Like a Vampire 4: Endgame

Capítulo 11- Uma rainha quebrada


Narração Cousie

De vez em quando beber é a única solução.

Ok, talvez não uma solução. Mas era uma ótima distração? Com certeza.

Pelo menos era isso que eu murmurava enquanto levava mais uma taça de vinho pra minha boca.

Olhei pro meu vestido ainda ensanguentado estirado na cadeira.

Nem havia notado que tinha menstruado. Não até uma das minhas criadas perceber uma pequena mancha no meu vestido.

Não é como se eu estivesse esperando menstruar de qualquer jeito.

Enchi a taça de novo e bebi num gole só.

E é isso. Eu menti pra uma nação inteira.

Não sabia se podia ser considerado uma mentira, já que eu meio que não sabia.

Mas havia mentido, de qualquer jeito.

Prometi um herdeiro em troca dos quatro reinos. Agora não teria nenhum dos dois.

Minha cabeça latejava.

—Senhora?- Um dos meus mais jovens criados surgiu. Olhei pra ele de olhos cerrados. Acho que era o filho do caseiro.- Temos notícias.

—Sobre?

—Enviei buscas pelos outros reinos, como pedi. Não tivemos nenhum sinal do Grupo dos Lobisomens. Sabemos que as enviadas para o Reino Vampiro estão buscando uma fortaleza.- Ele informou- As duas do Reino Feiticeiro… é um pouco mais complicado.

Minha mão tremeu no copo. Maravilha. Agora tenho duas irmãs desaparecidas.

—Parece que elas tomaram controle de uma colônia rebelde.- Ele pigarreou- A última notícia que temos é que Rei Robert e seus capangas aparecem onde estavam.

Quase engoli a própria língua.

Merda.

Robert havia achado Sofie. Merda, merda, merda.

—As duas estão bem?- Falei meio embolado.

—Não temos notícias. Não achamos nenhum rastro delas.- O filho do caseiro explicou- Mas vários lordes vieram dar as bênçãos ao seu matrimônio. Algumas esposas até enviaram presentes pro enxoval.

Meu coração se apertou.

—Agradeça por mim.- Forcei um sorriso.- Mais alguma notícia?

Uma boa, de preferência.

—Ah, acho que sim!- Ele se atrapalhou.- Bem… alguns lordes vieram prestar sua lealdade. Você estava aqui, então o Senhor Carla recebeu todos.

—O povo está satisfeito?- Deixei a taça na mesa- Temos poucos súditos, precisamos deixar pelo menos eles satisfeitos.

—Se está me perguntando se houve alguma revolta nas suas duas semanas de governo, a resposta é não, senhora.

—Não?

—Achamos que vai ser uma boa rainha, senhora.- Ele pigarreou.- Ainda melhor que a Senhora Krone.

Bem, jovens não sabem muito bem sobre o que estão na maior parte das vezes.

—Hm.- Voltei o olhar pro horizonte- Feche a porta quando sair.

Ele obedeceu prontamente.

Não é possível que ele não sabia. Ele tinha que saber. Pelo tanto que eu conhecia meus criados, em dois segundos de uma revelação a fofoca já teria voado.

Além disso, eu ser melhor rainha do que a Krone?

Digo, eu não a conheci. Mas era minha sogra.

Todas as histórias que ouvi me fizeram arrepiar de nervoso.

Ouvi outra batida na porta.

—Eu ouvi as notícias.- Priya colocou sua cabeça pra dentro- Se importa se eu entrar?

Concordei com a cabeça.

Priya abriu a porta só o suficiente pra poder entrar e fechou sem nenhum barulho.

—Cousie, eu nem consigo imaginar como você está triste e frustrada.- Priya se sentou no chão, a deixando ainda menor.- Mas você não pode deixar isso te abalar tanto. Você tem que honrar a coroa que te deram.

Engoli em seco. Escondi isso bebendo mais.

—Você tem tudo pra ser uma ótima rainha.- Priya segurou minha mão- E não precisa ter medo de se deixar vulnerável.

Afastei minha mão da dela.

—Você não entende.- Eu pigarreei- Esse filho foi a única coisa que eu já amei.

—Hm… Tenho 90% de certeza que isso não é saudável.- Priya se apoiou nos braços.- Cousie, você tem duas irmãs. Uma porrada de amigos. Tem um marido. Não é possível que você olha pra tudo isso e não consegue sentir…

—Pode sair?- Eu pedi- Preciso ficar sozinha.

—Mas eu…- Priya começou.

A encarei.

—Priya, eu sou sua rainha e estou te comandando a sair desse lugar.

Priya arregalou as orbes negras. Abaixou a cabeça e saiu batendo a porta.

Senti algo fraquejando dentro de mim.

Enche copo. Bebe.

Eu jurei por tudo que eu só amaria um filho. Já havia entendido que não iria me casar por amor. Eu não estava interessada nisso.

É o que eu sempre disse. Carla me dava a coroa. Eu salvava a raça dele. Sempre foi assim.

Por que então eu estava me sentindo tão pesada?

Eu havia sido coroada porque estava grávida. Esse era o trato.

—Se me falassem que eu te acharia com essa expressão um dia, eu não acreditaria.- Ouvi a voz de Carla.

Olhei pra porta e vi seu sorriso escondido pelos vários tecidos.

Os olhos dourados dele me encararam.

—Enchendo a cara?- Consegui sorrir- O milagre.

Ele se sentou ao meu lado, servindo uma taça de vinho pra si.

—Sem um herdeiro, tudo cairá em pedaços.- Comentei.

—Esse é o momento que você me diz pra dar a chance para Shin ser o líder do nosso reino e ter um filho?- Carla questionou.

—Não.- Respondi- Shin não é sério o suficiente. Eu posso dizer que você é sério. Valeu a pena me tomar como esposa? Agora você viu o que está em linha.

—Não sei. Mas de uma coisa eu sei.- Carla ajeitou as vestes- Se os rebeldes convencerem todos a liberarem seus exércitos para cruzarem o mar e invadir aqui… Não teremos como deter eles.

—A rebelião não vai cruzar o mar.- Retruquei.- Até crianças devem saber disso. Eles não tem disciplina. Nem armaduras boas. Não devem nem ter armas boas.

—O truque de sempre seu.- Carla suspirou- Você abre a boca pra falar e é a voz do seu pai que sai.

—Meu pai estaria errado?- Questionei.

Carla se levantou.

—Digamos que a Rebelião chegue com 40 mil soldados. A gente se esconde no castelo. Seria sábio? Talvez, pois só um idiota encontraria um exército desse tamanho em campo aberto.

Esperei que ele continuasse:

—E eles nos deixam nos nossos castelos. E vão de cidade em cidade. Roubam. Queimam. Matam todos que não se escondem. Roubam nossa colheita e nossos animais. Escravizam as mulheres e as crianças. Quanto tempo depois disso você acha que o Reino Demônio vai apoiar seu rei ausente? Seu rei covarde?

—Eu…- Sussurrei.

—Quanto tempo acha que iriam demorar pra decidir que os rebeldes são os líderes certos?- Carla questionou.

—Ainda devemos superar eles em números.- Suspirei- Temos a Patrulha do nosso lado. Elas podem ser meio irritantes e impulsivas, mas ainda podem ganhar a empatia do povo. Além dos dois drakons.

—Qual número é maior, cinco ou um?- Carla se virou pra mim.

—…Cinco.- Respondi como se fosse óbvio.

—Cinco.- Ele mostrou sua palma estendida.- Um.

Depois mostrou seu pulso fechado:

—Um exército. Um exército de verdade. Unido por um líder que tem um propósito. Nosso propósito morreu com meu pai. Agora temos muitos exércitos, mas também temos muitos homens que tem ouro na bolsa. E cada um quer uma coisa diferente. KarlHeinz quer o mundo pra si. Robert quer viver de prazeres.

—E o que você quer?- Perguntei.

Carla gesticulou pra taça em sua mão e bebeu um gole.

—Não lutamos de verdade a o que, uns dez anos?- Carla questionou- Tudo que os quatro reinos são agora é um bando de traições e maquinações políticas, e puxa-sacos e dinheiro sujo. Ás vezes não sei o que mantém esse reino unido.

—Nosso casamento.- Respondi.

Ele segurou uma risada,e eu também.

—E cá estamos. Depois de quase sete anos. Mantendo tudo unido.- Carla olhou pra Cousie.- Você não se cansa.

—Todo os dias. Mas sempre soubemos que ia acabar desse jeito. Sembre soubemos o nosso objetivo final.

—Quanto tempo algo sem amor pode manter uma coisa podre unida?- Carla suspirou.

—Acredito que sete anos é um bom tempo.

—Sim. É.

—Como sua mãe era?- Me peguei questionando depois de um momento de silêncio.

—Nunca me perguntou dela. Nenhuma vez.- Carla me olhou- Por que não?

—No ínicio, só dizer seu nome parecia que eu estava fazendo ela renascer.- Disse tristemente.- Achei que se não falasse sobre ela, ela desaparecia da sua memória. E quando eu percebi que isso não iria acontecer, me recusei a perguntar por desfeita. Nunca quis te dar o prazer de pensar que eu me importava. Aí ficou claro que minha desfeita pouco importava pra você.

Respirei fundo:

—Eu até diria que você gostava.

—E por que agora?- Carla questionou.

—Que mal o fantasma da Rainha Krone poderia nos fazer que nós já não fizemos um pro outro mil vezes?- O encarei.

—Quer saber a verdade? A horrível verdade?- Carla abaixou a cabeça.- Eu nem lembro como ela era. Eu só lembro que foi a maior fonte de carinho que eu já tive e todos os reinos não poderiam preencher o buraco que ela deixou pra trás.

Ficamos um tempo em silêncio, e Carla colocou a mão na minha perna.

—Sei que você deve estar mal. Mas não deixe isso te levar. Vai ser uma ótima rainha um dia, Cousie.

Ele então se levantou e deixou a taça na minha frente:

—Mas talvez pra isso seria melhor abrir seu coração.

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Caminhando, o tempo parecia duzentas vezes mais longos.

O silêncio chegava a ser desconfortável. Quer dizer, pelo menos pra alguns.

Haruka não parecia se importar com o silêncio. Na verdade, estava sendo a mais calada do grupo. E se recusava a conversar com qualquer um.

Isso incluía a própria irmã, que tentou puxar papo com um "Nossa, o céu está limpo hoje, né?” ou até comentando sobre como os cavalos da Família Herbert eram bonitos.

Falhou miseravelmente nas duas tentativas.

Kino continuava com a mesma expressão de estressado e confusão de sempre. De vez em quando tentava ligar o celular estragado.

Ele também não tinha obtido sucesso, obviamente.

As únicas que pareciam normais naquele grupo eram Anna, Sarah e Lua, que estavam mais no fundo do grupo todo conversando baixo.

—Eu não confio nesse cara.- Sarah sussurrou.

—E desde quando você confia em alguém?- Lua debochou, soltando uma risada fina.

Sarah ignorou o comentário da irmã mais nova:

—Tô falando sério. Ele se diz o irmão mais velho da Mun, né? Por acaso vocês confiaram num marmanjo que deixa uma criança de sei lá, doze anos, fugir de casa?

—Quando você fala assim…- Anna pensou- Realmente…

—E ele tá tentando ligar um celular estragado há duas horas.- Sarah apontou pro menino com a cabeça.- Sério, gente. Sério.

—Talvez… ele não tenha notado que estragou.- Lua tentou afirmar- Fala sério, ele é legal.

—Só porque vocês dois tem os mesmos gostos esquisitos, não significa que ele seja legal.- Sarah resmungou.

—Gostos esquisitos?- Lua pareceu ofendida.

—Você gosta do Subaru, Lua. -Sarah olhou pra irmã.

—E você gosta do Kanato.- Lua brincou- Quem é mais esquisito? Hein, hein?

—Meninas. Foco na discussão.- Anna suspirou- Continue seus argumentos, Sarah.

—Eu? Eu só acho ele estranho mesmo.- Sarah deu de ombros.- E além disso, como ele manteve uma mini-vampira na sua casa o tempo todo sem ela perceber que era vampira?

—Filho do KarlHeinz, você queria o que?- Lua sussurrou de volta.- Olha como os meninos são.

—...De novo, preciso lembrar que vocês namoram filhos do KarlHeinz?- Anna cerrou os olhos.

—Vocês sabem que eu estou bem do lado de vocês, né?- Kino finalmente olhou pras meninas.

—Desculpa, eu esperava que você fosse surdo.- Sarah mentiu.

—E eu esperava que você fosse muda.- Kino retrucou.

—Ei, mexe com minha irmã não, palhaço.- Lua colocou as mãos na cintura.

—Lua, você parece um filhote de curupira ameaçando alguém.- Sarah olhou pra irmã.

—Muito bom saber que vocês estão se dando bem de novo.- Anna bateu palmas silenciosamente.

-Estamos chegando na localização que recebemos.- Edward avisou, de cima de seu cavalo.- Logo acharemos Brunna e Sofie.

—Pelo menos uma notícia boa.- Eliza sorriu.

Haruka permaneceu séria.

—Garota, você não sorri não?- Kino pisou no pé dela.- Parece uma estátua de cera.

—Parece as estátuas do Kanato.- Lua falou baixo.

Sarah a olhou de cara feia:

—Respeita os cadáveres.

—Oi?- Anna se assustou.

—Segredo de família- Lua disse fazendo um sinal de silêncio.

—Pra você? Não mesmo.- Haruka revirou os olhos.

—Que isso, eu achei que a gente tivesse feito as pazes.- Kino suspirou dramaticamente.

—Quem te disse isso?- Haruka se afastou dele.

—Eu.- Kino disse como se fosse óbvio.

—Isso explica, porque você está errado. De novo.- Haruka sorriu cinicamente.

—MEU DEUUUUS.- Sarah grunhiu- Arrumem um quarto.

—Cala a boca, Sarah.- Haruka brigou.

—Haruka, não achei que fosse sua praia ficar de briguinha infantil com os outros.- Eliza fingiu choque.

Isso pareceu afetar um pouco o orgulho de Haruka.

—Owwwnt, essa é a hora que vocês se abraçam e viram amiguinhos?- Lua comemorou.

—Fica. Na. Sua.- Haruka olhou pra Herbert.

—Não força a barra.- Sarah pediu.

—Que é gostar de você…- Lua cantou baixo.

Todos ignoraram.

Haruka hesitou.

—Bem, pelo que parece é melhor pro grupo que a gente pare de brigar.- Kino suspirou- Ou melhor. Você brigar comigo. Porque eu não fiz nada.

—Se você parar de ser um idiota, eu penso no seu caso.- Haruka forçou um sorriso.

—Depende. Você vai parar de ser babaca?- Kino cruzou os braços.

—Farei o meu melhor.- Haruka disse forçadamente.

—Que lindo, vocês já estão se dando bem.- Eliza respondeu- Agora podemos seguir a jornada com pelo menos dez minutos sem vocês ficarem se bicando?

—...Talvez.- Haruka resmungou.

—Eu sabia que podia contar com você.- Eliza puxou o braço da irmã.- Vamos, temos duas meninas pra sal…

Eliza foi interrompida por uma crise de tosses secas. Seu corpo tremeu.

—Que isso, a menina tá morrendo?- Kino se assustou- Alguém aqui é médico.

—Colega, nem formada no ensino médio eu sou, só assisti umas temporadas de Grey's Anatomy mesmo.- Lua se aproximou de Eliza- Ei, tudo bem?

Eliza continuou tossindo por mais alguns segundos.

—Tudo bem aí?- Edward questionou- Podemos dar uma pausa se quiserem.

Eliza pareceu sem ar. Ela arfava pela boca:

—Podemos… ir.

—Ei, acho melhor você descansar.- Anna sugeriu.- Você deve estar gripando.

—Tenho quase certeza que falta de ar, tontura e tosse extrema são sintomas da gripe.- Sarah hesitou.

—Talvez ela esteja grávida.- Kino sugeriu.

Todas as meninas olharam pra ele.

—Que tipo de grávidas você conheceu?- Haruka cruzou os braços.

—Ham... Não muitas.- Kino mentiu.

—Uau. Que surpreendente.- Sarah respondeu com deboche.

—Eu não tô grávida.- Eliza respondeu, com certa urgência.

—Que bom que não, eu não tenho maturidade pra ser tia.- Lua riu.

—Você não tem maturidade pra nada mesmo.-Sarah respondeu.

—...Você não seria tia. Eu seria.- Haruka ficou confusa.

—Eu nunca vou ser tio.- Kino pensou alto.

—Espero que por enquanto não.- Anna sussurrou.

—Esperamos.- Lua e Sarah falaram ao mesmo tempo.

—Só temos uma gravidez no grupo, e até onde eu saiba ela não foi a melhor experiência de todas.- Haruka murmurou.

—O que é bom. Ninguém aqui seria uma boa mãe.- Sarah comentou.

—Eu seria.- Kino levantou a mão.

—Exato.- Haruka segurou a risada.

—Chegando!- Um guarda avisou.

Logo eles pararam os cavalos na frente de um arco dourado.

—Uma colônia rebelde?- Haruka questionou- Tem certeza que elas estão aqui?

—Foi a localização que nos mandaram, Srta. Creedley.- Edward respondeu.- Podem entrar.

O grupo entrou aos poucos. A planície era toda coberta por terra e arbustos pequenos.

—Pera, o quê?- Sarah congelou.

O lugar estava completamente deserto.

Se aproximando, elas conseguiam ver poças de sangue espalhadas. Pegadas.

Lugares queimados.

—O que… diabos aconteceu aqui?- Lua estava chocada.

—Eu não faço ideia. Mas o que quer que tenha sido, não foi bom.- Eliza sussurrou.

Eles começaram a andar pelo lugar. Haviam barracas e pequenas construções de pedra escura. Ninguém lá.

—Gente, aqui provavelmente foi lugar de um massacre.- Kino olhou pras meninas e depois pras poças.- Se suas amigas e irmãs estavam aqui…

—Não.- Anna negou com a cabeça.- Brunna e Sofie não estão mortas. Eu me recuso a acreditar nisso.

—Parados!- Uma voz feminina surgiu, e todos congelaram.

Detrás deles, vinha uma garota de pele morena e cabelos castanhos longos. Os olhos eram negros. Sua roupa era curta e toda feita de couro, estava armada de uma lança.

—Moça, pera aí!- Lua recuou- Viemos em paz e amor. Bandeirinha branca aqui ó.

Ela pegou a barra da própria blusa branca e começou a balançar.

—Quem são vocês? Ninguém vem aqui.- A menina continuava apontando sua lança pra eles.

—Bem, se vinham claramente não vem mais.- Sarah olhou pro sangue de novo.

—Onde estão a Sofie e a Brunna?- Eliza questionou.

Os olhos dela pareceram se acalmar:

—Conhecem Srta. Brunna e Srta. Sofie?

—Uma delas é minha irmã.- Sarah apontou pra própria cara- Gêmea.

—Vocês até que… tem algumas similaridades.- Ela analisou.

—Novamente. Gêmea.- Sarah bufou.

—Brunna é minha irmã.- Anna interrompeu.- Você sabe onde ela está?

A menina hesitou.

—Foram traídas.- Ela respondeu- As senhoritas salvaram a colônia. Mas retribuíram tentando matar Brunna e dar Sofie para o Rei Robert.

O clima ficou pesado.

—Me diga que Sofie não está com Rei Robert. Por favor.- Sarah pediu.

—Não conseguiram pegar elas.- Ela sorriu- As Senhoritas foram mais rápidas. Fugiram em seu drakon.

Todos engasgaram simultaneamente.

—COMO ASSIM?- Lua berrou, fazendo Anna tampar os ouvidos.

—Num drakon? Num bicho grande que cospe fogo?- Eliza parecia chocada.- Tipo, tem certeza?

—Absoluta.- Ela confirmou- Sofie subiu no bicho com maestria. E Brunna foi logo atrás.

—E onde elas estão?- Haruka questionou.

Rhazar sorriu:

—Não faço ideia. Mas estão seguras com aquele bicho. Sei disso.

—Gente, o que é um drakon?- Kino sussurrou.

—É um doce.- Lua sussurrou.

Kino pareceu confuso:

—Elas montaram num doce?

—Os níveis de diabetes foram elevados com sucesso.- Sarah debochou.

—Enfim.- Haruka interrompeu a conversa.- Tem alguma ideia de como podemos achar elas?

—Com um tabuleiro Ouija.- Kino sugeriu.

Haruka o olhou com desprezo.

—Deveriam olhar pro céu.- Rhazar indicou.

—Deus?- Lua olhou pro sol.

—Amém.-Anna sussurrou.

Sarah olhou pro céu.

E foi aí que viu um cometa cruzando os céus.

—Elas vão pra casa.- Sarah sorriu.