Lucie

Acontecimentos Rápidos


Decidi ir para Londres.

Encenei uma peça nas três primeiras semanas, sabendo que daqui a exatas duas horas Bruno estaria na cidade para fazer um show durante a semana novamente.

Eu estava ansiosa.

Ele tinha outras e não me amava mais, sim, eu sabia.

Mas não me importava. Eu ainda o amo e eu vou amá-lo pelos dois. Não importa que ele me ponha para fora, que ele me xingue e me ofenda, que diga meus piores defeitos – que até hoje ele não soube me dizer, dizendo que eles não existiam – e que me diga as palavras que doíam mas que faziam sentido. “Eu não amo você. Não mais.” ou “Acha mesmo que eu amaria você?” ou “Nunca te amei” ou “Você não é boa o bastante para mim, nunca foi.”.

Bruno chegou sorridente, ao lado de uma ruiva com cabelos cor de fogo, linda.

Ele andava com ela, segurando-a pela cintura.

- Bruno. – eu sussurrei.

Seu sorriso desapareceu quando ele me viu.

Seus olhos se encheram de lágrimas. Eu já estava aos prantos.

Ele largou a ruiva e jogou as bagagens no chão, esfregando os olhos para ver se era realidade o que via.

- Lo... – ele falou baixinho. Depois gritou. – LO!

- BRUNO! – eu gritei mais alto, abraçando-o.

Ele me beijou, na boca.

Ai. Meu. Deus.

Aqueles lábios que eu não havia experimentado há meses.

Aqueles lábios.

- Eu te amo. – eu sussurrei.

- Eu também. – ele disse.

Meu coração parou.

Pera.

Ele me ama?!

- Ama? – perguntei confusa.

- Nunca deixei de te amar. – ele sorriu.

- E a ruiva...?

- Tentei fazer de tudo pra te esquecer. – ele disse. – Ela é minha namorada.

Meu coração parou novamente.

Chorei ainda mais, me desvencilhando de nosso abraço.

Uma nostalgia me tomou. Não uma nostalgia... Um déjà vu. Eu não gostava daquele momento, tampouco sentia falta dele.

- Bruno? – disse Ryan. Ele me reconheceu. – LOOH! CARACA! – ele gritou e veio me abraçar.

- Ryan, eu senti sua falta. – eu disse, sendo sufocada por ele.

Ele sorriu.

O tempo pareceu voar.

E então o show acabou.

Eu estava lá e a ruiva me olhava, com raiva.

Uma hora depois ela sumiu e eu e Bruno ficamos juntos, conversando. Ele me beijara na frente dela e ela não ligou? Estranho. Interesseira? Provavelmente.

Ele me beijou de novo, lábios quentes e sedosos.

Eu sentira falta dele.

Bruno subiu comigo para o quarto do hotel.

A ruiva – chamada Polly – não estava lá.

Ele subiu outro lance de escadas e entrou no quarto dela.

Ela estava jogada na cama, nua, ao lado de um homem de cabelos negros, também nu.

Bruno soltou um palavrão.

- P#rr@. – ele gritou. – Que isso?!

Ela acordou, desnorteada.

Me aproximei dela.

- Drogada. – eu disse. – Ela está drogada. Olhos dilatados e... argh, cheiro forte. Ela tá suando muito.

Bruno me aproximou dele.

- Mas que... – ele soltou outro palavrão.

Ele queria pular no pescoço dos dois.

Levantou o cara e socou a cara dele algumas vezes.

- Corno?! – ele gritou. – Não, não amigo, não eu! Bruno Mars, falou? – ele disse socando-o até sangrar.

Eu o afastei.

- Ela se drogou e ela ficou com ele. Você acha que ela fez tudo sozinha?

Ele suspirou.

- Eu não quero saber dela. – ele disse.

- Sei que não. – suspirei.

Liguei para a polícia. Eles cuidariam do caso ali em diante.

Bruno estava exausto.

- E então...? – eu disse, chorando novamente. – Não temos mais nada?

- Temos tudo! Ela não tá no nosso caminho, eu e você estamos aqui! Temos tudo! – ele sorriu e me abraçou.

Me deitou na cama e seu membro estava rígido.

Estava acontecendo rápido demais, eu sei. Mas eu estava dominada pelo momento.

- Tudo. – sussurrei.