Luar

Uma luz no fim do túnel... ou quase!!


Capítulo 6 – Uma luz no fim do túnel... Ou quase.
– Acorda, Claire! – Eu ouvi isso se abrir os olhos na esperança que fosse minha melhor amiga Lucy me acordando para o ultimo dia de aula, na esperança de que tudo o que aconteceu foi só um sonho, mas tive que abrir os olhos. E me deparei com Vick, que estava com um sorriso no rosto. – Acorda, garota!
Me levantei assustada, em um solavanco.
– O que foi? O que aconteceu?- perguntei assustada por ter dormido.
– Você dormiu por uma hora e meia, quase. Will achou uma saída, vamos.
Seguimos Will por um pequeno corredor que só dava para passar um de cada vez e quando o túnel terminou, me deparei com uma outra caverna. Só que essa era maior que a primeira era mais alta e tinha uma pequena lagoa com uma abertura no teto, era bonita de se ver, mas eu não tinha achado a saída.
– Will, cadê a saída? – perguntei curiosa.
– Lá em baixo. – disse ele apontando para a pequena piscina.
– Como assim tem um portal mágico lá, por acaso. – falou a garota loura, era meio arrogante o que ela disse, mas era verdade eu só estava vendo uma piscina.
– Existe um túnel que conecta essa piscina ao mar, todas as cavernas daqui têm, só que a maioria são cavernas de nascentes do riacho.
Eu não queria nadar, mas queria mais do que qualquer coisa ir para casa, minha tia devia estar preocupada e não tínhamos outra opção.
– Mas você qual é o tamanho do túnel?- perguntei
– Vocês estão com medo da água?!- indagou Will, mas como não obteve resposta continuou. – Vamos fazer assim eu vou primeiro e vocês ficam aqui, quando eu voltar a digo quanto tempo as medrosas vão ter que nadar.
Ele falou isso já nervoso, ele devia estar tão tenso quanto eu e Vick, também estava preso na caverna só que não reclamava ao contrario só tentava encorajar-nos de que nós conseguiríamos.
Já haviam se passado trinta intermináveis segundo e só passava pela minha cabeça que ele não tinha achado uma saída que graças a isso ele tinha morrido e só conseguia pensar que isso era culpa minha. Se eu não tivesse aceitado esse maldito acampamento, ele não teria vindo explorar a mata.
Passou-se um minuto eu olhei para a água. Não podia deixar ele lá eu tinha que ir atrás dele.
– Eu vou pular – avisei à Vick já pulando, vasculhei o fundo da piscina, mas não o achei. Subi para pegar ar e de repente...uma coisa encostou na minha perna, fiquei com medo achei ser um tubarão ou outro predador da espécie, mas logo depois...
– Buu – eu gritei, mas era Will fazendo graça.
–Ai, que susto garoto – disse isso mas logo depois abracei ele – achei que você tinha ficado sem ar, desmaiado e...
Ele olhou para mim, com uma expressão de “calma, calma não seja tão dramática”.
– Tá tudo bem, eu só parei um pouco mais de tempo para pegar ar. – disse isso se afastando para olhar nos meus olhos. – A caverna é espaçosa, dá para irmos juntos.
Eu assenti e olhei para Vick que estava pouco acima de nós em terra firme.
– Venha Vick. – chamou Will.
– Eu não sei, não. Não tem outra forma de sair. – disse ela com cara de gato assustado. – E se tiver um tubarão aí.
– Ah, qual é?! Vai ficar com medo de um peixinho. –dessa vez fui eu quem desafiou.
Ela fez careta, mas pulou na água foi aí que a coisa mais estranha aconteceu.
A água começou a ganhar vida à luz do luar, gotas dançavam em volta de nós.Eu fiquei encantada, nunca tinha visto coisa parecida, a água parecia viva, a piscina borbulhava como se as bolhas de água do fundo da pequena lagoa quisessem participar da brincadeira.
Ficamos todos juntos admirando o espetáculo por alguns minutos até que tudo de repente parou a água voltou ao normal e tudo que antes era vivo e encantador, se tornou novamente água comum e sem vida.
Nos encaramos com cara de “eu pirei ou você também viu a água pulando”, então tomamos a decisão mais sensata de todo o dia mergulhamos, e em alguns segundos estávamos na costa da ilha.
Andamos até o lugar onde estava nosso barco sem trocar sequer uma palavra, estávamos abobalhados demais para dizer alguma coisa sensata, e cansados demais para fazer qualquer coisa.
Quando chegamos perto do barco, tia Beck e Lola, as pessoas que nós mais queríamos ver naquele momento, estavam olhando para todos os lados. Quando nos viram ficaram perplexas e correram ao nosso encontro tia Beck me abraçou, como nunca havia me abraçado, com desespero e alegria.
– Onde vocês estavam? Estávamos tão preocupadas! – falou minha tia, entre suspiros de alivio por ter nos encontrado.
– Fomos fazer uma excursão pela ilha, Vick caiu numa caverna e não conseguia sair. Então, eu e Will entramos na caverna para tentar achar uma saída que desse para ela passar e ficamos presos, mas Will achou um jeito para sairmos de lá. – expliquei o mais resumidamente possível.
–Isso é verdade Will? Você salvou as meninas? - perguntou minha tia à Will.
Ele assentiu com a cabeça. E minha tia o abraçou com alegria o chamando de herói e tudo mais.
Estávamos cansados e o acampamento estava no meio da mata que era de onde nós menos queríamos ir, então minha tia decidiu sairmos da ilha. Irmos para casa e amanha, quando estivéssemos descansados voltaríamos à ilha para pegar nossas coisas.
No barco, eu fiquei admirando a ilha sumir do horizonte da mesma forma que antes eu a vira chegar, mas eu sabia que de alguma forma não seria a ultima vez que eu veria essa ilha.