Pov’s Ally

O beijo era algo suave, calmo e totalmente doce. Parecia que Austin tinha medo de me quebrar a qualquer momento e por uma fração de segundos isso me deixou feliz. Era boa a sensação de que alguém realmente se importava comigo o que me fez sorrir durante o beijo que terminou em um longo selinho.

Eu não era de sentir vergonha por qualquer besteira, mas após o beijo parecia que não tínhamos muito que dizer então as paredes ao meu redor serviu como uma ótima distração.

Dentro de mim algo me dizia que ele ainda me fitava e que eu não conseguia fazer o mesmo.

—Não vou perguntar se fiz algo errado até porque você sorriu. -Ele disse tentando quebrar o gelo que achou que tínhamos construído, mas eu apenas estava tímida.

—Não tem nada haver com isso. -Me virei para ele ainda com um sorriso moldado em meus lábios.

—Mas não acha que isso foi um pouco rápido demais não?Nos conhecemos a muito pouco tempo,eu acabei de sair de um noivado desastroso,tem a sua noiva,o navio.-Precisei parar um pouco para respirar.—Talvez a pressão da ilha tenha surtido efeito sobre nós,mas esta tudo bem,foi algo que aconteceu.-Continuei.

—Acho que não, te beijei porque estou completamente apaixonado por você Ally. -Austin fingiu uma cena dramática segurando minha mão nas suas e eu apenas gargalhei alto.

—O que esta querendo dizer com isso Austin?-Entrei em seu jogo. O olhando de forma surpresa.

—Estou tentando lhe provar que o meu amor por você é maior do que este imenso oceano e que meu coração bate mais forte por você do que qualquer coqueiro em dias de furacão. -Ele gesticulava para o ar.

—Seria isto um pedido de casamento?-Coloquei minha outra mão no peito fingindo estar em choque.

—Sim minha deusa. Ally Dawson você me daria à honra de ser o único e mais feliz homem dessa ilha aceitando se casar comigo?-Ele se ajoelhou na cama com minha mão ainda entre as suas.

—Sim. Sim eu aceito. -Também me ajoelhei na cama.

Senti as mãos de ele voarem para minha cintura e um beijo estalado em minha bochecha me fez sorrir de orelha a orelha.

—Espera ai. -Ele disse se levantando da cama e saindo do quarto.

Nada se passava pela minha cabeça quando o loiro sumiu do meu campo de visão. Ele realmente conseguia me distrair de tudo ao meu redor. Era como se meus problemas desaparecessem quando eu estava com ele.

Quando dei por mim ele já havia voltado com dois pedaços finos de folhas de bananeira.

—Não pode haver casamento sem aliança não é mesmo?-Ele disse dando nós pequenos nas duas folhas lhes dando o formato de anéis o que fez meus olhos brilharem.

Assim que voltou para a cama ele me entregou um dos ‘’anéis’’ enquanto segurava o outro. Sem muito drama ele colocou a folhinha no meu dedo anelar da mão esquerda e eu repeti o gesto.

—Agora sim eu posso beijar a noiva. -Disse mais uma vez me beijando e eu não o impedi.

—Lembre-se que esse casamento é de mentirinha Austin. -Ri em meio a mais um beijo.

—O casamento pode até ser, mas o beijo não. -Me jogou na cama o que me fez rir ainda mais.

Ele então começou a fazer cócegas por todo o meu corpo, eu já estava quase sem fôlego.

—Então isso quer dizer que estamos mesmo casados ou... -Ele perguntou fingindo não saber a resposta e eu apenas fiz uma cara de tédio para ele.

—Isso quer dizer que ao menos não iremos mais nos estranhar por bobagens ou brigar por uma cama. -Ajeitei meu cabelo que há dias esta totalmente ressecado, queria muito que esse fosse meu menor problema no momento.

Me desvencilhei dele apenas para poder encarar seu rosto.Austin tinha tantos problemas em sua vida quanto eu,mas mesmo assim preferia ocultar tudo com um sorriso no rosto e eu o invejava por isso.

—Eu até podia mandar você tirar uma foto minha para registrar o momento, mas não temos celular. -Lhe dei um tapa no braço o que o fez rir ainda mais.

—Sabe... -Ele voltou a falar.

—Será que você não sabe calar a boca por um segundo?-Perguntei fingindo estar indignada. Em parte eu realmente estava.

—Estamos casados a menos de dois minutos e já estamos discutindo?Que belo começo. -Ele se ajeitou melhor na cama.

Revirei os olhos e me deitei em seu peito.

O único som audível era o das ondas do mar se quebrando ao encontro da praia. Uma sensação gostosa e que me trazia paz.

—Ainda não tivemos nossa lua de mel. -Voltou a brincar e lhe dei uma cotovelada no estomago que ele desviou.

—Cala a boca Austin. -Tentei prender o riso.

—Tudo bem, pelo menos ainda tenho seu biquíni. –Deu de ombros com um sorriso malicioso em seus lábios.

E eu senti meu sangue ferver com aquele comentário.