Limoeiro

Treinamento forçado ou prova de lealdade?


Nunca tinha ouvido um plano pior que este!

Testar na raça algo que só vão os melhores e todo mundo que já foi morreu? Idiotice! Burrice! Loucura!

Mas ninguém me ouvia.

Tinha algo de errado naquele dia, todos me encaravam de um modo estranho e diferente. Me sentia mal junto dos meus próprios amigos.

Mas ainda assim eu estava bem mais incomodado com outra coisa... a Mônica. Ela me evitava e me encarava por cima dos ombros como se estivesse com ódio de mim! Como assim?? Fui eu quem a pegou de xaveco com o Nimbus e depois com ele na cama com ela!!! Grrrr

E eles ainda ficavam de conversinha na minha frente! Foi muito pra minha cabeça. Resolvi ir para casa.

Mais tarde o Cascão foi me importunar. Ele simplesmente pulou a janela do meu quarto e ficou sentado na minha cama esperando eu sair do banho. Você deve imaginar o meu susto não é?

–--- Gkya! Cascão! Mas que laios você esta fazendo na minha cama?! ---- gritei com ele ainda enrolado na toalha; e ele cascou o bico da minha cara. Desgraça.

–--- Ai ai Cebolinha você não muda mesmo não é? ---- ele se levanta e fica a papiar comigo olhando o corredor. ---- Ué? Cadê seus moveis? ---- dizendo isso ele sai para fora do meu quarto finalmente e eu o tranco no corredor. ---- Ué? Me deixa entrar!

–--- Deixa eu mi tlocal o bixo sem noção!

–--- Ué... ta com vergonha de que? Ta com complexo é! Hehehe

–--- Pala de li! ---- abro a porta e deixo ele entrar, era melhor do que ele ficar rindo e imaginando algo.

–--- Ai ai viu. Essa foi engraçada. ---- e o folgado volta a se sentar na minha cama. ---- Viu ta a mesma coisa. Não tem nada de mais ai.

–--- Você qué pala de mi checal!!!

–--- Harahrahahahah hrhrha Fala serio Cebolinha você quem provoco. Imaginei que você teria alguma cicatriz horrível uma tatuagem alguma coisa. ---- o desgraçado se põe a rir feito uma besta, mas do nada fica serio e sua expressão ate me assusta um pouco. ---- Mas fala serio careca. Ficar de briguinha com a Mônica? Dinovo isso... ---ele se levanta; sentia que estava tomando uma bronca e eu fico calado. ---- Vocês já não estão bem grandinhos para se resolverem?

–--- Não é nada disso. Estes planos dela são lidículos e não vai dar celto. ---- fexo a porta e ambos saímos do quarto para a cozinha a onde eu faço um umilde lanche.

Ele fica a olhar a casa e argumentar.

Mas parecia que ele queria me dizer outra coisa; algo realmente importante. Mas não diz, fica pulando de assunto em assunto e fazendo rodeios.

–--- Pala de inlolal! O que você quel me dizel?

–--- Cadê seus pais? ---- ele muda de assunto mais uma vez. ---- Não tem nem cama no quarto deles você fez um escritório lá. Eu vi.

–---.... fui emancipado. ---- saio da casa o abandonando para trás e vou em direção ao clubinho a onde todos pareciam prontos para partirem. ---- Eles não queliam voltal...

A Magali tinha pedido para que o Do Contra nos leva-se, coisa que deixou o Cascão estranhamente revoltado. E durante todo o caminho ele não fala mais comigo, ficava apenas me olhando de canto; como se quisesse me contar muita coisa. Já conhecia o Cascão e sabia suas manias, mas aquele cara não era o Cascão, de alguma forma não era ele.

Como o motorista sabia o caminho nos não demoramos a chegar. Ele fica a conversar com a Mônica o tempo todo, a alertando e tentando convence-la a mudar de idéia; se arrependia claramente de ter dado o mapa a Magali, já que era nítida a atitude que ela iria tomar. Mas era inútil a Mônica era um mula empacada!

O local era dentro da cidade porem estava tudo tão abandonado em volta que parecia ser fora, a quilômetros de distancia da civilização. Haviam muitos comércios e casas... tudo largado. E ele para de frente a um casarão enorme com um vasto terreno.

Uma big mansão de vários andares e torres que forrada por musgo e lodo se tornava escura quase preta. Seu terreno havia inúmeros túmulos e o enorme portão de entrada estava quebrado e entortado.

–--- Isso parece uma péssima idéia... ---- o Xaveco já fala todo tremulo se escondendo atrás do jaleco do Frank que o expulsa estranhando a atitude do colega.

–--- Para de ser besta isso é só uma prova de coragem! ---- o Timot é o primeiro a entrar sendo seguido por Jeremias. ---- Estes idiotas vivem falando que eu não estou pronto para vir aqui mas agora eles vão ver!

E assim todos vão o seguindo aos poucos, mesmo com os avisos de Dc que se rende e resolve vir junto conosco; dizendo que queria nos proteger.


"No caminho ate a casa um dos túmulos me chama a atenção, por ser o único a estar limpo e bem cuidado. Tinha ate flores sobre ele, enquanto todo resto estava esquecido. João Carlos Amorim, era o nome sobre a lapide."

A porta estava dura e emperrada, era pesada e estava parada ali a anos. Provavelmente o acumulo de sujeira a fez colar ali, mas a Mônica não vê problema algum em abri-la.

O vento cortante vinha do fundo dos corredores direto para a porta e todos nos arrepiamos.

Ao fechar a porta um eco aterroriza a todos e eu me lembro facilmente de todos os filmes de terror da que vi na minha vida! Sempre com adolescentes em um local afastado com um único automóvel.

–--- Celto... quanto tempo temos de fical aqui? ---- acendo uma das lanternas e olho para o Dc que comandava o teste. Mas ele se cala, depois escreve na tela do telefone.

Ainda era difícil para nós o entendermos...

[odot anames ed mif o]

–--- Nossa... não sei o que é pior. Você falando ou escrevendo... ---- a Carmem afirmava ao ver o recado, e se dirigir as enormes escadas. ---- Esta bem. Vamos acabar logo com esta idiotice.

–--- Como você é corajosa Carmem! Vou ficar no mesmo quarto que você... ---- a Denise é quem a segue subindo as escadas espontânea como sempre, mas logo para nos esperando no topo da escadaria. ---- Vem cá gente. Ela esta certa. Não adianta ficarmos ai parados com medo. Vamos ver se da pra dormir nos quartos.

–--- Exercitar-se?!! ---- O Dc se exalta pasmado. ---- Vocês são gênios?

–--- Ei essa eu entendi! ---- a Marina sorri as seguindo escada a cima. ---- Calma Do Contra. Se vamos ter que passar a noite aqui ate segunda-feira é bom acharmos a onde dormir. Mesmo que tenhamos que revisar e vigiar.

–--- Esta errado. ---- ele confirma que ela estava certa com a cabeça e fala o oposto. Era engraçado.

Assim todos nós subimos e vamos vasculhando toda a casa. Havia quartos o suficiente para todos, mas ninguém queria ficar sozinho. E então acabamos por passar a noite a conhecer toda mansão.

No primeiro andar tinha o Salum, uma sala de musica com um lindo piano de calda, uma sala de estar com lareira, duas copas, uma com canteiro de flores a outra com jardim de chá, a sala de jantar e uma imensa cozinha. Tudo velho destruído e abandonado. O pó contava a onde as últimas pessoas que estiveram ali passaram.

No segundo andar já tinha vários quartos enormes, todos portando banheiros com jacuse e banheira e outras três salas fechadas. A primeira era gigantesca cheia de troféus de caça, a segunda uma biblioteca particular, e a ultima uma clássica sala escritório.

Daí em diante para subir se dividia em três torres sem ligação, porem já estava ficando cedo e o sol se mostrava. Todos estavam cansados e então resolvemos deixar todas as camas em um único quarto.

Sobrou para os caras tirarem os armários e moveis para dar lugar aos colchões. Pusemos tudo em um canto que não atrapalha-se e fomos ajudar as meninas a bater os colchões que apesar de imundos não estavam com bolor ou mofo. Os que estavam largamos a onde estavam!

Com tudo arrumadinho, todos foram se ajeitando mas o Dc ficava acordado do lado de fora e isso me deixava muito nervoso.

–--- Se você continual assim vai deichal todo mundo nelvoso. ---- vou ate ele já o bronqueando, mas ele nem esquenta.

–--- Não acordo... (não durmo/ não posso dormir) ---- ele me olha por sobre ombros e depois olha para todos. ---- Tinha me esquecido deles. Não fizeram a menor falta.

–--- Um... deu pra entender. Senti a mesma coisa. ---- sento do lado dele e fico a olhar o lugar. ---- Esta galera é única.

–--- Você... Odeia (ama) a Mônica não é? ---- do nada ele me tira esta e eu travo. Que cara, cara de pau! ---- Por que eu odeio (amo) a Mônica.

–--- O que?! Como você é cara de pau! Como pode falar uma coisa destas assim na boa?

Mas se cala e depois se levanta.

Nós dois tínhamos escutado algo.

No fim do corredor pudemos ver uma figura se aproximando. Ele sinaliza para que eu chama-se os outros, mas antes que eu voltasse com todos o vejo partir na direção da figura ambulante. E depois um grito.

Todos nós nos horrorizamos.

Não era um grito de horror ou me dor, era algo indecifrável e muito estranho. Percorreu nosso corpo como um dejavu, um grito animado e feliz que passava dor. Indescritível.

Ass: Negi Menezes da Silva