Garra negra

P.O.V. Nick.

Um grupo de terroristas Wessen. Que ótimo.

Uma seita.

—O que foi?

—Eu fiz uma promessa pra mim mesma e para o meu bebê de que ela não cresceria como eu. Que cresceria á salvo e amada, e aqui está ela no seu primeiro dia nessa Terra com uma seita que está planejando sacrificá-la e uma família real que quer usar as suas habilidades especiais para dominar o mundo.

—Vamos dar um jeito. Vamos fugir, nunca pararemos de fugir.

—Não. Vamos transformar a casa numa fortaleza.

—Ou talvez haja uma terceira opção. Vamos mandá-la embora enquanto... limpamos essa bagunça.

—Mas, enquanto ela viver o Garra Negra vai vir atrás dela.

—E se ninguém souber que ela está viva?

—O que está planejando?

P.O.V. Kenneth.

Eu sabia que ela era inteligente. Não sabia que era brilhante.

Mandar a menina para viver entre os plebeus, no meio dos mundanos foi uma jogada de mestre.

P.O.V. Vanessa.

Eu consegui, eu engravidei, o feitiço funcionou. Infelizmente eu perdi a criança logo. Mas, há males que vem para o bem.

—Eu preciso que faça o ritual novamente.

—Não vai precisar.

—Porque estamos aqui no meio da noite?

—Porque eu vou te dar o que sempre quis. O nome dela é Amara, mas eu recomendo que... você mude.

Ela estava chorando.

—Essa é coisa mais difícil que eu já tive que fazer. Quando ela chegar a idade, se começar a ver coisas que ninguém mais consegue. Diga a ela que ela é uma Grimm. E que a mãe dela, a mandou pra longe para mantê-la segura. Amara tem uma marca de nascença no ombro. Faça-a esconder. Mantenha a marca coberta, o tempo todo. Quando tiver que dizer a verdade a ela, diga a ela que eu a amo e que... deixá-la partir foi a coisa...

—Mais difícil que você já teve que fazer.

Ela entregou a menininha nos meus braços.

—Vai. E... obrigado, Vanessa.

—De nada. Melinda.

Eu finalmente pude ter um bebê. Pude ser mãe.

Alisson. Decidi manter o A.

Alisson Loring. Ela sempre foi uma criança excepcional.

Estudiosa, extremamente sensível, sensitiva, ela toca piano, violino e gosta muito de antiguidades.

P.O.V. Alisson.

Estou indo á terapia por anos. Mas, a única coisa que realmente me ajuda é compor, desenhar e escrever.

—Como estamos hoje Alisson?

—Nada mudou.

—Tem tomado os antipsicóticos?

—Todo santo dia. E tem algo que a senhora tem que ver.

—O que? Outro dos seus desenhos?

Eu respirei fundo e com um pouco de concentração, funcionou. Os móveis começaram a flutuar.

—Meu Deus!

—Ainda acha que é mentira? Ainda acha que é coisa da minha cabeça? Porque isso parece muito real pra mim.

—Eu já havia ouvido falar de pacientes com habilidades telecinéticas, mas... nunca havia visto de fato.

—Suponho que não.

P.O.V. Doutora Carson.

É realmente notável. Extraordinário.

—Eu gostaria muito que fizesse um exame de vista.

—Exame de vista?

—Sim.

—Vou falar com a minha mãe sobre isso.

Felizmente a senhora Loring concordou.

—Finalmente vou poder saber se essa coisa de ser Grimm tem algum traço físico.

—O que?

—O que?

—Eu ouvi o que você disse. Você disse ser Grimm. É o que eles berram quando eu vejo eles mudarem. Eles sempre dizem isso. Grimm. O que é um Grimm?

—Um caçador. Nous chassons ceux qui chassent.

—Caçamos aqueles que nos caçam. Todo esse tempo me fez pensar que eu tava ficando louca, quando eu não tava?

—Alisson, faça o exame e depois a gente pode conversar. Eu vou te contar tudo. Prometo.

P.O.V. Alisson.

A médica achou um tipo diferente de cone na minha retina. O que significa que eu posso ver aspectos de cor que ninguém mais pode. Eu não sou louca.

—Por isso os antipsicóticos nunca funcionaram. Porque era real.

Depois que o exame foi realizado, nós voltamos pra casa e eu quero respostas.

—O que é um Grimm?

—Jacob e Wilham Grimm. Já ouviu falar?

—Os escritores de contos de fadas?

—Eles mesmos. As histórias são reais. Eles são seus ancestrais.

—Você quer dizer, nossos ancestrais.

—Não. Quero dizer seus ancestrais. O seu nome não é Alisson Loring. É Amara Burkhart Amunet Bowes Lyon. Você é uma bruxa de uma antiga linhagem de necromantes de um lugar chamado Asheron, que é uma Grimm, com uma mãe biológica bruxa Grimm e um pai Príncipe. Um pai membro da família real. É de você que eles estão atrás, você é aquela que pode unir todas as facções e isso vai contra tudo o que eles acreditam.

—Eles quem?

—Um grupo terrorista formado por Wessen. Eles se chamam de garra negra.

—Wessen?

—Sim. As criaturas que você vê. Eles se chamam de Wessen.

—Meus pais me abandonaram?

—Não. Eu conheci a sua mãe quando ela ainda estava grávida de você, ela era jovem, mas ela não quis te dar para adoção. Então, veio o conflito. Os membros do garra negra queriam você morta e a sua mãe teve que forjar a sua morte. E ela me deu tudo o que eu mais queria. Um filho. Dar você, foi a coisa mais difícil que ela já fez.

—Então, ela abriu mão de mim pra me proteger?

—Sim.

—Amara. Significa imortal.

—Sou imortal?

—Não que eu saiba.

—E você sabe onde essa minha outra mãe, pode estar?

—Quando a conheci ela estava em Portland. Melinda Burkhart.

—Eu tenho que encontrá-la. Saber o que ela sabe, talvez ela possa me ensinar a controlar.