Love before it's the end.

2x5: The only reminder.


(POV. MAGGIE).

– Não, eu não estou bem. - Respondi secando minhas lagrimas. - Quem é você ?.

– Alice. - Ela sentou ao meu lado e ofereceu um lenço. - Por que você está chorando ?.

– Meu filho. Eu perdi meu filho, não que ele tenha virado um zumbi, mas eu o perdi.

– Você parece muito jovem para ter um filho.

– É um bebê. Tem três meses. - Sorri por lembrar dele. - Mas... o que estou fazendo ? eu nem conheço você.

Então me levantei e peguei as coisas. Ela também se levantou e voltou a falar.

– Eu não vou fazer mau nenhum a você. Eu só tenho apenas 14 anos e estou sozinha.

– Está sozinha ?.- perguntei espantada já que ela parecia muito bem para estar sozinha.

– Sim. Vivo em uma casa aqui mesmo e sempre venho pegar alguns enlatados aqui.

Passou pela minha cabeça que ela poderia ficar conosco, não só por que achei a adolescente bonita, loira e forte, mas sim por que ela poderia nós ajudar em alguma coisa.

– Você topa vir comigo ?. - Perguntei esperançosa.

– Para onde ?. - Ela demonstrou confusão.

– Você vai ver quando chegar. - Ressaltei e ela veio.

Pegamos os enlatados restantes e ela veio comigo. Quando apresentei ela a Daryl ele aceitou de primeira já que seria mais alguém ajudando o grupo.

– Vocês podem ficar na minha casa. - Ela falou. - É a mais pequena da cidade, mas dá para ficar é bem preparada... meu pai, antes de morrer, deixou tudo arrumado.

– Tudo bem para você ?. - Daryl perguntou. Eu estranhei por ele pergunta se isso estava bem para mim, então assenti com a cabeça e ele continuou: - Mas você terá que fazer algumas coisas, não ficará de moleza por ser uma adolescente.

Alice assentiu e guardou sua arma. Beth chegou desapontada por não conseguia achar alguma casa, mas ficou feliz em saber que teríamos uma nova casa.

– Enfim... está é a minha... nossa casa.

Realmente era pequena, uma sala minuscula com cobertores nas janelas, uma cozinha bastante apertada cheia de armários e latas de enlatados, uma pequeno quartinho de guarda algumas coisas de limpeza que hoje era usado para guardas armas, munições e etc. Eram três quartos. Um quarto ficou para mim, o que Alice dormia ficou para ela e Beth e Daryl ficou com o último.

Meu quarto era confortável. Uma casa simples com uma manta cinza, o papel de parede era verde e tinha uma penteadeira cor marrom, um guarda-roupa preto com poucas roupas e um pequeno banheiro. As roupas no guarda-roupa poucas me serviam, mas já davam para alguma coisa.

Decidi tomar um banho. A água era quente e fez meu corpo se relaxar. Sentia as gotas quentes passearem pelo meu corpo e ficava mais relaxada. E então veio milhares de imagens na minha cabeça, imagens de Noah sendo morto por zumbis, de Glenn não consegui salva-lo. Balancei minha cabeça na tentativa de esquecer aquilo e consegui. Me enrolei em uma toalha na branca e fui para o quarto.

Ouvi duas batidas na porta e depois ouvir pronunciar 'É a Beth'. Pedi para que entra-se e ela entrou. Fechou a porta e sentou na cabeça, ficou me observando por alguns minutos e eu perguntei o que era.

– Tenho um presente para você. - Ela sorriu.

– Ah é ? o que é ?.

– Isto. - Ela colocou a mão no bolso da calça e de lá tirou um papel, parecia uma fotografia. Peguei ela na mão e vi a imagem mais linda da minha vida, Noah sorrindo. Ele estava deitado no seu antigo berço e sorria para a câmera. - Um dia eu vi Glenn tirar essa foto e pedi para ela me dar. Eu pensava que um dia poderia morrer ou ele e decidi guarda a foto dele para mim. - Ela sorriu. - Mas hoje eu vou dar ela à você.

– Obrigada. - Eu sorri de verdade por que adorei a atitude dela.

Depois ela saiu e eu pude finalmente me trocar. Queria ficar um pouco mais na cama, mas tinha ainda os enlatados da janta e decidi descer. Guardei a foto em meu bolso e decidi, percebi que fui a última a descer já que todos estavam com seus enlatados em mão. Me sentei quieta ao lado de Alice e peguei um enlatados com ervas.

– Está quieta. -Daryl murmurava. - Por que não fala mais ?.

– Daryl me deixe. - Pedi. - Só quero ficar um pouco em silêncio.

– É... está realmente difícil contar com algumas pessoas aqui. - Ele ironizou; jogou seu enlatado no chão e saiu pela porta do fundos.

Troquei olhares com Beth e Alice. Beth me olhava confuso e Alice não entendia nada. Daryl nunca havia falado assim comigo e era estranho ver ele assim. Deixei meu enlatado encima da mesa do telefone e fui procurar Daryl. Ele estava sentado nos pequenos degraus que dava para um quintalzinho com algumas plantações que a mãe de Alice tinha feito.

Parei; sentei ao lado dele e respirei fundo. Aquela conversa não seria fácil, o caipira não era fácil.

– Por que você agiu daquela maneira ?. - Perguntei. - Não fiz nada para que você agisse daquele jeito.

– Você fica ai; sofrendo como se fosse o centro das atenções. Você sempre soube que um dia isso chegaria, não sei por que agora quer sofrer por isso.

– Ah por que é bem fácil isso. - Alterei um pouco o tom de voz. - Daryl, eu esperei por nove meses aquela criança na minha barriga, eu aguentei uma dor insuportável só para ver o rostinho dela. Você quer que eu fique como com isso ? normal ? em paz ? Não dá. - Respirei fundo. - Não dá por que ele é parte de mim, ele foi feito por mim e por mais que eu queria que ele sobreviva, uma hora dessas deve estar morto. Então não me venha pedir para fingir que tudo está bem, não está e desta vez eu não vou fingir que tudo vai ficar bem.

– Você é idiota igual a sua irmã. - Ele bateu o pé. - Uma idiota, só não é uma criança, mas é idiota.

– Não chame Beth de criança. - Gritei.- Muito menos à mim. E quer saber ? fique ai com sua dureza toda, talvez ela sirva para alguma coisa.

Bati o pé e sai. Quando entrei novamente na sala, os olhares de Beth e Alice me olhavam espantados. Não dei a mínima, dei de ombros e fui diretamente para o meu quarto. Soquei a janela como se ela fosse o rosto de Daryl. Eu sentia raiva dele naquele momento, não queria o ver e muito menos conversa com ele. Eu sei que seria difícil acorda no outro dia e ter que ficar em silêncio com o 'líder' do nosso grupo, mas eu não trocaria nenhuma palavra sequer com ele.

Senti alguma coisa gerar dento de mim, eu conseguia sentir o gosto do enlatado com ervas na minha boca. Consegui correr ate o banheiro e jogar tudo pia à fora. Quando voltei Alice e Beth estavam sentadas na minha cama. Sequei o resto de vomito que estava no banco da minha boca com a mão e perguntei o que ela queriam.

– Nada. - Respondeu Beth. - Aqui é o único cômodo que dá para conversar. O caipira não é bem legal para isso.

– Precisamos jogar papo fora. - Alice brincou. - Como nos velhos tempos.

Seria uma boa ideia, me distrairia um pouco. Sentei ao lado delas. Beth estava sentada na ponta da cama e Alice mais para o meio com as pernas cruzadas. Depois de um tempo conversando, Alice pediu para mim contar um pouco mais sobre Noah.

– É Maggie. - Beth concordou. - Assim você lembrará um pouco mais dele.

– Bom. Noah é perfeito, ao meu ponto de vista, ele é quieto e não faz bagunça. Ele é bem parecido com Glenn. Tem os olhos puxados, mas são claros iguais aos meus. Ele é perfeito... - Eu sorria por lembrar dele em meu colo, sorrindo para mim.

Depois que conversamos e a noite realmente caiu. Beth e Alice decidiram dormi. Eu desliguei a luz do quarto e fiquei sob a luz da Lua que conseguia escapar do cobertor na janela e iluminar o colchão. Me revirei por várias vezes na cama tentando achar uma maneira de tirar Noah do meu pensamento, mas nada funcionou. Foi ai que peguei a foto que Beth havia me dado e encarei ela por várias e várias horas ate pegar no sono.