição. Será que alguma Bishop fez isso com você? Bom, todo o feitiço ou nesse caso maldição tem uma brecha. Só temos que encontrá-la.

—Uma brecha? Não, você não...

—Aquele seu mordomo, Ramsley. Ele me dá arrepios! Aposto que tá envolvido. É muito difícil alguma coisa me assustar, mas aquele seu mordomo... me dá calafrios. Isso tem que ser um mau sinal.

—Ramsley pode ser um pouco intimidante, mas ele é um bom homem.

—Não. Não é. Temos que fazer alguma coisa, que achar alguém que saiba o que fazer.

P.O.V. MacGyver.

Eu resolvi abrir a janela e vi. Eu vi todos eles. Fantasmas. Montes de fantasmas.

—Ela tava certa. Ele tá morto. E não tá sozinho.

Fui avisar os outros.

P.O.V. Edward.

Eu a levei até o sótão.

-Esse teria sido o vestido de casamento dela.

—É lindo. Devia estar super na moda alguns séculos atrás.

—Teria sido ainda mais lindo se ela tivesse usado-o. Mas, agora... ele é apenas uma vaga lembrança... do que poderia ter sido.

—Não foi sua culpa. Se Elizabeth escolheu se matar, não foi sua culpa. Foi escolha dela. Mas, se ela era tão feliz e tão apaixonada... porque iria querer morrer? Tá acompanhando meu raciocínio senhor Gracey? Não acho que ela tenha se suicidado. Não tinha motivos para fazê-lo. Quando alguém está tão... apaixonado assim, tão feliz, a última coisa que a pessoa vai querer é morrer. E ela não pensa racionalmente, acredite.

—Quando se ama alguém, tão profundamente assim... ela nunca lhe deixa. Permanece em seu coração para sempre.

—Eu imagino. Mas, a coisa da maldição, temos que resolver. Alguma ideia de por onde começar?

Quando eu lhe revelei que acreditava que ela era Elizabeth, a senhorita Bishop disse que não era. Ela não se lembrava.

—Olha, vamos quebrar essa bosta de maldição e você e a Elizabeth que não sou eu. Vão ficar juntos pra sempre.