Lucie
(Quase) Beijo
– Então... Teremos uma festa hoje... Na casa do Bruno. - Bruno, Bruno, Bruno. - Vai ser super legal, tem uma piscina imensa, você vai amar! Tem jeito de quem ama nadar, certo? - eu assenti. - Então, você pode ir? - Bruno, Bruno, Bruno! Na casa de Bruno!
Eu mal os conhecia, não sabia nada além de suas idades e seus nomes. E que Bruno era um cantor e seu nome verdadeiro era Peter. Apenas!
– C-Claro! - respondi, animada.
– Eu sei que mal nos conhece... - minha expressão de indecisão deveria ser óbvia. Ryan continuou - Mas vai ser legal.
– Tenho certeza que sim. - tentei parecer confiante. – Mas não sei se devo...
– Por favor, vá. – disse Bruno, que remexia em seu copo de uísque, a expressão parecendo triste ao ouvir minhas palavras. Meu coração se acelerou, batendo forte no peito. Eu queria ouvi-lo dizer aquilo de novo, só mais uma vez.
Me fiz de difícil, apesar de saber que minha expressão era de derretimento total.
– Não sei se devo... – repeti.
– Por favor. – ele me cortou novamente, com aquela voz simplesmente perfeita.
Meu coração martelou em meu peito novamente.
Ryan sorriu para Bruno e sussurrou:
– Valeu, bro. – sussurrou alto o bastante para eu ouvi-lo.
Bruno sorriu para Ryan. Depois olhou para mim e sorriu ainda mais. Seus olhos cintilando e suas covinhas aparecendo em cada bochecha.
Me senti estranhamente atraída por ele, querendo tocar suas covinhas agora, querendo seus lábios nesse instante.
O celular de Ryan vibrou.
– É o Dre. – disse Ryan para Bruno. – Já volto. – ele sorriu para mim.
– Dre? – perguntei para Bruno. Ele sentou-se na cadeira no Ryan, que ficava ao meu lado.
– Meu segurança. – ele disse, olhando meus lábios. Olhei para os dele. Mais perto. Por favor.
– Toma. – disse John, colocando o copo entre nós dois. – Seu drink.
Bruno sorriu.
Soltei risinhos baixos, cobrindo minha boca com a mão.
– Obrigado. – disse Bruno.
John sorriu para Bruno, parecendo verdadeiro.
– É só o meu trabalho. – e ficou olhando para o chão. – Se incomodaria de... É... Autografar o meu...
– Claro. – disse Bruno, mostrando as perfeitas covinhas. – Seu? – disse Bruno, fazendo uma cara de interrogação. Coisas passaram pela minha cabeça. Comecei a rir feito uma retardada.
– Meu Doo-Wops & Hooligans. – disse John, enrubescendo.
– Oh, sim. Vai ser um prazer. – Bruno pegou a caneta das mãos de John e assinou seu CD. – Gosta da minha música?
– Sim. – disse John. – Esse não é o meu CD, é o do restaurante. Eu cuido da música aqui. Mas agora é meu. – disse John, os olhos azuis cintilando.
Bruno riu.
– Voltando. – disse ele, bebendo um gole de seu drink de maçã e olhando para mim. – Te espero na festa. Quero muito que você vá. É ótimo que o Ryan tenha conseguido ser o motivo de você ir. Quero você lá. – ele sorriu para mim, parecendo verdadeiro em cada palavra.
– Você é o motivo de eu ir para essa festa. – falei, involuntariamente, automaticamente. Corei, óbvio. Bruno olhava para mim, engolindo em seco de cinco em cinco segundos.
Ele sorriu, mirando meus lábios.
Mirei os dele, delicados, estavam um pouco rosados. Eram carnudos e exalavam um cheiro próprio.
Ouviram-se risadas exageradas do outro lado da porta de metal. Era Ryan, pude perceber.
Bruno pigarreou.
– Desculpe. Você tá com o Ryan e não comigo, isso tá tão errado. – disse Bruno.
– Não! – quase gritei. Ele se afastava de volta para seu banco. – Por favor. – sussurrei.
Sua expressão se amoleceu, e ele permaneceu no lugar.
– De onde você é? – disse Bruno, sorrindo para mim.
– Brasil. – respondi. - E você?
Ele sorriu de ponta à ponta.
– Amo o Brasil! – ele acariciou minha bochecha. – Sou do Hawaii.
– Sim... Eu sei. – disse corando. – Só perguntei porque...
– Eu entendo. – disse ele, sorrindo.
Ele continuou acariciando a minha bochecha, e eu permanecia de olhos fechados, apreciando o carinho.
Ele se afastou.
Abri os olhos lentamente. Bruno sorria para mim.
– Beije-me. – sussurrei para ele, fechando os olhos novamente.
Senti o calor de seu corpo se aproximar do meu. Por favor, me beije!
Ouvi o som de seu sorriso, ele estava mais perto, podia sentir. Tomou minha cabeça em suas mãos. É agora! Ansiei por esse momento desde que o vira escancarar a porta de metal e começar a rir de um jeito tão gostoso. Suas carícias em minha bochecha me deixando tonta.
Ele estava tão próximo... Que eu podia sentir o gosto de seus lábios, mesmo que eles não houvessem tocado os meus.
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