Senhorita... Acorde.

Uma voz rouca de homem escuto ao pé do ouvido. Minha cabeça dói, não quero abri os olhos, não posso abrir. O cheiro de limpo é muito forte, agradável até demais, muito frio também.

Genebra... Chegamos!

Outra voz, essa sabe o meu nome, mas, sussurrou de um modo cansado. Eu preciso saber quem é tal pessoa.

Lentamente, abro meus olhos, há uma vista agradável e pagada de rostos curiosos, eu pareço estar deitada. Abro mais ainda os olhos, mas a visão embaçada dos rostos ainda continua rostos que desconheço totalmente que sussurram um para os outros "ela acordou" "Tenham calma".

A roda de rostos desconhecidos toma mais um rosto e dessa vez é um que conheço e tudo parece vir como uma bomba em minha mente.

Carter...

Passado...

Missão...

– Carter... - Sussurro e ele parece esboçar um sorriso estranho.

– Olá Genebra. - Ele diz e agora consigo ouvi-lo melhor, meus sentidos voltam e sinto meu corpo novamente, mas a dor de cabeça continua. Vejo uma grande necessidade de levantar.

Devagar e com a ajuda das pessoas ao meu redor me sento e posso avaliar onde estou, em um laboratório que se punho ser no passado, por conta dos aparelhos de pesquisa. Todos me olham curiosos menos Carter, que está serio agora.

– Seja bem vinda a 2014, senhorita Genebra. - Diz o homem que logo reconheço a voz que havia me chamado.

– Obrigado. - Falo rouca.

E todos se decepam pelo laboratório, restando somente 3 pessoas. Carter, o homem que me dera boas vindas e penso que seja, ou, caso de semelhança, mas acho que seja a mulher de cabelos ruivos com seus 20 e poucos anos, sorrindo para mim. Eu sorrio de volta.

– Eu me chamo Robert Lunié.- O homem das boas vindas diz estendo-me suas mãos.

– Eu sou Emma Lincon.- A garota, que minutos atrás, era uma mulher de 40 anos diz nervosa me cumprimentando.

– Prazer. Eu sou Mileys Genebra. - Falo e olho para Carter que assisti tudo em silêncio e nos olha atentamente.

– Srta. Genebra, vocês devem ir até o centro de Paris para entrarem na linha do tempo.-Diz o homem sem rodeios. Eu assinto e olho novamente para Carter que afirma com a cabeça.

– Primeiro eu gostaria de ir ao banheiro e comer alguma coisa.... Será que dá tempo?- Pergunto meio envergonhada. Mas o que posso dizer, sou humana.

– Oh Claro!- Diz o Robert. E a Emma dá uma pequena risadinha. Que Carter a olha surpreso, assim como eu. É estranho.

Depois de fazer minhas necessidades. Fui para a sala do laboratório para arquitetar um plano com Carter, para a nossa chegada em Paris dos anos 60. Carter é muito bom em esconder seu medo. Por outro lado eu não sou. A cada parte do plano que Carter falava, eu comentava sobre, onde iriamos acordar. Ele dizia "Vamos falar sobre os parâmetros para encontrarmos Erber. " E deixava de lado a nossa "chegada".

– Então, onde acha que vamos acordar?- Resolvo perguntar novamente, já que ele deixou bem claro o plano.

Ele finalmente tira os olhoz do mapa, que trouxemos conosco do futuro, onde nos mostra as ruas de Paris em 68 e me encara preocupado.

– Eu não sei, Mileys.- Ele diz preocupado.

– Carter, e se nós morrermos?- Falo em um fio de voz. E ele arregala os olhos.

Henry Carter, era um Físico, ou como diziam quando eu era mais nova, um nerd. Mas ele era bem bonito. Cabelos loiros, olhos azuis, alto, nem tão forte e nem muito magro. E ficava com uma expressão perdida no rosto angelical quando sentia medo. Apesar de sua beleza, só o vejo como um colega de trabalho e talvez agora nesses pensamentos, um parceiro de vida. Eu estava apavorada e ele é o homem da situação onde tem que segurar as emoções para não me deixar mais apavorada do que já estou.

Quando penso que posso morrer, penso que... Droga! Nunca me apaixonei, nunca namorei, nunca transei. PUTA MERDA! Sou virgem? Eu acho que fui a única menina a permanecer virgem depois da faculdade ou até antes. Claro.. Como poderia me entregar alguém do meu passado? Beijar nunca foi um desejo para mim. Eu acho que fico em uma parte da sociedade que não existia mais.... Celibatária.

– Não se preocupe. Eu vou acordar primeiro. - Diz Carter me tirando de meus pensamentos.

– Ahmm... E se... Não tomarmos o sonífero? - Pergunto. Eu sei é loucura, mas ainda assim uma boa ideia.

– Doutora, acho que enlouqueceu! - Exclama ele se levantando da mesa e indo para o outro lado da sala e vou atrás dele. Ele abri as cortinas e a paisagem de Paris nesse momento não é nada boa. Lá em baixo não há ninguém, o céu está escuro, não por conta do inverno, mas, por conta do ataque. Nunca pensei que veria isso de perto, quando ouvi o ataque eu tinha sete anos e vivia na Califórnia em um hospital. Quando vi a notícia pela tv, eu não entendia, mas, podia ouvir os murmúrios fora dos quartos, eu sabia que algo ia mudar.

– Carter... Olha isso. - Eu disse ficando mais no seu campo de visão e apontando para fora. - Carter, Olha o que essa cidade está sendo agora, está linda não é? Apesar do clima, ela está muito melhor do que a Paris de 2035! Ainda podemos ver a torre, o verde, os parques. Essa é a sua cidade Carter. -Falo e ele finalmente me olha e parece muito triste, quase com dor.

– Eu sei, mas isso é perigoso Genebra.- Ele diz

– Mas é a única alternativa que temos. Além de nos arriscarmos de morremos em quanto estivermos dormindo. - Eu digo. E ele suspira.

– Mas ainda há um risco maior de morrermos antes de chegarmos lá. Eu não sei quais são os efeitos dessa viagem sem o sonífero. - Ele diz

– Ao menos temos que tentar. Se morrermos, viram outros para a mesma missão. - Eu sussurrei. É cruel dizer isso, foi um pouco egoísta de minha parte. Eu só estava dizendo isso porque não tenho para quem voltar.

– Sim, mas eu não quero morrer e nem você com certeza! - Ele exclama com raiva.

– Sim.- Falo rapidamente para que ele não perceba a mentira em minha voz.

Uhun!

Ouvimos um pigarro e olhamos em direção a porta e lá estava o Doutor Robert Lunié. Ele é um cientista graduado em Física, astrofísica e Biologia, como eu.

– O nosso carro está pronto para leva-los para o centro. - Ele diz e eu respiro fundo e estremeço. Chegou a hora.

Carter e eu pegamos nossas coisas. Seguimos o Lunié, por um corredor até chegarmos lá fora, onde o cheiro de fumaça reina no ar e o carro esporte que quase riu ao ver, um Audi A3, nos espera, saudades desses carros.

Antes entramos, nos despedimos do Lunié que nos deseja sorte. E entramos no banco de trás.

– Sim.- Diz Carter me fazendo olha-lo e tirar meus olhos da janela.

– Sim o que? - Pergunto como ele em um sussurro. Ele parece nervoso.

– Nada de líquidos. - Ele sussurra. E eu olho surpresa.

Nada de líquidos - Disse ele. O sonífero está fora.