Luar

Acampamento


Capítulo 4 – Acampamento
Chegamos ao cais na hora combinada. E lá estava Lola, Will e a garota loira, supus que ela fosse a Vick. Tia Beck foi na frente e cumprimentou todos, eu fiquei para traz tirando as coisas do carro. Will se aproximou de mim para me ajudar.
– Oi turista!- brincou ele.
– Oi Will.
– Pronta para dormir em uma cabana pequena em uma ilha quente e úmida?
– Não vejo nada melhor para fazer.
– Oi, eu sou a Vick. – A loura se apresentou, nem tinha visto que ela tinha se aproximado.
– Oi, eu sou Claire.
– Eu sei. – disse ela, de um jeito infantil, como Lola tinha falado no café, era até engraçado de ouvir, a voz dela era suave e ela falava num tom de criança brincalhona.
Depois de descarregarmos as coisas no barco, seguimos viagem, a ilha não era muito longe em uns 20 minutos estaríamos lá. Enquanto não chegávamos tia Beck contou algumas lendas sobre o mar. Fazia tanto tempo que eu não a ouvia contá-las que eu ate tinha esquecido como ela gostava de lendas marítimas sobre navios naufragados, seres místicos do fundo mar, tesouros perdidos, os efeitos que a lua tinha sobre o mar. Eu não acreditava muito nessas coisas, mas minha tia falava com tanta firmeza sobre isso que eu quase sentia que tudo era real, um mundo submerso ao lado da terra.
Fiquei tão distraída com as historias que nem percebi que já estávamos chegando.
A ilha era imensa, tinha uma floresta pouco depois da praia, pedras em algumas extremidades da praia, a areia era fina, não parecia suja como a da praia da costa era mais pura. O lugar era lindo agora eu entendo porque minha mãe gostava tanto desse lugar era tudo tão perfeito, exceto pelos pernilongos aquilo era uma praga impossível de se derrotar.
Tia Beck e Lola sugeriram que acampássemos mais adentro da mata, pois era mais planificado e havia um lugar perto de um riacho que elas sempre usavam como acampamento, não pela proximidade com a água potável, mas sim, porque elas achariam melhor o caminho de volta seguindo o riacho.
Fomos entrando na mata, ela era mais linda de perto tinha flores silvestres e arvores frutíferas.
– Com medo da floresta. – disse Vick.
– Claro que não só estou acostumada a ver tantas arvores juntas, de onde eu venho não tem tudo isso.
– Então eu acho que é nossa missão te apresentar a ilha. – disse Will, logo atrás de nós. Eu não sei o porquê dele fica querendo apresentar as belezas naturais da cidade pra mim, eu não sou tão turista assim, ou sou?!
– Está sugerindo uma aventura na selva?- disse eu, desafiando-o.
– Se estiver afim?
– É claro que eu não vou perder essa. – disse a Vick. – Que horas nós vamos?
– Depois do almoço, tá bom pra vocês? – indagou Will.
– Por mim, perfeito. – falou Vick antes mesmo de eu responder e logo após ela disparou na nossa frente. De onde veio essa garota?!
Eu não falei nada depois que a garota loira se foi, só fiquei admirando a floresta em si até chegarmos ao tal lugar para acamparmos.
Comecei a montar a minha barraca... mas não deu tão certo quanto eu imaginava. A barraca que estava quase toda erguida pereceu ganhar vida e querer me sufocar.
– Deixa eu te ajudar. – Will interveio entre eu e a maldita barraca – você não leva muito jeito para atividades ao ar livre, não é?!
– Não muito, eu nunca acampei realmente ao ar livre. – Eu não queria admitir derrota, mas era a verdade. O Maximo que eu já fiz ao ar livre era passear na praia ou ir ao mercado livre.
– Então você é como estas garotas que passam o dia todo no shopping? Um piolho de butique.
– Eu não me julgue, é mais divertido do que parece. E eu não sou um piolho de butique também vou a lojas populares. – brinquei dando umas risadas.
– Vocês vão passar o dia todo tricotando ou vão arrumar logo essas barracas? – disse a Vick, meu Deus eu já estava começando a não gostar dela.
– Já estamos acabando Vick. – disse Will sem nem ao menos olha-lá.
Demorou um pouco, mas nós conseguimos arrumar a maldita barraca – apesar de praticamente Will arrumá-la sozinho já que eu ano conseguia nem segurar a desgramada direito.
– Garotos, o almoço tá pronto. – chamou minha tia.
O cardápio era variado sanduíche ou frutas colhidas na ilha, tinha vários sucos que minha tia tinha trago, mais alguns doces que a Vick tinha trazido. Comemos e uma meia-hora depois do almoço Will, Vick e eu saímos para explorar a ilha – mal sabíamos que esse passeio mudaria nossas vidas para sempre.