Luar

A descoberta


Capítulo 7 A descoberta
Acordei já estava tarde, devia ser umas 3 horas, eu nunca dormia tanto. Senti que meu corpo estava todo suado, fui direto para o banho, sem nem ao menos olhar uma roupa para vestir como sempre fazia.
Coloquei a banheira para encher e fui me despindo. Quando entrei na banheira, tive uma ótima sensação de que meus problemas estavam se esvaindo de meu corpo, que todos os pensamentos ruins o cansaço que passei na ilha tinha saído de mim. Então abri os olhos e AAAAHHHHHH...
O que era essa COISA que estava no lugar das minhas pernas. Passei um bom tempo observando as escamas que estavam na superfície dessa... cauda de peixe? Por que eu tinha uma cauda de peixe? Tentei movimentá-la e ela obedeceu. Como é que isso era possível, nunca ouvi falar de nada parecido, só nas... histórias de minha tia.
Então, tudo isso era real. As criaturas místicas do fundo do mar. Eu nunca acreditei em nada que ela me dizia, mas isso era tão...real, que não tinha como não acreditar. As são reais e agora eu fazia parte delas.
Depois de alguns minutos, me dei conta que a única coisa que aconteceu de diferente, de extraordinário ou coisa parecida foi a água da caverna daquela piscina, que a água parecia enfeitiçada e me dei conta que poderia ter acontecido o mesmo com Will e Vick, e me veio a ideia de ir atrás deles, mas como andar com esse rabo de peixe.
Me virei na banheira tentando me livrar da cauda, mas ficou no mesmo lugar. Então eu pulei da banheira e sai me arrastando até meu quarto, encontrei o telefone e liguei para a única pessoa que sabia onde encontrar Will e Vick.Lola.
– Alô?
– Alô, é a Claire.
– Oi, Claire. Como você esta? É a Lola, você quer que eu chame a sua tia?
– Não, é com você mesmo que eu queria falar. Você sabe onde esta o Will? - Não sei porque, mas se eu fosse ver se alguém estava bem, era ele quem eu queria saber.
Ela estranhou o pedido, mas mesmo assim me deu o endereço.
Eu já havia anotado o endereço, quando olhei para minha antiga cauda e no lugar dela estavam minhas pernas do mesmo jeito que estavam antes de eu me molhar.
Levantei e fui me vestir, eu não sabia o que havia acontecido comigo, mas eu precisava descobrir. Sai de casa e segui rumo a casa de Will. Sem saber como perguntaria, mas eu iria perguntar de qualquer jeito.
A casa de Will era bem perto do cais. Quando cheguei na entrada, bati na porta umas três vezes como não obtive resposta, entrei Eu sei não é o mais certo a se fazer, mas eu não iria ficar parada na porta o dia todo.
A porta estava destrancada. A sala estava vazia, era um lugar aconchegante e rústico, ouvi alguns sons nos fundos da casa. Parei de frente ao lugar de origem dos sons, só uma porta me separava do lugar cujo barulho me chamou a atenção. Abri a porta e dei de cara com o Will, só que ele estava com uma cauda de peixe?!
Ai meu Deus, não acredito com ele também aconteceu. Me aproximei dele devagar, ele fitava a cauda da mesma maneira que mais cedo eu havia fitado a minha.
– O que tá acontecendo? - ele disse, mas não como se estivesse perguntando pra mim, como se estivesse falando com si mesmo.
– Aconteceu o mesmo comigo, se acalme. - disse isso para ele, mas pedindo mais ainda para que eu me acalmasse. - O que você fez para isso acontecer?
– Nada. Eu só fui lavar o rosto no tanque e aí apareceu isso. - disse apontando para a cauda.
– Aconteceu o mesmo comigo, só que eu estava no banho.
Contei para ele como tudo aconteceu comigo e como de repente tudo desapareceu.
– Isso é insano. - afirmou ele, mas em alguns segundos a cauda dele também desapareceu.
– Parece insano para você, agora?!- indaguei. Ele se levantou olhou um segundo nos meus olhos e se lembrou.
– Vick, ela também estava com a gente naquela noite maluca, será que aconteceu algo com ela?
– Eu não sei, não a procurei nem sei onde ela mora. - respondi
– Que bobeira, é claro que ela mora aqui. Acho que ela ainda tá dormindo.
Como assim, ela até mora na casa dele. Não sei porque, mas isso foi como um soco no estômago.Entramos na casa e batemos na porta em que havia uma placa escrito a lindinha da casa. Como não houve resposta entramos e demos de cara com uma loira no sétimo sono.
– Ela ainda tá dormindo, não vamos acordar ela, deixa ela sem nenhuma preocupação por enquanto. - Sugeri. Era melhor deixar a "lindinha" dormir porque acordada, não para de falar um segundo.
Will apenas concordou, e saímos do quarto dela.