Love Or Hate?

Qualquer lugar menos aqui.


Quando acordei eram sete da manhã, tomei banho, e sai pra correr, voltei pra casa umas nove da manhã.
Depois de trocada e banhada, resolvi fazer um café da manhã, eu não tinha ideia de que hora o Tomás "Rei do Mundo" Campo Sales tinha voltado ou se ele tinha voltado.
Depois que comi, lavei a louça e guardei, fui para o meu quarto pra terminar de ler um livro.
Comecei a ouvir um música vinda de algum lugar no apartamento, olhei no meu celular eram onze e meia, o tempo tinha passado rápido, a musica voltou a tocar, ela atraia o meu ouvido, segui para ver onde essa melodia dava, estava vindo do quarto dele.
Fiquei nas pontinhas dos pés, para não ser ouvida, parecia errado o que eu estava fazendo.
Me encostei na parede, e me concentrei na melodia, era simplesmente maravilhosamente encantadoramente linda.
Olhei pela porta, e lá estava ele, meus olhos gravaram cada detalhe, o jeito que ele segurava o violão, a maneira que ele dedilhava os acordes, seu rosto estava esplendido, eu tinha que admitir que ele era muito lindo, seu cabelo parecia ser tão macio, desejei passar a mão nele e descer ate o seu rosto.Ele nem parecia ser o idiota que foi ontem.
Desejei parar o tempo, e ficar pra sempre vendo essa cena, ouvindo essa melodia.
Não sei o que em mim, mas eu entrei no quarto dele, ele parou bruscamente a musica.
– O que esta fazendo aqui?
– Me desculpa, mas, e que você chamou a minha atenção... Quer dizer, a música chamou minha atenção.
Ele deu um de seus sorrisos do estilo: ‘acabar com o coração de qualquer garota’, não Carlinha, ele e um idiota, o sorriso dele não tem nada demais.
– Você gostou? - perguntou ele com o seu sorriso no rosto.
– Se eu gostei? Eu amei. Eu não sabia que você tocava, qual musica você tava tocando?
– Wonderland, você conhece?
– Não, mas se você tocar de novo, eu juro que viro a sua fã.
Ele deu uma pequena gargalhada, esse sorriso ai estraçalhava o coração de qualquer garota.
– Senta ai. – ele falou colocando a mão na cama.
Eu engoli o seco, e me dei conta do que estava acontecendo, eu quase nunca falava com um garoto, e agora eu estou no quarto de um, preste a sentar na sua cama.
Mas, o sorriso dele estava muito convidativo, não tinha como dizer não.
Eu sentei meio hesitante, mas sentei.
Ele não falava nada apenas sorria, o que eu podia fazer? Eu sorri de volta, e sem notar estávamos apenas nos olhando e sorrindo.
– Você vai tocar?
Ele piscou os olhos como se estive saindo de uma hipnose.

– Claro.

Então ele começou a tocar e logo em seguida a cantar, eu juro que era como se um anjo estivesse lá, ele parecia um cantor profissional, isso explicaria o cabelo legal dele e o estilo maneiro que ele tem.
Mas, não, ele não era profissional.
E de repente, do nada, aconteceu algo em mim, não sei o que foi, mas meu coração parou, eu não respirava, eu não pensava, eu só olhava pra ele e memorizava cada detalhe do seu rostinho de bebê.Realmente parecia um anjo.
E como tudo o que e bom acaba cedo, a musica acabou.
– E ai? Gostou?
– Nossa! Eu juro que vou pedir um autografo agora. – eu falei toda animada
Ele deu mais uma de suas risadas gostosas de se ouvir.
– Eu pensei que você nunca fosse pedir. – falou ele com um tom de brincalhão.
– Ah! Desculpa se eu demorei.
Ele eu outra risada, nem preciso dizer que o sorriso do meu rosto não saia.
– É serio, o que você é? Uma Hannah Montana ou melhor um Hannoh Montano.
Ele deu mais uma risada gostosa.
– Que isso, garota. Eu não sou nenhum Hannoh Montano, eu to mais pra um Beatles.
– Nossa! Ele já voltou.
Ele me olhou confuso, mais ainda mantinha o sue sorriso brincalhão nos lábios.
– Como assim?
– O Tomás metido voltou.
– Ele tinha ido embora?
– Na verdade, eu acho que ele tava escondido.
Nos dois sorrimos juntos, seria isso o inicio de uma amizade?
– Eu gosto muito de tocar, cantar...
– Eu percebi isso, você parece outra pessoa.
– Eu me sinto outra pessoa, e como se nada fosse impossível, quando eu to no mundo da música eu me sinto assim, me sinto em paz com o mundo todo.
– Eu sei como é, você pode ser você mesmo, não sente medo de demostrar quem você é, se sente livre pra voar pra onde você quiser, e como se calasse a boca do mundo e você ouvisse apenas a voz do seu coração.
Ele me encarava surpreso, eu não conseguia decifrar o seu olhar, mas ele me encarava perplexo.
– O que foi? – eu perguntei pra quebrar o silêncio.
– Parece que você acabou de entrar da minha mente. Agora e eu que pergunto quem você é. Quem é você?

– Eu não te contei? Eu sou uma vampira, eu consigo ler a mente das pessoas.
Ele riu e falou:
– ah! Então eu sou mesmo um dos Beatles.
Nos dois sorrimos juntos de novo.
– Metidoo.
– Não, medito não, eu apenas me garanto.
– Nossa! Já vi que a humildade e a sua melhor amiga.
E gente voltou a sorrir juntos, e eu acho que sim, esse era o inicio de uma amizade.
– Se não for abusar muito, será que você podia tocar outra musica?
– Claro que sim, por mim eu tocava o dia todo.

E novamente ele voltou a tocar e magia voltou acontecer, o sorriso brotou em meus lábios e ficou gradado lá,
Essa musica tinha uma melodia muito doce, e a letra parecia ser bonita, ele tava cantando em inglês.
Ficou ainda mais perfeito, por que começou a chover, e o barulho da chuva caindo estava combinando perfeitamente com a melodia da musica.
Mais uma vez, memorizei os detalhes do seu rosto, mais especificamente os detalhes do seus olhos, do seu sorriso, o modo como o vento bagunçava o cabelo dele.
E a música acabou.
Estava chovendo um pouco forte, entrou pela janela do quarto um vento que jogou minha franja pra frente.
Antes que eu pudesse pensar, calcular, raciocinar em tirar meu cabelo do meu rosto, ele estava lá, com a mão em meus cabelos, era como se eu sofresse um choque, onde as pontas do dedos dele tocava, queimava minha pele, mas queimava de um jeito, bom, gostoso. Ele lentamente colocou a mecha do meu cabelo atrás da orelha, ele lentamente estava me torturando, eu nunca imaginei que um simples toque, iria causar tantos conflitos dentro de mim, iria mexer tanto assim dentro de mim, quando ele terminou de ajeitar o meu cabelo, olhou nos meus olhos, e eu no meu ato mais infantil do dia ou no meu ato mais tímido do dia, abaixei minha cabeça, quebrando a conexão de nossos olhos.
Pude sentir ele sorrindo pelo nariz.
E como se ele não tivesse me torturando o bastante, ele colocou mão no meu queixo e levantou minha cabeça, me obrigando a encarar aqueles olhos.
– Porque você é tão tímida?
Eu tinha certeza que eu estava mais vermelha que sangue.


– Qual o significado da letra da musica que você acabou de tocar.
Ele começou a sussurrar, ainda com a mão no meu queixo, me obrigando a encarar ele, com os nossos rostos perto um do outro.
– ‘eu me pergunto se talvez eu pudesse ser tudo que você sempre sonhou, porque você é linda por dentro, tão bonita e eu consigo ver porque eu faço qualquer coisa por você, quando eu não estou com você, eu sei que é verdade, que eu prefiro estar em qualquer lugar, menos aqui sem você...’

Ele devia fazer um filme de terror, ele sabe perfeitamente como torturar uma pessoa.

– Gostou?

– Sim, e linda. Qual o nome da musica?
– Anywhere but here.
– E o que significa?
– Qualquer lugar menos aqui – ele sussurrou.
Seu hálito bateu contra o meu rosto, ele apertou um pouco meu queixo com os dedos que o estava segurando, e me puxou para perto dele...