Era perfeita!

Estava decorada com luzinhas alaranjadas por toda a parte.

Bruno sorriu para mim.

Eu podia ver as luzes azuis refletidas da piscina daqui.

– O-M-G. – eu disse. – É perfeita!

– Se você diz... – ele gargalhou. – Ainda não me disse no que trabalha.

– Atriz, que fora do campo profissional é louca, mas às vezes sente vergonha e que ama cantar. – disse, rapidamente.

Ele riu.

– Quanta informação. – ele saiu do carro e passou pela frente do mesmo, abrindo a porta para mim. – Vem. – ele esticou a mão para que eu saísse do carro.

Andei segurando na mão de Bruno até o local da piscina. A casa era tão magnífica que palavras nunca iriam chegar aos pés de uma definição correta.

– Wow, é muito perfeito. – eu disse, sufocada.

Bruno riu.

– Está assim só porque você veio aqui hoje. – ele sorriu para mim. – Nos outros dias da semana parece um lixão. – ele gargalhou.

– Impossível! – disse, meus olhos faiscando ao passar pelos outros cômodos, cada um mais lindo que o outro.

Chegando à piscina não consegui respirar, as mesas estavam simplesmente maravilhosas, e os drinks pareciam receber fios de neon.

– Aquilo é neon nas bebidas dele? – sussurrei para Bruno.

– Bonito né? – ele disse, sorrindo.

– A azeitona está brilhando! – eu disse, me sentindo uma caipira por não conhecer nada dali.

Bruno sorriu.

– Também fiquei assim quando vi isso. – ele deu um beijo na minha bochecha. Soltei um gemido, que foi abafado pelo volume da música, portanto, só eu o ouvi. Meu gemido foi causado pelo arrepio que senti, um tremor que correu por todo o meu corpo, como se o corpo de Bruno desse choques elétricos ao entrar em contato com o meu.

– Amo a sensação que tenho quando você me toca. – sussurrei para ele. – É... perfeito.

Ele sorriu.

– Amo a sensação que sinto também. Amo estar com você. – ele disse. Meu coração começou a martelar em meu peito, até que a música se abafou e eu só o ouvia, apenas ele.

Inclinei meu corpo para frente, tentando alcançar os lábios de Bruno. Espero que ninguém nos atrapalhe, pensei, já que toda vez que íamos nos beijar alguém chegava para estragar tudo.

– Looooooooooooooooooooooooooooh! – gritou alguém do outro lado da piscina. – Tudo bem gata?

– Oi Ryan. – disse, tentando parecer animada.

– Vem! Pula na piscina. – ele disse, sorrindo.

Mexi em minha bolsa e achei meu biquíni da bandeira do Brasil e dos EUA.

– Onde fica o banheiro? – perguntei para Bruno.

– Eu levo você.

– Ótimo, eu iria me perder aqui, com certeza.

Ele riu.

Entrei no banheiro que parecia banhado à ouro e me troquei.

– Onde deixo a bolsa? – perguntei.

– Em meu quarto. – ele sorriu.

– Onde fica...?

– Eu levo... Quer vir comigo? – ele mordeu o lábio inferior.

– Muito. – admiti para ele.

Subimos correndo, de mãos dadas para o quarto.

Bruno jogou minha bolsa em uma poltrona.

– Enfim sós. – ele disse, sorrindo.

– Enfim. – concordei, indo para a varanda que dava uma vista linda para a piscina.

– Linda a vista, não é? – ele disse, me pressionando contra a cerca de madeira da varanda.

Me sentei ali.

– Sim. – disse, sorrindo.

Bruno se aproximou de mim, meu corpo foi para trás e eu me desequilibrei.

Soltei um grito agudo e despenquei de lá do alto.

Inclinei meu corpo mais para trás para que eu pudesse ao menos cair na piscina.

E caí.

Porém bati meu pé com força no pé de alguém e não conseguia mais nadar.

Eu estava me afogando, a piscina era funda e minhas pernas estavam fracas demais para me ajudar.

Todos começaram a rir. Senti uma súbita vontade de rir também, se eu não me encontrasse em uma situação tão ridícula.

Quando consegui voltar para a superfície por cinco segundos, vi Bruno inclinar seu corpo para me ver e depois juntar as mãos, na pose de quem iria mergulhar. E mergulhou.

– BRUNO, NÃO! – gritei, afundando de novo, vendo em câmera lenta ele saltar em direção a mim.

Ouviu-se um barulho de um corpo batendo na água.

Senti suas mãos quentes em minhas costas.

Cuspi a água que havia engolido e quando, finalmente, abri os olhos, já estava fora da piscina.

– Você tá bem? – perguntou ele, o terror era evidente em sua voz.

– Sim... Só machuquei o pé. – eu disse, respirando com dificuldade.

– Eu vou te levar para o hospital...

– Não! – disse alto demais. – É só eu fazer uma massagem que resolve, eu só preciso...

– Ok, massagem. – disse ele, começando a fazer massagem em meu tornozelo, depois em meu pé.

Eu queria pará-lo, mas estava muito cansada e a massagem estava tão boa...

Ouvi as risadas exageradas de Ryan.

– Para! – eu disse para ele, quase me levantando e jogando ele na piscina.

– Qual é... Foi engraçado. – ele disse, parecendo sufocado de tanto rir.

– Eu me machuquei! – disse estridentes.

Ele continuou rindo.

– Para Ryan! Quando gostamos de uma garota, fazemos de tudo para ela se sentir bem, e você ficou só rindo dela enquanto ela se afogava. – disse Bruno, apertando minha mão.

– Ué... Então você gosta dela, já que a salvou? – disse Ryan, parando de rir.

– Mais do que você, com certeza. – disse Bruno, olhando para mim.

Eu já o amava e ele só gostava de mim?

Me senti ofendida.

– Já estou bem. – disse, afastando sua mão do meu tornozelo.

Não queria que ele parasse... Queria que ele continuasse.

– Pare com isso. – disse Bruno, continuando a massagem.

– Olha cara, eu não me importo de você ter suas namoradas e nunca dei em cima de nenhuma, ela é minha. – disse Ryan para Bruno.

– EI! Eu não sou sua! – eu disse, me levantando apoiada em Bruno.

Ryan me ignorou.

– Por que tá afim dela?

– Porque ela mexeu comigo Ryan! Eu tô... – ele pareceu engasgar. – Gostando dela.

Gostando?! De novo?! Só gostando?

– Aaaaah, parem vocês dois! – eu disse, empurrando Ryan para a piscina. – Ryan, somos só amigos!

Ryan fez biquinho, me fazendo rir. Depois ficou entretido com o jogo de polo aquático.

Olhei para Bruno.

– E nós dois... – engoli em seco. – Eu não sei.

– Não sabe? Eu gosto de você, eu briguei por você, faço de tudo por você!

– Eu te amo! – disse, automaticamente.

Bruno ficou me olhando.

– Eu... – ele gaguejou.

– Você só gosta de mim, nada sério. Infelizmente. – disse, andando em direção ao outro lado da piscina.

Ele me seguiu.

– Talvez eu sinta mais que isso...

– Conte mais.

– Eu te amo. – ele disse, girando meu corpo e selando nossos lábios.

Eles eram macios e ferozes ao mesmo tempo, tinham um gosto inexplicavelmente delicioso! Eu queria mais.

Agarrei-me à sua nuca, e senti seus lábios cada vez mais ferozes.

Bruno agarrou minha cintura e foi para a sala comigo. Continuamos andando até chegarmos à cozinha.

Ele me colocou no balcão, abrindo espaço entre minhas pernas e ficando lá, me beijando.

– Bruno. – eu disse.

Aquele beijo foi o que eu mais quis em toda a minha vida. Era viciante e eu precisava de mais, ainda o queria com uma intensidade... Como se nunca o tivesse tocado. Eu quero mais.

– Vem. – ele disse, me levando de volta para a piscina.

Caímos na água, Bruno estava só de bermuda, o peito nu me fazendo delirar.

Paramos de nos beijar.

– Polo aquático! Escolham seus grupos! – ele gritou. E piscou para mim. – Escolham entre mim e a Lo.

Engasguei.

Peguei a bola.

– No dois! – eu gritei. Todos me olharam com uma cara de interrogação. – Um... Dois! VALENDO! – fiz meu primeiro ponto, fazendo Bruno ficar no ataque.

– Toma essa! – ele disse, lançando a bola em minha direção.

Olhei para Bruno, no fundo de seus olhos, me desligando do jogo, querendo mais próxima dele.

– Maldita rede! – eu disse, alto demais. Joguei a bola e marquei um ponto.

– Daqui meia-hora me encontra na sacada. – li o que ele dizia baixinho para mim em seus lábios.

– Mal posso esperar. – sussurrei.