“Você está parecendo um anjo, minha filha” Christine disse emocionada.

Elas estavam na costureira que ficava ao centro da cidade, e com apenas dois dias que antecediam o casamento essa era a ultima prova oficial do vestido da noiva, que não conseguia esconder o sorriso.

“Seeley com certeza terá uma surpresa na cerimônia” Marianne comentou.

“Por quê?”

“Você já se olhou no espelho, querida? Está estonteante. De longe a moça mais bela da cidade, seus olhos parecem dois pedacinhos do céu na terra”.

“É apenas um vestido, não fará nenhum milagre” Brennan comentou tímida.

Se seu noivo tivesse ao menos um terço da reação das mulheres nesta sala ela provavelmente seria a mulher mais feliz do mundo, mas a percepção deste pensamento a fez suspirar profundamente.

Há quem queria enganar? Ela era apenas seu amigo e mais nada, talvez devesse se conformar logo antes de nutrir qualquer tipo de esperança, mas sabia que era impossível.

Toda vez que ele a tocava, beijava, seu coração pulava uma batida e se derretia toda em seus braços, metaforicamente é claro, mas os sinais eram claros, porém infelizmente teria que escondê-los. Se não pudesse ter o amor dele se contentaria com a amizade que afinal de contas é um tipo de amor.

“Você não precisa de milagres Tempe, olhe para seu reflexo, você é linda” sua mãe comentou sorrindo “É apenas muito boba para perceber isso”.

...

Brennan estava sentada em sue quarto, observando o nada. Queria aproveitar o tempo que lhe restava e como se pudesse de alguma forma despedir-se do lugar que lhe trouxe tantas alegrias. Recostou a cabeça na cabeceira da cama, e reparou no baú ao canto do quarto.

Mais cedo naquele dia, logo após voltarem da ultima prova do vestido, sua mãe havia lhe ajudado a ajeitar suas roupas que levaria para a nova casa.

A viscondessa de Booth.

Ela sorriu diante do pensamento. Anos atrás isso nem seria um sonho, pois aprendeu consigo mesma que não queria esses tipos de ambições, mas agora... Não era o titulo de importava, não mesmo, mas sim o Visconde. E novamente seus pensamentos estavam drapejados sobre ele.

Seeley Joseph Booth...

Flashback on

“Como você encontra esses lugares? Eu tenho certeza que caminhei por essa cidade mais que qualquer um e nunca me deparei com algo assim”.

“Você tem que saber onde procurar, noivinha” ele provocou “Essas maravilhas se escondem, e sou grato por isso”.

“É um lugar maravilhoso” ela confessou sentando-se ao lado dele.

Estavam à beira de uma cachoeira que ficava há algumas dezenas de minutos da futura residência do casal, cercados por arvores e uma vegetação que exibia um verde exuberante.

“Foi o meu avô”.

“O que? Eu não entendi” Brennan disse confusa.

Booth deitou na grama úmida, encarando-a.

“Ele foi quem me apresentou esse lugar, Pops” começou “Seu nome era Joseph, mas eu tinha dificuldade em pronunciar quando pequeno então apenas o chamava de Pops, e ele adorava”.

“Você parece gostar muito dele” ela murmurou.

“Mais do que meu pai, na verdade. Pops sempre esteve presente quando eu era pequeno, me ensinou muitas das coisas que eu hoje sei, principalmente com a ausência do meu pai” sorriu relembrando “Um dia, depois do nascimento de Jared eu estava emburrado pois ninguém dava atenção pra mim”

“Você estava com ciúmes” Tempe completou.

“Pode-se dizer que sim, foi meio difícil no começo e meu avô percebeu isso. Então ele me trouxe aqui, e começamos a fazer varias coisas juntos. E-eu me senti querido novamente”.

“Eu imagino que ele...”.

“Sim, faleceu alguns meses depois”.

“Sinto muito” ela sussurrou aproximando-se e segurando sua mão.

“Ele iria gostar de você, sabe. Aposto que seriam ótimos amigos”.

“Tenho certeza que seria recíproco”.

Seeley apertou a mão dela, se perdendo nas esferas azuis e em um movimento rápido a puxou para si capturando seus lábios.

O beijo era cálido, e quase tímido ao começo, as bocas analisavam o caminho já conhecido enquanto as mãos sempre buscavam explorar o corpo dela e por Deus, toda descoberta o fascinava.

Seus dedos fincaram nos cabelos longos e macios, aprisionando-a na contra seus lábios.

Uma de suas mãos empurrou-a levemente, fazendo-a deitar-se sobre a grama e logo Booth estava sobre sua noiva.

Brennan suspirou ao sentir o peso dele sobre si, e talvez o mais estranho fosse que não estava se sentindo sufocada como deveria afinal ele era um homem forte, porém apenas queria mais, e...

Céus como queria!

Timidamente seus longos dedos deslizaram sobre o vão aberto da camisa dele, sentindo a pele quente sobre seu toque. Levou sua mão até o peitoral esquerdo, sentindo o coração pulsar aceleradamente.

“Você é t-tão...”.

E antes que pudesse completar sentiu o mais leve dos toques sobre sua mandíbula. Booth arrastou seus lábios até o pescoço dela, lambendo e sugando o sabor adocicado da pele dela, e sorriu em deleite quando Temperance se contorceu sobre seu corpo.

Suas mãos habilidosas subiram pela cintura até esbarrarem nos montes alvos de seus seios apertando-os com vontade.

Eram fartos e macios, e pareciam terem sidos feitos sob medida para ele, e por um momento deixou- se imaginar qual seria o gosto deles em sua boca.

“Oh, Seel-” ela gemeu baixo retorcendo a cabeça para trás.

Booth continuou sua exploração, aproveitando a abertura dela e sugando seu pescoço onde já poderia ver uma leve auréola avermelhada, mas por Deus, ele não se importava, não agora.

Quando sua boca encontrou-a novamente, os lábios devoraram- se em um beijo faminto, repleto de paixão. Suas línguas duelavam uma contra a outra enquanto murmuravam suspiros de prazer. Sua mão apertou o seio entre seus dedos e novamente a mulher em seus braços esvaiu-se em prazer.

Não aguentando mais, abaixou a manga do vestido expondo os montículos rosados cheios.

“Você é tão linda” ele sussurrou.

Sugou a superfície do colo dela, dessa vez tomando todo cuidado para não deixar nenhuma marca. Seus lábios salivaram em desejo ao abaixar-se mais para tomá-los em sua boca...

“Seeley! Temperance!”

“Merda” Booth rosnou ainda com o rosto no colo dela, olhando assustado para sua noiva que o encarava com a mesma sensação.

Não precisaram de mais palavras e nos mesmos movimentos rápidos que o trouxeram essa situação ambos já estavam restituídos, cada um em seu devido lugar.

“Harmony” ele disse “Deve estar nos procurando”.

“É de se esperar que ela o fizesse mais cedo ou tarde” ela sorriu tímida.

Seeley ajudou-a se levantar, mas ainda assim não largou dela. Seus dedos grudaram-nos de Temperance enquanto os guiava de volta a propriedade.

Para a realidade.

Flashback off

“Querida?”

Brennan foi arrancada de suas lembranças pelo som da voz de sua mãe.

“Mamãe!”

“Podemos conversar?”

Ela concordou e Christine adentrou o quarto, sentando-se ao lado dela.

“Como está se sentindo?”

“Bem, eu acho...”.

“Você irá se casar daqui a dois dias, minha filha. Não está curiosa, ou assustada?”.

Temperance suspirou, enterrando o rosto nas mãos.

“Mamãe, não! Definitivamente não precisamos ter essa conversa. Eu sou uma enfermeira, sei o que acontece”.

“Você não irá fugir, espertinha. Já que sabe o que irá acontecer, ao menos se sente preparada?”.

“E-eu não... Eu não sei” confessou.

Christine se aproximou da filha, segurando suas mãos.

“Responda-me algo, Tempe, e, por favor, seja sincera. Sou sua mãe” e perguntou “Seeley já lhe beijou?”.

E como se não fosse suficiente, as bochechas delas adquiriram um tom avermelhado.

Oh, Céus! O que ela iria fazer?

“Sim” respondeu baixinho.

“Bom, mas você gostou? Digo do beijo?”.

A filha concordou.

“Sentiu como se nunca quisesse que ele parasse?”.

“S-sim”.

“Então realmente não temos nada para conversar querida, tenho certeza que ocorrerá tudo bem”.

“Como você s-sabe?” ela perguntou confusa.

Christine sorriu como se lembrasse de algo, mas logo focou em sua filha.

“Esses tipos de beijos querida, os que não queremos que nunca acabe e só nos separamos quando sentimos a necessidade do ar? Esses são gestão de apaixonados, e para esses tipos de pessoas não precisamos dizer nada, a vida faz seu próprio caminho...”.

“Ele não está apaixonado por mim, ele n-não...”.

“Eu acho que está do mesmo jeito que você por ele” Christine levantou o dedo, impedindo Brennan de responder “Perceba que quando eu disse que vocês eram apaixonados, você não negou, pelo menos não a sua parte”.

“Está tudo bem, minha pequena” ela beijou a testa da filha demoradamente “Você será uma ótima esposa e feliz, é o que posso lhe dizer. Descanse, pois amanhã será um dia longo”.

E logo Christine deixou a filha novamente sozinha, perdida em pensamentos e Brennan acabou adormecendo somente para sonhar com ele.