Luz dos olhos

Capítulo 1 - Um simples abraço


Morar no interior de Vitoria não é muito bom quando se tem um sonho!Bom, meu nome é Tomas. Moro em Vila Velha, ES, mas não é o bastante quando se tem um sonho de ser musico. Então, depois de muito pensar, aceitei o convite da minha tia de ir morar no Rio com ela, eu tenho 17 anos e ainda vou cursar o ultimo ano do ensino médio e, por isso, estou indo um pouco antes do natal para conseguir arrumar tudo.

Depois de uma viagem rápida de avião, encontro minha tia a minha espera no aeroporto.

— Tomm! – minha tia vem ao meu encontro, ela insiste em me chamar assim, por causa do nome do meu pai que se chama Tom, bom, eu não cheguei a conhecê-lo porque ele morreu cedo, mas minha família diz que ele foi um homem maravilhoso e que eu pareço muito com ele.

—Tia! – Dei um forte abraço nela. – que saudade!

— Pois é! Vamos logo e mais tarde vamos sair para passear e você conhecer um pouco do Rio.

E então fomos em direção ao carro e não demorou muito até ela entrar em um condomínio de apartamentos grande e estacionou o carro, saímos do carro e ela me ajudou levando o meu violão e entramos numa das torres e chamamos o elevador. Quando a porta se abriu uma garota alta e morena saiu dele com várias malas cumprimentou minha tia, mas não falou muito, pois estava falando ao celular, infelizmente, não consegui ver seu rosto, pois ela estava de óculos escuros e olhou rapidamente para mim. Entramos no elevador e antes da porta do elevador fechar, pude ver que ela botará as malas em uma van, será que aquela garota está para se mudar? Uma pena. Minha tia apertou no 10 e o elevador começou a subir, quando chegou no nosso andar havia um homem na frente do elevador que queria entrar.

— Olá Neide!

— OI Luiz! Depois nos falamos, a Carla está indo passar uns dias com os avos e, como sempre, esqueceu os documentos, tenho que correr, tchau!

—Esses jovens, só não esquecem a cabeça porque está pregada no pescoço.

Entramos no apartamento da minha tia que só são dois por andar, ou seja, aquela garota que encontrei no saguão é minha vizinha e poderíamos até estudar na mesma escola. É melhor esquecer isso um pouco e arrumar as coisas.

Bom, o quarto em que vou ficar é bem maior do que eu esperava, ele tem uma cama Box de casal, um guarda-roupa grande, um espelho, uma escrivaninha, estante para livros e ele é suíte. Apenas deite-me na cama e decidi arrumar tudo depois.

[Carla]

Viajar ouvindo Nando Reis é a melhor coisa que há! Ir para a casa dos avos é muito bom, mas levar bronca do pai antes de sair não é, principalmente quando já se tem 19 anos. Mas isso não importa quando não consigo parar de pensar no garoto que encontrei no saguão, olhei bem seu rosto e nossa, será que ele só veio passar férias com a Neide? Tomara que seja mais que isso!

Depois de umas 5 horas de viagem, chego ao destino, Santos- SP. Passarei aqui, mais ou menos 6 dias e depois voltarei para passar o ano novo no Rio.

[Tomas]

Acordei com algumas batidas na porta, olhei a hora e já eram 18h, ou seja, dormi muito, levantei e fui abrir a porta.

— Ai, Tom! Pensei que não ia acordar hoje, desculpa, mas queria passear um pouco com meu sobrinho favorito!

— Ok, Tia! Em 20 minutos estarei pronto! - Ela concordou com a cabeça e se foi, fechei a porta e fui me arrumar. Como prometido, depois de 20 minutos estava na sala a espera da minha tia e, como minha mãe, ela também demora, mas logo chegou e fomos passear. Minha tia é bem legal e conversa muito e eu gosto disso, ela me incentiva muito com minha música.

Durante o dia ela trabalha e eu fico só em casa, aproveito para compor, passear na praia, ir a piscina e arrumar a casa as vezes, porque eu moro de favor, tenho que ajudar pelo menos nisso.

Já faz 6 dias que estou aqui, ou seja, 6 dias que vi aquela linda morena e ate agora acho que ainda não voltou de viagem como seu pai disse naquele dia e espero que volte logo, hoje já é dia 29 de dezembro e ainda não sei onde passarei o ano novo com minha tia, já que não tenho amigos aqui para passar com eles.

Depois do café decidi passar um tempo lá em baixo, talvez tenha uma inspiração, não sei. Pego o meu violão e desço, passo mais ou menos 30 minutos até que decido subir e quando estou no elevador ouço uma voz feminina , familiar, gritar:

— Segura o elevador – E, sem olhar quem, seguro.

Quando a pessoa entra, olhe e vejo a linda morena ao meu lado e ela sorri e diz:

— Obrigada! – Dessa vez ela não está com óculos e consigo ver seus lindos olhos castanhos.

— De nada – Ela vai apertar no botão e percebe que o 10 já está aceso, então diz.

—Você também mora no 10º?

—É, bom, estou morando com minha tia agora.

— Ah, a Neide, um amor de pessoa ela.

— Pois é

— Desculpa, meu nome é Carla, somos vizinhos.

— Tomas , o prazer é todo meu!

Ate que chegou ao nosso andar e, infelizmente, nos despedimos.

— Então, até mais, Carla.

— Até – E ela foi ate mim e me deu um abraço e eu retribuo, senti seu cheiro e, de verdade, foi um dos melhores que já senti. Depois que saímos do abraço, sorrimos um para o outro e cada um foi para o seu lado.