Luz dos olhos

Capitulo 4 - Porque não eu?


Depois do ocorrido do elevador, eu não estava animada para passar a virada do ano com ele, mas já tinha combinado. Naquele dia, apenas passei o dia deitada ouvindo musica baixinho e não consegui nem saí para jantar. No outro dia acordei tão cedo que o sol estava nascendo e fui arrumar minhas malas, eu só levei poucas roupas, porque minha intenção era ficar até, no Maximo, dia 2. E demorei muito para arrumar e rapidinho deu 7h, o horário marcado para sairmos e a Roberta ia mais tarde com o Diego, ou seja, eu iria sozinha no carro.

— Tô pronta, mãe! – falei saindo do quarto com as malas.

— Ótimo! Desça com suas malas que seu pai e o Tomas estão lá embaixo arrumando as malas no carro. – Parece que quanto mais você quer evitar algo/alguém mais ela aparece na sua vida!

Então, chamei o elevador e desci e, ao entrar no elevador, me veio um monte de lembranças. Meus olhos marejaram e eu apenas passei a mão nos olhos expulsando aquelas lagrimas. Quando as portas abriram, imediatamente Tomas olhou para mim e eu, involuntariamente, olhei para ele. Caminhei até eles sem desviar o olhar.

— Bom dia, pai! – Fui até meu pai e dei um beijo em sua bochecha – Bom dia, Tomas! – Apenas sorri, afinal, não quero chegar perto dele.

— Bom dia, princesa! – disse meu pai abrindo um largo sorriso e me dando um beijo na testa.

— Bom dia, Carla!

Eles continuaram a botar as malas e sacolas na mala do carro, mas a mala estava quase cheia e, provavelmente, eles pretendiam ir num só carro.

— Filha, você poderia ir no seu carro também para ajudar a levar as coisas, afinal, ainda falta muita malas

— Tudo bem, vou pega-lo.

Fui até a garagem e peguei o carro e quando voltei todos já estavam lá embaixo. Então, desci e eles botaram as malas e sacolas na mala do meu carro.

— Filha, o Tomas vai com você para você não ir só, ok? – E nesse momento, acabei de confirmar que “quanto mais você quer evitar algo/alguém mais ela aparece na sua vida! “

— Tudo bem – E o Tomas adentrou no meu carro e comecei a dirigir atrás do meu pai. A viagem não é muito longa, por volta de 1h:30 mins, e o Tomas logo que saímos do nosso bairro perguntou:

— Então, alguém que estava naquele luau vai também?

—Sim, a Roberta e o Diego

— Hm- ele fez uma pausa – E a Alice? – Naquele momento senti o sangue subir na minha cabeça então apertei as mãos no volante e respondi calmamente:

— Ela está em NY

— Sei... E o seu namorado?

— Tá viajando – Menti na cara dura mesmo

— Para aonde?

— França

— Sei...

O transito estava horrível e não foi tão difícil perdemos o carro do meu pai de vista, porém eu sabia mais ou menos o caminho. Quando pegamos a estrada, o transito melhorou e o Tomas continuou calado, quando o olhava de rabo de olho ele sempre estava cantarolando uma musica e isso me fez lembrar quando ele me imitou cantando Tiago Iorc e soltei um risinho, ele olhou para mim com uma cara confusa, mas não questionou.

De repente, o caro parou! Olhei a gasolina, mas estava normal!

— O que aconteceu, Carla?

— Não sei!

— Carla, não acredito que você nos botou para viajar sem gasolina suficiente!

— Não, Tomas! Eu não... – E então lembrei – Foi a bateria! Droga!

— E agora? Liga para alguém! – Peguei meu celular, mas ele estava sem sinal

— Sem sinal

— Droga!

Era o fim! Estávamos no meio do nada e sem celular!

Então decidimos sair e tentar parar algum carro para nos ajudar. Então, peguei o celular e minha carteira e botei o bolso de trás do meu short e o Tomas fez o mesmo. Saímos do carro que estava no acostamento e começamos a pedir para os carros pararem para nos ajudar, mas nenhum parava e eu já estava ficando apreensiva porque há medida que o tempo passava, logo iria ficar a noite e ia ficar bem perigoso para nos dois sozinhos!

Quando deu umas 16h, o transito amenizou e um carro parou, tinha 4 rapazes dois deles desceram e foram direto para mim.

— O que aconteceu, princesinha? – Falou um pegando no meu cabelo. Dei um passo para trás e fechei a cara.

— O carro não ta funcionando. – falei com os dentes cerrados. Até que o Tomas voltou para fora que ele tava dentro do carro e, rapidamente, agarrei o braço dele. Os caras nos encararam e um nos rodeou, logo um apontou a arma, dizendo:

— Passa a chave do carro! Agora! – Disse o que estava segurando a arma

— Vamos! AGORA!

Apenas entreguei a chave e eles entraram e se foram!

— E agora?

— Bom, acho melhor acharmos alguma pousada aqui por perto!

— Verdade!

E fomos andando pelo acostamento até depois de mais ou menos um 1,5k, vemos um motel, bom, não é a nossa melhor opção, mas é a nossa ultima opção! E fomos em direção a ele. Quando chegamos a recepção o tomas pediu um quarto e o cara nos deu uma chave, seguimos ate o quarto e chegando lá. Tinha uma cama enorme, uma TV enorme, um frigobar, a iluminação era bem romântica, tinha uma porta que era um banheiro e nele tinha uma banheira, uma pia cheia de pétalas de rosas, assim como a banheira, no quarto também tinha outra porta que era um tipo de closed nele tinha vários roupões. Peguei um e fui para o banheiro e o Tomas ficou assistindo TV no quarto.

Tomei um banho esplendido de banheira e saí de roupão, afinal, aquela roupa estava suja. Assim que saí o Tomas entrou no banheiro e fiquei assistindo. Não trocamos nenhuma palavra depois que chegamos aqui. Depois de um tempo ele saiu do banheiro SÓ DE TOALHA! E acho que não pude evitar uma boca aberta, porque, como eu já disse, ele é o tipo de garoto que me atraí. Não percebi, mas ele estava se aproximando e seus lábios mexiam, mas eu não prestava atenção até que ele chegou perto demais.

— Carla? Você ta bem?

— Oi? Oi! To sim! Por que?

— Nada não! É que eu ia perguntar se você queria ficar com minha camisa, que é melhor de dormir.

— Não, Tomas! Não precisa! Pode ficar

— Que isso, Carla! Fique! É mais confortável.

Estávamos tão perto, como no elevador e ele foi chegando perto e mais perto, bem mais perto! E dessa vez, não pude evitar. Nós nos beijamos!

Foi um beijo calmo, em que em cada toque dele era como se uma corrente elétrica passasse por mim. Até que caí na real e afastei-o de mim e ele fez uma cara de confuso.

— Carla, qual é o problema comigo? Eu sei que você não tem namorado! Só quero entender porque mentiu para mim!

— Tomas, não é tão fácil assim!

— Claro que é! Nos somos solteiros e eu vejo o desejo em seus olhos.

— Tomas, para!

— Não, Carla! Até você me explicar porque não eu!