Pov’s Austin

Meu Deus o que eu vou fazer? Ela precisa de mim. Eu não vou a deixar morrer.

—SOCORRO!SOCORRO!! – Gritei, mas sem sucesso. Não havia ninguém perto de onde nós estamos. Todos estão na festa.

—Que droga. – Chutei a primeira coisa que vi. Espere o que é... É um bote salva-vidas. Ai meu Deus é um bote salva vidas.

Sem nem ao menos pensar em nada me joguei, sei que posso não escapar dessa vivo, mas essa tal de Ally vai. A pancada da água gélida contra o meu corpo fez com que todos os meus músculos gemessem de dor, mas isso não importa agora. Mergulhei naquele mar sem fim e não encontrei nada, emergir e ela também não estava lá, mergulhei mais uma vez, agora mais fundo e a encontrei desacordada, nadei até o seu alcance lhe agarrei pela cintura, a puxei para emergirmos junto o que estava sendo meio difícil por conta do vestido dela ser muito pesado, eu não havia tempo a perder tentando tirar o vestido, então apenas uni todas as forças que me restavam e a puxei com tudo para o lado de fora daquelas águas profundas. Eu já estava sem fôlego em baixo do mar, olhei para Ally em meus braços e vi que ela estava começando a ficar roxa, se eu não conseguir fazer todo o procedimento necessário dentro de aproximadamente 2 minutos, ela irá morrer. Nadei o mais rápido possível até o bote salva-vidas. A coloquei deitada com a cabeça ereta enquanto dava tempo de eu subir também no mesmo.

Abri rapidamente o zíper do seu vestido, o puxando até o seu umbigo. Aproximei-me do seu tórax para ouvir seus batimentos e eles estavam muito lentos, tentar reanimar o coração dela com as mãos não adiantará de nada agora, ela já está inconsciente há dois minutos, mais um e... Não quero nem pensar. O jeito é faz respiração boca a boca. Aproximei-me dos seus lábios agora roxos e gelados e comecei uma ventilação boca a boca em um intervalo de cinco vezes. O coração dela já está palpitando mais forte. Empurrei minhas duas mãos contra o seu peito esquerdo duas vezes o que foi o bastante.

—COF, COF... COF, COF. – Ela levantou o tórax rapidamente, colocando toda a água que engoliu para fora.

—Austin, COF, COF... EU... – Não a deixei terminar,seja o que for que ela queria me contar, tenho certeza que pode esperar para depois.

—Calma, não tente se esforçar, apenas respire profundamente. – Falei segurando o seu queixo, não é bom ela abaixar a cabeça agora.

Ela apenas assentiu ofegante e fechou os olhos, acho que pensando no susto que acabou de levar. Só agora eu observei que ela estava quase seminua e tremendo de frio.

—Ally? – Perguntei chamando a sua atenção. Ela não falou nada apenas me olhava como se quisesse que eu prosseguisse.

—Eu posso tirar o seu vestido? Ele está molhado e isso faz mal para você que já esta se tremendo. - Perguntei meio receoso, ela poderia achar que eu quisesse me aproveitar da situação, contudo ao invés de me xingar e me bater dizendo que eu sou um tarado La me surpreendeu com apenas um sorriso.

Aproximei-me novamente do seu vestido, agora o deslizando completamente pelo seu corpo.

O coloquei ao meu lado, vi que Ally estava começando a tremer mais ainda, então apenas me locomovi até o seu lado e a coloquei deitada sobre meu peito, ela rapidamente se encolheu em meus braços. Passei freneticamente minhas mãos sobre seus braços e pernas, o que acho que serviu de alguma coisa, pois logo aos poucos ela foi parando de tremer.

Com ela ainda em meus braços, tirei o casaco do meu paletó e a blusa social branca que estava por dentro, os estirando sobre o bote, daqui a algumas horas estarão secos.

—Obrigada por salvar a minha vida. – Ally sussurrou baixinho em meu ouvido. Logo em seguida a senti cair em um sono profundo, apenas vestida por um biquíni e ainda com seu salto alto que eu preferi não tirar agora, não quero atrapalhar o seu sono.

Virei à cabeça para encontrar o navio cada vez mais longe até que desapareceu, não sei se ao amanhecer eles já sentirão a nossa falta e avisarão a guarda costeira paramos resgatar ou se isso irá levar dias. Com esses pensamentos eu também deixei o sono tomar conta de mim.

***

Pov’s Ally

Acordei com os primeiros raios de sol do dia, olhei para o lado e vi o loiro dormindo tranquilamente, acho melhor o deixar descansando um pouco, a noite passada foi muito movimentada. Olhei para o horizonte e vi que havíamos atracado em uma ilha. Levantei-me e saí do bote sem o Austin perceber, só agora eu vim perceber que estou apenas de roupa intima e ainda com o salto. Eu que não vou vestir esse vestido enorme de novo. Olhei em volta do barco e vi uma camisa social branca, era a de Austin, acho que ele não vai se importar se eu usar ela, até a hora de alguém vir nos resgatar. Tirei aqueles saltos que estavam me matando e vesti a camisa de Austin logo em seguida. Me virei para observar melhor a ilha,ela não é nem tão grande nem tampouco pequena, digamos que é uma ilha mediana. Finitos coqueiros nos cercavam, sem contar as inúmeras rochas e as colinas preenchendo o lugar. Estou morrendo de sede, preciso encontrar algum lago ou coisa do tipo. Me virei novamente para o barco e encontrei um certo loiro me encarando ou melhor encarando o meu corpo. Rapidamente olhei para ele e vi e lembrei que eu estava com a sua camisa.

—Err... Se quiser eu posso te devolver. – Falei já abrindo alguns botões da mesma.

—Não, não é isso. – Ele se apressou em dizer.

—Então é o que?- Perguntei voltando a olhar o meu corpo.

—Não é nada demais, é que você tem um belo corpo. - Disse dando um sorrisinho.

—Ah obrigada. – Respondi sorrindo, eu iria lhe dar uma boa resposta na verdade, no entanto preferi deixar como esta. Quem ele pensa que é pra me cantar em meu as circunstâncias que estão acontecendo? É melhor eu aceitar isso na boa, não quero ter ele como inimigo enquanto estivermos sozinhos aqui.

—Estou com sede. Você já viu algum lado por aqui por perto? – Questionou agora se levantando do bote e tirando os sapatos logo em seguida, ficando apenas com uma calça, que abdômen meu Deus. Foco Ally, foco.

—Era sobre isso que eu estava pensando, eu ia agora procurar água, quer ir comigo? – Perguntei já caminhando.

Ele deu de ombros e veio ao meu lado para que continuássemos o trajeto. Entramos em meio aos enormes coqueiros e seguimos pelo mesmo caminho. Não seria bom se nós nos separarmos.

—O que te fez ir para aquele cruzeiro? – Ele me perguntou, do nada.

—Para tentar me divertir, coisa que eu não faço há muito tempo – Falei observando a areia que deslizava sobre os meus pés.

—Sério? Acho que não deu muito certo, não é? – Perguntou dando uma risadinha descontraída.

—Pois é, e por causa de uma pessoa. – Depois dessa minha última fala, a primeira coisa que veio em minha cabeça foi Gavin, ele não deve nem mais se lembrar de mim, enquanto eu ainda choro por ele.

Ergui a cabeça encarando uma cachoeira á poucos metros da gente. Austin parecia não ter visto porque iria abrir a boca para perguntar ao relaciona para com a ‘’pessoa’’ a quem eu me referia.

Não lhes deixei continuar a frase, apenas bati em seu braço apontando em direção da linda cachoeira com águas cristalinas banhadas pelo sol. Encaramos-nos por alguns segundos e sorrimos um para o outro como se soubéssemos o que viria a seguir, então apenas começamos uma corrida até a mesma, quase tropecei em alguns galhos caídos no meio do caminho, mas nada que um belo salto não resolvesse. Não esperei nem mais um minuto, apenas tirei a camisa de Austin a jogando em algum lugar da areia e mergulhei na cachoeira incrivelmente encantadora, que não era tão fundo nem tão raso. Senti o olhar de Austin sobre mim, mas apenas ignorei e continuei o meu serviço. Comecei a boiar deixando a água me levar, fiquei assim alguns minutos, tudo estava silencioso o que é um pouco estranho visto que Austin ainda não entrou na água. Antes que eu pudesse olhar para ver onde ele esta, fui atingida por algo, ou melhor, por alguém que se jogou em cima de mim. Austin. Ele me puxou para o fundo do lago e ficamos brincando durante algum tempo, eu até que estou me divertindo, essa palavra tem andando extinta do meu calendário á anos e só agora eu voltei, a saber, o significado.

Nesse momento eu estou na parte onde as águas da cachoeira caem bruscamente em cima de nossas cabeças, ou seja, no fundo. O que é um pouco irônico visto que ele é tão raso pelo fato de eu conseguir ficar em pé lá. Austin se aproximou até onde eu estava e encostou-se a uma das rochas que havia perto de mim. Continuei observando a cachoeira chorar cada vez mais.

—Essa pessoa de quem você estava falando é o seu namorado? Ele veio para o cruzeiro?- Perguntou atraindo minha atenção para ele.

—Ele já foi meu namorado e não ele não veio para o cruzeiro. Na verdade eu vim para o cruzeiro no intuito de esquecer ele. –Suspirei e recostei minha cabeça em uma rocha que havia atrás de mim.

—Traição?- Voltou a questionar me olhando com uma sobrancelha erguida.

—Como sabe? – Ri sem vontade.

—Também fui traído, por isso embarquei no navio, eu estava a fim de pegar todas as mulheres daquele navio para tentar descontar toda a minha raiva daquela vadia. - Disse agora com desprezo.

—Bem vindo ao time. – Voltei a responder rindo.

—Eu estava noivo. – Ele disse agora sério.

—Você a ama? –Perguntei virando, para ficar de frente para ele.

—Não, nunca a amei, apenas não agüentava mais minha mãe dizendo que eu só me preocupo com o trabalho e em festas e que eu preciso de uma esposa, para ela eu já estou na hora de formar uma família. – Ele revirou os olhos.

—Então você é filhinho de papai? – Perguntei estreitando os olhos.

—Não, muito pelo contrário, eu não dependo dos meus pais. –Falou agora mergulhando e inclinando a cabeça como se eu também o acompanhasse.

—De onde você é? – Perguntou agora que havíamos saído da cachoeira.

—Eu sou de Nova Iorque e você? – Questionei me sentando em uma das roxas que havia de frente para a cachoeira.

—Miami, mas voltando á aquele assunto de você e o seu ex namorado. Como foi que ele te traiu? –Perguntou se sentando ao meu lado.

—Eu o peguei na cama com uma piranha qualquer. – Pude sentir meus olhos marejarem um pouco.

—Olha não precisa ficar assim, você é linda, inteligente e várias outras coisas, tenho certeza que vai encontrar um cara que realmente valha a pena. – Disse enxugando uma lágrima que insistia em cair. Não agüentei e desabei em seus braços grandes e fortes. Ele retribuiu o abraço ainda mais forte, e afagando o meu cabelo.

—Vem já esta tarde e temos que encontrar comida. – Disse se desvencilhando dos meus braços para logo em seguida se levantar e me estender à mão que foi aceita em segundos.

—Austin, me leve no colo. – Não eu não pedi e sim eu mandei ele me levar no colo.

—Você esta me achando com cara de que? – Perguntou me encarando divertido.

—Não estou te achando com cara de nada, agora acho melhor você me levar se não eu te afogo na cachoeira e ninguém vai ficar sabendo. – Dei um sorriso malicioso enquanto ainda secava as minhas lágrimas.

—Duvido. – Rio debochando.

—Nunca duvide de uma mulher. – Falei agora lhe encarando com seriedade.

—Ok, mas só porque você ainda esta triste pelo seu ex, por que se não você que iria me levar no colo. – Falou desvencilhando nossas mãos que ainda estavam juntas e me pegando no colo estilo noiva.

—Valeu loirinho. Quantos anos você tem? – Perguntei enquanto tirava um galho de um coqueiro que estava em meu campo de visão enquanto Austin me carregava.

—23 Anos de pura delícia. – Falou todo convencido.

—Vai sonhando fofo. – Tive que gargalhar alto dessa vez.

—Fala a verdade, eu sou gostoso não sou? – Perguntou jogando os cabelos para trás.

—Se você diz quem sou eu para negar? – Eu ainda estava rindo.

—Uma morena gostosa ué. – Falou na maior cara de pau.

Bati com força em seu peito desnudo e continuei a rir.

—Ainda está de pé aquela proposta de eu te jogar no mar.- Falei me encostando em seu peito.

—Ai você vai ficar sozinha nessa ilha, sem ninguém para te ajudar a sair daqui. – Falou se divertindo com a situação.

Não prestei muita atenção na última parte do que ele disse, estava concentrada em alguma coisa de madeira que estava a poucos metros de nós.

—Austin olhe aquilo ali, vamos. – Falei apontando para o lugar e ele logo tratou de adiantar os passos.

Não acreditei no que eu estava vendo, Austin me colocou em pé de frente para encararmos melhor aquilo.

Ela era feita de madeira no teto havia palha, degraus habitavam á sua frente, era simples, mas para as nossas circunstâncias era perfeito. Havia uma área na parte da frente onde possuía vários pedaços de madeira para se apoiar, era muito cultural.

Olhei para Austin e ele para mim. Sorrimos um para o outro e falamos em uníssono.

—Uma cabana...