Love Chronicle

Batendo a cabeça: só quando não está doendo


Aira: Yana. Yana! Yana, acorda!

Yana: Ahn, hum? Hein? – abri os olhos e vi a cara de pastel (ou seja: amassada) da Aira bem perto da minha. Se eu não estivesse com a cabeça doendo, morrendo de sono e quentinha - por alguma razão desconhecida já que eu estou sem coberta – eu teria levantado de um pulo, batido a cabeça na dela, caído e começado a gritar “nãaao porque! Vou acabar igual ao Fred, o brócolis!”. Só que, eu estava sim com a cabeça doendo, morrendo de sono e quentinha. Então a única coisa que fiz foi ficar meio tipo “qual é o seu problema por me acordar agora? Deve ser só tipo, umas três da tarde do dia seguinte ao de ontem que foi quando eu acho que fui levada por algum ser alienígena pro meu quarto junto com algumas outras pessoas que deveriam ser outros escravos do alíen que queria nos matar com suas anteninhas venenosas cheia de ervilhas tóxicas.” Não pera... Eu bebi ontem... e depois... ahn... nossa, acho que eu não posso ter bebido, é só minha imaginação. Nossa, que estranho que teria sido se fosse verdade! Resolvi dividir minha imaginação com a Aira.

Yana: Nossa Aira acabei de ter um sonho muito estranho. Sonhei que ontem a noite eu pulei no Syaoran gritando que nem um retardada apaixonada, ele caiu no chão, eu fiquei por cima dele e aí ele começou a rir e a falar “Yana você é engraçada, muito engraçada, quer me ajudar a matar aquele monstro que atacou a Sakura?” e aí eu disse que sim e nós matamos o monstro com nossas armas de combate super avançadas... Ah, e também nós dançamos ao som das músicas do meu Ipod, eu super agarrada nele, e aí veio o Kurogane tentando nos separar, só que começamos a gritar que nem uns maníacos. Eu não querendo soltar a mão dele, o Kurogane me puxando pelas pernas. Mas aí veio o Fye tentar nos ajudar fazendo um discurso democrático que eu era de todos e que eles deveriam me dividir ao meio para poderem ficar comigo. O Syaoran gritou “não! E a Sakura?! A Sakura! *HIME! Cadê você?” eu disse que ele não ia me trocar pela Sakura e dei um chute mortal na barriga do Kurogane pra me soltar dele e pulei no Syaoran falando que ele era meu e que eu o amava de mais, começando a chorar. Veio você correndo e disse que todos nós deveríamos dormir (você disse que deveríamos dormir como bons morangos de cacau, mas isso não vem ao caso) e começou a nos puxar, só que o Syaoran gritou que não ia se soltar de mim, já que eu era a melhor amiga dele e que os monstros iriam me matar a tacadas de goiaba e eu ali, ainda chorando e gritando (te amo, te amo muito Syaoran, gaaah), no final você permitiu nos deixar agarrados, mas disse que não era pra passarmos do limite. Depois eu só lembro-me de termos ido dormir todos juntos. Que sonho estranho né?

Aira: Ahn, Yana... – ela apontou pra algum lugar ao meu lado. Virei à cabeça devagar com medo do que eu iria ver.

Yana: Kyaaah! – gritei tentando me soltar do braço que envolvia com força minha cintura.

O que eu vi? Vi o Syaoran dormindo com cara de anjinho, com um braço por baixo do meu corpo segurando minhas costas e o outro a minha cintura. Ele era um pouquinho mais alto que eu, por isso eu estava com a cabeça apoiada em seu peito - e-então era por isso que eu estava tão quentinha? - Percebi que pela minha posição de antes de começar a berrar, eu deveria estar com uma mão no seu rosto e a outra no seu cabelo. Porque ele tem de ser tão forte? Não consigo me soltar do seu braço!

Estava começando a ficar desesperada e cada vez com mais vergonha quando reparo com o canto do olho a Aira tentando acordar o Fay com todo o tipo de coisa (barulho, água, balançadas), mas ele continuava dormindo, até que ela se cansou e simplesmente se jogou em cima dele e deu um tapa na sua cara (Ai! Doeu em mim). Ele acordou sobressaltado levantando de uma vez e batendo a cabeça na testa dela (ta vendo, sempre acontece esse tipo de coisa quando acordamos assim) fazendo com que ela caísse no chão, só que como as pernas dela estavam meio embaralhadas com as dele ela levou ele junto e ele caiu em cima dela. Meu Deus que cena mais anime ecchi... Eu hein... Qual era a classificação indicativa do Tsubasa Chronicle mesmo? Quatorze? Vai ter de aumentar... porque esses dois... Bom, de qualquer forma, ela ficou vermelha e paralisada e o Fay começou a rir. Eu ri também, o que não deveria ter feito, porque atraí a atenção dele pra mim. Ele me lançou um sorrisinho pervertido ao ver minha cena com o Syaoran e deu um “*Ohayo Goizaimasu” pra Aira. Se levantou e veio em minha direção fazendo com que eu quisesse cada vez mais me soltar do Syaoran porque eu tenho certeza que ele iria fazer algo pra nos envergonhar. Exatamente como eu pensei, ele veio até mim – paralisei – pegou minha mão que estava no cabelo dele e meio que usou meus dedos pra fazer um carinho no rosto do Syaoran. Ele fez uma caretinha – awnt, que fofoooo! – e abriu um pouco os olhos. Prendi a respiração, com medo e ansiedade do que aconteceria quando ele abrisse totalmente os olhos. O que aconteceu? Bom...

Syaoran: Ahn? O que ta acontecendo? Ah, temos de ir buscar as penas da Sakura que está em um Kudan forte... – ele começou a falar coisas quando percebeu minha presença ali – Shizuka-chan? (chan! Não san! Estamos evoluindo porque eu prefiro o chan do que o san!) O que? Ahn?... – mas aí aconteceu: ele abriu totalmente os olhos, que é igual a entender a situação. Ele arregalou ainda mais os olhos e suas faces foram ficando cada vez mais vermelhinhas (já falei que o Syaoran é máster em ficar vermelho? Ás vezes parece que ele vai explodir) e eu só encarando, sentindo o meu próprio rosto corando. Ele foi descendo o olhar devagarzinho (e o Fay estava ali atrás rindo pra caramba) e depois voltando o olhar pro meu rosto e ficou encarando meu rosto, me deixando meio arrepiada (ele quer me matar do coração né? Só pode), e pareceu finalmente perceber seus braços me envolvendo e minha mão carinhosamente parada na sua bochecha. E aí nós dois pensamos e fizemos a mesma coisa: pulamos pro lado totalmente vermelhos e soltando fumaça.

Yana: Ah, *go-go-go-go-gomen nasai Sya-sya-sya-syao-syaoran-kun…

Syaoran: E-e-e-e-eu que me desculpo Shi-shizuka-chan...

Aira: Pfuu... HAHAHAHAHAHA – ela explodiu como se estivesse se segurando por muito tempo, batendo a mão na mesa e fazendo escândalo – Ai, meu Deus, vocês são MUITO engraçados quando estão sem graça! Parecem duas lacraias se retorcendo! HAHAHAHAHA!

Lacraias cara? Agora acabou de acabar – ÓÓÓ ficou dahoran! Acabou de acabar... hehe – com a minha dignidade. Essa Aira vai ver, da próxima vez que ela virar uma pessoa em convulsão vermelha por causa do Fay eu vou praticamente chegar na cara dela e gargalhar. Rum.

Bom, com a barulhada o Kurogane e o Mokona acabaram acordando e, como todos estavam com a roupa da noite anterior (todos nós acabamos desmaiando no chão do quarto de visitas em que eu estava) fomos nos trocar porque agora estava calor e a vestimenta que estávamos era de frio. O Kurogane simplesmente vestiu a roupa que tinha ganhado do Sanada-kun (totalmente preta) o Fay também (parecendo um sedutor -Aira vai me matar se souber disso) e o Syaoran com aquela roupinha muito cute dele que era uma jeans, uma blusa azul clara por baixo e por cima um casaco cinza com capuz. Eu com o jeans meio desgastado que eu já estava antes, o prendedor de cabelo preto com bolinhas brancas, o all star preto e uma camiseta social branca que a Aira tinha me emprestado (a minha estava suja de sangue- coisa horrível). A Aira foi a única que realmente mudou de roupa: ela estava com uma camisetinha branca e um macacão jeans, uma bota bege e um lacinho multicolor no cabelo solto [http://www.polyvore.com/cgi/set?id=94798872&.locale=pt-br] (ela tem o cabelo meio curto por isso acho que não prende). Saímos e começamos a procurar, cada um mais envergonhado do que o outro (menos o Fay... esse cara tem problemas mentais).

Fay: Como eu pensei, ninguém sai por ai mostrando seu kudan.

Kurogane: E mesmo que nós achemos um kudan com uma pena, o dono vai nos vai dar tão fácil assim? – Sempre tão otimista.

Eu estava pensando em algo positivo pra falar quando um ser não identificado saiu da parede.

Syaoran e Mokona: AHHHHHHH! – Acho que ele se assustou tanto quanto eu. Meu Deus Pai do céu, que merda foi essa?

Aira: Ah, queria que eu tivesse algo pra guardar a cara de medo de fantasmas que esses dois fizeram! É só o kudan do Saitou-kun gente! E falando nele, olha quem vem vindo!

Saitou: Syaoran-kun! Yana-chan!

Syaoran: Masayoshi-kun!

Yana: Saitou-kun!

Saitou: Encontraram o que precisavam?

Syaoran: Ainda não.

Yana: Nem.

Saitou: Então por favor deixe-me guia-los novamente! – ele é tão formal! Tão fofinho! Ugh...

Aira: Aguente firme Iana! – mas ela mesma estava com lagrimazinhas nos cantos dos olhos. De onde vem tanta fofura num garotinho?

Syaoran: Tem certeza?

Saitou: Sim! Hoje é domingo, tenho o dia inteiro de folga!

Fay e Aira: Como você sabia onde estávamos? – eles se olharam surpresos, a Aira só foi arregalando os olhos e depois olhou pro chão, o Fay – como sempre, esse cara só sabe rir – deu uma risadinha.

Saitou: Meu kudan sabe onde estão as pessoas que eu conheço.

Syaoran: Uau!

Saitou: Mas é tudo o que ele pode fazer... Ele é muito fraco – ele falou evitando contato visual com a Aira, que já brigou com ele por causa disso. Ela simplesmente bufou frustrada. O Mokona começou a gritar “*sugoi, sugoi!” e pulou no Saitou. Só que de repente nós ouvimos um guincho de um falcão, e veio um pássaro gigante do céu com asas de avião e pegou o Saitou e a Mokona – já que ela estava no ombro dele – e saiu voando.

Aira: Saitou-kun!

Saitou: Waaah! – ele gritou com medo junto a Mokona.

Syaoran: Mokona! Masayoshi-kun!

Ok, ok. Que merda foi essa? Quantas merdas ainda vão acontecer aqui? Enquanto eu ainda estava pensando isso caiu um bilhete do céu em um papel assinado e decorado com notas musicais. Nele estava escrito assim “Estarei esperando no palácio de Hanshin”. O Syaoran pegou e começou a gritar algo. O que é que ele ta falando? Isso é latim?

Yana e Aira: Eeeh? – não há nada de errado com o meu ouvido, mas de repente não entendo nada o que eles falam! E acho que eles também não estavam entendendo nada, pois o Fay e o Kurogane começaram a discutir e fizeram uma cara – Kurogane: irritada amedrontadora , Fay: irritada cute, Syaoran: paralisada e confusa – todos: irritados e começando a bater nos ouvidos.

Aira: Hey, o que ta acontecendo?

Fay: Jpierjtorehtotoertiuerito?

Yana: Quê? Ei pera...!

Yana e Aira: Eu consigo te entender! – nós dissemos apontando uma pra outra. Nós olhamos todos e a nós mesmas tentando entender alguma coisa. Até que parece que algo caiu na nossa cabeça fazendo que entendêssemos tudo.

Todo mundo: Mokona! – falamos com cara de espantados.

Saímos correndo em direção ao palácio que estava lá no "fundo" da cidade, cada vez nos aproximando mais. E enquanto corríamos eu falei com a Aira pra tentar entender alguma coisa.

Yana: Porque eu entendi o que você dizia, mas ninguém mais? Já que, parece que o Mokona é como um tradutor pra nós nos entendermos, eu não deveria entender o que você falava né?

Aira: Eu não faço ideia! É como se nós falássemos a mesma língua... Mas o estranho é que a gente deveria entender o Kurogane, já que ele também é do Japão!

Yana: Realmente, não entendo mais nada! – viramos pra frente e apertamos o passo. Mas pera, como nós sabemos o caminho? Ah é, o Syaoran tem um mapa. Anyawn, ele é mesmo preparado! (Aira olhou pra minha cara e me chamou de puxa-saco - essa garota está sabendo me decifrar! O mundo vai acabar! Apocalipse Zumbi! Corram!)

Chegamos em frente ao palácio de Hanshin e vimos pendurados no telhado o Mokona - se balançando feliz da vida - e o Saitou - morrendo de medo.

Syaoran: Mokona! Masayoshi-kun! – gritou o Syaoran.

Fay: Yay! Lá estão eles! OOOOIIII!

Kurogane: Eles parecem estar tão felizes, tipo aquele *manjuu - < super relaxado.

Aí todos eles se tocaram que estavam se entendendo e compreenderam o segredo do Mokona (uma das utilidades dele) que eu e a Aira já tínhamos sacado durante nossa conversa. Começamos a subir as escadas que tinha do lado de fora e de repente percebemos que tinha um amontoado de gente lá embaixo.

Fay: Tem tantas pessoas aqui!

Kurogane: O que diabos está acontecendo?

O Syaoran andou até a ponta da escada e gritou levantando os braços com o bilhete para todos poderem ver.

Syaoran: Com licença! Alguém sabe quem foi que escreveu esta carta? – muito inteligente! Pergunte pra esses fanáticos gritões!

Voz aguda: Fui eu! – gritou uma garota com cabelos azuis esverdeados e super longos, com dois coques e mechas longas saindo deles. Ela usava um top branco que da parte de trás saía duas asinhas, uma mini-saia multicolorida com um objeto extravagante de borboleta e botas pretas grandes. E estava sentada bem lá em cima no Palácio.

Multidão maluca: PRIMERA-CHAN!

Kurogane: Quem é essa mulher? – sincero como sempre.

Multidão raivosa: Como ousam dizer que não conhecem Primera-chan? Primera-chan sabe cantar e ainda por cima tem belas pernas! – eles realmente admitiram que acham isso em público? – E acima de tudo tem um kudan super forte! Ela é meiga e forte! Ela é a melhor!

Kurogane: Ok, ok, que se dane. - isso é um tapa na cara da sociedade.

Syaoran: Por favor liberte Mokona e Masayoshi-kun!

Primera: Ué, aquele garotinho não é o Syaoran? - disse apontando para o Saitou-kun.

Syaoran: Eu sou Syaoran! – UHUU!! Adorei a frase de efeito! É isso aí! Vai, vai Syaoran-kun! Isso aí Syaoran-kun! Beleza! Ta ótimo! A frase está gravada pra sempre! “I AM”!

Primera: Tolos! Vocês pegaram a pessoa errada, idiotas! - batendo nos caras que provavelmente eram os que tinham pegado o Saitou-kun - pensando que era o Syaoran - e o Mokona.

Syaoran: Se sou eu que você quer, deixe-os ir!

Primera: Não! Se você os quer de volta deverá lutar comigo antes! – ela disse piscando e apontando pra ele (epa, não pisca pra ele não!).

Multidão idiota: Você é tão meiga! PRIMERA-CHAN!

Kurogane: CALEM-SE!!!

Pi pi pi pi pi pi pi pi ----- passando alguns segundos que correspondem aos PI.

Syaoran: Não consigo achar um jeito de chegar lá!

Fay: Talvez eu consiga subir.

Syaoran: Você sabe onde ficam as escadas?

Fay: Não, mas eu acho que consigo subir lá.

Kurogane: Como?

Fay-com-cara-sedutora-e-dahoran: Com o meu kudan.

Olhei pra Aira e consegui adivinhar o que ela estava pensando – porque a cara dela deveria parecer muito com a minha quando estou em meu momento anyawn. Com certeza era algo como “Aiaiaiai, que perfeito, Fay-samaaa!”. Ela me olhou e eu lhe lancei um olhar malicioso. Mas agora não era a hora pra chamar era de lacraia gritando na sua cara, e sim hora de observar a transformação estilo Shugo Chara do Fay.

Ele ficou parado no lugar em que estava e fechou os olhos. Um vento muito loco começou a envolvê-lo, e foi se formando em meio a ventania a forma de um pássaro majestoso com olhos cor de lápis-lázuli e penas totalmente brancas, com as asas gigantes saindo de seu peito e se curvando em volta dele. Ele abriu os olhos e começou a pairar á alguns centímetros do chão.



Continua...