Narrado por : Tomás .

Eu estava me odiando mais do que ela provavelmente estava me odiando.
Ela não merecia o que eu estava fazendo, mas era preciso.
Depois dela ter ido pro quarto, possivelmente chorar, o pessoal foi embora. Resultado: estávamos sozinhos.
E da ultima vez que ficamos sozinhos, acabou rolando uma química.

E da outra vez, eu ataquei o seu pescoço, deixando marcas visíveis ate agora.

Eu não iria me desculpa, eu iria ate o fim com esse jogo, ela tinha que me odiar e eu tinha que odiar ela.
Ela chegou aqui em tão pouco tempo e já estava mudando o meu mundo.


Decidi ver se ela estava chorando.
Fui cuidadosamente ate a porta do quarto dela, coloquei minha mão na maçaneta.
Mas tirei ela de lá rapidamente, fui para o meu quarto, como sem tivesse me importado com o fato dela esta lá.
Mas, sinceramente, eu me importei sim. Eu não estava suportando a ideia dela esta chorando, ou pior, de eu ter feito ela chorar.
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Acordei com sol entrando pela a minha janela, que raiva!
Olhei no relógio eram 6:30h da manhã, não, não, não, não é possível um ser humano acordar hora dessa.
Tomás: Sol, por favor, volta outra hora.

Falei isso, como se o sol fosse me obedecer.
Eu me levantei da cama, contra todas as minhas vontade, e fechei a cortina.
E agora de volta ao caminha da felicidade, faltava apenas uns três passos entre mim eu o meu amor : cama. Mas, eu ouvi o barulho da porta se fechando lá fora.
Seria a Carla?
Minha curiosidade estava maior que minha vontade de dormir, então deixei o meu amor de lado, e fui ver o que a minha gatinha estava fazendo.
Ok, ela não era a MINHA gatinha, mas era uma gatinha.

A Carla tinha simplesmente tudo para me conquistar, era só ela estralar os dedos e eu cairia aos seus pés.
O problema é que ela não tinha ideia do seu poder, não tinha noção de quanto ela era linda.
E eu não vou me entregar, amor não existe e só serve pra fazer as pessoas sofrerem.
Não, eu não deixaria ela me dominar, nunca me apaixonei, e não vai ser agora que eu vou me apaixonar.
Balancei minha cabeça, afastando todos esses pensamentos, e fui ao meu dever, abri a porta do meu quarto. A casa esta quieta, fui ate o quarto da Carla, ela não estava lá.
Me dei conta que era a primeira vez que tinha estado em seu quarto, ela era muito organizada.
Tinha livros, em todo no lugar.
Respirei fundo, aquele quarto estava com cheio de perfume, e eu conhecia bem aquele perfume, era o seu cheiro.
O cheiro dela estava gravado na minha memoria desde do dia que o provei na pele de pescoço.

Comecei a mexer nas coisas que estavam no seu quarto, ela tinha muitos livros, e muitos cds, fiquei lá olhando os cds dela, ate que ela bom gosto pra musica.
Ouvi o barulho da porta abrir, meu coração acelerou, minha respiração parou, comecei a suar.O que eu ia dizer pra ela?
O meu primeiro pensamento foi: Vai pra debaixo da cama.
E assim eu fiz, no momento que me enfiei embaixo da cama, a porta do quarto dela se abriu.
Agora eu tinha outro problema, como eu ia sair daqui?

Eu tinha que esperar ela dar bobeira, para eu poder sair.
Eu só podia ver de sua panturrilha pra baixo, ela estava usando tênis. Acho que ela foi caminhar ou pra academia. Sei lá.
Ela se sentou na cama, e o meu coração estava pra sair pela a minha boca.
Ela começou a tirar os tênis, as meias, o short, e por fim a blusa.
Meu coração tinha saído pela a minha boca, pronto, morri.
Eu estava no quarto da Carla escondido, com ela semi nua.
Eu não me lembrava nem do meu nome. Eu só sabia que meu coração batia muito rápido, batia tão forte que chegava doer.
Ela começou a ir em direção do banheiro, e eu lentamente sai lá de baixo, e fui sorrateiramente para a porta.
Cheguei na porta, e reparei que ela tinha deixado a porta do banheiro aberta, ela estava apenas de toalha...
Eu não vou perder o controle.
Ela estava dançando, com os fones no ouvido, ela pulava, fazia caretas em frente o espelho, sacudia o cabelo, ela estava parecendo um doida.
Eu rir pelo nariz, eu tentei, mas não consegui segurar a risada.
No momento em que eu ri, ela se virou.
No momento em que ela se virou o iPod dela caiu no chão, quebrou o vidrinho da frente, espalhando vários cacos pelo chão.
Primeiro ela ficou assustada, depois confusa, e depois brava, muito brava.
Eu não conseguia parar de rir.
Carla: O QUE VOCE TA FAZENDO AQUI? – Ela gritou.
Eu não respondi, o que eu iria responder?
"Eu estava aqui no seu quarto desde de cedo, e acabei me entretendo sentindo o seu delicioso cheiro, e vendo suas coisas. "
Não, claro que não. Não iria responder isso.
Então, continuei rindo.
Eu não estava rindo pra tirar uma com a cara dela, eu estava rindo porque ela estava estranhamente fofa daquele jeito.
Esquisitamente linda.
Carla: Tomás, sai do meu quarto – ela disse cerrando os dentes.
Ela estava muito impaciente hoje.
Ela começou a andar, e logo em seguida ela gritou de dor.
Eu parei de rir, e fui ajudar ela.
Tomás: O que foi?
Carla: Ai, e isso importa pra você?
Sim, importa muito.
Tomás: Claro que não, mas, você só tem a mim agora.
Carla: Pensei que eu não era nada pra você.
Será que você não entende que você e muito importante pra mim?
Tomás: Você não é nada, e só que eu pensei que você estava machucada.
Carla: Meu pé doeu de repente.
Eu olhei para o pé dela e vi sangue, havia sangue pelo chão.
Ela me olhou assustada, será que ela tinha medo de sangue?
Ela era mesma um bebê.
Ela levantou o pé do chão, fazendo derramar mais sangue.
Carla: Ai meu deus, Tomás me ajuda.

Uma mão dela agarrou o meu braço e o apertou bem forte, bem forte mesmo.
Tomás: Calma, Carlinh...CARLA.
Sem deslize Tomás, foco.
Ela simplesmente se jogou em cima de mim. E novamente o que nos separa era as minhas roupas, e a toalha dela, que parecia tão fina pra mim.
Eu podia sentir levemente as suas, "formas de mulher".
Por reflexo, eu retribui o abraço, minha mão ainda não encostava nela, tive bastante cuidado com isso. Minha mão primeiro desceu, território proibido, depois subiu, e voltou a descer e depois subiu, então eu abri meus braços deixando eles de lado.
Tomás: Que saco – eu falei nervoso, eu nunca tinha ficado nervoso com uma garota antes – Não chega assim tão perto – depois de falar isso, eu coloquei meus dedos em sua cintura e a afastei delicadamente.
Carla: O que foi? Tem nojo de mim agora?
Vai por mim, não é isso, passa longe de ser isso, confia em mim quanto mais distante você estiver, especialmente estando apenas de toalha, vai ser melhor.
E bem difícil me controlar perto de você.
Tomás: É, quase isso.
Será que ela percebeu o quanto a minha voz soou irônica?
Tomás: Eu vou te levar pra cama.
Passei um braço seu pelo meu ombro, e depois, pensando em elefantes roxos, eu peguei suas pernas, e a levantei.
Pronto, ela estava nos meus braços, fácil.
Fui em direção da cama, minha mão formigava, uma estava em suas costas, e outras nas suas – lindas – pernas.
Comecei a cantarolar qualquer música que eu lembrasse,tudo pra não perder meu controle com aquela garota.
Carla: O que você esta fazendo?
Tomás: Me distraindo, mantendo minha cabeça longe, bem longe.
Faltava pouco para a cama dela, o seu cheiro esta muito forte, estava muito vivo, estava ficando bêbado do seu cheiro.
Seu cheiro era gostoso, eu fechei meus olhos, ela era...
Tomás: Deliciosa.
Carla: O que?
Justo agora eu fui pensar em voz alta?

Tomás: Nada.
Carla: Você esta bem?
Tomás: Claro que sim.
Aleluia, chegamos em sua cama, eu a coloquei delicadamente, tomando muito cuidado para não sentir nada do seu corpo.
Ela se sentou, eu me sentei ao seu lado.
Tomás: Deixa eu ver o seu pé.
Ela colocou ele em cima da minha perna. Era um corte profundo, e tinha pedaços de vidros dentro do corte.
Tomás: Ainda vai sangrar muito, você vai levar pontos aqui, veste uma roupa que eu vou te levar pro hospital.
Carla: NÃO – ela gritou desesperada.
Tomás: O que foi?
Carla: Não, hospital não, por favor, por favor, eu te imploro, hospital não.
Seus olhos estavam se enchendo de lagrimas.
Pronto, a minha criança tinha medo de hospital, ferrou tudo agora.
Tomás: Mas, você tem que ir, se não vai continuar sangrando muito, e vai ficar uma cicatriz muito feia.
Carla: Cicatriz?
Ela tinha um ponto fraco. Mas é claro, com um corpo perfeito dela, ela com certeza tinha medo de cicatrizes.
Tomás: Sim, uma cicatriz feia, e você não vai querer estragar o seu corpo perfeito, não é?

Carla: Eu? perfeita?
Parabéns, Tomás, seu terceiro deslize, continue assim, por que você não diz logo que esta afim dela?
Tomás: Eu quero dizer, você não vai quere piorar? Vamos pro hospital – eu falei mudando de assunto.
Carla: Não, por favor, tudo menos isso.
Tomás: Mas, Carla, isso é...
Carla: Por favor, Tomás.
Ela estava com os olhos suplicando, ah não, não faz essa cara que eu fico fraco.
Ah, ela tinha achado minha fraqueza.
Tomás: Ta bom. – Eu falei derrotado.
Derrotado pelos encantos dela.

Eu mesmo estava fazendo o curativo dela. Da pra imaginar?
Eu tinha tirado os cacos com uma pinça, e agora eu estava enfaixando com ataduras, gases, esparadrapos, eu não tinha dado nenhum ponto, porque eu iria conseguir costurar a pele, eu não sou medico, e não tenho a menor ideia de como se faz isso.
Tomás: Esta pronto.
Ela suspirou aliviada, eu também estava aliviado, já que ela estava com roupa agora.
Carla: Obrigada.
Ela estava sorrindo, com aquele seu sorriso único, que só ela tem.
Eu respirei fundo, estava na hora de voltar a odiá-la, e fazer ela me odiar.
Afinal, eu tinha acabado de dizer que ela tinha um sorriso único.
E isso estava errado, ela tem que ter o sorriso igual de todo mundo. Mas, o problema não era ela, era eu.
Tomás: O meu trabalho esta feito, e já vou, porque não aguento passar mais um segundo perto de você.
Carla; Mas, Tomás...
Tomás: Não, Carla, quem gosta de criança e creche, não eu. E já gastei meu tempo com uma pirralha, que não aguenta nem ver sangue.
Carla: Esperai ai, eu não pedi pra...
Tomás: Você pediu minha ajuda sim, agora, eu tenho mais o que fazer do que desperdiçar meu tempo com nada.
Carla: Tomás!
Tomás: Se precisar de mim, não me chame.
Me levantei da cama, e ela se levantou junto, ela foi mancando pra perto de mim, ficou na minha frente.
Carla: Olha aqui, Tomás, preste atenção, eu não vou ficar...
Tomás: Carla, cala a boca – eu falei.
Carla: Por que não cala você a sua? Afinal, não a minha boca que fica magoando os outros.
Eu parei por tempo, ela estava magoada? Então eu tinha ferido seus sentimentos? Então ela tinha algum sentimento por mim?
Quando senti a sua respiração tocar a minha boca, que percebi que a gente estava perto demais, perto demais mesmo.
Eu podia ate sentir a sua respiração.
Eu se eu me mexesse só um pouquinho, os lábios delas seriam meus.
Eu não quero mais lutar contra isso, eu quero ela.
Segurei em seu braço, e quando ia pra frente... Faltou luz.
E agora? Estávamos na escuridão, só eu e ela, e os nossos rostos perto um do outro.