Like a Vampire 4: Endgame

Capítulo 2- Os restos da guerra


Narração Daayene


Eu estava correndo.

Não sabia exatamente do que, ou de quem. Não sabia nem pra onde.


Mas eu ouvia vozes me chamando:


—Daayene…Hudison... Atenda o seu… chamado.


Eu corria mais e mais.

Quando parei de correr, eu estava num lugar destruído. Tudo havia virado cinzas.


No topo, havia a jóia dos profetas, piscando até se desligar.


Senti como se uma força tivesse sido arrancada de mim. Minhas pernas bambearam, e eu senti como se o ar saísse de meus pulmões.

Ouviu ao fundo pessoas gritando "Mãe! Mãe!"


Viu a sombra de um drakon voar sob a Casa das Profecias.


Sentiu um peso a mais na sua mão, e viu que era uma bela maçã vermelha.

Dessa vez ouviu a voz de um menino gritando "Edgar! Edgar!"


Nela havia encravado com faca a palavra "Eve".


Daayene mordeu a fruta.


Se sentiu engasgar, como se o pedaço da fruta bloqueasse qualquer espaço da sua garganta.


Sentiu que estava perdendo o ar, sentiu sangue escorrer pelo seu corpo, seus olhos falhavam…


E então acordei.


Me sentei na cama de penas. Eu ainda estava num quarto do reino demônio, e Lua ainda dormia do meu lado.


Meu coração estavam acelerado. Eu estava suando frio, e minha respiração completamente irregular.

Resolvi sair da cama para me acalmar.

Saindo do quarto, eu podia perceber que já estava quase amanhecendo e que a casa já estava em movimento.

Criados corriam pra lá e pra cá, com roupas e comidas em mão. Uma ama quase esbarrou em mim, mas não disse nada além de um "mil desculpas" apressado.

Me virei pra sair, e acabei batendo de cara com um rapaz.

Era aquele amigo das Creedley. Ele tinha cabelos brancos longos com algumas poucas madeixas arroxeadas. Seus olhos eram dourados e sérios. Metade de seu rosto era coberta pelos cachecóis e lenços que trajava, de forma misteriosa.

Carla Tsukanami.

Talvez eu soubesse aquela informação desde sempre. Talvez fosse meu instinto de profeta. Mas existia alguma coisa... Estranha.

Eu sentia uma espécie de presença ali. Uma a chegar.


—Jovem dama, você pretende ficar me encarando por muito tempo?- Ele disse em um tom grave e sutilmente atraente.

—…Desculpa.- Eu cruzei os braços sob a camisola rosa que eu usava.

—Espero que não se sinta livre pra começar a andar desse jeito pela casa só porque as Creedley as convidaram.- Ele opinou de maneira grosseira.- Quem sabe quem pode vê-las por aí...

—Carla.- A voz de Haruka soou do final do corredor- Pega leve com a mercadoria nova, ela ainda é um bebê por aqui.

Haruka nem usava pijama, o que provavelmente só simbolizava o fato que ela nem havia começado a dormir.

—E ela é uma das nossas protegidas.- Haruka continuou.

—A protegida de vocês.- Carla resmungou baixo, porém de forma ainda elegante- Eu não tenho nada a ver com essa história. Vocês sabem que eu só concordei com essa loucura com uma única condição.

—Temos consciência disso.- Haruka revirou os olhos- Agora, será que dá pra você ir fazer algo mais importante do que aterrorizar ela?

Carla olhou pra nós duas antes de sair:

—O tempo no Mundo Vampiro fez vocês mais insolentes do que eram, senhoritas.

—…Ele é sempre assim?- Eu perguntei.

—Um homem sério que age como se fosse superior?- Haruka retrucou- Sim. Mas ele é um bom homem. É inteligente.


—Não sabia que vocês eram propriedade deles.- Eu comentei.


—Propriedade é um termo pejorativo demais.- Haruka me respondeu- Mas sim, são majoritariamente os responsáveis pela gente. E os noivos das minhas irmãs.

Congelei no lugar:

—Espera aí, os dois são noivos... Das…

—Minhas irmãs, sim.- Haruka não pareceu entender meu desespero- Foi o que eu acabei de dizer.


Abri e fechei a boca várias vezes.

—Quando vocês falaram aquela coisa de não conseguirem ter filhos e gostarem de caras que não gostavam tanto de vocês eu achava que era uma coisa…- Tentei formular alguma coisa que fizesse mais sentido- Mais geral.

—Ah, tudo bem. A gente não se importa muito.- Haruka mexeu nos cabelos azuis.

—E você... Não tem noivo?- Perguntei.

Haruka me olhou meio suspeita, mas resolveu responder:


—Não. Eu sou a mais nova, logo, a com menos chance de herdar alguma coisa. Então quando nos deram pros Tsukanami me deixaram livre pra fazer o que eu bem quisesse.


A Creedley então pigarreou, como se tivesse falado demais.


—Você pode descer pra tomar café da manhã.- Haruka pareceu nervosa enquanto arrumava o traje- Me darei o trabalho de acordar suas irmãs e amigas.


E com isso ela saiu.

Senti uma outra sensação ruim na boca do estômago.


—Haruka?- A chamei, e ela se virou na minha direção.


—Precisa de mais alguma coisa?- Haruka parecia irritada.


—Só…- Engoli em seco- Toma cuidado.


Um flashe da Casa das Profecias veio na minha cabeça. Haruka amarrada numa espécie de toco, com algemas preenchendo cada pedaço de sua mão e um pedaço de tecido entre os lábios.

—Não precisa se preocupar comigo.- Haruka respondeu.- Eu sei me virar.

E ela desapareceu no corredor.


Desci pra tomar café, como Haruka havia me aconselhado.


Terminei de descer as escadas e dei de cara com Marie, Victoria, Sarah, Priya e Brunna tomando café da manhã na grande mesa de jantar.


—Bom dia, Daay!- Priya me cumprimentou de forma animada.


—Bom dia.- Eu bocejei- O dia começa cedo por aqui, né?

—Temos que nos acostumar.- Brunna deu de ombros- Nunca esqueça que somos hóspedes aqui.

Me sentei ao lado das minhas irmãs e percebi que as Herbert tinham alguns papéis velhos na frente delas.

Marie percebeu meu olhar curioso:


—Notícias dos outros reinos. Já que o Reino Demônio é o mais isolado e distante dos outros, temos que arrumar algum jeito de nos mantermos informadas.


—Aparentemente, os Profetas liberaram a notícia de que Heisuke está no mundo Humano.- Sarah respondeu em tom mais baixo.- E os meninos enviaram a notícia que Marie está grávida como confronto direto.


—Vocês acham que vão se dar o trabalho de nos procurarem pra achar a Marie?- Questionei preocupada.


—Enquanto estivermos aqui, estamos seguras.- Brunna analisou- O problema é que não dá pra ficar aqui pra sempre.


—Exato.- Priya concordou- O Reino Demônio é nosso pequeno refúgio, mas não sei se conseguimos nos sustentar por muito tempo aqui. Vamos ter que voltar.


—Acabamos de chegar.- Victoria reclamou- Merecemos umas férias, isso sim.


—Infelizmente não temos tempo pra férias nessa situação.- Marie mordeu um biscoito de polvilho que estava na sua mão.- Quanto mais tempo levarmos pra resolvermos isso, mais tempo vamos demorar pra conseguirmos um bom descanso.


—E também, os meninos não vão conseguir se sustentar sozinhos na Mansão Mukami por muito tempo.- Sarah analisou.- Quando descobrirem que estão se alojando lá, imagina como vão encher o saco de Laito pra contar sobre onde está Marie.


—E pra perguntar quando vem o casamento.- Victoria olhou para nós- Se tem uma coisa que aprendi nos anos pessimistas como uma Sakamaki, é o quão surrealmente péssima uma sociedade pode ser. Temos que ficar aqui por uns meses pra tentar limpar nossa imagem. Se não, vamos estar contra a sociedade conservadora da magia, e não só contra aqueles poderes.


—Por favor, lindeza.- Priya retrucou- Eu lidei com o julgamento dos humanos que são ainda mais conservadores quando eu engravidei. A gente consegue aguentar uns xingamentos se voltarmos o mais rápido possível pro Mundo Vampiro.


—E então qual é o plano?- Questionei comendo um pedaço de bolo.


—Eu e Sofie passamos boa parte da noite discutindo sobre isso.- Brunna se posicionou- Precisamos estabelecer controle da situação. E não conseguimos fazer isso estando em apenas um lugar.


—…E qual a sua ideia?- Sarah pareceu não entender- A gente não consegue se teletransportar.


—Não. Mas temos um grupo de treze pessoas.- Brunna completou- Treze pessoas com as mesmas informações e no controle de um poder. É no mínimo burrice não usarmos desse fato que é apenas nosso a nosso favor.


—Está sugerindo que nos separemos?- Marie pareceu abismada- Passamos o último ano resolvendo nossos próprios problemas e nos unindo apenas em momentos pontuais.


—Eu concordo com a Marie.- Victoria parecia estressada- Pra mim é burrice nos separarmos. Funcionamos melhor juntas. E somos três famílias.


—Então o seu plano de gênia é ficar sentada aqui esperando todas nós enquanto um bando de tiranos não só destroem a população mas também possivelmente usem os Sakamaki e os Mukami contra eles mesmos?- Priya debochou- Grande plano pra uma que se diz uma Sakamaki.


—Bem, claramente a Sakamaki aqui é a única que se importa um pouco com o nosso próprio bem estar.- Victoria revirou os olhos.- A gente fica aqui por meses enquanto os outros poderes se matam. Enquanto isso alguns lordes vem e pregam lealdade á Cousie. E aí voltamos e queimamos a cara do KarlHeinz. Perfeito.


—Perfeito se você quer se tornar uma líder mal caráter e tirana que nem os que juramos derrotar.- Sarah reclamou.


—Eu sei como a cabeça daqueles homens poderosos funcionam.- Victoria retrucou- Se queremos vencer, não vamos poder ser os rostinhos bonitos e corações de ouro pra sempre. Guerra é guerra.


Lembrei da minha visão de um drakon sobrevoando uma casa das Profecias.


—Mas talvez possamos tentar resolver isso na diplomacia primeiramente.- Brunna se levantou- Queremos lordes que possam ser fiéis á Cousie, certo? Bem, então temos que dar a imagem que eles querem seguir. Não vai ser bem fácil considerando que já estamos em desvantagem por sermos mulheres. Mas podemos simbolizar uma coisa diferente pra eles.


—Eu concordo.- Uma voz apareceu da porta. Era Eliza.


—A quanto tempo está aí?- Priya questionou.


—Ah, uns quinze minutos.- Eliza concordou, corando um pouco- A paixão de vocês pela missão me deixa emocionada.


—Por favor.- Victoria revirou os olhos- Vocês só estão usando a gente pra chegar no poder. Vamos fazer isso porque prometeram deixar cada um de nós salvos. Mas não tentem fingir que são nossas amigas.


—Por que você é tão amarga?- Sarah brigou- Você não era assim, mas anda briguenta e do contra com tudo que fazemos. Reijii fez uma coisa absurda com você mas não acho que seja desculpa.


—Ah, a fada sensata moralista chegou pra me dar lição de moral.- Victoria brigou- Olha, eu dei minha opinião e vocês não estão dispostos a me ouvir. Tudo bem. Mas eu só estou pensando no bem da nossa Patrulha. Eu não quero perder ninguém aqui.


—Nem eu, Vic.- Brunna respondeu.


—Claramente tanto faz já que está tudo bem pra você a gente se separar.- Victoria saiu da cozinha.


—Ela enlouqueceu.- Priya revirou os olhos- Já pensou em mandar ela pra um retiro espiritual?


—Estou considerando entrar em um depois de todas minhas irmãs terem feito alguma merda.- Marie respondeu.

—Como seria esse plano de nos separarmos?- Eliza questionou.

—Ah, isso.- Brunna pareceu animada- Não sei bem qual seria a divisão ainda. Mas algumas de nós poderiam ficar aqui, e uma outra parte voltar pro Reino Vampiro. Talvez podíamos enviar uma terceira parte pra regiões próximas pra tentarmos achar aliados.


—Podemos tentar os lobisomens.- Sarah respondeu- Jackson pode nos ajudar, considerando o sumiço do Igor.


—E quanto a Mun e Lilith?- Marie perguntou, preocupada- Vamos esperar que o destino as traga de volta?


—Já faz muito tempo que elas fugiram.- Brunna respondeu- Podiam estar lá no bando dos feiticeiros, se minhas contas estão certas. Talvez até mais longe.


—Você teve alguma visão com alguma dica sobre os desparecidos?- Priya me perguntou.

—Não.- Dei de ombros- Toda vez que me concentro nisso vem só um branco e uma dor de cabeça infernal. De que me serve ser profeta se não posso ter dicas sobre o que eu quero?

—Ah, olha quem temos aqui.- Um rapaz de cabelo meio rosado, olhos dourados e um tapa olho entrou- As princesas teorizando bem na frente da minha salada.

—Você... Não tá comendo salada.- Sarah sussurrou.

—Elizabeth.- Shin a chamou, e eu vi as raízes do cabelo ficarem vermelhas- Quantas vezes eu preciso chamar você?

—Eu já vou.- Eliza respondeu- Só estava… vendo o plano das meninas.


—Não se esqueça de trazer as coisas para meu irmão antes.- Shin passou a mão na lombar dela- Estou te esperando.

Ele bagunçou o cabelo dela e saiu andando.


—Essa foi a interação heteroafetiva mais nojenta que eu já vi na minha vida inteira.- Marie opinou.- Pra que os dois precisam de você?

—Ah, Carla é meio doente e eu falei que ia começar a cuidar dele pra compensar meu tempo fora.- Eliza explicou- E Shin… é só um problema nosso.

—Você pode falar o que precisar com a gente.- Priya comentou- Nosso relacionamento é de negócios mas não significa que você tenha se bancar de forte.


—Eu?- Eliza riu de nervoso- Não, isso é pra minha irmã.

Eliza serviu chá numa xícara:

—Eu acho que vou indo. Bom trabalho pra vocês.

Nós passamos mais uma hora teorizando e planejando na mesa. Quando chegamos a um ponto de loucura onde usávamos garfos e facas pra representar exércitos, eu decidi que era a hora de pausar aquela reunião.

Me espreguiçando, andei pelo corredor até ouvir uma voz:

—Daayene.


O quarto de Cousie estava entreaberto. Vi que ela estava deitada com uma taça de vinho na mão. Ela gesticulou para que eu entrasse.


O cômodo era chique. Tudo era em tonalidades de azul. A parede parecia quase de veludo.

Percebi que num canto, havia Nikki, Anna, Lua e Sofie. Enquanto as três Herbert pareciam conversar baixo sobre algo, Anna estava ajoelhada e parecia murmurar algo enquanto os olhos estavam fechados e as mãos unidas.

—Eu precisava de uma testemunha pra essa conversa.- Cousie tomou um gole da bebida.- Feche a porta, fofinha.


Fiz como ela pediu.

Cousie pigarreou,e as Herbert se calaram.


—Anna?- Cousie a chamou. Minha irmã levantou os olhos- Vem cá, passarinho.


Todas as meninas se aproximaram da Creedley.

—O que estava fazendo?- Cousie questionou pra mais nova.

—Rezando.- Anna respondeu.

—Perfeita, né?- Cousie parecia meio bêbada.- Rezando... Pelo que você reza?

Anna parecia envergonhada pela atenção:

—Pa…para que Deus tenha piedade de nós.

—Passarinho, deuses não tem piedade de nós.- Cousie riu um pouco- Por isso que se chamam deuses.

—Pode dizer por que nos chamou aqui?- Sofie interrompeu.

—Ah, por um papo de mulher. Aquela palhaçada de sempre. Daayene, senta.- Eu fui rápida em obedecer ela- Então, cá estão. As quatro possíveis Eve que falam tanto.


As quatro meninas se entreolharam.

—Todo mundo aqui já menstruou, né?- Cousie tomou mais um gole da bebida. Todas concordaram.- Que bom. Pelo menos sobre isso eu não preciso conversar.


Cousie se endireitou na cama e me deu a taça pra segurar:

—Então, a maior parte de vocês tem namorados. O que significa que a possibilidade de ser Eve apenas aumenta. Já que está no pacote ter um filho.


—Estamos longe dos nossos namorados.- Nikki respondeu- Acha mesmo isso?


—Escuta a mais velha de vocês.- Cousie pegou a taça da minha mão e deu mais um gole- Vocês já sabem como eu me sinto em relação ao relacionamento romântico de vocês.


—Você acha uma completa estupidez e um ato burro.- Lua completou.

—Exatamente.- Cousie fez que sim na cabeça- Eu não sou essa criatura sem coração que vocês me acham, sabe? Eu já tive essas esperanças antes. E eu já entendi que nunca terei um filho com um homem que me ame.


—Não fala assim...- Anna tentou consolar ela.- Tenho certeza que o Carla…


—Carla e eu estamos um com o outro por conveniência. Eu lhe dou um filho. Ele me dá a coroa.- Cousie a interrompeu- É assim que relacionamentos funcionam por aqui. Vocês que resolveram distorcer envolvendo sentimento no meio. Eu tenho o dever de ser mãe e amar meus filhos, no entanto. Assim como devo ser rainha e servir meus súditos.

—Não sei onde você quer chegar com esse papo.- Sofie admitiu.

—Vocês tem corações lindos de se ver.- Cousie respondeu- É simplesmente honroso perceber como agem por amor e por família. Mas também é burro. Quanto mais pessoas se ama, mais fraco é. Faz coisas por essas pessoas que não deveria. Age como idiota pra manter essas pessoas seguras.


—…Isso é ruim?- Lua questionou.

—Uma de vocês quatro tem chance de se tornar mãe em breve.- Cousie olhou profundamente pras quatro- Então se querem ouvir meu conselho, aprendam. Ame ninguém a não ser seus filhos. Nesse caso, uma mãe não tem escolha.

—Não deveríamos amar nossos futuros maridos?- Nikki parecia confusa.

—Podem tentar.- Cousie me deu a taça de novo.


As quatro pareciam estar pensando profundamente.


—Podem não me escutar também.- Cousie deu de ombros- Que provavelmente é o que vão fazer, considerando o grande histórico de ignorar conselhos que vocês tem.


Uma batida nervosa se ouviu na porta.

—Atende, Daayene.- Cousie pediu. Eu obedeci.

Era uma ama.


—Senhorita Creedley.- Ela era mais velha.- Sua irmã Haruka saiu para caçar?

Cousie pareceu instantaneamente alarmada:

—Não que eu saiba. Por que?

—Caçamos pelo castelo inteiro e não a achamos. Ninguém a viu.- A ama respondeu.

—Que?- Cerrei o cenho.- Não faz sentido. Haruka não acordou vocês?

As quatro se entreolharam.

—Não.- Sofie respondeu- Brunna me acordou, eu fiquei um tempo no quarto e depois acordei elas.


—Nem vi a Haruka hoje.- Nikki completou.


—Nem eu.- Anna e Lua falaram ao mesmo tempo.


Cousie pareceu preocupada quando colocou um casaco sob o vestido e deixou a taça cair no chão.

—Lembra aquele papo sobre tentar não se apegar muito a certas pessoas?- Cousie me questionou- Vocês estão prestes a ver quão estupidamente alguém age em relação a alguém que ama.

Cousie então saiu praticamente marchando pelo corredor.

Eu troquei um olhar nervoso com as meninas.

Sofie, Nikki e Lua foram atrás da Creedley imediatamente.

—Não pode ter acontecido o que eu acho que aconteceu, né?- Anna sussurrou pra mim.


—Temo que sim, Anna.- Eu respondeu- E se eu estiver certa, estamos ferradas.


Haruka havia sumido.