Livro 2: Água

Quem é Vivo Sempre Aparece - Parte 2


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Azula e o Homem combustão estavam discutindo os últimos detalhes do plano quando o bisão passou por cima de suas cabeças.

– Eu nunca consegui entender porque o Zuzu e o tio demoraram tanto para achar o avatar, aquele animal deles chama mais atenção que um enorme aro no céu, completamente em chamas. – ela segurou o pêlo do bisão em suas mãos. – Que tal seguirmos eles e depois rumarmos para a nação do fogo? – falou a mulher e encarou o homem, mas ele nada disse apenas deixou o pêlo voar de sua mão, pegou uma bolsa de pano e seguiu na direção do bisão. – Adoro nossas conversas, são tão cheias de palavras e frases.


...


– Eu nem acredito que chegamos a nação do fogo. - falou Sokka depois de três dias voando. – Quero dizer, foi muito mais rápido que da última vez.

– É claro, ninguém estava em nosso pé e não precisamos nos esconder. – falou Aang se aproximando do cunhado.

– Eu ainda tenho que ter uma conversa séria com você. – falou Sokka emburrando-se e encarando Aang que apenas engoliu a seco.

– Aonde eu coloco isso? – falou Jun segurando uma bolsa de roupa suja que cheirava muito mal.


– Ponha ali, que daremos um jeito nisso.

– Agora sinto falta das meninas. – falou Sokka triste.

– Eu não acreditei quando um dos meus homens me informou que viu um bisão voador vindo na direção da nação do fogo, pensei que fosse alguma miragem que ele tivesse visto. – falou o homem que vestia as roupas do senhor do fogo e em sua cabeça, reluzia uma coroa em forma de chamas.

– Zuko. – falou Sokka.

– Que recepção agradável. - falou o jovem avatar.

– A que devo a visita? – falou ele e abraçou os rapazes.

– Viemos preparar uma surpresa para o aniversário de... – Aang parou antes de concluir. -... Mayumi.

– É verdade, é em alguns dias, não é?

– É. – respondeu Sokka.

– Onde fica o restaurante da mãe de Umi? – perguntou Jun se aproximando e encarando o senhor do fogo.

– Jun, esse é o nosso velho amigo, Zuko. – falou Sokka e apontou para o jovem.

– É um prazer conhecê-lo. – falou o rapaz da tribo da água e apertou a mão de Zuko.

– Jun é um dos guerreiros que a tribo do norte nos enviou para ajudar a reerguer a cidade. – falou Aang. – Já está há um ano conosco na tribo, ele e outros vinte homens.

– Que belo gesto, mas vocês sabem que podem contar conosco, não é? Quero dizer, se tivessem me pedido alguns de meus homens eu nunca teria negado.

– Sabemos sim Zuko e apreciamos a sua oferta, mas entenda que a nação do fogo, por muito tempo foi vista como inimiga, não seria ideal que soldados do fogo, os mesmos que destruíram a cidade, ajudassem a reerguê-la. – falou Aang.

– Eu entendo. – falou ele e abaixou a cabeça.

– É melhor a gente ir, não temos tempo para perder. – falou Jun e pôs um cântaro de água na cintura. Ele e Sokka seguiram por uma rua e Aang ficou atrás com Zuko.

– Não fui com a cara desse rapaz, principalmente depois que ele se referiu a Mayumi com intimidade.

– Eu pensei em não falar nada, mas eu não sei por que não, afinal você já está casado com a Mai, não é?

– Sim, mas não me contar o que?

– Jun é o namorado da Umi e estamos aqui, porque ele quer fazer uma surpresa para ela, levando a mãe e o irmão para o pólo sul, para passar o aniversário com ela.

– Será um grande presente, com certeza. – falou Zuko e ficou meio triste.

– E como está a Mai? – perguntou Aang tentando mudar o assunto, mas continuando nele.

– Está bem, a gravidez já está quase no final, e o bebê tem crescido com saúde.

– Eu nem acredito que você será pai.

– Eu também não. – falou ele seriamente.

– A Mai casou grávida, não foi? – falou Aang. Ele pouco havia conversado com seu amigo e nada sabia da vida dele nos últimos seis anos, a não ser algumas noticias esporádicas que Zuko lhe enviava através de falcão mensageiro.

– Já estava com dois meses. – falou ele. – Mamãe achou por bem adiantar o casamento antes que a barriga estivesse á mostra.

– Eu ainda nem acredito que a Ursa voltou para casa.

– Foi realmente um golpe de sorte. – falou Zuko. – Meu pai a mantinha encarcerada em uma torre no norte da nação, cercada de incontáveis guardas. Quando estive com ele na cadeia, eu consegui arrancar dele a localização exata. Parti para lá assim que retornei para casa, depois que liberamos as prisões. – Zuko parou um instante. – Nossa! Isso já tem seis anos, o tempo está passando muito rápido.

– Foi isso que eu estava conversando com a Katara e a Mayumi um dia desses.

– Por falar nela, como reagiu quando soube do meu casamento?

– Você sabe que a Katara adora esses tipos de festas.

– Eu me referi a Mayumi. – falou Zuko e balançou a cabeça.

– Ela meio que ficou triste, mas depois ela conheceu o Jun e tudo melhorou.

– Fico feliz por ela. – falou Zuko, mentindo.

– Ela está mais parecida com a Mayumi de antigamente.

Os dois caminharam até que finalmente chegaram ao restaurante de Oggi, mas antes que pudessem entrar, as vistas de Aang se turvaram e ele teve uma visão. Ele viu Katara, Mayumi e Suki, fugindo do homem que disparava fogo pela testa e viu também ao fundo o olhar maldoso de Azula, que agora tinha a mesma idade de Katara, vinte anos.

O jovem avatar se ajoelhou e pouco á pouco foi voltando a si.

– Aang, você está bem? – perguntou Zuko e os outros dois rapazes se aproximaram.

– Katara, Mayumi e Suki estão em perigo.

– O que? Como assim?

– Eu vi o homem combustão e a Azula perseguirem as garotas, no reino da terra.

– Você deve está cansado da viagem Aang, as garotas ficaram na tribo.

– Eu nunca me engano Sokka, se lembra da última vez que tive uma visão dessas, a sua irmã realmente estava em perigo.

– Isso é verdade.

– Vamos logo, não temos tempo a perder. – falou ele e se colocou novamente em pé. Imediatamente subiu no bisão que vinha logo atrás. Sokka e Jun subiram também.

– Eu vou com vocês. – Falou Zuko. Ele permanecia ainda em terra enquanto tirava as principais roupas do senhor do fogo e ficava apenas com uma camisa simples, também entregou ao seu servo a sua coroa e seus longos cabelos ficaram soltos. – Avise a Mai que volto em alguns dias. É caso de vida ou morte.

– Quem é esse cara? – falou Jun para Sokka.

– É uma longa história... – respondeu Sokka e se aproximou de Aang que estava se preparando para sentar no pescoço de Appa.

– Haja o que houver, não deixe que Jun saiba que Zuko já namorou a Mayumi ou isso aqui vai virar um verdadeiro ring.

– Ele foi namorado da Umi? – falou Jun ao se aproximar sorrateiramente dos dois.

– Foi, mas não se preocupe, ele está casado com outra mulher agora e o bebe deles vai nascer em alguns dias. – falou Sokka.

– Me responde uma coisa Sokka: Você deixaria a Suki sozinha, prestes a dar a luz?

– Não. – respondeu ele.

– Esse cara ainda se importa com a Umi, mas não se preocupe, eu vou mostrar para ele quem é o namorado dela agora. – Jun se calou e então Zuko subiu no bisão.

Os dois jovens se encararam e os outros dois rapazes puderam jurar que faíscas saiam dos olhos de Zuko e Jun.

– E agora? – falou Aang.

– Acho que fizemos besteira.