Marik: Ei Fluffy! Quer pipoca? - diz sorrindo largamente enquanto empurrava uma bacia na cara do albino. Bakura afastou a bacia bufando.

Bakura: Não Marik. Eu não quero pipoca. - ele diz secamente apertando o play.

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Yu Gi Oh! apresenta: A Roupa Nova Do Imperador

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Se entre olharam com sobrancelhas erguidas em silêncio.

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Era uma vez um faraó...

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Bakura e Marik: NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!!!!!!!! - ambos gritam em uníssono.

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...tão exageradamente amigo de roupas novas, que nelas gastava todo o seu dinheiro. Ele não se preocupava com seus soldados, com o teatro ou com os passeios pela floresta, a não ser para exibir roupas novas. Para cada hora do dia, tinha uma roupa diferente. Em vez de o povo dizer, como de costume, com relação a outro rei: "Ele está em seu gabinete de trabalho", dizia "Ele está no seu quarto de vestir".

A cidade onde ele vivia era muito gay.

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Bakura: Assim como o faraó... - diz casualmente com o rosto apoiado nas mãos.

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Um dia, chegaram hóspedes estrangeiros ao palácio. Entre eles havia dois trapaceiros chamados Bakura e Marik. Apresentaram-se como tecelões e gabavam-se de fabricar os mais lindos tecidos do mundo. Não só os padrões e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam aptas para os cargos que ocupavam.

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Marik: Gosto de como isso soa. - disse sorrindo.

Bakura: Odeio admitir isso, mas tenho que concordar com você.

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- Essas fazendas devem ser esplêndidas - pensou o faraó - Usando-as poderei descobrir quais os homens, no meu reino, que não estão em condições de ocupar seus postos, e poderei substituí-los pelos mais capazes... Ordenarei, então, que fabriquem certa quantidade deste tecido para mim. - Pagou a Marik e Bakura uma grande quantia, adiantadamente, para que logo começassem a trabalhar.

Eles trouxeram dois teares nos quais fingiram tecer, mas nada havia em suas lançadeiras. Exigiram que lhes fosse dada uma porção da mais cara linha de seda e ouro, que puseram imediatamente em suas bolsas, enquanto fingiam trabalhar nos teares vazios.

- Eu gostaria de saber como vai indo o trabalho dos tecelões. - pensou o faraó. Entretanto, sentiu-se um pouco embaraçado ao pensar que quem fosse estúpido, ou não tivesse capacidade para ocupar seu posto, não seria capaz de ver o tecido.

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Bakura: Oh, sim. Você não esta apto para o cargo de faraó! - diz sorrindo presunçosamente.

Marik: Sim! Eu deveria estar ocupando esse cargo!

Bakura: Claro Marik... Com certeza... - revirou os olhos.

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Ele não tinha propriamente dúvidas a seu respeito, mas achou melhor mandar alguém primeiro, para ver o andamento do trabalho.Todos na cidade conheciam o maravilhoso poder do tecido e cada qual estava mais ansioso para saber quão estúpido era o seu vizinho.

- Mandarei meu velho ministro, Shimon, observar o trabalho dos tecelões. Ele, melhor do que ninguém, poderá ver o tecido, pois é um homem inteligente e que desempenha suas funções com o máximo da perfeição. - resolveu o faraó.

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Marik: Quem é Shimon?

Bakura: Um velho que não desgrudava do faraó... Ele se parece com o avô do hikari anão. - responde casualmente.

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Assim sendo, mandou o velho ministro ao quarto onde os dois embusteiros simulavam trabalhar nos teares vazios.

- "Deus nos acuda!!!" - pensou o velho ministro, abrindo bem os olhos - "Não consigo ver nada!" - não obstante, teve o cuidado de não declarar isso em voz alta.

Os tecelões o convidaram para aproximar-se a fim de verificar se o tecido estava ficando bonito e apontavam para os teares. O pobre homem fixou a vista o mais que pode, mas não conseguiu ver coisa alguma. - "Céus!" - pensou ele. "Será possível que eu seja um tolo? Se é assim, ninguém deverá sabê-lo e não direi a quem quer que seja que não vi o tecido."

- O senhor nada disse sobre a fazenda. - Marik queixou-se.

- Oh, é muito bonita. É encantadora!! - respondeu o ministro, olhando através de seus óculos - O padrão é lindo e as cores estão muito bem combinadas. Direi ao rei que me agradou muito.

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Marik: Esse velho é louco! - exclama.

Bakura: Sim, sempre foi e sempre será.

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- Estamos encantados com a sua opinião. - responderam os dois ao mesmo tempo e descreveram as cores e o padrão especial da fazenda.

O velho ministro prestou muita atenção a tudo o que diziam, para poder reproduzi-lo diante do rei. Os embusteiros pediram mais dinheiro, mais seda e ouro para prosseguir o trabalho. Puseram tudo em suas bolsas. Nem um fiapo foi posto nos teares, e continuaram fingindo que teciam.

Algum tempo depois, o faraó enviou outro fiel oficial, Mahado, para olhar o andamento do trabalho e saber se ficaria pronto em breve.

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Marik: Hmm... Esse cara não me é estranho... - diz com um dedo no queixo parecendo refletir.

Bakura: Porque esse cara é o Mago Negro. - diz tomando a bacia de pipoca das mãos do loiro. Os olhos lavandas crescem um pouco e ele nem se importa com o roubo da sua pipoca.

Marik: Como isso aconteceu!?

Bakura: Longa historia... - diz de boca cheia.

Marik: Ei! Minha pipoca!

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A mesma coisa lhe aconteceu: olhou, tornou a olhar, mas só via os teares vazios.

- Não é lindo o tecido? - indagaram Bakura e Marik, e deram-lhe as mais variadas explicações sobre o padrão e as cores.

- "Eu penso que não sou um tolo." - refletiu o homem. "Se assim fosse, eu não estaria à altura do cargo que ocupo. Que coisa estranha!!" - pôs-se então a elogiar as cores e o desenho do tecido.

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Bakura: "- Sim! Você não esta apto para o Anel do Milênio! - o vigarista chamado Bakura disse, Mahado entregou a ele assim como todos os outros oficiais. E depois ele pode libertar Zorc e se tornou todo poderoso!" - diz orgulhosamente com um punho erguido no ar.

Marik: Quem é Zorc? - pergunta pegando sua bacia de volta aproveitando que Bakura estava distraído rindo histericamente ao seu lado.

Bakura: Isso não é da sua conta. - responde seriamente.

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Todos na cidade não falavam noutra coisa senão nessa esplendida fazenda, de modo que o faraó, muito curioso, resolveu vê-la, enquanto ainda estava nos teares. Acompanhado por um grupo de cortesões, entre os quais se achavam os dois que já tinham ido ver o imaginário tecido, foi ele visitar os dois astuciosos impostores. Eles estavam trabalhando mais do que nunca, nos teares vazios.

- É magnífico! - disseram os dois altos funcionários do faraó - Veja Majestade, que delicadeza de desenho! Que combinação de cores! - apontavam para os teares vazios com receio de que os outros não estivessem vendo o tecido.

O faraó, que nada via, horrorizado pensou - "Serei eu um tolo e não estarei em condições de ser faraó? Nada pior do que isso poderia acontecer-me!"

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Marik: Sim, as duas coisas juntas. Então, por que você simplesmente não entrega sua coroa e seu enigma e poderei chamar meu yami para te matar... Quero dizer, te abraçar. - diz num tom inocente fazendo Bakura revira os olhos.

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Então, bem alto, declarou - Que beleza! Realmente merece minha aprovação!! - por nada neste mundo ele confessaria que não tinha visto coisa nenhuma.

Todos aqueles que o acompanhavam também não conseguiram ver a fazenda, mas exclamaram a uma só voz - Deslumbrante!! Magnífico!! - aconselharam eles ao faraó que usasse a nova roupa, feita daquele tecido, por ocasião de um desfile, que se ia realizar daí a alguns dias. O faraó concedeu a cada um dos tecelões uma condecoração de cavaleiro, para seu usada na lapela, com o título "tecelão oficial do reino".

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Marik: Não quero ser tecelão oficial! Eu quero ser o faraó!!! - infantilmente cruzando os braços e bufando.

Bakura: E eu quero ser um deus! Eu estava tão perto... Maldito faraó que se recusou a ajoelhar-se diante de mim... - diz num murmuro.

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Na noite que precedeu o desfile, os embusteiros fizeram serão. Queimaram dezesseis velas para que todos vissem o quanto estavam trabalhando, para aprontar a roupa. Fingiram tirar o tecido dos teares, cortaram a roupa no ar, com um par de tesouras enormes e coseram-na com agulhas sem linha. Afinal, disseram - Agora, a roupa do rei está pronta.

Sua Majestade, acompanhado dos cortesões, veio vestir a nova roupa. Os tecelões fingiam segurar alguma coisa e diziam - Aqui está a calça, aqui está o casaco, e aqui o manto. Estão leves como uma teia de aranha. Pode parecer a alguém que não há nada cobrindo a pessoa, mas aí é que está a beleza da fazenda.

- Sim! - concordaram todos, embora nada estivessem vendo.

- Poderia Vossa Majestade tirar a roupa? - propuseram os embusteiros - Assim poderíamos vestir-lhe a nova, aqui, em frente ao espelho.

O rei fez-lhes a vontade e eles fingiram vestir-lhe peça por peça.

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Marik: Como assim!? - exclama exasperado - Temos que tocar o faraó nu!? Não obrigado!

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Sua majestade virava-se para lá e para cá, olhando-se no espelho e vendo sempre a mesma imagem, de seu corpo nu.

- Como lhe assentou bem o novo traje! Que lindas cores! Que bonito desenho! - diziam todos com medo de perderem seus postos se admitissem que não viam nada.

O mestre de cerimônias anunciou - A carruagem está esperando à porta, para conduzir Sua Majestade, durante o desfile.

- Estou quase pronto, respondeu ele. Mais uma vez, virou-se em frente ao espelho, numa atitude de quem está mesmo apreciando alguma coisa.

Os camareiros que iam segurar a cauda, inclinaram-se, como se fossem levantá-la do chão e foram caminhando, com as mãos no ar, sem dar a perceber que não estavam vendo roupa alguma. O rei caminhou à frente da carruagem, durante o desfile.

O povo, nas calçadas e nas janelas, não querendo passar por tolo, exclamava - Que linda é a nova roupa do rei! Que belo manto! Que perfeição de tecido! Nenhuma roupa do rei obtivera antes tamanho sucesso!

Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo muito estranho e gritou - Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!

O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar - Ele está nu! Ele está nu!

O faraó, ao ouvir esses comentários, ficou furioso por estar representando um papel tão ridículo! O desfile, entretanto, devia prosseguir, de modo que se manteve imperturbável e os camareiros continuaram a segurar-lhe a cauda invisível.

Quanto aos dois supostos tecelões, desapareceram misteriosamente, levando o dinheiro e os fios de seda e ouro.

Colori, colorado, esta o conto acabado!

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Marik e Bakura estavam rindo histericamente se dobrando sobre seus estômagos.

Marik: Gostaria que, pelo menos, essa historia fosse real... - diz entre o riso.

Bakura: Imagina só a reação do faraó estúpido...

Eles estavam rindo tanto que nem se deram conta que estavam muito próximos um do outro, mas quando perceberam pararam de rir no mesmo instante e se afastaram como tivessem tocado fogo, fazendo toda a pipoca cair no chão.