Luz dos olhos
Capitulo 3 - Elevador
Depois de uma noite agradável, Alice veio dormir aqui em casa e ela não para de falar do Tomas, o quanto ele é bonito, talentoso e tudo mais! E, sinceramente, não agüento mais!
—Amiga, dá para mudar o cd? Porque ta chato já!
— Ihhhhhhh, virou a Roberta foi?
— Não, mas é que desde que entramos nesse apartamento, você não para de falar nele.
— Serio, amiga? – balancei a cabeça – Desculpaaaa! Tudo bem, podemos falar de outra coisa?
— Okay! Do que você quer falar?
— Hmmm – ela fez uma cara de pensativa e depois começou a falar sobre a Vitoria e o quanto ela é chata o quanto ela não gosta dela e eu tentei prestar atenção, mas brotava na minha cabeça flashs do Tomas tocando violão e cantando, do seu sorriso. – Carla, você ta me ouvindo?
— Oi?
— Carla, eu tava falando aqui e você viajando, mas que sorriso bobo é esse?Em quem estava pensando? – Infelizmente, não podia simplesmente dizer “Tomas” porque ela passou horas falando dele e, com certeza, está a fim dele e não posso atrapalhar isso
— Em ninguém, oras
— Carla, Carla.... – me examinou por um tempo, ainda bem que ela não é a Roberta que, com certeza, saberia quando estou mentindo.
— Vamos dormir? Tô muito cansada! Cozinhei e tudo
— Hmmmm, ta prendada, ein? - Ri dela e não a respondi
Desliguei a luz, me deitei e não consegui dormir. Apenas lembrava do dia de hoje e de um detalhe dele, Tomas! Preciso esquecê-lo, não posso competir com a Alice.
...
Quando acordei, a Alice não estava, tinha apenas um bilhete dizendo que precisou ir logo porque ia viajar para NY passar o ano novo. Hoje é dia 30 e eu não faço a mínima ideia de onde passarei a virada do ano. Terminei de arrumar o quarto, fiz minha higiene e fui tomar café;
— Que horas chegou ontem, filha?
— Bom dia para você também, mãe!
— Ta, mas foi que horas?
— Nossa, parece q eu tenho 15 anos novamente!
— Deixa ela, Suzana!
— Obrigada, paizinho – dei um beijo em sua bochecha e voltei para o meu café. – Então, para onde vamos à virada?
— Bom, depois que você saiu com o Tomas, a Neide nos convidou para ir a casa dela em Angra, você vai com a gente?
— Acho que vai ser bom, vou sim! – VOU PASSAR A VIRADA COM O TOMAS!
Depois do café, saí para comprar roupas, afinal, amo isso! Liguei para a Roberta e ela me acompanhou e também a convidei para ir a Angra e ela só disse que ia se o Diego fosse junto e concorde, afinal, seria bem mais divertido.
Quando terminamos as compras já era umas 16h e fui deixá-la em casa, depois fui direto para casa, subi e, quando entrei em casa percebi que tinha deixado o celular no carro. Quando abri a porta de casa para voltar e pegar o celular, o Tomas saiu do apartamento dele também. Ele estava com uma bermuda, uma camisa preta dos Beatles.
— Boa tarde, Carlinha! – ele veio até mim e me deu um beijo na bochecha
— Olá! – Retribui o beijo e chamei o elevador
— Para onde a Senhorita vai assim tão linda?
— Na verdade, vou só ao carro que eu esqueci o celular lá, acabei de chegar do shopping com a Roberta.
— Sei. – E o elevador chegou, entramos e quando está no entre o 6º e o 5º andar, o elevador para.
— O que está acontecendo?
— Não sei, acho que parou
— E agora, Tomas?
— Temos que esperar ajuda
— Vamos ligar para a portaria, tem celular?
— Não, eu estou só a Padaria, não estou com celular
— Ai, meu Deus! Agora teremos que esperar alguém ligar para lá, pode demorar horas!
— Eu não me importo de passar horas com você aqui
Naquele momento, eu estava apavorada naquele elevador, mas o Tomas fez tudo ficar melhor.
Sentei no chão mesmo e ele também, bem ao meu lado e ficou me olhando um tempo e eu apenas observava de rabo de olho, ate que ele disse, quebrando o silêncio:
— Será que vão demorar muito, Carla?
— Eu não sei, mas tomara que não, porque ta muito quente aqui.
— Verdade! – Daí, o silencio predominou outra vez e não conseguia tirar os olhos dele, mesmo querendo, e fomos aos poucos nos aproximando até ele passou a mão em minha bochecha fazendo com que eu fechasse os olhos ao sentir seu toque delicado até que chegamos tão próximos que senti sua respiração acelerada e roçamos o nariz, mas eu acordei e percebi que não podia fazer aquilo, por mais que eu quisesse! A Alice não merecia! Ela já sofreu tanto pelo Pedro. E me afastei, mas ele continuou com as mãos em minhas bochechas e fez uma careta e disse:
— O que foi?
— Eu.. Eu não posso, Tomas!
— Por que? – Ele franziu a testa
— Eu... – Estava disposta a explicar para ele tomar uma atitude coma Alice, mas ele ia continuar a me tentar se eu dissesse isso, afinal, acho que não acharia motivo – Eu tenho namorado
Ele ficou chocado e apenas se afastou de mim e ficou em silencio até o socorro chegar.
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