Love Or Hate?

Problema pra mim.


Acho que fazia umas 3 horas que eu estava arrumando minhas malas, ainda não acredito que aceitei dividir o apartamento com um completo estranho, mas eu não tinha muito dinheiro, meus pais morreram, minha irmã estava em Nova York tentando a carreira de modelo, e ela tava no inicio da carreira. E ela não bem o que se possamos dizer esperta ou inteligente, mas, e muito engraçada.
Então ter um dinheirinho extra ia ser muito bom.
Ajeite os meus óculos de grau, eles viviam caindo, olhei para o meu quarto, a cor das paredes eram horríveis, a cama era de casal, o banheiro não era grande coisa... Já vi que ia ter que usar o meu dinheirinho extra pra comprar tintas bonitas e pintar eu mesma. Os moveis da casa eram lindos, pelo menos isso.
Depois de tudo pronto, roupa no lugar, livros arrumados, Cd’s guardados, decidi tomar um banho.
Eu me enxuguei, vesti uma calça folgada, e uma blusa grande com a estampa do Bob Esponja, amarrei meus cabelos, e coloquei meus óculos.
Sai na pontinha dos pés, se eu estava com medo?
Sim, eu estava, a única coisa que eu sabia sobre o meu lindo estranho era que o nome dele era Tomás, só isso, e que ele tinha um lindo sorriso.
Então era melhor conhecer ele?
Eu não sei, fazia tempo que eu não falava com um garoto, desde do meu ex-namorado.
Autoconfiança não bem o meu forte, ou melhor confiança nenhuma e meu forte.
Mesmo assim, eu abri a porta e sai.
Ele estava sentado na cadeira com um violão na mão.
Respirei fundo e falei:
- Oi.
Ele virou surpreso, tinha levado um susto.
- Oi.
Como assim só oi? E agora o que eu falo?

- Meu nome é Carla.

- Eu sei.

Cri cri cri, e agora?
Ele não queria conversar? Ou que?
Enquanto eu tentava desvendar o que ele queria, eu percebi que ele me olhava dos pés a cabeça.
E eu conhecia bem a maneira que ele me olhava, nisso eu era especialista, ele estava me julgando, como todos fazem.
E dai? Eu sei que não sou bonita, descolada, interessante. Mas eu era uma boa pessoa.
Eu não me magoei, nem me chateei, isso era normal pra mim.

- Eu vou sair agora, e não sei que horas volto.
- Ta bom.
- Eu poderia ate te levar, mas você sabe...
- Não, não sei.
- Eu tenho minha reputação, eu sou o Tomás Campo Sales, só ando com garotas legais e bonitas, e outra hoje em dia as mulheres não acreditam nessa historia de ‘ela é só uma amiga’.

U-A-U, o cara se achava o rei do mundo.

- Tudo bem, eu não quero ir.

Mentira, eu quero ir sim, mas não com esse Rei do mundo Campo Sales.

- Eh, você não tem cara de sair muito, ou de sair... Por que não vai ler um livro?

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, ele falou:

- É melhor eu ir, as meninas estão me esperando.
- É melhor não se atrasar.
Ele deu um sorriso de lado, e depois piscou pra mim, pegou as chaves e saiu.
Nesse exato momento tive certeza de que ele era um problema pra mim.
Ele tinha as características certas de ser um pegador, aquele que ninguém resiste, cheio de charme.
Eu tinha que resistir a ele, eu vou resistir a ele.
Eu tinha certeza de que ele não daria em cima de mim, ou tentaria algo comigo.
Eu vou resistir a ele, eu iria resistir a ele, afinal o que ele tem de tão especial?