Acordei com um barulho na janela, era um pássaro. Ele batia seu corpo contra a janela e depois de alguns minutos morreu. Levantei e encarei o tempo, nada interessante. Estava nublado e frio. Procurei algumas roupas e desci. Não tinha ninguém na sala. Fui para as portas do fundo e suspirei. Era horrível não conversa com Daryl, mesmo ele errado.

– Já acordou ?. - Alice apareceu logo atrás de mim.

– Sim. Não consegui ficar mais na cama.

– Ah... - Ela sentou em um dos degraus. - E Daryl ?.

– Não sei aonde está, mas deve estar caçando.

– Não irá falar com ele ?.

– Não. - Respondi rápido.

– Olha eu sei que cheguei aqui tarde demais, mas sei o quanto ele é especial para você. Vai lá, converse com ele.

Alice continuou à me encarar. Parecia colocar aquela ideia na minha cabeça. Eu não queria ir, mas ela estava certa e tive que aceitar. Caminhei por todos os lugares ate achar Daryl no posto. Ele estava encima do telhado e parecia fazer vigia.

– Daryl ?. - O chamei. Demorou muito para ele me olhar, mas olhou. Assentiu com a cabeça e voltou a encarar a estrada. - Precisamos conversar.

– Eu não quero conversa com você. - Ele retrucou ríspido.

– Precisamos conversa. - Repeti de forma dura.

Ele deu de ombros, mas desceu. Desceu bufando e queria muito me bater, mas ficou calado e parado na minha frente. Eu fiquei em silêncio por procurar palavras na minha mente. Não consegui achar nada e falei coisa com coisa.

– É... desculpe... eu sei que não estou ajudando nada e ao seu ver eu sou bastante forme mas, não dá!. Você precisa entender que é meu filho Daryl e se você tivesse um... entenderia..., mas mesmo assim desculpe-me.

– Não... o problema não foi você. - Ele mordeu os lábios.- O problema é que... é que eu sou duro demais e não percebi.... só deixe... só me desculpe.

E então ele me abraçou. Eu abracei ele e agradeci - mesmo em pensamento - por tudo o que ele fez por mim. Ele me convidou para ficar de vigia, subi no teto do posto e ficamos observando a estrada vazia.

– Você acha que eles sobreviveram ?. - Ele perguntou.

– Eu... acho que... não sei. - Respondi.

– Resolveram-se ?. - Alice gritava lá de baixo. Beth estava ao seu lado e sorriu quando Daryl apareceu.

– Não lhe interessa. - Ele gritou. - Mas sim.

Alice deu um pulo de felicidade e Beth permitiu-se rir.

– Por que você é assim tão... grosso ?. - Me dirigi para ele.

– Porque.... não sei. - Ele respondeu.

– E você e Beth ?.

– Eu e Beth não temos nada.... - ele desviou o olhar.

– Daryl você ate podia enganar meu pai, mas a mim você não engana. Eu sei que vocês dois tem um caso e tudo.

– Não tenho um caso com Beth. - Ele retrucou. - Eu realmente não tenho, ate queria ter, mas não tenho.

– O que ?. - perguntei indignada.

– Beth é muito nova para mim e eu... eu acho que não podemos ficar juntos.

– Daryl... eu acho que... - Um grito interrompeu minha opinião.

Eu olhei intrigada para Daryl e novamente ouvimos outros gritos. De repente Beth sai da segunda rua do vilarejo, correndo e chorando. Perguntei pelo motivo do choro e ela respondeu o pior... Uma pequena manada de zumbi estão por vim. Eu e Daryl descemos correndo e pegamos as armas. Alice estava lá tentando matar alguns quando nós aparecemos.

–Eu acho que você deve larga essa marra... - Eu atirava nos zumbis e gritava para Daryl -... E assumir esse caso.

– Hora meio errada para falar sobre esse assunto né ?. - Ele retrucou.

Eu ri e continuei a atirar. A manada era enorme para nós e mesmo todos ali saberem mexer bem com as armas não dávamos conta. A situação estava perigosa demais, eu constantemente salvava a vida de Beth e todos à minha. Daryl estava quase ficando sem flechas e decidiu usar a arma. Então eu corri, corri e peguei outra arma.

Senti alguma coisa puxar meu braço, cai dura no chão e gritei de dor. Quando olhei um zumbi nojento e horrível tentava pegar minha perna. Alice atirou na cabeça dele e eu agradeci. Continuamos a atirar e parecia que mais zumbis apareciam.

– Precisamos sair daqui... rápido - Alice falou.

– Eles irão atrás de nós... precisamos de armas. - Beth retrucou.

– Eu e Daryl iremos pegar as armas na casa e vocês só fujam deles... - Falei.

Coremos ate a casa e pegamos todas as armas e balas possíveis. Quando voltamos parecia que tinha mais zumbis lá e as balas seriam em vão. Entreguei duas armas para Beth e Alice e voltamos para nossa guerra perdida.

O negocio estava horrível... literalmente horrível. As balas reservas estavam acabando e ficaríamos indefesos. Foi então que um tiro acertou um zumbi à minha frente. Não tinha sido Daryl Beth e nem Alice quem atirou... foi alguma pessoa. Tentei olhar mais claramente quando percebi alguém vir correndo, sendo seguido por outras pessoas. Era Glenn. Meu adorável Glenn. Um sorriso de orelha a orelha surgiu nos meus lábios. O ônibus e outras pessoas estavam conosco atirando.

– Sumida você. - Glenn gritou ao meu lado.

– Eu... quis fugir um pouco daquela terrível agitação.- Respondi rindo.

Eu consegui ver o sorriso dele, mas não consegui retribuir. Meu pensamento voltou para Noah. Todos do ônibus estavam atirando ate Mika e Lizzie e quem estava cuidando do meu bebê ? e de Judith ? .

Os zumbis foram se acabando e as pessoas mais cansadas. Enfim conseguimos acabar com todos... literalmente todos os zumbis ali. Eu pude abraçar novamente Glenn e sentir os lábios deles em mim. Senti alegria no meu corpo, dentro de mim, mas não alegria suficiente.

– Cade Noah ?. - Perguntei.

– Está dentro do ônibus. - Ele respondeu. - Senti tanta saudades.

– Vamos ver Noah.

Eu corri para o ônibus. A porta estava fechada e Glenn a empurrou para abrir. Eu vi ele lá, no último bando, enrolado numa coberta, dormindo. Peguei ele no colo e senti minha felicidade completa. Glenn se aproximou e me abraçou. Senti vontade de gritar pelos quatros quantos, mas fiquei quieta e senti Glenn beijar minha testa.

– Vamos... precisamos conversa com Rick.- Glenn alertou.

Assenti com a cabeça nós juntamos a todos. Era uma enorme roda e todos discutiam aonde deveríamos ir.

– Por que não ficamos aqui mesmo ?. - Daryl sugeriu. - É um pequeno vilarejo, mas cabe todos aqui. Tem casas para todos e voltaríamos com as mesmas funções na prisão.

– É, está certo. - Afirmei. - Tem água bem próximo daqui e podemos plantar certas coisas.

– Está decido então ?. - Rick perguntou alto se dirigindo a todos e todos assentiram com a cabeça. - Então está resolvido, ficaremos aqui.... ah, só para lembrar, você fez falta menina Grenne.

Pude sorrir de lado e acenar com a cabeça. Eu estava tão feliz, estava feliz por que sabia que meu pai estava feliz. Feliz por que encontramos outro lugar e transformaríamos aquela lugar em um lugar seguro. Eu estava feliz por saber que era aquilo que ele queria.

Já era tarde da noite e todos estavam reunidos no posto. Decidimos fazer um jantar e estava tudo animado. Noah estava acordado no me colo. Estava um pouco incomodado com a luz, mas parecia não se importa com o barulho. Lauren estava conversando comigo, na verdade matando a saudade de 1 longo dia.

– E então eu... - Ela parecia enjoada ou alguma coisa do tipo. - Mê de licença ?.

– Claro nova mamãe do pedaço. - Eu olhei para ela tão feliz que ela não encontrou palavras. Estava feliz, minha melhor amiga sendo mãe.

Me dirigi ate o encontro de todos e sentei ao lado de Glenn. Ele tentou pegar Noah, mas o pequeno durão começou a chorar e decidi deixar ele no meu colo. Rick e Daryl conversavam sobre tudo e Andrew procurava por Lauren, não quis contar - mesmo morrendo de vontade - a notícia de Lauren. Queria que ela mesmo fosse contar.

– Vamos deitar ?. - Perguntei para Glenn.

Já estava tarde e poucas pessoas estavam acordadas.

– Vamos ir para casa. - Ele me olhou sínico.

Me despedi de todos e procuramos alguma casa. Um sala, uma cozinha e quatro quartos... essa era nossa casa. Deixei Noah no quarto de bebê - por incrível que pareça tinha um quarto de bebê lá. Era berço e algumas cômodas. Ele já dormia e eu pude novamente encarar aquele rostinho perfeito.

– Vem... vamos. - Glenn me puxou.

Eu sabia o que ele queria e estava muito afim de ir. Glenn foi o caminho todo beijando meu corpo. O clima entre nós estava intenso e o fogo também. Finalmente eu estava nas mãos deles, finalmente eu estava integre a ele. Finalmente eu podia amar ele e ele à mim.