P.O.V. Caroline.

Finalmente vou poder conhecer a famosa Bonnie Bennett. Já conheço todos os empregados da mansão menos ela.

Conheço o irmão de Elena, Jeremy que cuida dos cavalos, a Tia dela Jenna que cozinha, a senhorita Cullen que é criada pessoal de Lady Rebekah e pelo que me falaram a mãe deles Lady Ester está vindo para um baile.

O estranho é que a senhorita Cullen e Elena são exatamente iguais, elas dizem que são gêmeas, mas ás vezes duvido. Elas nunca se chamam de irmãs como normalmente acontece.

E além do mais eu nunca vejo Lorde Elijah e Lady Rebekah comerem, apenas Lorde Klaus come. E ainda tem o tal remédio milagroso que eles colocam no vinho, acho que são todos bruxos, mas e daí? São boas pessoas e isso é o que importa.

Eles não são como a Igreja diz que eles são, nem de longe. Eles curam e ajudam as pessoas.

—Caroline?

—Oh, olá Milorde. O que deseja?

—O prazer de sua companhia.

—Bom, está bem.

—Vamos?

Ele me ofereceu o braço e eu peguei.

—Vós gostais daqui?

—Sim, porque a pergunta Milorde?

—Nada, apenas curiosidade. Sente falta de sua casa, de seus pais?

—Sim muita, principalmente da minha mãe. Do cheiro de mingau pela manhã.

—Gostaria de voltar pra casa?

—E rever o desgraçado do meu pai? Que tentou vender-me para o ferreiro? Só volto pra lá morta!

—Vender-te? Como escrava?

—Como esposa. Mas, ser esposa e ser escrava é a mesma coisa.

—Porque acha isso?

—A esposa não ganha dinheiro por suas tarefas e tem que fazer tudo o que o marido manda ou morre de tanto apanhar e o pior é que ninguém faz nada para ajudar. Em briga de marido e mulher não se mete a colher até certo ponto.

—O que quer dizer?

—Uma vez, salvei uma mulher de seu marido bêbado enfurecido. O jeito que ele olhou pra mim, que ele olhou pra ela. Se eu não tivesse interferido ela com certeza estaria morta.

—E o homem? Como lutou com ele?

—Não foi tão difícil. Os reflexos dele estavam lentos, pisei no pé dele e lhe dei uma joelhada naquele lugar.

Ele riu.

—Qual a graça?

—Você tem coragem mesmo.

—Acho que homens que batem nas esposas são apenas malditos covardes.

—Tem razão.

—Ahm, acho que estamos andando em círculos.

—Não estamos. Estamos quase chegando.

E quando nós chegamos foi uau!

Um lindo jardim. Tão lindo que até dói.

—Então, gostou?

—Lindo. Muito mesmo.

—Que bom.

—Sabe, Caroline eu não sou como você.

—Eu sei. Vocês são bruxos. Mas, não se preocupem seu segredo está a salvo comigo.

—Não somos bruxos Caroline.

—Não precisa fingir e nem mentir pra mim. Já disse que não ligo e que não vou contar.

—Não somos bruxos.

—Não...

—Fica quieta! Não terminei.

—Tá.

—Somos os primeiros vampiros do mundo.

—Vam.. Vampiros? Daqueles que matam pessoas e bebem o sangue delas?

—Isso. Mas, eu sou diferente.

—Diferente como?

—Sou metade vampiro, metade lobisomem.

P.O.V. Klaus.

Ela não respondeu. Ficou quieta como um túmulo e com os lindos olhos azuis arregalados.

—Caroline?

—Meu Deus, onde foi que eu me meti. Eu... eu... Nossa!

—Você está bem?

—Não. Preciso de um tempo.

Ela saiu andando, mas eu não deixei.

—Espera.

—Eu disse que preciso de um tempo!

Caroline me empurrou e saiu correndo, o tempo todo ela olhava para trás para ter certeza de que eu não a estava seguindo.

Ouvi a porta bater e ela passar a tranca.

—Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! Me ajude, me guie e me proteja.

—O que eu devo fazer agora? Devo ir embora? Mas, para onde eu iria?

Rebekah bateu á porta.

—Quem é?

—Sou eu Rebekah.

Ela respirou fundo e abriu a porta.

—Sim?

—Podemos conversar?

—Tá.

Ela deu espaço para Rebekah passar.

—Olha, o meu irmão não costuma se abrir. Ele te deixou entrar, te deixou entrar! Ele não deixa as pessoas entrarem.

—Porque não?

—Ele passou por muita coisa, todos nos passamos. Mas, sem dúvida nenhuma o Niklaus foi o que mais sofreu. Sabe, quando eramos humanos tínhamos um irmão mais novo chamado Henrik, mas ele morreu.

—Como?

—Niklaus ficou totalmente obcecado pelos lobisomens que eram nossos vizinhos e ele e o meu irmão mais novo saíram numa noite de lua cheia para vê-los se transformar em feras. Acontece que um deles atacou Henrik que morreu na hora, mas eles não atacaram Niklaus.

Quando o dia nasceu Nik veio carregando o cadáver de Henrik. Todos choramos, menos meu pai Mikael.

Ele amarrou meu irmão e deu uma surra tão grande nele que Niklaus ficou acamado por semanas, então meu pai forçou Ester a fazer o feitiço que nos transformou em vampiros e foi só ai que descobrimos o porque dos lobos não terem atacado Niklaus.

—Porque?

—Ele era um deles. Soubemos quando ele matou pela primeira vez ativando a maldição do lobisomem e assim ele se tornou o híbrido original.

Mikael ficou possesso ao descobrir que havia sido traído por Ester e a forçou a fazer outro feitiço para suprimir o lado lobisomem do Niklaus.

—E o feitiço não funcionou.

—Funcionou. Mas, ele o reverteu fazendo um ritual e sacrificando a duplicata Petrova.

—Ai Meu Deus! Ele matou a Kate?!

—Você a conhecia?

—Tá brincando?! Éramos melhores amigas, praticamente irmãs.

—Lamento.

—Eu também. Ainda tinha esperança de encontrá-la viva. Como eu sou idiota.

—Não Caroline, você não é idiota! Você tinha esperança.

—Porque ele matou ela? Não podia ter matado outra pessoa?

—Infelizmente não. A duplicata era a chave para quebrar a maldição.

—E o pai dele? O pai de verdade.

—Mikael o matou. Matou um clã de lobisomens inteiro por vingança.

—E onde ele está agora? O tal Mikael.

—Não sei.

—Acha que ele morreu?

—Não. A única arma que pode matar um original é uma estaca de carvalho branco.

—E como sabe que não estaquearam ele?

—Queimamos a única árvore que havia a mil anos.

—Mil? Nossa!

—Somos praticamente anciãos.

Ouvi a risada dela.

—Acha que ele vai querer se vingar de mim? Por tê-lo deixado plantado lá no jardim?

—Não. Acho que não.

—E a sua mãe?

—Aposto que ela virá para o baile.

—Baile?

—Sim. O aniversário do Elijah está chegando e ele adora um baile.

—Será que ele vai fazer par com a Elena?

—Acho que sim.

—Como é? Sabe, ser vampiro?

—É incrível!Poder viver pra sempre, sem medo de nada, sem medo da morte.

E os poderes são incríveis.

—Poderes?

—A super velocidade.

Ouvi Rebekah correr.

—Uau!

—A super força.

Ela dobrou uma barra de ferro.

—Uau!

—E o poder de cura.

Ela abriu um talho no braço que fechou instantaneamente.

—Nossa! Mas, e a cura milagrosa que me deram quando eu cheguei.

—Elijah misturou um pouco do sangue dele no seu vinho.

—O sangue dele fez aquilo?

—Fez.

—E pra fazer alguém virar vampiro você só tem que morder?

—Não. A pessoa tem que morrer com sangue de vampiro no organismo.

—É um belo quadro.

—É. Foi a minha mãe que pintou.

—E como ela é?

—Bonita, mas maluca. Tentou matar a gente um monte de vezes.

—Porque?

—Ela é uma bruxa, as bruxas são servas da natureza e os vampiros são aberrações da natureza. Ela quer concertar o erro que cometeu a mil anos transformando a gente.

—Que louca. Como pode uma mãe querer matar os próprios filhos?

—Ela diz que quer nos libertar.

—Libertar?

—Isso.

—Bom, acho melhor eu ir falar com ele.

—Com certeza.

—Obrigado Lady Rebekah.

—De nada.

Caroline desceu as escadas correndo e acabou caindo e se estabacando no chão.

—Ai. Doeu.

Mas, ela se sentou e levantou dando uma ajeitada no cabelo.

—Me procurando?

—Ai que susto! Parece assombração. Mas, sim estava te procurando.

—Então diga.

—Apesar de estar morrendo de medo, acho que todos merecem uma segunda chance. Mas, se me matar juro por Deus que volto pra te assombrar.

Eu ri.

—Claro.

Eu me aproximei e o coração dela bateu tão rápido que pensei que fosse explodir.

—Calma, Caroline.

—É mais difícil do que parece.

—Posso imaginar.

Abracei-a e ela retribuiu. Quando eu cheirei o pescoço dela ela disse:

—Que é isso Klaus! Parece cachorro!

Eu ri.

—Nossa! Que coisa pra se dizer pra um lobisomem Caroline.

Ela deu um tapa na própria testa.

—Burra.

—Ei, você não é burra.

—Sou sim. Eu nem sei escrever ou ler.

—Posso te ensinar.

—Jura? Faria isso?

—Claro amor.

Caroline me deu um sorriso cintilante.

—Adoro seu sorriso.

—E eu queria ver o seu.

—Eu não costumo sorrir.

—Sei disso. Lady Rebekah me contou tudo.

—Não se preocupe sou mais forte do que pareço.

—Eu sei.

—Sabe, gostaria muito de fazer um retrato seu.

—Meu? Um retrato meu? Você bateu a cabeça?

—Não.

—Porque diabos iria querer me pintar? Eu não sou ninguém importante.

—É importante pra mim. Quero ter um retrato seu no meu quarto.

—No seu quarto? Porque no seu quarto?

—Para que eu possa olhar pra você sempre.

—Ah, tudo bem vai. Se isso vai deixa-lo feliz, por mim tudo bem.

—Venha, você precisa mudar de roupa.

—Porque? Essa está feia?

—Não. Está linda.

Ela não discutiu, mas olhou pra mim desconfiada.