Love Is Always Good
You're grinning like a fool
I wish you could see your face right now
Eu gostaria que você pudesse ver seu rosto agora
'Cause you're grinning like a fool
Porque você está sorrindo como um idiota
And we're sitting on your kitchen floor
E nós estamos sentados sobre seu assoalho da cozinha
On a Tuesday afternoon
Numa tarde de terça-feira
All Time Low - A Daydream Away
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No dia seguinte, Spencer e eu fomos até a escola mais cedo. Encontramos Brendon e Jon conversando.
– Hey, Brendon!
– Agora você veio. Ora, ora - disse ele irônico, e eu não entendi nada.
– Como?
– Não se faça de desentendido, Ryan.
– Eu não faço a mínima ideia do que você está falando.
– Não? Então me deixe refrescar sua memória: você me deixou plantado ontem na praça.
– Quê?
– Isso mesmo.
– Brenny, eu me esqueci, me desculpe.
– Não vem com essa de "Brenny". Eu não te reconheço mais, Ryan.
Brendon se afastou de mim. Suspirei e fui me sentar na grama, à sombra de uma árvore, para relaxar um pouco. Logo, senti alguém ao meu lado. Abri meus olhos e vi Z me encarando.
– Oi.
– Oi - respondi.
– Tudo bem?
– Tudo.
– Legal. Café?
– Não, obrigado.
– Smashing Pumpkins?
– Oferta tentadora, pena que o sinal acaba de tocar.
– Droga. Vamos, então?
– Vamos.
Z e eu nos levantamos e fomos para a sala. Lá, já estavam Dan, Ian e Dallon.
– Demorou, hein, Ross - Dallon disse.
– Está brincando? Já estou aqui há uns dez minutos, pensei que vocês todos iriam faltar.
– Por que faltar?
– Sei lá, talvez a ressaca tivesse pegado forte.
– Não mesmo. E mesmo se tivesse, você acha que eu deixaria de ver a Breezy? Até parece.
Todos rimos. Quando Dallon tinha a oportunidade de fazer uma piada, ele não pensava duas vezes.
– Bom dia a todos - cumprimentou a professora. Imediatamente olhei para Dallon, que mantinha seus olhos grudados nela.
Após ela cumprimentar a turma, não prestei atenção em mais nada. Por vezes. eu ouvia ela falar algumas coisas sobre a prova, mas não dei a mínima.
Z's POV:
– Você pode me emprestar a sua borracha? - Pedi a uma garota ruiva, bonita, sentada atrás de mim
– Claro - respondeu ela, me entregando a borracha.
– Obrigada.
– Nossa, essa professora deve ser apaixonada por matemática para ter escolhido essa matéria.
– É verdade, eu sempre penso nisso - rimos.
– Do que é que as gracinhas estão rindo? - A professora perguntou e a turma toda nos olhou. - Querem rir na diretoria?
– Não.
– Então tratem de ficar quietas porque depois de amanhã tem teste.
– É chata igual à materia - a ruiva disse, quando a professora já havia se virado para o quadro, e eu ri.
– Você - a professora apontou para mim -, já para a diretoria.
Levantei-me e caminhei até a sala da diretora, onde fui obrigada a ouvir sermões da mesma. Saí da sala quando já era hora do intervalo. A ruiva caminhou até mim.
– Desculpe por ter feito você ir para a diretoria.
– Sem problemas - sorri.
– Desculpe, não me apresentei. Sou Hayley. Hayley Williams.
– Elizabeth Berg, mas pode me chamar de Z.
– É aluna nova, certo?
– Sim.
– Está sozinha?
– Mais ou menos. Tem um garoto chamado Ryan, naquele grupo de meninos - apontei -, eu falei algumas vezes com ele. E você, está sozinha?
– Estou.
– Não será mais um problema.
– Obrigada - sorriu docemente.
Z's POV Off.
– O Ryan faltou no trabalho ontem.
– Ontem? O Ryan falta o trabalho fazem quatro dias.
– Não te ligaram?
– Sim, mas eu não atendi. Que se dane a Starbucks, eu não vou mais perder minhas tardes lá.
– Melhor, assim você passa mais tempo comigo - Dallon brincou.
– Vocês não perdem uma oportunidade, não é mesmo?
– É.
– Cadê o Brendon? E o Spencer?
– O Brendon está bravo por você por ter faltado o passei sei-lá-das-quantas de vocês; o Spencer ficou fazendo companhia pra ele - Jon explicou.
– Droga, eu disse que esqueci e o Brendon não acreditou.
– Mas você devia ter lembrado. Você sabe que isso é importante, principalmente para ele. Vocês dois sempre andavam juntos, e depois... depois daquela coisa vocês se afastaram.
– Eu sei que meus pais morreram, Jon, você não precisa falar "aquela coisa". Não vai mudar nada.
– Tudo bem.
– Já falei para o Brendon que eu me esqueci, se ele não quer acreditar, o problema é dele.
– Ok... Bom, eu vou lá achar eles, tchau.
– Tchau.
– Ok, agora eu quero saber o que você estava pensando quando convidou o Ryan para ir na sua casa, Keyes - Dallon disse. - É a segunda vez. Na terceira, vai ter porrada na certa.
– Só o convidei ele para ir lá em casa.
– Só? E você também o beijou?
– Credo, cara, você é muito desconfiado.
– Quando se trata do Ryan, eu sou mesmo.
– A gente só conversou.
– É, Dallon, relaxa - disse eu, quase rindo.
– Só porque você pediu, lindo - Dallon brincou e não pude conter o riso. Depois, me abraçou de lado. - E então, o que vocês acharam da aula?
– A Breezy explodiu.
– Pois é.
– Coitada da Z.
– E por falar em Z, ela está com uma ruivinha bonita ali do lado dela.
– Que bom que ela arrumou uma amiga.
– Outra amiga - Dallon tirou sarro de mim, provocando risadas em todos.
– Bastardo - dei um tapa em sua testa. - Vou trazer elas para cá, já volto.
Caminhei até elas, as cumprimentando com um aceno.
– Vejo que arrumou uma amiga.
– Sim - sorriu Z. - Essa é a Hayley. Hayley, esse é o Ryan.
– Oi.
– Oi.
– Que tal vocês duas se juntarem a mim e aos outros?
– Claro, obrigada.
Voltei ao lugar de onde saí, com as duas atrás.
– Gente, essa aqui é a Hayley.
– Williams - completou ela.
– Esses são Dan Keyes, Ian Crawford e Dallon Weekes.
– O Ryan é meu - apressou-se Dallon em dizer.
– Tudo bem - disse Hayley rindo -, eu não quero ele.
– É bom mesmo.
Dallon colocou a mão na minha cintura. Eu ri, pois sabia que era mais uma de suas brincadeiras.
– Que viadagem - Hayley observou. - Vocês são sempre assim?
– Melhor se acostumar - completou Ian.
No dia seguinte, eu estava indo até a biblioteca, quando senti um corpo batendo contra o meu. Fui levantando a cabeça para ver quem era. Alto, louro, nariz grande, sorriso gentil. Era Dan.
– Melhor olhar por onde anda - sorriu.
– Eu só estava distraído.
– Da última vez que você estava distraído, quase foi atropelado por um carro.
– Não precisa me lembrar disso a cada dia. Eu sei o que aconteceu, eu estava lá.
– Que bom, então - Dan sorriu novamente. Já havia notado que ele era um tanto protetor, e aquilo me irritava um pouco.
Sem me despedir, saí da frente de Dan e segui caminho. Mas, logo depois, senti ele a meu lado.
– Aonde você está indo?
– Biblioteca.
– Ótimo, eu preciso pegar alguns livros lá.
Senti que Dan não desgrudaria de mim, depois de ter visto minha vida por um triz. Pelo menos ele não havia contado aos outros.
– Está tudo bem?
– Está.
– Tem certeza?
– Por acaso eu pareço estar com algum problema?
– Não.
– Então por que duvidou?
– Eu só perguntei.
– Acontece que ninguém faz outra pergunta a não ser essa. Qual é o problema de vocês todos? Parem um pouco, apenas por um mísero minuto. Eu cansei disso. Então, se você quiser falar comigo, não faça essa pergunta e nem ouse dizer que se preocupa comigo.
– Tudo bem, me desculpe - Dan disse, não parecendo magoado. - Melhor irmos para a aula, já vai começar.
Nos levantamos da cadeiras e fomos até a sala. Nos deparamos com o professor de geografia.
– Chegaram atrasados, mocinho. Na minha aula vocês não entram. Podem se retirar.
Dan e eu, por ordem do professor, saímos da sala e fomos para o pátio.
– Eu odeio esse professor.
– Então somos dois.
– Se alguém chegar meio minuto atrasado, é capaz de ele não deixar entrar.
– Pois é. Então, como vão as coisas com o Spencer?
– Bem.
– Minha mãe perguntou de você - sorriu.
– Cara, a sua mãe me ama - brinquei.
– Pois é. Ela ama mais você do que eu.
– Que mentira - ri. - E mesmo se fosse verdade, pelo menos você tem mãe. Agradeça a isso.
– Oh, Ryan...
– Relaxa, Da, eu estou bem. Está tudo bem com a sua família?
– Está.
– Legal.
– E o seu namoro com o Dallon? - Dan sorriu maliciosamente.
– Vai bem - ri.
– Que bom. Hey, você quer dar uma saída hoje, no cinema?
– Eu adoraria, mas caso você tenha esquecido, temos prova amanhã.
– Ah, é verdade.
– Outro dia, quem sabe?
– Claro.
– Estou sem assunto - disse após alguns minutos de silêncio.
– Idem.
Ficamos olhando para o chão por um certo tempo. Parecia que anos haviam se passado.
– Aquela Hayley parece legal, não? - Disse Dan.
– Parece.
– E também parece engraçada.
– Suponho que o Dallon se dará bem com ela.
– Certamente.
Aproveitei que tinha um iPod em mãos e coloquei meus fones de ouvido.
– Strawberry Fields Forever - cantei.
Dan me olhou e continuou. - Let me take you down 'Cause I´m going to Strawberry Fields Nothing is real
And nothing to get hung about Strawberry Fields forever
Logo, leventamos e nos demos as mãos, girando alegremente. Completamos a música juntos. Elevamos o tom de voz e continuamos.
– Senhor Ross, senhor Keyes, querem me explicar o que está havendo aqui?
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