P.O.V. Amara.

"É incrível a ilusão de que a beleza é bondade."

Um dos meus ancestrais escreveu isso. E ele não fazia ideia do quão certo ele estava.

Por toda a minha vida eu fui a tímida esquisita, mas com o meu treinamento de batalha, meus poderes de bruxa, meu sangue real. Me tornei a mais implacável das armas.

O meu pai me ensinou a lutar. Não foi fácil, eu levei muita porrada, mas eu virei meio que a versão ruiva de La Femme Nikita. Minha mãe me ensinou feitiços e poções, a fazer remédio e a fazer veneno.

Mal posso esperar para ver a cara dos debiloides.

P.O.V. Valentim Jones.

Eu estava falando com os meus amigos, os caras do time. Quando do nada, aparece a maior gata.

—Cara... que avião! Quem é aquela mina?

Quando ela passou, olhou pra mim. Mas, não como as gostosas geralmente olham pra mim. Seus olhos faiscavam de... ódio.

Ela parou no armário quatrocentos e dois. Era o armário da Alisson Loring. E então, ela abriu o armário, pegou o material e saiu.

—Espera, aquela gostosa, super modelo... é... a Alisson Loring?!

O sinal tocou e fomos todos para a aula.

—Adorei, o seu visual. Se quiser sentar com a gente...

—Não, mas obrigado.

—O que?

—Eu disse não, Megan. Verbo de negação. Talvez eu faça o teste pra torcida, mas vou fazer só por fazer. Eu não sirvo pra ser tiete de futebol.

Ela simplesmente saiu e deixou a Megan falando sozinha. O professor começou a dar a aula. Mas de repente, começou a sair sangue da lousa.

—O que é isso?!

O sangue começou a escrever.

"Nous chassons ceux qui chassent."

E então, bem no meio da lousa formou-se um G.

—Eu vou chamar a polícia.

Mas, quando a polícia chegou não tinha nada. Nem um resquício de nada.

—Não tem nenhum resquício sangue.

—A gente viu. A gente jura por Deus.

—A senhorita lembra o que estava escrito na lousa?

—Era uma outra língua. Era, sei lá, latim.

—Era francês. Nós caçamos aqueles que nos caçam.

—E como você sabe disso?

—Eu falo francês. E espanhol e búlgaro.

—A senhorita não escreveu nada na lousa, escreveu?

—Não. A última pessoa que brincou com sangue falso aqui na escola, foram os caras do time de futebol.

—E quanto foi isso?

—Dia de todos os santos. Halloween. Jogaram um balde de sangue falso encima de mim. Eles são os reis das pegadinhas.

P.O.V. Amara.

O policial foi interrogar o Jones e os patetas. E eu tive que dar um sorriso vitorioso. Eu estava desenhando um Wessen novo no meu livro de Grimm quando, o Jones e companhia limitada vem.

Eu sei que eles vão tentar tacar alguma coisa em mim. Dito e feito, o idiota tentou jogar suco no meu livro de Grimm, mas com um feitiço, eu fiz o suco ficar onde estava.

—O que?

—Algum problema com a sua bebida?

O imbecil colocou o copo de cabeça pra baixo e eu soltei o líquido que caiu todinho encima dele. E eu ri.

—Tentando desafiar a lei da gravidade? É, isso não funciona. Newton ainda ganha.

—Mas, não tava derramando.

—Então, admite que tava tentando jogar o suco encima de mim? Qual é, amigo isso não é jeito de se tratar uma dama.

P.O.V. Valentim.

Ela não se dignou a me olhar. Continuava desenhando no caderno.

O celular dela apitou.

Eu pude ler a mensagem.

"Skalengeck, indo pra você."-M.G.

—Isso vai ser desafiador.

Ela levantou, saiu e quando voltou estava usando... braçadeiras?

—Vai tentar ser gladiadora?

—Vou matar um Skalengeck. Então, faça-me o favor e saia do meu caminho.

Um segurança entrou no refeitório. E a cara dele virou uma coisa horrorosa! Era como um lagarto.

Ouvi ele dizer:

—Grimm.

A coisa avançou e ela avançou encima da coisa. Eles lutaram, se atracaram e então, saiu uma lâmina daquelas braçadeiras e a lâmina atravessou o peito da coisa.

—Oculttatum...

Ela enfiou a lâmina no bicho de novo.

—Libera? É. Já tá ficando chato.

A nerd Loring, acaba de matar um monstro?

—Acho que é melhor ligar pro meu avô.

Ela limpou a lâmina e discou.

—Oi Wu. Skalengeck, na escola. Garra negra. Tá morto, eu matei.

—Estamos indo.

—Ótimo.

Ela desligou.

—Acho que você vai querer sair do meu caminho.

Eu dei passagem, não quero que ela me enfie essas coisas. Alisson pegou sua comida, pizza e hambúrguer. Se sentou na mesa e começou a comer.

—Você acaba de matar aquela coisa e vai simplesmente sentar e comer? Com um corpo bem ao seu lado?

—Você não tinha o menor problema de fazer da minha vida um inferno e fazer o mesmo. Deixa de ser boiola.

—Boiola?

—Ai, a aberração te chamou de boiola.

—E a aberração também salvou a sua vida. Acha mesmo que o Skalengeck iria deixar vocês viverem? Esses Wessen são como aqueles fanáticos religiosos e eles gostam de matar Kehrsite. Ou seja, vocês.

—Kehrsite?

—Humanos. Mundanos. Vocês. Hitler era Wessen, acho que ele fundou essa organização, mas é difícil dizer. O fato é, ele quase afogou o mundo em sangue Wessen e Kehrsite.

—Wessen?

—É.

Ele jogou o caderno encima de mim.

—Os meus desenhos não são tão idiotas agora são?

O tempo foi passando, mas a polícia não chegava.

—Merda. Tem algo errado. Eu vou pegar minhas coisas.

Ela trouxe malas e mais malas com armas antigas e muito loucas e uns frascos.

—Veneno de Siegbarst.

Parecia uma cientista louca molhando aquelas balas enormes naquele tal veneno.

—Você é louca.

—Não. Eu sou...

Ela engatilhou a arma.

—Grimm.

Estrelas da morte, facas com três lâminas, adagas, machados de duas faces.

—Arminha legal.

—É uma Siegbarst Gewehr, arma pra caçar elefantes, mas nós usamos pra matar os Siegbarsts.

—O que é um Sig... sei lá o que?

—Já ouviu falar de ogros?

—Ogros?

—Sim.

Adagas, espadas, punhais, arco e flechas, lanças.

O telefone dela tocou.

—Fala.

—Fecharam a rua. Não podemos passar.

—Imaginei. Tenho meu arsenal e a outra coisa, mas estou cercada de Kehrsite. Metade dessas patricinhas vai surtar no primeiro Woge e vai acidentalmente se matar. Não encosta na minha arma, imbecil!

Disse ela apontando uma pistola para o Carter que quis pegar na arma de elefantes.

—Foi mal.

—O que significa isso? Eu vou chamar a polícia.

—Peraí. Aqui a polícia.

—Seja qual for a brincadeira eu sugiro que...

—Não é brincadeira não. Acho que estão armando um cerco. E se quiser sobreviver a isso Khersite vai ter que fazer o que eu mandar. Posso senti-los. Estão aqui.

Todas as portas se fecharam.

—O que? O que é isso?

—Hexenbiests. Estão prendendo a gente aqui, eles vão aparecer a qualquer momento. E prestem atenção, porque os rostos deles vai mudar de um jeito... que vocês nunca viram na vida. Não é máscara e não é falso. Mantenham a calma e tentem não se matar durante o confronto. Preciso que alguém vá buscar sal no almoxarifado e velas. Algum voluntário?

—Eu vou.

—Pega Jones. Vai precisar.

—Armas?

—É uma pistola. Não exite se ele ou ela Wogar. Mata o Wessen!

—Eu não sei usar uma arma.

—Eu vou com você. Bebêzão.

Ela colocou a arma de matar ogro nas costas.

—Porque vai levar a arma do elefante?

—Porque esse veneno é muito difícil de conseguir e essa arma é uma antiguidade que não é mais fabricada.

As criaturas começaram a invadir, pelas janelas e haviam ceifadores.

—Grimm!

—Ceifeiro.

Ela começou a se atracar com o ceifador sinistro, mas então ela se soltou, começou a correr dele.

Ele a colocou contra a parede.

—Adeus Princesa.

—Eu acho que não.

Ela deslizou por baixo das pernas do cara e soltou fogo pela mão. O ceifador foi queimado vivo.

Alisson pegou a foice.

—O que tá escrito ai?

—Matadores de Grimms. Movedant!

Alisson decepou a cabeça do homem tigre com a foice.

—Tá quente aqui ou é impressão minha?

—Merda. Excandesco.

—Ex... o que?

—Aquilo.

Era um homem em chamas, ele tava botando fogo no prédio.

—Caramba! É um demônio.

—Phesmathos Modis Incendiamos, Phesmathos Modis Incendiamos.

O Ex sei lá o que começou a apagar. O fogo começou a se espalhar, mas de um jeito organizado e ele saiu todo pela chaminé da escola.

Alisson pegou uma das lâminas, uma espada árabe e meteu no peito do bicho.

—Adeus, Excandescu.

—Oculttatum Libera.

—Sei bem como é.

Ela colocou uma luva de látex e pegou um celular de uma das criaturas mortas.

—E eles se acham tão espertos. Fanáticos imbecis. Ah, então você quer prova de que eu to morta? Tudo bem. Extasios Formosos Preclaros.

O corpo de uma das mulheres mudou de forma.

—Não acredito que eu to fazendo isso.

Alisson tirou as próprias roupas e as colocou no cadáver da mulher e colocou as da mulher morta.

—Sorria.

Ela bateu uma foto e enviou para o número. Então, pegou o próprio celular.

—Eva.

—Sim?

—Convenci o Garra Negra de que estou morta. Preciso convencer todos do mesmo.

—Vai ter que ficar na encolha por um tempo.

—Eu sei.

Ela recolheu as armas, colocou embaixo do forro do porta malas do carro e fez alguma coisa nas pessoas. Foi como se elas tivessem esquecido. De tudo. Pensaram que ela tava morta.