Lucie

Pequeno (Grande, Muito Grande) Problema


Terminamos o jogo, empatados, e subi alguns lances de escada para chegar ao quarto de Bruno, e finalmente na sacada. Me aproximei.

Estava destruída em uma parte, a parte em que me desequilibrei.

- Ah, merda! – eu disse, me sentindo culpada. – Eu vou pagar isso, nem que eu tenha que eu tenha que...

- Ah, mas não vai mesmo. – disse Bruno, me interrompendo e me fazendo dar um pulo. Ele estava na parte intacta e escura da sacada.

- Que susto! – eu disse, socando seu ombro de leve.

Ele agarrou minha cintura e me deu leves beijos no pescoço.

Depois olhou em meus olhos. Seu olhar cintilava e parecia querer me dizer alguma coisa... Mas eu não conseguia decifrá-lo.

- Bruno? – perguntei, esperando que ele dissesse.

- Sim? – ele disse, com a expressão triste.

- O que é?

- Ãh? – ele perguntou, parecendo atravessar minha alma.

- O que... – engoli em seco. – Quer me dizer?

Ouvi passos na escada. Bruno me apertou mais contra ele.

- Bru... – ela disse, se interrompendo ao me ver e apertar os olhos verdes para mim. – Quem é essa?

- O nome dela é...

- Lohyane, mas todo mundo me chama de Lo. – disse sorrindo.

Bruno me pressionou ainda mais contra seu peito.

- Hm... Mas quero saber o que ela é sua. – ela disse.

- Por quê? – perguntei, diretamente.

- Só quero saber. – ela disse, respirando fundo e depois se virando. – Depois a gente se vê.

Ela desceu as escadas rapidamente.

- Quem é ela? – perguntei para Bruno, tentando não parecer autoritária. Falhei.

- Ela é uma amiga do Eric. – ele disse. – Eric é o meu...

- Eu sei, Bruno. – eu disse, me afastando dele. – O que ela é sua?

- Acho que já ouvi isso antes... – ele riu. Ri junto. - Ela é a Anne.

- O que ela é sua? – repeti.

- Nada. – ele disse. – Ela só veio para a festa porque meu irmão a convidou. – ele pareceu sincero.

- E por que ela parecia tão autoritária sobre você? – perguntei.

- Ei, isso é ciúmes?

- Só cuido do que é meu! – eu disse. – E só quero saber a verdade... Porque eu te amo.

Ele sorriu.

- Eu também amo você e também tenho ciúmes... Porque cuido do que é meu. E eu também te amo. – ele riu. – Ela não me interessa, você me interessa.

Comecei a sorrir feito boba.

- Ok... E o que o senhor planejava para fazermos aqui, hã? - disse entrelaçando os braços em seu pescoço.

Ele me agarrou pela cintura novamente, me pressionando contra seu corpo e me roubando um beijo demorado e macio. Seus lábios eram tão viciantes. Eu precisava de mais.

Ele pousou sua mão em uma das minhas coxas, fazendo-me rodear sua cintura com as duas pernas.

Ele deu alguns passos e me deitou na cama.

Ok, eu preciso parar isso, não estamos prontos... Talvez sim! Mas não, sei lá... Ah!

- Bruno. – eu disse, juntando todas as minhas forças para pará-lo. Eu estava lutando comigo mesma! – Eu... Não... Nunca... Fiz... Você sabe... Ér... Eu... Sou... Ér...

- Virgem? – ele perguntou.

Engoli em seco e virei o rosto para o vazio. Ele segurou meu maxilar gentilmente e virou para olhar em seus olhos novamente.

- Sim. – eu disse finalmente.

Aquilo era tão... ridículo!

Passei por baixo de seus braços. Ele caiu na cama vazia, colocando as mãos por trás da cabeça. Senti seus olhos pesando sobre mim. Me sentei na cama.

- Eles estão esperando por nós, vamos descer e...

Ele suspirou, triste.

- Mas eu quero ficar aqui. – ele disse, provavelmente fazendo bico.

- Pra fazer coisas para as quais eu não estou totalmente pronta. – eu disse, sorrindo para ele.

Ele me abraçou e me fez deitar em seu braço.

- Hoje é Domingo? – perguntei para ele.

- Sim. – ele disse, sorrindo. – Por quê?

- Não estou preparada para uma segunda-feira também. – disse, fazendo uma carinha triste.

Ele riu e me pressionou contra seu corpo.

- Ei. – eu disse, me recordando lentamente. – Acho que conheço essa...

- Anne. – ele disse, rindo.

- Isso, Anne, de algum lugar... Ela... Trabalha no Teatro?

- Não sei... Depois a gente desce e pergunta pro Eric ou pra Cindia... Você sabe que a Cindia é...

- Eu sei Bru! – eu disse, rindo.

Eu me virei e acabei dormindo em seus braços. Sonhei com flores, muitas espécies de flores, com um aroma incrivelmente bom e de repente todas as flores sumiram... E somente uma rosa vermelha apareceu... Em meu sonho, levantei a cabeça para ver de quem eram as mãos que seguravam aquela rosa. Bruno estava segurando-a, sorrindo para mim. Me joguei em seus braços e o beijei, intensamente como se minha vida dependesse daquilo.