Quando chegamos ao hotel, subi para o quarto e fiquei lá.

Bruno estava fazendo o check in e escolhendo algo para comermos.

Dei uma olhada rápida no email.

Esperei impacientemente para que a tela do computador – lento feito uma tartaruga, empacando feito uma mula, diga-se de passagem – carregasse e que eu pudesse, finalmente, fechar as inúmeras telas de pop-ups que se abriam constantemente.

Nada de novo, pelo o menos até agora.

Coloquei na minha ferramenta de busca favorita.

Respirei fundo. Pesquisar, ou não?

Engoli em seco.

Digitei lentamente: “Namorada do Bruno Mars” e pousei a mão no touchpad do notebook.

Bastava um “tapinha” no touchpad e eu teria todas as informações de que eu precisava. Era necessário ser rápida, Bruno chegaria logo.

Tentei pensar sobre o que eu queria que ela fosse. Não consegui pensar em nada... Que ela fosse bonita? Inteligente? Legal? Louca? Feia? Burra? Idiota? Estúpida? Uma supermodelo? Que o fizesse feliz?

Aquilo parecia muito com uma despedida, como se eu fosse deixá-lo ou vice-versa. Tranquei esses pensamentos em uma parte de meu cérebro.

Apertei em “Pesquisar” e respirei fundo. Fechei os olhos com o máximo de força que pude, me agarrando ao acolchoado da cama. Os pensamentos de “o que eu quero que ela seja” novamente me tomaram e decidi que eu queria que ela não fosse... Não fosse namorada de fachada do meu Bruno. Ela podia existir e ter outra coisa para fazer. Mas por que me magoar? Por que sempre eu? Pensei se aquilo era egoísmo demais. Eu, sempre, me importo demais com as pessoas e não comigo, mas é uma qualidade isto, certo? Egoísmo o meu, querer que ela não existisse? Ou existisse e vivesse com outra coisa... Pra mim, a resposta é não. Autopreservação? Medo de perder Bruno? É, acho que sim. Não posso perdê-lo. A dor de quando ele me deixou me tomou novamente. Aquilo era insuportável. Para não aceitar aquilo de novo eu sofreria por quebrar os ossos mil vezes e até ficaria agradecida. Mas aquilo não.

Abri os olhos lentamente, com medo do que apareceria.

Nada. Exatamente nada sobre ela. Eu era quem aparecia, somente eu.

Suspirei feliz que, pelo o menos nisso, Bruno estivesse errado.

– Amor? – ouvi sua voz no corredor.

Me apressei em fechar todas as janelas e desligar o computador. Guardei-o no criado mudo de cor bege e cruzei as pernas, esperando por ele.

Ele estava sorridente e se sentou ao meu lado, rapidamente.

– Tudo bem com você? – ele perguntou animado.

– Quem é ela? – eu disparei num jato. – Tudo, e com você? – eu disse depois. – Desculpe, eu preciso mesmo saber.

– Ela é uma loira... Só isso que sei sobre a aparência. Mas pouco me importa. – ele riu. – O nome dela é Giulia.

Meu coração palpitou com o nome.

– Isso é mesmo necessário? Bruno... – eu disse pegando as mãos dele. – Eu sempre fui a magoada na minha história. Você pode reverter isso. Não... Não me obrigue à... sofrer.

As lágrimas rolavam pelo meu rosto.

– Já estou suturada demais. Se eu me ferir de novo... Não vou aguentar.

– Eu vou dar um jeito, tudo bem? – ele me olhou de soslaio, e depois voltou a fitar o nada, os olhos se desfocando um pouco.

Ele afundou no travesseiro, se ajeitou depois que deitou, e dormiu, ainda segurando minha mão, o aperto firme se desfazendo.

Tirei gentilmente minha mão dali.

Peguei o celular.

Enviei uma mensagem rápida para Sam, dizendo que precisava dela no México em três dias.

Depois, o motivo real pelo qual eu peguei aquele celular há tanto tempo esquecido veio à tona.

– Alô? – disse a voz abafada do outro lado da linha.

– Johnny? John! – eu suspirei. – É a Lo...

– Lo! – eu ouvia a excitação na sua voz, como ele estava animado.

– Preciso da sua ajuda...

– Em quê?

Suspirei.

– Eu preciso de você... – contei toda a história do marketing, tendo de explicar várias vezes até ele entender. – E eu quero que você me ajude a reverter isso... Que faça Bruno enxergar.

– Como posso fazer isso?

– Seduzir Giulia, enciumar Bruno? – aquilo era irritante. Pensar em deixá-lo com ciúmes seria divertido, mas eu não queria usar John, nem fazê-lo realizar suas fantasias. – Dê um jeito.

– Gostei da segunda opção. – ele disse rindo.

– Ok, então está feito, você vai seduzir a Giulia.

– Mas eu falei a segund...

– Aw, bom dia pra você também. Beijo, John.

– Mas Lo... – tu, tu, tu.

Respirei fundo novamente.

Aquilo seria mais difícil do que imaginei.

E se Bruno se apaixonar por ela?

Um tremor percorreu minha espinha.

Mas eu vou tentar... Até que não me restem forças.

[...]

Mais tarde peguei o notebook e liguei a webcam. Respondia através do chat algumas perguntas das Hooligans, e respondi algumas perguntas no Twitter.

“Pretende casar com o Bruno?”

Digitei, depressa: “Algum dia, obviamente. Seria um conto de fadas perfeito, não é? Acho que ainda podemos esperar, não sei explicar. Se ele me pedisse em casamento agora, eu ficaria mais feliz do que tudo! Confuso? haha.”.

“Se Bruno te traísse, o que você faria?”

“Bem”, comecei: “Creio que isto seja um futuro bem impossível, mas acho que primeiramente sofreria muito e depois pensaria numa maneira de contornar aquilo. Eu o amo muito, o que torna mais difícil pensar sobre o assunto”.

“Bruno já criou uma música para você?”

“Hm, acho que ele poderia responder melhor do que eu... Mas acho que sim”.

“Qual seu próximo projeto?”

“Estou escrevendo um livro... E depois volto a atuar quando a turnê de Bruno acabar. É simplesmente prefeito”.

“Já pensou em largar o Bruno pra ir viver sua vida profissional? Já se apaixonou alguma vez?”

“Bem, pensei em seguir com a minha vida normalmente, mas não consigo pensar em deixá-lo. Isso é impossível pra mim. O Bruno foi a primeira pessoa pela qual me apaixonei... Posso te dizer... Isso foi muito estranho. Eu não conseguia ficar perto dele, meu coração acelerava, não conseguia respirar, parece idiota? Bem, eu pensava que ia enfartar.”

“Como o conheceu? (Bruno)”.

“haha, essa história é boa. Ryan entrou escancarando a porta de metal do restaurante do Hotel em que eu morava, e então deu em cima de mim. Mas meus olhos eram atraídos para Bruno. Foi uma confusão com Ryan, mas ele decidiu que seria melhor seguir a vida dele. No final ele descobriu os sentimentos de verdade dele, se apaixonou e agora namora. Opa! Acho que falei demais... Ele vai me matar!”.

“Qual foi a pior época da sua vida?”

“Quando Bruno se foi.”, disse sem hesitar.

“Se pudesse mudar algo em Bruno, o que mudaria?”

“Nada... ‘Cause Bruno’s amazing, just the way him is.”, eu cantei.

“Me manda um beijo? Por favor! Eu sou a Paula, por favor!”

“Um beijo Paula.”, falei enviando um beijo para ela. “Hm, deem uma olhada no Bruno”, me levantei e o mostrei com todas as roupas de frio, esticado na cama. “Chegou aqui e já foi dormir, preguiçooooso...”, eu disse rindo.

Terminei o chat e disse que eu repetiria isso logo.

Bruno se remexeu na cama.

– O que estava fazendo? – ele perguntou com sua voz rouca (e sexy).

– Um chat com suas Hooligans. – eu disse.

Ele sorriu e enlaçou minha cintura.

– Minhas... Hooligans... eu... as... amo. – ele disse numa voz cansada e preguiçosa, bocejando.

– Eu sei. Eu também as amo. – eu disse beijando o topo da cabeça dele.

– Você é perfeita. – ele murmurou.

Dei uma risada, pronta para contestar, mas estava cansada demais para isso.

Me deitei ao lado de Bruno.

– Tenho medo... – eu suspirei. – Medo de dormir e quando acordar você for só um sonho.

Ele sorriu.

– Eu não sei o que você fez para estar tendo este pesadelo, então.

Soquei seu ombro.

– Brincadeira, eu sei que sou lindo, divino, perfeito... – ele sorriu presunçoso.

Deai uma gargalhada. Ele sabia como divertir alguém.

N/A: Obrigada mesmo por todos vocês lerem e me apoiarem! Vocês são os melhores. Obrigada xForever

Assistam BD II õ/

@hoobsetwisbian