Living in Hell - Fanfic Interativa

Capítulo 06 - Dias de Sofrimento II


A noite já caía sobre o céu, as primeiras estrelas já podiam ser vistas apesar de agora o céu ter mais nuvens. O grupo estava voltando para a madeireira, Harry dirigia o veículo, ao lado de Dave e Ariel, enquanto Mark, Anne, Clark e Wendy estavam no lado de trás do furgão. O furgão não estava muito rápido porque o clima estava com neblina e a visibilidade era pequena.

Harry passou boa parte do caminho conversando com Ariel, perguntando porque ela e Anne estavam brigando. Ariel disse convicta que estava com razão e que Anne era a culpada da morte de Paul, Harry não opinou e não disse nada à respeito, somente fez perguntas. Dave ficou quieto a maior parte do tempo, só fez algumas perguntas, nada que jogasse Ariel contra a parede, ou que a contrariasse.

Mark fazia o mesmo com Anne, perguntando o motivo dela e Ariel terem brigado, só que Mark era mais amargo e fazia perguntas mais duras e nem um pouco sensível. Anne também estava convicta que ela estava certa e ela não tinha culpa da morte do ex-mecânico. Wendy e Clark permaneciam presos com as algemas e não falavam nada, apenas olhavam entre si uma hora ou outra.

Já era 23h e o grupo estava há trinta e uma milhas da madeireira, e Harry não aumentou a velocidade do furgão porque a neblina não tinha ido embora. Os três que estavam na parte da frente do furgão viram três infectados andando na rua e mais alguns sobre ambos os lados da estrada e dentro da floresta. Harry não teve escolha a não ser acelerar o furgão e ir mais rápido em direção da madeirera para fugir naquelas criaturas.

Para a sorte deles não tinha nenhum infectado na estradinha de terra e desnivelada que levava a madeireira, então Harry pôde ir devagar até o lar improvisado deles. Mas ao chegar lá a recepção não foi muito boa, havia vários infectados atacando a madeireira. Chelsea estava em cima de uma pilha de madeira que tinha uns dois metros de altura atirando nas criaturas; Seward, Michael, Abigail e Nadin lutavam contra as criaturas, o local estava muito escuro e só tinha uma pequena iluminação de uma fogueira e do farol do furgão.

Todos, menos Wendy e Clark, desceram do furgão rapidamente e foram ajudar os quatro a combater os mortos-vivos. Dave ficou a distância, atirando na cabeça dos mortos-vivos, Mark e Harry correram em direção dos quatro para ajudá-los no combate a curta distância com facas, Anne e Ariel ficaram a média distância, atirando com a pistola e usando a faca quando necessário.

Abigail estava ficando encurralada e quando tentou se afastar das criaturas tropeçou em seu próprio vestido e caiu no chão, logo três criaturas deitaram-se sobre Abigail para fazê-la de banquete. Seward gritou lamentando o acontecimento e eliminou as três criaturas distraídas com a carne fresca de Abigail, e também enfiou uma faca na cabeça da amiga para que ela não se transformasse mais tarde. O combate de vivos contra mortos-vivos só foi terminar meia hora depois, e mais ninguém foi mordido.

Todos entraram no depósito e Mark fechou a porta violentamente, fazendo um estrondo e o barulho ecoar dentro do local. Estava furioso novamente mas dessa vez não disse nada, foi para o quarto e ficou por lá. Nesse momento Harry teve que tomar a posição de liderança, disse o que aconteceu quando ficaram fora, quando disse sobre a morte de Paul, Chelsea abaixou a cabeça. Michael levou Ariel para a salinha de livros, e Seward sentou na mesa da cozinha junto com Anne, ambos para conversar com as garotas pra esfriar a cabeça delas e talvez conseguir convencê-las de fazerem as pazes.

Harry levou Wendy e Clark para o quarto, usou a algema para prendê-los sobre a cabiceira da cama, quando ia saindo do quarto, Clark se manifestou:

– Sério isso? Vai nos tratar como animais?

– Ainda não conhecemos vocês o suficiente para confiar totalmente – Respondeu Harry de forma fria e se retirou do quarto.

Ele foi em direção de Nadin, ela estava encostada sobre a parede no corredor, olhando para o chão e quieta.

– Nadin? Podemos conversar um pouco? – Ela apenas balançou a cabeça positivamente em resposta.

Harry e Nadin caminharam para o fim do corredor, onde não pudessem serem ouvidos por alguém.

– Você está bem? – Perguntou Harry com a voz preocupada.

– Sim... – Mentiu Nadin – O que você quer conversar? – Perguntou com a voz baixa, levantando a cabeça e olhando para Harry.

– É sobre o Mark... ele teve uma atitude explosiva quando estávamos na cidade, e agora ele agiu quase da mesma forma. Quando estávamos na cidade ele me encarou e pensei que ele fosse me dar um soco ou algo do tipo, ele estava fora de si naquele momento... eu sei que agora ele está furioso, mas dessa vez ele não disse nada para ninguém e foi para o quarto. Qual é o problema dele?

– Ah... – Respirou fundo antes de responder – Olha, o Mark tem essa atitude explosiva de vez em quando, e é melhor não se opor contra ele quando ele está assim, não é sempre que ele fica assim, é muito raro para falar a verdade... – Nadin ia falando pausadamente – Ele fica desse jeito quando ele sente que falhou como líder, agora por exemplo, ele deve estar se sentindo culpado pelo ataque e pela morte de Abigail... – Ela ainda respirava fundo – Sinceramente, ele é um homem calmo e até pacífico, mas as vezes acontece isso e ele se "transforma".

– Entendi... – Disse Harry, passando sua mão direita sobre sua barba por fazer – Ele ficou furioso porque não tínhamos conseguido nenhum suprimento até o momento, e ele deve ter pensado que tinha falhado – Harry olhava fixamente para Nadin, e ela assentiu, e então Harry compreendeu totalmente.

– É isso mesmo – Afirmou Nadin – Olha, se me der licença eu vou dormir agora, estou cansada... – Disse Nadin com uma voz gentil, enquanto bocejava. Harry assentiu e ela foi para o quarto.

– Harry? – Era Dave, se aproximando – Pode ficar de vigia agora? Depois eu faço meu turno.

– Sim, pode deixar comigo – Disse Harry, e Dave o agradeceu e também foi para o quarto.

Ao entrar no quarto, Dave viu Nadin deitada em uma cama, e Mark falando com Samantha.

– Eu não vi você ajudando o grupo lá fora, contra aquelas coisas – Ia dizendo Mark, estava calmo e sua voz estava em um tom baixo, Dave quase não conseguia ouvir – E eu já disse, se quiser fazer parte do grupo, você precisa nos ajudar.

– Eu não pedi sua ajuda quando me salvou, e você sabe que eu não consigo nem olhar para aquelas coisas lá fora – Disse Samantha em tom sarcástico.

– Escute, Sam... – Após ouvir o que ela disse, Mark fazia esforço para não explodir e gritar com Samantha – Perdemos a Abigail, e eu entendo que você tem medo daquelas coisas, mas você precisa superá-lo e lutar contra aquelas coisas, um dia pode acontecer de você precisar se defender sozinha, entende? – Mark usava um tom de voz que nunca tinha usado com nenhuma outra pessoa.

– Tá bom... Posso dormir agora? – Disse secamente, Mark assentiu e se afastou da garota.

Mark passou por Dave, que continuava em pé na porta do quarto, e foi para a cozinha. Lá encontrou Harry sentado em uma cadeira com sua pistola sobre a mesa, Mark pegou uma garrafa de uísque escocês, servindo em dois copos, entregou um para Harry e bebeu um gole do outro.

– Vai ficar de vigia? – Perguntou Mark, se sentando em uma cadeira ao lado de Harry.

– Sim – Respondeu, pegando o copo e também bebendo um gole do uísque – Sinto muito, pela Abigail...

– E eu pelo Paul... – Disse Mark, olhando para o chão – Era um bom homem e deixou seu legado consertando o furgão.

Harry apenas assentiu e bebeu mais um gole da bebida. Mark levantou, desejou boa noite para Harry e voltou para o quarto, onde todos, menos Harry, já estavam deitados em uma cama, Mark também sentou em uma, ficou pensando enquanto ouvia os outros dormindo, quando terminou de beber o uísque se deitou na cama e não demorou um minuto para adormecer.