Bakura volta com outra bacia de pipoca e duas latas de refrigerante, ele se senta silenciosamente no sofá ao lado de Marik e sem uma palavra o loiro aperta o play.

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Yu Gi Oh! apresenta: O Gato De Botas

Um moleiro, que tinha três filhos, Rishid, Ishizu e Marik...

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Marik: Finalmente eu sou homem!

Bakura: Você sabe que isso soa como se você mudou de sexo não é?– diz com descaso.

Marik: O quê!? Eu nunca mudei de sexo! Eu sou homem e sempre fui!– exclama irritado, mas o albino o ignora parecendo pensativo.

Bakura: Isso explicaria muita coisa... As jóias, a maquiagem, as roupas, a aparencia feminina... – diz casualmente.

Marik: Eu não sou e nunca fui uma garota!

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...repartindo à hora da morte seus únicos bens, deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seu burro; e ao mais moço apenas um gato, chamado Bakura.

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Bakura: Eu não sou um gato! – exclama exasperado.

Marik: Isso vai ser divertido! Tu és o meu gato, Fluffy!– diz animadamente.

Bakura: Marik, eu acho que te avisei o que aconteceria se me chamasse assim novamente.– rosna tirando uma faca sabe-se lá de onde e avança sobre Marik.

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Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança - Meus irmãos vão viver com facilidade, mas e quanto a mim? Logo morrei de fome.

O gato, Bakura, que estava ouvindo tudo, saiu do armário que estava escondido e lhe disse:

– Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.

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Marik: Ouviu Bakura? Você saiu do armário. Você devia fazer isso na vidad real.– diz enquanto corria em volta do sofá tentando escapar de Bakura e da faca.

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Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira.

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Bakura: Eu não sou um gatinho! Marik pare e desligue esse filme!

Marik: Não! Você só quer que eu fique parado para me cortar!

Bakura: Marik eu não quero te cortar!

Marik: Então por que você esta me perseguindo com uma faca?

Bakura: Porque eu vou te esfaquear!– sorri presunçosamente.

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Quando ali chegou, Kura de Botas, abriu o saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto. Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, Akefia, dizendo-lhe:

– Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso.

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Bakura: Por que é sempre ele!? Quando vai ser minha vez de ser o rei!?– exigia enquanto cotinuava a perseguir o egípcio.

Marik: Talvaz quando você parar de correr atrás de mim?– sugere erguendo as sobrancelhas.

Bakura: Tudo bem... Já esta ficando chato mesmo...

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– Coelho?! - exclamou o rei. - Que bom! Gosto muito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanhar nenhum. Dize ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sinceros agradecimentos.

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Bakura: Espera! Espera!– diz abruptamente - Meu o quê!? Eu não tenho um amo!

Marik: Sim, você tem. E sou eu, Marik Ishtar Sebastian O Terceiro!– diz orgulhosamente.

Bakura: Marik, você quer ser perseguido novamente?

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No dia seguinte, Kura de Botas apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contente que mandou logo preparar a sua carruagem e, acompanhado pela princesa, sua filha, Ryou, dirigiu-se para a casa do nobre súdito que lhe tinha enviado tão preciosas lembranças.

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Marik: Há! Agora seu hikari é uma garota! Isso faz muito mais sentido do que eu ser uma!

Bakura: E o que exatamente você quer dizer com isso?– estreita os olhos.

Marik: Ele parece uma menina. Ele é fraco e delicado.

Bakura: E você não é?– pergunta erguendo uma sobrancelha.

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O gato foi logo ter com o amo:

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Bakura: Eu não sou um gato!

Marik: Você vai dizer isso cada vez que a palavra gato for mencionada?

Bakura: Provavelmente...

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– Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, onde poderás tomar um bom banho.

O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagem real, disse-lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo de uma pedra e se lançasse à água. Acabava o moço de desaparecer no rio quando chegaram o rei e a princesa.

– Socorro! Socorro! - gritou o bichano.

– Que aconteceu? - perguntou o rei.

– Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás! - disse o gato. - Meu amo está dentro da água e sentirá câimbras.

O rei, Akefia, mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a pouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando jovem. Marik se vestiu e ficou tão bonito que a princesa, assim que o viu, dele se enamorou.

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Bakura gargalhava enquanto Marik soltou um grunhido frustrado.

Marik: Cale a boca ou eu vou te castrar!

Bakura: Vamos Marik, você nunca faria isso.

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O rei também ficou encantado e murmurou:

– Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço.

O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à frente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:

– O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes campos pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar como carne para almôndegas.

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Bakura: Isso soa como algo que eu diria... Mas ainda assim eu não sou um gato!

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De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas, os lavradores responderam-lhe:

– Do muito nobre marquês de Carabás.

– Com a breca! - disse o rei ao filho mais novo do moleiro. - Que lindas propriedades tens tu!

Marik sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha:

– Eu também era assim, nos meus tempos de moço.

Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo e lhes fez a mesma ameaça:

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Bakura: Eu não sou um gato! Quando vão entender isso!?

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– Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquês de Carabás, faço picadinho de vocês.

Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quem era todo aquele trigo, responderam:

– Do mui nobre marquês de Carabás.

O rei ficou muito entusiasmado e disse a Marik:

– Ó marquês! Tens muitas propriedades!

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Marik: Sim! Eu sou rico e você é um gato!– aponta para Bakura.

Bakura: Marik eu não sou a droga de um gato!

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O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um espesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual vivia um ogro, chamado Seto Kaiba, que era o verdadeiro dono dos campos semeados. O gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu:

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Bakura: Finalmente alguém tem um papel certo nessa coisa!

Marik: O que quer dizer Bakura? A única pessoa que não esta no papel certo é Ishizu, mas ela ainda continua sendo meu irmão.– coloca um dedo no queixo - Akefia é o rei, Ryou uma garota, Kaiba é rico e você é um gato. Pra mim parece perfeito!– ele conclui sorrindo largamente.

Bakura: Marik... – diz ameaçadoramente, mas o loiro ignora.

Marik: Sim Fluffy?

Bakura: Eu não sou um gato e se você me chamar de fluffy novamente eu juro por Ísis que vou te matar enquanto você estiver dormindo!– Marik simplesmente acena com a cabeça.

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– Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. Dize-me lá: é certo que te podes transformar no que quiseres?

– Certíssimo - respondeu o ogro, e transformou-se num leão.

Kura de Botas ficou tão aterrorizado com a visão de um leão tão perto que ele quase saltou para o telhado.

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Bakura: Eu não sou um gato! E eu não tenho medo de Seto Kaiba! Quando eu me tornar um deus eu destruirei todos vocês!

Marik: ... Bakura do que você esta falando? – pergunta com uma sobrancelha erguida.

Bakura: Eles!– apontou para o nada e o loiro inclinou a cabeça para o lado em confusão.

Marik: Não estou vendo nada Bakura.– diz tentando acalmar Bakura. Colocou as mãos sobre os ombros dele o fazendo se sentar novamente.

Bakura: Claro que você não vê seu idiota! Mas isso não significa que eles não estão lá!– grita apontando novamente para o nada - Eles sempre estão lá...– murmura.

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– Isso não vale nada - disse o gatinho. - Qualquer um pode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?

– É fácil - respondeu o ogro, e transformou-se num rato. O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois naquele momento chegava a carruagem real.

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Bakura: Isso serviu por ser um idiota rico. Originalmente ele foi ainda pior.– diz com desém.

Marik: Originalmente? O que isso quer dizer?

Bakura: Você vai ver quando chegar a hora...

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– Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.

– Olá! - disse o rei - que formoso palácio tens tu! Peço-te a fineza de ajudar a princesa a descer da carruagem.

O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei murmurou-lhe ao ouvido:

– Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.

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Bakura começou a rir novamente, mas Marik o interrompeu.

Marik: Espere! Como se faz aquela magia de se transformar?

Bakura: Marik você realmente é burro não é?

Marik: Ei! E você nunca foi a escola!

Bakura: Mas ainda assim eu posso soletrar e você não.

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Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um esplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na adega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala de jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.

Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e disse-lhe:

– Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço. Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de ti. Por que não a pedes em casamento?

Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi celebrado com a maior pompa.

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Marik: Por que em nome de Rá eu iria pedir Ryou em casamento!?

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Kura de Botas assistiu, calçando um novo par de botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciosos diamantes e se tornou um grande senhor.

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Bakura: Todos sabem que gatos podem se tornar senhores. – diz com desdém.

Marik: Então você admite que você é um gato?

Bakura: Não! Eu apenas... Quer saber? Sim Marik, eu sou um gato!

Marik: Sim! Eu ganhei!– exclama triunfante.

Bakura: E agora você deve me adorar.

Marik: O quê!?

Bakura: Egípcios adoram gatos, agora traga-me algo para comer.– como resposta ele recebeu a bacia de pipoca na cabeça.

Bakura: Marik!– rosnava, mas foi ignorado pelo loiro que ria.

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E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às vezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas por divertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratos para matar a fome...

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Bakura: É isso mesmo! Ratos corram por suas vidas!– gargalhava.