P.O.V. Nick.

Nós trouxemos a garota para ser interrogada.

—Então, o que foi que aconteceu?

—As coisas que as mães fazem pelos seus filhos.

—Era sua festa de aniversário não era?

—Era.

—Hank? Você está bem?

—Me desculpe. Não é algo que eu possa controlar. O senhor deveria sair, da sala detetive. Quanto mais tempo ficar na minha presença, pior será. Logo, começarei a afetá-lo também. E considerando que você é um ser sobrenatural que eu não reconheço... talvez reaja diferente.

—Um ser sobrenatural?

Ela assentiu.

—Você conhecia a vítima?

—Não. Só sei que era o pai do Charlie e que o nome dele era Valentim.

—Charlie?

—Charles Monoham.

Ela começou a ficar cada vez mais fraca, era como se pouco a pouco começasse a se exaurir.

—Que tipo de Wessen é você?

—Wessen? Então, você é um Grimm. Grimms, os caçadores mais talentosos e mais adaptáveis já criados. Força sobrenatural, a capacidade de... se adaptar a qualquer... infecção sobrenatural, moldar a doença... á seu benefício e... passar estas adaptações á diante. Reflexos inumanos. Cada geração, mais potente do que a... anterior.

Então, ela desmaiou.

—Alguém chame um paramédico!

A porta voou longe.

—Não. Não faça isso. Os médicos mundanos não vão compreender o que está acontecendo com ela, a primeira coisa que os idiotas farão é injetar adrenalina e isso pode matá-la.

O garoto de olhos vermelhos a carregou.

—A quanto tempo ela está aqui?

—Algumas horas?

—Horas?! E ela tomou o remédio?

—Remédio?

—Imbecis! Vai ficar tudo bem, querida. A mamãe não vai deixar nada acontecer com você. Ela precisa se alimentar e tomar o remédio, se não... ela morre.

—Se alimentar?

—Não pensem besteira disso.

Ela beijou a filha. Na boca. E o rosto da menina, o corpo inteiro ficou cheio de veias. As veias meio que invadiram o rosto da mãe.

—Senhora MacGyver!

A mulher caiu no chão. Os olhos arregalados.

—Mãe? Mamãe? Mamãe! Não! A minha mãe!

—Ela tá morta?

—Não. Mas, está quase lá. Melissa sugou tanto da energia vital da mãe que o corpo da Caroline não tem força pra voltar sozinho.

Disse o rapaz de olhos vermelhos.

A menina estava chorando desesperadamente.

—Mamãe.

—Temos que levá-la para o hospital.

—Não. Não podem. Os médicos não vão entender o que está acontecendo com ela, a primeira coisa que vão fazer é injetar adrenalina. E isso pode matá-la, precisamos da tia Peggy. Ela é médica, mas ela é uma de nós. Eu preciso de ajuda pra salvar a minha mãe.

Chamaram a tal médica e levaram a mulher na ambulância com a filha junto.

Depois de pesquisar nos livros, não achei nenhuma descrição correspondente.

—Nick. O que aconteceu?

—Que tipo de Wessen, consome energia vital?

—Que eu saiba, nenhum.

Disse o Monroe e eu falei:

—A menina, tinha veias pelo corpo todo. Não eram bem veias, era subcutâneo, a mãe disse que ela tinha que se alimentar e tomar o remédio se não a menina morreria. Então, ela beijou a filha na boca e as veias se espalharam...

—Meu Deus! A menina não é Wessen. Ela é um ser sobrenatural. E um ser sobrenatural extremamente raro. Uma súcubo. Pelo amor de Deus Nick!

—Uma súcubo?

—Sim. Baseado na descrição e no que ela fez. Deve ser horrível, digo eu só ouvi falar delas, porém a maioria delas... se suicida.

—Se suicida?

—É. As súcubos, assim como os Ziegevolk secretam uma substância que deixa os homens e se ela for forte o suficiente, até algumas mulheres com desejo sexual. As súcubo são uma mistura de Ziegevolk com Musai.

—Mas, porque elas se suicidariam?

—O amor delas é uma sentença de morte para o objeto de sua afeição. Elas acabam, matando alguém com um simples beijo. Um beijo. O beijo da morte. Elas o usam para se alimentar, sugar a energia vital e sexual do indivíduo.

—E como isso funciona exatamente?

—Bom, pelo pouco que eu sei. O problema das súcubo está em controlar o seu fluxo de energia vital e quando a energia delas fica baixa demais... elas recorrem a outros para se alimentar e repor o que foi perdido.—Rosalie

—A mãe falou que a menina tinha que tomar um remédio.—Nick.

—Eu fiquei sabendo de um boato, mas nunca me ocorreu que seria verdade.—Rosalie

—Que boato?—Nick.

—Há uma bruxa. Ela usa erva do diabo para impedir que o corpo se volte contra si mesmo. Ajuda pacientes com câncer. Talvez, funcione em súcubos também.—Rosalie.

—Então, súcubos não são Wessen?—Nick.

—Não.—Rosalie.

—E não são monogâmicas?—Nick.

—Elas podem até tentar, mas geralmente não funciona. Elas precisam se alimentar. Não é o prazer da conquista e nem nada disso, é simplesmente comer.—Rosalie

—Uma súcubo poderia se alimentar da própria mãe?

—Se a mãe não for igual a ela, é possível. Digamos que esse ser sobrenatural não é muito apegada ás regras da sociedade e elas sentem prazer em atrair os homens. Eu sei que eu sentiria. Mas, quem é essa súcubo?—Rosalie.

—Melissa MacGyver.

—Isso não faz sentido. Se a mãe não é súcubo o gene tem que ter vindo da família do pai ou pulou a mãe. O que é extremamente raro.—Rosalie.

Eu voltei pra casa. Dei boa noite para a Adalind e dormi.

Acordei e me virei para abraçar a Adalind, porém a pessoa ao meu lado tinha os cabelos ruivos.

—Juliette?

Não, o cabelo da Juliette era mais ruivo. Esse era castanho arruivado. A mulher estava usando uma camisola de seda branca longa, mas de alças então, virou-se para mim.

—Melissa?

—Olá meu doce Grimm. Você tem os olhos azuis mais lindos que eu já vi, poderia mergulhar neles, nadar neste mar para sempre.

Ela subiu encima de mim, baixou as alças da camisola e esta caiu.

—Porque você não me ama? Porque você não me possui? Você sabe que você quer.

Então, eu acordei.

—Nick? Amor, o que aconteceu?

—Acho que eu preciso de um remédio.

—Porque? Tá sentindo alguma coisa?

Adalind tocou a minha testa.

—Nossa você tá quente, mas não tá com febre.

—Vou te levar ao hospital.

—Eu preciso da Rosalie.

—Rosalie?

—Teve uma ocorrência na delegacia. Primeiro eu achei que ela fosse Wessen, mas ela não é.

—Tenta descansar. Ficar com esse nervoso só vai piorar tudo.

Eu dormi, mas noite após noite os sonhos pioraram. Começou com ela só... tirando a roupa e agora chegou á ponto da consumação. Vou ficar maluco.

—Nick? O que tá acontecendo?

—Ele fica tendo sonhos eróticos. Eu falo pra ele que é normal, mas...

—Não é você que tá no meu sonho Adalind. É a Melissa.

—Melissa? Quem é essa tal de Melissa?

—Espera, ai... Aquela Melissa?

—Essa mesma.

—Meu Deus! Poderosa o suficiente a ponto de afetar um Grimm? Agora eu to com medo.

—Quem é essa Melissa?

—É só uma menina.

—Que por acaso é uma súcubo, cara.

—Os sonhos estão piorando. E eu tenho que descobrir quem matou o tal Valentim.

—E o que isso tem a ver com a súcubo?

—Ela é testemunha.

—Ah, cara isso não é bom. Quanto mais ficar na presença dela mais isso vai piorar. Por causa dos feromônios.

—E o pior é que...acho que ela é menor de idade. É só uma menina.

—Para estar manifestando os seus poderes de súcubo, ela já atingiu sua maturidade física e biológica. Ás vezes ela nem tem consciência do próprio poder.

—Ela sabia que estava afetando o Hank na sala de interrogatório.

—Mas, acho que não sabe que está afetando você.

—Melissa sabia que eu era um Grimm.

—Vai ver que a garota pensou que você era imune. Por ser um Grimm.

—Vou aprender o que puder sobre súcubos e...

A mulher entrou na loja.

—Olá, como posso ajudar?

—Eu preciso destes ingredientes.

—Você. É a mãe da Melissa.

—E você é o policial. Eu sinto a magia no seu sangue. Mas, bruxo você não é.

—Eu sou um Grimm.

—Uau! Eu sou Caroline Bishop MacGyver.

—Bishop? Você é uma bruxa Bishop?

—Sim.

—Descendente de Brigett Bishop?

—Direta infelizmente.

—Você não é súcubo é?

—Não. Eu temo que esta característica em particular tenha vindo do pai biológico da minha filha.

—Ai Meu Deus! Você é a Caroline, a Virgem!

—Sim. Sou eu.

—Então, você não faz ideia de quem seja o pai biológico da Melissa?

—Nenhuma.

—Caroline, a Virgem?

—A médica errou. Ao invés de me fazer um papa-nicolau, ela me inseminou. E então... eu fiquei grávida e... Melissa!

—Ela nunca tinha manifestado...

—Não. Só poderes de bruxa. Mas, depois da elevação começaram a aparecer as células súcubus paramore.

—Elevação?

—Toda bruxa ao fazer dezesseis anos passa pela elevação. Ela destranca todo o seu Poder.

—Eu pensei que fosse um mito.

—Ritual da colheita também.

—Ai Meu Deus! Você já...

—Não. Eu jamais seria capaz de uma barbárie desta.

—Ritual da Colheita?

—Algumas bruxas trabalham com magia ancestral e... elas sacrificam jovens, suas próprias jovens filhas e depois elas são trazidas de volta. As meninas são degoladas. Conheci uma que sobreviveu. Aquela coisa funciona, só que todo aquele Poder que deveria voltar para a terra ficou dentro dela. Ninguém foi feito para conter tanta magia. A criança começou a sofrer efeitos, passar pelos quatro estágios da Colheita e teve que ser sacrificada.

—Meu Deus! Nick? Você está bem?

—Eu reconheço você também.

—O que?