“Eu sabia, eu sabia” a caçula da família Booth gritava pela casa “Seeley vai se casar!”.

“Eu até pediria que você fosse mais silenciosa, mas sei que não há opção” ele riu “Sim pequena, finalmente me livrei das suas garras”.

Ela fez uma careta, voltando sua atenção para mãe.

“Mamãe vamos fazer uma festa?”.

“Um jantar” Booth interrompeu “Somente para os amigos e família, Tempe não quer nada escandaloso”.

“Não poderia imaginar algo diferente” Marianne concordou “Vou mandar alguns convites, e poderemos fazer o jantar anunciando o noivado. Apenas família e amigos”.

Booth aconchegou-se na poltrona.

“Jared ainda está em Derbyshire?”

“Sua prima disse que ele foi para as Terras Altas na escócia alguns dias atrás” suspirou “Será uma pena ele perder o casamento”.

“Eu ainda não conversei com ela sobre uma data” explicou “Quanto tempo uma mulher precisa pra ajeitar o próprio casamento?”.

“A vida toda” Harmony respondeu, entusiasmada “Quando me casar vou fazer uma festa enooorme e convidar a todos e depois vou dançar com meu espos-”

“Eu não preciso imaginar essas coisas agora, pequena” e sorriu “Talvez daqui á alguns quinze anos eu pense em conceder sua mão a alguém”.

“Ele está brincando, querida” Marianne interferiu ao perceber o olhar assustado da filha “O que você acha de ir à cidade para conversarmos com a senhorita Brennan?”.

Ela meneou e as duas se despediram de Seeley.

...

A notícia do mais recente noivo da nova Londres foi à descoberta do século. Por todos os cantos se escutavam o nome Booth e conto de fadas, e como sempre varias especulações.

O jantar anunciando o noivado dos mais recentes apaixonados – como diziam os Londrinos – foi um sucesso. Temperance fora apresentada a alguns amigos da família a qual ela iria pertencer e o mesmo ocorreu com ele. Também fora estimado que a cerimônia ocorreria daqui exatamente duas semanas, dando as duas senhoras das famílias tempo o suficiente para planejar o casamento e a festa.

...

Era uma sexta feira parcialmente nublada e Brennan estava em seu quarto terminando de se arrumar. Seu amigo – e agora noivo – havia combinado de pegá-la dali a alguns poucos minutos e lhe mostrar a casa onde viveriam.

No começo ela estranhou, pensava que iriam morar onde ele estava, mas ficou surpresa quando Booth declarou que era inaceitável um visconde casado continuar a morar com a mãe por mais que ele queira.

Ouviu batidas na porta, seguido por passos apressados na escada e soube que ele havia chegado. Colocou sua capa, e seguiu para porta.

“Olá noiva” ele brincou “Você está linda”.

“Estou usando o meu vestido de sempre” ela alfinetou, divertida.

“Eu sei, é que agora tenho uma desculpa melhor por te elogiar” sorriu, estendendo o braço para ela “Vamos?”.

Brennan meneou e eles seguiram em direção à carruagem. Quando ele abriu a porta, ela se deparou com uma pessoa já a espera deles.

“Tempe” Harmony exclamou sorrindo, descendo para abraça-la “Senti sua falta”.

“Eu também, pequena” retribuiu o gesto “Se seu irmão tivesse me avisado poderia ter trazido meu estetoscópio, tenho certeza que iria adorar”.

“Foi meio que de ultima hora” ele murmurou, e sussurrou pra ela “Minha mãe disse que não é bem visto um casal noivos saindo sozinhos, então me mandou companhia”.

“Ótima companhia por sinal” ela sorriu, se aconchegando ao lado dele e de frente á caçula “Onde fica essa casa?”.

“Surpresa, você vai ter que esperar”.

...

Quando a carruagem parou, Booth abriu aporta ajudando as mulheres a descerem. Harmony que já conhecia a propriedade foi logo caminhando, enquanto Brennan observava tudo ao redor.

A casa era preenchida com alguns detalhes de pedra e um amarelo discreto. Ao redor ela pode perceber a imensa vegetação e isso a agradou. Gostava de ter contato com a natureza.

Segurou no braço de Seeley enquanto lhe guiava pelo lugar.

“Senhor Booth, senhorita Brennan” uma senhora os cumprimentou sorrindo “Estamos muito contentes com a sua presença, essa casa está precisando de alegria”.

“É por isso que tenho você aqui, Berta” ele beijou o rosto da mulher “Tempe se alguma vez você estiver com fome ao meio da noite, essa é a quem deve recorrer, é maravilhosa”.

Brennan sorriu, estendendo a mão para a senhora.

“É um prazer conhecê-la Berta”.

“Ela é educada, ótima escolha Seeley”.

...

Os três – Booth, Brennan e Harmony – caminharam pela propriedade a passos lentos, dando a mais nova senhora tempo o suficiente para se acostumar com o lugar.

A casa tinha cinco quartos, duas suítes, e três banheiros. Sem contar é claro a enorme biblioteca, sala de musica, de estar, cozinha e os dois escritórios. Um que ela teve certeza que era do tamanho de sua casa, e outro um pouco menor.

E finalmente chegaram à suíte principal.

Ela abriu a porta vagarosamente, com Seeley em seu encalço.

O quarto tinha uma cama particularmente grande no centro com a cabeceira contra a parede. Poderia ver uma porta que provavelmente levava ao banheiro, e um grande espelho na parede.

Ela caminhou, seus dedos tocando em tudo sentindo a textura dos objetos, até alcançar a grande janela de provavelmente três metros de altura.

A vista era magnífica e suspirou. Poderia ver ao longe a cidade despontando, e como estava cercada pelo verde.

“Está casa é maravilhosa” ela murmurou ainda na janela “Olhe pra essa vista? Não é a melhor?”.

“Imaginei que você gostaria” ele se aproximou “Eu gosto da cidade, mas ainda prefiro o campo. Gosto de respirar esse ar e do silêncio”.

“Não tem nada melhor que isso e é uma casa realmente linda Seeley”.

“Venha comigo, tenho algo para lhe mostrar” disse, puxando a mão dela “Vamos, noiva, você não quer perder isto”.

“Pare de chamar de noiva, é estranho” sorriu “E você sabe muito bem que tenho nome”.

“Claro que sei Temperance, mas gosto de chamá-la de noiva e o fato de você não gostar o torna engraçado, bobinha”.

Ela murmurou algo inteligível e ele a guiou pelas escadas. Caminharam um pouco mais até saírem da propriedade e darem a volta.

“Onde você está me levando?”

“Segredo”.

“E onde está Harmony? Não quero que sua mãe fique chateada pensando que estamos desrespeitando os conselhos dela”.

“Eu mandei ela me esperar lá dentro, e Berta está fazendo biscoitos” explicou “Nem se eu a ameaçasse ela sairia daquela cozinha”.

Ela sorriu os dois continuaram caminhando, e de repente ela parou.

Ao que parecia havia um jardim aos fundos da casa, um belo jardim para acrescentar e ao que tudo indicava diversas rosas haviam sido plantadas em sequência, pois em algumas semanas já iriam desabrochar.

“Quando você concordou em se casar comigo, imediatamente pensei que iríamos morar aqui, então pedi para o jardineiro começar um roseiral. Talvez demore alguns meses, mas ele me prometeu que ficaria ainda mais belo que o da minha mãe” e acrescentou “Mas provavelmente não deveríamos contar isso a ela”.

Temperance sorriu, extasiada.

“Você fez isso pra mim?”

Ele meneou.

“Não era necessário, você já fez mais do eu algum dia serei capaz de retribuir” sorriu, acariciando o rosto dele “Sinceramente, muito obrigada. Você é incrível”.

“Claro que sou” ele sorriu, corando “Sou incrível”.

“Sim, você é” ela riu.

Eles ficaram alguns segundos se encarando, felizes por compartilharem o momento. A mão dela tinha escorregado para seu tórax enquanto as dele se infiltravam sobre a capa, acariciando a pele macia.

“Eu não pedi desculpas por lhe beijar aquele dia” sussurrou.

“Eu não pedi que fizesse isso”.

“Ainda bem sabe... Porque eu realmente não me arrependo do que fiz” ele se aproximou, sentindo a respiração quente dela contra sua bochecha.

“Você deveria?”

“Definitivamente não e até porque irei fazer de novo” Booth murmurou antes de trazê-la de encontro a seu corpo, grudando seus lábios.

Ele não pode conter o gemido. Era tudo que vinha pensando desde o primeiro beijo deles.

Suas mãos ainda sobre a capa grossa de inverso desceram tocando as costas dela, sentindo os arrepios que causava no corpo de sua parceira, até pousarem delicadamente em seu quadril cheio e macio.

Temperance reprimiu um gemido ao sentir as mãos dele pelo seu corpo. Não saberia dizer se era ousadia, apenas não queria que acabasse, mas quando sentiu a língua imponente dominando a sua, tudo que pode fazer foi derreter-se em seus braços.

Eles estavam aos amassos em plena luz do dia, que os Deuses estejam com ela – ou não – quando estivessem a sós.

Seeley desgrudou seus lábios, descansando o rosto na curva do pescoço dela. A respiração densa e irregular.

“Eu quero lhe beijar até meus pulmões explodirem, mas infelizmente não posso”.

“Ainda bem que não” ela sorriu, divertida “Imagine o desastre que seria eu administrando tudo isso aqui sozinha?”.

Ela sentiu os lábios deles se abrirem em um sorriso, acariciou seus cabelos.

“Esta sentindo esse cheiro?”

“Parece que Berta já terminou de assar os biscoitos. Com fome?”

“Faminta, acho que poderia comer um javali inteiro” murmurou enquanto ele se ajeitava “Venha aqui”.

Ela ajeitou a camisa dele, e passou as mãos pelos cabelos castanhos, ajeitando-os.

“Pareço apresentável?” perguntou, rindo “Como um homem que apenas estava mostrando o jardim para sua adorável noiva?”.

“Um pouco, mas acho que elas deixaram passar” e disse “Deveria ser como eu e ser discreta, normalmente as pessoas poupam apresentações”.

“Ah claro, senhorita modéstia” gargalhou, pegando a mão dela “Está pronta para provar o melhor lanche de sua vida?”.

“Quem chegar por ultimo será o ultimo a comer”.

E Brennan saiu em disparada em direção a casa enquanto Booth se aproximava. Não demorou muito e os braços fortes dele estavam em torno da cintura fina, prendendo-a contra si enquanto voltavam novamente a se beijar.

Dessa vez a demonstração de afeto durou um pouco menos, e logo Booth voltava a correr deixando uma Brennan surpresa para trás.

Bons tempos estavam chegando.