Porém ele regressou e se afastou. Reprimi um grito que queria escapar de meus lábios. Eu o queria, queria mais que tudo.

Abri os olhos. Ryan estava abrindo a porta. Bruno já estava em seu banco, bebendo seu drink e fitando o balcão como se nada tivesse acontecido. Ele olhou para mim, uma expressão de dor. Ele também me queria.

Engoli as últimas três balinhas de goma e enfiei os chicletes no bolso.

- Põe na conta, John. – eu disse.

- Pode deixar. – ele sorriu para mim.

Bruno me olhou mais uma vez. Fica! Li em sua face aquelas palavras.

- Um papel Johnny. – eu disse para ele. – E caneta.

Ele providenciou.

Anotei no papel meu número e meu apelido “Lo”.

Entreguei-o nas mãos macias e quentes de Bruno, me sentando no banco de Ryan.

- Me ligue. Hoje à noite. – e me aproximei dele, precisando de seus lábios selados nos meus. – Bruno. – sussurrei.

Ele sorriu, acariciei suas covinhas e depois acariciei seus cabelos.

Senti sua mão quente em minhas costas.

Fechei os olhos, delirando com cada toque dele, em minhas costas sua mão quente, em minha bochecha, carícias fofas.

- Ele está vindo. Pare, por favor. Não conseguirei me controlar... – Bruno disse, se aproximando mais de mim.

- Não se controle, então! – disse, alto demais. Pousei minha mão em sua perna, mais especificamente em sua coxa. Decidi afastar-me.

Voltei para meu banco.

- É injusto com ele. – Bruno disse.

- Eu sei! – disse, querendo seus lábios ainda nos meus.

- O que aconteceu nesses... 5 minutos de conversa com Dre? – perguntou Ryan, animado.

- Tive 5 minutos de conversa - e carícias e quase-beijos – é... com Bruno. – sorri.

- Legal. – disse Ryan, se sentando em seu banco. – Então... Vamos bro? Vou tomar um banho e ir comprar umas coisas.

- Não... Vou tomar mais uns drinks e cair na piscina. Te vejo depois bro. – disse Bruno batendo em suas costas.

- Ok. – disse Ryan, sorrindo para Bruno. – Tchau Lo. – disse Ryan, me dando dois beijos em cada bochecha.

- Tchau Ryan. – acenei para ele.

Bruno terminou seu drink e pediu a conta.

Agarrou meu braço e me levou para fora do restaurante, minutos depois de Ryan ter saído.

- Bruno? – perguntei, pensando que ele estava alcoolizado.

- Tô bem. – ele disse, sorrindo.

Fomos até piscina do hotel.

Ele arrancou a camiseta e, ficando só de bermuda, pulou na piscina.

- Vem! – ele disse.

Olhei meu relógio. 07h35m.

- Hum, tem horário né? – ele disse triste.

- Dane-se, finjo que fiquei doente. – eu disse, sorrindo.

Ele mostrou os dentes perfeitos.

Tirei o vestido e pulei na água só de sutiã e calcinha.

Nadei com Bruno, até que meus braços ficaram doloridos e eu parecia ter levado pauladas no corpo inteiro.

- Que ótimo. Amo nadar! – disse, retornando à superfície.

- Eu também. – disse Bruno, sorrindo. – Mas geralmente uso roupas de banho.

Eu ri.

- Eu também geralmente faço isso. – sorri, enlaçando seu pescoço com meus braços.

- E geralmente, não fico tão perto assim de amigos. – ele disse, mirando meus lábios.

Meu celular vibrou em cima de meu vestido. Bruno resmungou algo para si mesmo e eu peguei o celular. Era Sam.

- Aff Lo, onde você tá?

- Eu tô na... Com um amigo. – disse.

- Hum, tô atrapalhando! – ela disse, rindo. – Ok amiga. Depois falo contigo!

- Beijo... – desliguei.

Bruno me olhava, sorrindo.

- Tenho que ir... Mas a gente se vê na festa. – ele disse, se levantando.

Senti meus olhos arderem. Não chore, por favor!

- Até lá. – disse, me levantando e me cobrindo com a toalha. Meu coração se apertou e martelou mais rápido quando ele andava em direção à porta.

Respirei fundo e me obriguei a ir até meu quarto. Caí na cama e acabei dormindo. Sonhei que Bruno havia me beijado, o gosto de seus lábios nos meus era delicioso.

Acordei com o celular vibrando na mesinha de cabeceira.

SMS do Bruno.

“Tudo bem com você? J”

Comecei a digitar: “Tudo ótimo! Estou morrendo de saudades de você... É estranho o jeito que você me atrai, mas... É simplesmente perfeito. Eu... te amo. É cedo de mais para dizer isso, eu sei, mas estou me apaixonando... É mais forte do que eu. Já está pronto pra festa? J”

Deletei toda a mensagem, sem coragem. Reescrevi:

“Tudo ótimo. Já está pronto pra festa? J”

Enviei.

Corri para o banho.

Enrolei a toalha em meu corpo. Bruno havia me respondido:

“É, tô arrumado haha E você? É... A festa começa às 21 horas tá?”

Chequei o horário no celular. 20h04m.

“Estou me arrumando. Ok, 21 horas. Beijo Brunz”

Ele me enviou:

“Beijo Looh.”

Respirei fundo, tentando descobrir qual seria o clima da festa. Bruno é descontraído o bastante para não querer que alguém apareça de vestido de gala.

Suspirei.

Abri o guarda-roupa e experimentei várias e várias roupas.

Ficava olhando para as roupas em minha cama e arrumando meu cabelo. Quando já estavam em cachos e em uma cascata perfeita, decidi borrifar meu perfume nos pulsos e no pescoço. Passei um batom em tom alaranjado e um gloss por cima.

Separei meu sapato, uma bota feminina de cano curto preta, com um salto baixo. Depois selecionei meu short jeans e faltava escolher a blusa.

Chequei o relógio. 21h32m.

- Ai, merda! – falei para mim mesma.

Vesti o short jeans, e escolhi uma blusa amarela.

Me olhei no espelho e ajeitei o cabelo. Arrumei a bagunça da cama o mais rápido possível, deixei o quarto em perfeita ordem.

Peguei o celular, e já eram 22h!

Liguei para Bruno.

- Alô? – o ouvi dizer, com tom preocupado.

- Bruno! – ele suspirou de alívio ao ouvir minha voz. – Me desculpe! Não vi a hora passar enquanto arrumava tudo aqui. – admiti.

- Tudo bem! – ele riu. – Quer que eu vá te buscar?

- Não quero incomod...

- O endereço. – ele disse, autoritário, mas ainda sorrindo.

Passei o endereço para ele.

- Ok. Vou te buscar, beijo.

- Beijo e – eu te amo, te quero para mim, sei que é precoce dizer isso, mas sinto que você é o homem da minha vida. Queria eu ter dito isso. – vou te esperar ansiosamente.

- Mal posso esperar pra te ver de novo, little bunny.

Meu coração começou a bater irregularmente.

- Ok. – ele disse, quebrando o silêncio. – Tchau.

- Tchau. – e desliguei.

Demorei a conseguir retomar a minha respiração, e demorei mais ainda para conseguir regularizá-la.

Little Bunny – Coelhinha. Gostei disso.

Desci o elevador, escutando aquela música chata em instrumental. Parece o barulho do caminhão do gás.

Quando cheguei lá em baixo, Bruno me esperava com um buquê de rosas vermelhas, rosas e lírios brancos.

Segurei a respiração. Eram perfeitas.

- Ai meu Deus. – consegui dizer.

- São pra você. – ele disse, sorrindo e me mostrando suas covinhas perfeitas. Me derreti por dentro.

Peguei o buquê e toquei cada pétala.

- São perfeitas! – disse, inalando seu cheiro. – Assim como você.

Os olhos de Bruno brilharam para mim.

- Quer dizer...

- Não são tão lindas quanto você. – ele disse, acariciando minha bochecha.

Senti minhas bochechas arderem.

- Vamos? – disse, dando dois beijos em cada bochecha sua.

Senti seu cheiro. Era delicioso e viciante. Bem melhores que o cheiro das flores.

- Você tem um cheiro muito bom. – não consegui me controlar. Eu queria devorá-lo de tão cheiroso e perfeito.

- Obrigado. – ele disse sorrindo e cheirando delicadamente meu pescoço. Fechou os olhos, parecendo se deliciar. – Seu cheiro é único e... excepcional. – ele permaneceu de olhos fechados. – Delicioso.

- Obrigada. – corei de novo.

Ele abriu a porta do passageiro de sua Mercedes preta.

Me sentei e coloquei o cinto. Ele passou pela frente do carro e entrou pela porta do motorista, colocando o cinto também.

- Hum, ansiosa para a festa?

- Sim. Acho que tô suando fria. – eu disse, olhando para minhas mãos.

- Ninguém vai perceber que vai estar suando quando eu te jogar na piscina. – ele sorriu.

Dei uma gargalhada exagerada. O fato de ele estar falando aquilo a tonava mais engraçada.

Ele riu.

- E o Ryan? – não consegui evitar a pergunta.

Bruno pareceu engasgar.

- Ele tá bem... Tá bem... – disse, olhando para o vazio. – Olha. Sei que isso é errado mas não consigo evitar estar perto de você. – ele olhou rapidamente para mim. Depois pisou no acelerador com força, olhando para frente, atingido uma velocidade muito alta.

- Eu também não... – admiti. Me senti instantaneamente corajosa com Bruno perto de mim.

Olhei para frente, vendo as árvores passando rapidamente à nossa volta.

- Chegamos. – disse Bruno, sorridente.

Virei a cabeça para olhar para sua casa.