Love In Cold Blood

Cap 10 – …And I killed her!


L: Porra Ville! Se é pra você se atrasar todas às vezes, fala logo que não pode vir!

V: Desculpa! Eu juro que foi um acidente!

Ele olhou para meu rosto culpado. Olhou mais uma vez...

L: Quem andou te chupando?

V: Como assim? Que coisa horrível pra se gritar no meio de um bar! E olha só pra quem você grita um absurdo desses: EU! Um cara tão santo...

L: Esse chupão aí no seu pescoço te denuncia...

V: Shit...

L: Hahahaha! Alguém anda chupando o Ville Valo...

V: Pra sua informação, ela não andou... Estávamos deitados e... Não é pra você sair gritando isso por aí!

L: Ah... Era por isso que você não queria ficar com a Izzy... Mas agora você partirá o coração dela! Ville, você é um homem cruel!

V: Não sou não. Eu nunca nem falei nada com ela!

L: Mas você gosta dela, não é? Aposto que esse chupão aí só apareceu depois que você ligou para o Disk Sexo... Você não arruma muitas mulheres que façam isso aí no seu pescoço por vontade própria!

V: Cala a boca, vai...

L: Hahahahaha! Vamos ensaiar então...

Ficamos ensaiando até tarde da noite já que o bar não abria aos domingos... Todos foram embora, só que eu fiquei até um pouco mais tarde para pensar sobre as coisas... Eu estava mesmo precisando...

I: Ville...

V: Izzy... Oi!

I: É verdade o que o Linde me disse?

V: O que ele disse?

I: Que você ta namorando.

V: É mentira...

I: Ah ta...

V: Não acredita?

I: Não... Eu também vi aquilo no seu pescoço.

V: Te incomoda?

I: É claro! Eu... Eu gosto de você!

Eu estava rindo por dentro. Rindo porque eu a tinha em minhas mãos agora. Eu não queria transar com ela assim como havia feito com todas as outras, mas ela estava exatamente onde eu queria...

V: Por que nunca disse isso antes? Se tivesse dito, eu nunca teria ficado com ela!

I: Você jura?

V: Juro!

Ela me beijou... Não foi a mesma coisa de quando a Ethel me beijou, mas não foi tão ruim. A Izzy não era mesmo o amor da minha vida.

I: Ville... Eu sinto ciúmes de você...

V: Também sinto de você...

Nos beijamos mais uma vez...

I: Quer sair para algum lugar?

V: Quero. Mas preciso ir ao banheiro antes, ok?

I: Ok...

O banheiro era na parte de trás do balcão e ao lado da cozinha... Ela não me viu ir até a cozinha e pegar uma faca... Escondi aquilo em um dos bolsos interiores do meu casaco e fomos embora dali.

I: Aonde vamos.

V: É um lugar maravilhoso... Você vai ver só...

Eu estava sem criatividade para lugares no momento... Estive pensando em Ethel durante o ensaio e agora voltei a pensar nela. Não iria conseguir tirar a vida daquele anjo... Um anjo que eu acreditava ser meu... Eu senti que ela tinha me amado de volta... Opa! Alguém aqui falou em amor?

I: Ville... Aonde é que você está me levando?

V: Pro parque... Você já vai entender...

O parque da cidade era um lugar grande... Não se resumia apenas a um lago... Havia algumas árvores também... Era quase noite e não havia ninguém por perto...

I: O que a gente está fazendo no meio das árvores Ville?

Não estava prestando atenção ao que ele dizia... Estava sentindo a angústia do meu primeiro amor... Os cabelos de Izzy não brilhavam mais... Seu sorriso não era mais tão bonito... E seus olhos... Eram apenas olhos comuns... Só que Ethel não saia mais da minha cabeça... Eu a queria mais e mais... Se eu a matasse, além de me sentir culpado, não iria poder me sentir como ontem à noite nunca mais! Eu não queria isso!

I: Ville... Eu...

V: Cala a boca! Não consegue pensar em mais nada que não seja você mesma por mais de um minuto, não?

Ela ficou paralisada olhando para mim...

I: Eu não queria...

V: Você nunca quer nada... Eu tenho uma novidade para você, sweetheart... Você não vai querer mais nada nunca mais.

I: O que quer dizer com isso?

V: Isso.

Em apenas alguns segundos, puxei a faca do bolso e a cravei um pouco abaixo de seu pescoço... Logo em seguida, fui arrastando a faca para baixo, abrindo seu corpo ao meio. Espirrou sangue em minha blusa... Em minhas mãos... No chão... Como é que iria me limpar agora? Quando fui reparar, eu estava ajoelhado em cima daquele corpo ensangüentado... Da mulher que um dia pensei amar... Agora não passava de mais um cadáver...

Levantei-me e me deparei com um problema: Como iria me limpar... Fui correndo até o lago e me joguei lá dentro ainda com a faca nas mãos... Saí. Agora eu já tinha outro problema... Me secar... Alguns segundos depois tudo melhorou: começou a chover. Dava para me disfarçar agora. Fechei meu casaco, pois minha blusa estava suja de sangue, joguei a faca no rio e saí correndo em direção ao cadáver de Izzy.

Dessa vez eu matei sem nenhuma compaixão. Sem dó... Eu a queria ver morta mesmo. Olhei mais uma vez para todo aquele sangue e saí correndo para casa, como se fosse apenas só mais um correndo da chuva.