Like a Vampire 2: Bloody Marriage

Capítulo 15- A noite dos erros e acertos


Narração Victoria

Quando acordei, me levantei da cama sentindo meu corpo mais leve do que o normal. Talvez fosse só aquele sentimento de ter novamente uma cama de casal super confortável só pra mim finalmente acordando, e essa lembrança quase me fez pular na cama de novo.

Mas eu acabei optando por levantar e tomar café de uma vez assim que meu estômago roncou e eu senti a fome me levando.

Rapidamente troquei a camisola que eu estava usando por um vestido azul curto e troquei os chinelos por sandálias prateadas. Eu havia passado os últimos dias SÓ usando saltos, e meus pés agradeceriam por um descanso. Passei rapidamente uma maquiagem na cara e saí do meu quarto.

Descendo as escadas, percebi que hoje eu estava ainda mais vaidosa que o normal. O motivo ainda era desconhecido pra minha pessoa, mas eu até havia prendido meu cabelo(já que ele costumava ficar uma juba durante a manhã)

Assim que cheguei na cozinha, percebi que ela já estava ocupada por um certo ser.

—Bom dia, Victoria.- Reijii me cumprimentou, tirando os olhos da tigela que ele estava mexendo para finalmente me olhar- Não achei que ia acordar cedo hoje, visto o que aconteceu ontem.

Fiquei vermelha naquela situação. É, aquele era o motivo da minha vaidade estranha.

—É... uh... B-bom dia!- Me xinguei mentalmente pela voz fraca e os gaguejos. Pelo amor de Deus, Victoria! Ele é seu marido, por que você tá toda boba?- É, eu também não achava. Mas acho que alguma força quis que eu acordasse mais cedo.

Ele me olhou de novo, seus olhos vermelhos brilhando:

—Entendo.

Senti meu coração bater um pouco mais rápido quando me aproximei dele, e sorri ao perceber que ele estava mexendo numa massa de bolo de chocolate.

—Meu deus- Meu sorriso aumentou quando olhei pra ele, que desviou meu olhar na hora- Você tá fazendo bolo de chocolate pro café da manhã, mesmo sabendo que a comida favorita da Sofie é bolo de chocolate?

Percebi que ele congelou na hora que seguiu meu raciocínio, e eu não pude deixar de rir:

—Não se preocupa, eu não vou te zoar por querer agradar minhas irmãs.

—Tem biscoitos de canela na mesa, se você quiser- Reijii comentou, e foi a minha vez de congelar e ficar levemente vermelha- Eu sei que você gosta de biscoitos de canela.

Meus olhos se arregalaram de pura alegria e eu me segurei pra não abraçar Reijii naquele exato momento.

—VOCÊ TÁ BRINCANDO?!- Eu berrei, dando pulinhos e agradecendo aos céus o fato que eu não estava usando saltos- EU AMO BISCOITOS DE CANELA!

Antes mesmo que eu desse um passo em direção da mesa, eu me virei novamente pra ele e diminuí meu sorriso:

—Você precisa de ajuda?

—Eu...- Ele começou, seus olhos vagando por mim enquanto eu respirava profundamente- Eu não iria negar, se você quisesse tanto ajudar.

Ri novamente. Pobres garotos orgulhosos, que não assumem que precisam da ajuda de uma mulher.

Peguei a massa com as duas mãos, e despejei todo o conteúdo numa forma e logo coloquei no forno.

—Você quer raspar a tigela?- Eu ofereci a colher cheia de massa pra ele, que só franziu a testa como resposta- Ah, esquece o que eu disse, não é nada.

—Por que eu comeria a massa que sobrou na tigela quando existe um bolo inteiro para comer?- Ele perguntou, parecendo realmente curioso sobre minha oferta- Isso é algo que os humanos fazem?

—Não exatamente- Eu não pude deixar de rir quando coloquei um pouco de massa na minha boca- Várias pessoas só acham massa de bolo crua uma coisa gostosa.

Eu então coloquei um pouco de massa na colher e estendi na direção da boca dele:

—Quer provar?

Reijii, apesar de ainda parecer incrédulo com a minha afirmação, abriu a boca e deixou que eu o alimentasse.

Apesar de eu estar vermelha com o tipo de situação que eu estava nesse exato momento, eu consegui sentir paz perto dele.

—Não gosto muito de doces- Reijii respondeu, lambendo os lábios uma vez- Mas tenho que admitir que o sabor disso é... gostável.

Eu ri de novo com o comentário, e deixei nossos olhares se encontrarem de novo.

—Eu estou atrapalhando alguma coisa?- A voz de Priya nos interrompeu, e eu despertei rapidamente dos meus devaneios.- Nikki estava se mexendo muito, então eu acordei...

Priya pareceu absurdamente desconfortável estando perto de nós dois. E quando eu me toquei do motivo, senti minha cabeça abaixar numa mistura de muitos sentimentos.

—Não está atrapalhando nada, Priya!- Eu fui rápida em responder, mesmo só querendo sair dali o mais rápido possível- Pode sentar, daqui a pouco o bolo deve ficar pronto!

Priya se sentou, e eu sentei em sua frente. Reijii apenas apoiou na parede atrás de mim, e de vez em quando eu sentia seu olhar em minhas costas.

Com algumas conversas aqui e acolá, a maioria delas sendo começadas por minha pessoa, eu acabei soltando que Priya conhecia eu e Marie desde a faculdade, e Reijii pareceu consideravelmente curioso sobre nossa amizade.

—Então você e a Senhorita Herbert fazem o mesmo curso na mesma sala?- Ele perguntou, ajeitando os óculos- Que coincidência. E vocês três tiveram essa amizade instantânea?

Quase engasguei com a água que estava tomando por essa pergunta.

—É... basicamente, foi isso que aconteceu- Priya respondeu, e eu podia perceber que ela estava tão desconfortável quanto eu naquela situação- Mas eu acho que vou mudar de curso.

—Como assim?!- Eu perguntei, mais exageradamente do que eu planejava. Tomei mais um gole de água pra disfarçar.

—A verdade é que eu nunca quis fazer Ciências da Computação- Priya suspiro, massageando suas têmporas- Como a Brunna não quer fazer faculdade tão cedo, eu percebi que eu teria que fazer algo que me desse dinheiro pra sustentar minhas irmãs.

—E o que você pretende fazer?- Reijii perguntou, arqueando uma das sobrancelhas-Deve ser complicado ser a única que pode sustentar tudo.

—Eu sempre sonhei em fazer Artes Cênicas- Priya sorriu de leve, colocando um biscoito na boca- Não é a carreira mais lucrativa, mas é meu sonho.

Seus olhos então se desviaram pra mim, e ela sorriu discretamente quando continuou:

—E nesses últimos tempos eu tenho aprendido várias coisas. Que mesmo se a possibilidade de algo não der certo for grande, você precisa tentar e agarrar suas chances. E se algo der errado, você deixa essa chance passar e alguma outra pessoa conseguir ela.

Eu abaixei novamente o olhar, sentindo algo que eu não estava sentindo até agora me preencher por completo.

Culpa.

Eu tinha traído o cara que eu gostava, e ainda tinha destruído os sentimentos da minha amiga.

É nessas horas que eu me odeio por ser tão descuidada.

Ao ver a mudança no meu olhar, Priya se levantou rapidamente:

—O bolo já está cheirando, eu vou acordar as meninas.

E com isso ela se retirou do comôdo.

—Você está bem?- Ouvi Reijii perguntar, e eu fiquei congelada- Está pálida.

—Eu tô bem- Eu respondi quase num sussurro, mas levantei minha cabeça pra olhar pra ele- É sério, eu tô bem.

Ele pareceu que ia falar algo, mas o barulho de alguém batendo na porta nos interrompeu.

—Pode deixar que eu atendo!- Eu comentei, correndo até a sala para abrir a porta antes mesmo que Reijii pudesse falar algo.

Assim que eu abri a porta, me deparei com um rapaz desconhecido. Ele era mais alto que eu, tinha um cabelo preto escuro e olhos da mesma cor destacando o rosto. Seu queixo era coberto por um cavanhaque, e sua aparência em geral me fez questionar meus sentimentos por Reijii.

Obviamente, os pensamentos não duraram muito tempo.

—Eu... tenho uma mensagem para a “Senhora Sakamaki”- O rapaz leu algo numa carta que ele estava carregando, e logo depois me secou inteira- Poderia chama-la?

Revirei os olhos enquanto segurava uma risada:

—Pode deixar que eu entrego a mensagem pra “Senhora Sakamaki”

—Você não está me entendendo- O homem respondeu, ajeitando o que parecia ser seu unforme- É uma mensagem direta do Rei KarlHeinz, e eu preciso entregar isso nas mãos da Senhora Sakamaki.

Uma mensagem? Do KarlHeinz?

—Pode me dar a carta!- Eu estendi meu braço na direção de sua mão, mas ele foi rápido em desviar de mim- Qual é! Eu tenho permissão de ler a carta!

—Senhorita, se você não se afastar, eu terei de usar violência com você- Ele respondeu, e eu afastei minha mão na hora com o susto- Sabe como é, a violência contra mulheres inocentes aqui é crime. Mas se elas atrapalharem o trabalho de um homem...

Então ele encarou minhas pernas novamente, lambendo os beiços:

—Temos permissão de fazer muita coisa.

—Tem alguma coisa de errado acontecendo aqui?- Reijii chegou atrás de mim, olhando para quem estava na porta- Michael Bunel, o mensageiro do reino. O que te traz aqui?

—Tem uma mensagem pra “Senhora Sakamaki”, Príncipe Reijii- Michael respondeu, e eu troquei um olhar de escanteio com Reijii.- Você pode entregar a carta pra ela?

Espera aí, ele pode entregar a carta pra pessoa(que no caso sou eu, mas o Bunel não sabia disso), mas eu não?

—Eu tenho a impressão que não será necessário- Reijii respondeu, enquanto pegava a carta da mão do mensageiro.

—Me permite fazer uma pergunta, Príncipe Reijii?- Bunel olhou de canto pra mim, mas seu olhar voltou a centrar em Reijii- Quanto que vocês pagaram por uma prostituta tão bonita?

—COM LICENÇA?- Eu exclamei, furiosa- QUEM É QUE VOCÊ TÁ CHAMANDO DE PROSTITUTA?

—No caso, Senhor Bunel, a mulher que você chama de prostituta é minha esposa- Reijii respondeu, pegando a carta das mãos do mensageiro- Se já acabou sua tarefa, vá embora imediatamente.

Antes que Michael pudesse falar algo, Reijii fechou a porta na cara do rapaz.

—Perdão pelo que aconteceu- Reijii acenou a cabeça em minha direção, e logo depois entregou a carta para mim- E eu acredito que essa carta pertence á você.

Agradeci lentamente, e analisei o papel em minhas mãos.

Enquanto eu andava em direção a cozinha, percebi que a carta fora escrita em um papel amarelado e antigo, quase como se fosse um pergaminho.

Sério, só falta estar escrito com tinta e pena. Será que ninguém da realeza conhece a magia de lápis e canetas?

—BOM DIA PRA VOCÊ TAMBÉM, VICTORIA HERBERT!- Fui despertada dos meus devaneios pelos gritos de Marie- É assim mesmo, a gente grita trinta bilhões de vezes pra você e tu ainda fica aí olhando pra sua mão!

—Deixa de ser exagerada, Marie- Sofie reclamou, e só então eu percebi que ela estava sendo abraçada por Brunna- Só você que gritou umas... duas vezes.

—E ela não tá olhando pro nada- A loira que estava abraçando minha irmã concordou- Isso é uma carta na sua mão?

Concordei com a cabeça, e então estendi a carta para que todas elas olhassem.

—Tch, como se alguém importante fosse mandar cartas pra vocês!- Ayato reclamou em voz alta, mas eu podia entender que ele estava querendo se morder enquanto olhava pras duas falsas namoradas.

Daayene então se levantou e tirou o papel das minhas mãos:

— De: Rei KarlHeinz Sakamaki.... Para: Senhora Sakamaki e acompanhantes? Sério isso?

Os olhos dos garotos de repente todos se arregalaram.

—POR QUE DIABOS AQUELE HOMEM ESTÁ MANDANDO CARTAS PRA VOCÊS- Kanato começou a berrar, e Anna tampou os ouvidos- ESTÃO NOS TRAINDO?

—Com certeza, Kanato- Sarah concordou, ironicamente- Nós dez estamos saindo escondido com o pai de vocês. Inclusive eu estou grávida de quadrigêmeos e ele é o pai.

—Conhecendo ele como eu conheço, não duvido da capacidade dele de fazer isso acontecer- Subaru resmungou, acompanhado de um “Tch”

Nikki se levantou também, e tomou a carta das mãos de Daayene e a rasgou sem dó nenhuma.

—Isso, rasga mesmo a carta que não te fez nada- Lua bateu palmas lentamente- Sua monstra.

—Na verdade, o cara que me entregou ela me confundiu com uma prostituta- Eu comentei, e as garotas pareceram indignadas.

—Nesse caso, teremos que rasgar ele, e não a carta- Priya respondeu, dando de ombros enquanto ela fazia um highfive com Marie.

Nikki pigarreou, se preparando para ler.

—Prezadas Senhoritas Herbert e Senhora Sakamaki- Nikki leu- É com prazer que as proclamo para uma reunião no Castelo Principal para discutir as plantações e direitos das mulheres, assuntos que as condizem muito- Ela parou de repente- Espera aí, o quê?

—Plantações?- Brunna arqueou uma sobrancelha- O que diabos nós temos a ver com as plantações do reino?

—Só continua lendo, Nikki- Marie fez um sinal para Nikki prosseguir, e ela concordou:

—Tal reunião acontecerá durante o anoitecer da quinta da semana que prossegue. Como é de meu conhecimento o número de pessoas existentes em seu grupo, uma grande carruagem será enviada para vocês nessa hora para que cheguem no palácio em segurança. Assinado, Rei KarlHeinz Sakamaki.

—Vocês não podem ir, Bitch-chans.- O tom de Laito foi tão abruptamente sério que eu me assustei seriamente com ele.

—E-e-e por q-que não?- Anna perguntou, ficando vermelha ao ver os olhares se dirigirem pra ela.

—Eu odeio concordar com um dos meus irmãos, mas Laito está certo- Reijii comentou, e então se virou pra mim- Além de nosso pai não ser confiável, não sabemos que tipo de vampiros podem aparecer pra dez garotas humanas praticamente sozinhas.

—Agora você espera aí!- Daayene botou as mãos nas cinturas, parecendo indignada.- Você é quem pra mandar na gente?

—Nós seis que mandamos em vocês agora- Shu, que milagrosamente acordou, respondeu. Tal comentário foi rechaçado por todas nós reclamando.

No meio de toda aquela briga, eu mirei novamente para Reijii, só pra perceber que ele estava olhando pra mim. Nós trocamos um olhar por alguns segundos, e eu me peguei mordendo o lábio inferior com a intensidade daqueles olhos vermelhos.

Sentindo um certo desconforto súbito em meu corpo, eu resolvi ir para o lado de Nikki para causar menos constrangimento para minha pessoa. Mas mesmo assim eu percebi que seus olhos ainda não haviam me abandonado, e eu me peguei brincando com a barra do vestido por pura vergonha ao desviar o olhar.

—ARGH!- Nikki bufou, saindo correndo da cozinha- EU ODEIO VOCÊS TODOS!

Assim que me despertei por completo dos meus devaneios, troquei um breve olhar com as meninas. Isso foi o suficiente para fazer com que todas nós subíssemos pela escadaria e chegássemos até o quarto de Nikki.

Ao entrar lá, percebi que Nikki estava sentada na cama com uma cara emburrada.

—Eita, a minha irmã resolveu ficar sentada fazendo beicinho ao invés de tentar matar os Sakamaki?- Lua se sentou ao lado da irmã, sorrindo levemente com o comentário- Alguma coisa não está certa.

—Eu só tô cansada de ser mandada toda santa hora- Nikki resmungou, afundando a cara no cobertor- Eu odeio me sentir dependente dos outros, e por algum motivo nós parecemos atrair homens querendo mandar e desmandar na gente.

—Isso é verdade- Sarah comentou, se sentando no chão e ajeitando a saia- Sério, por mais quanto tempo a gente vai ter que ficar se “provando” praqueles caras pra mostrar que nós sabemos tomar conta de nós mesmas?!

Eu olhei pra Sofie em desespero, que pareceu entender que eu estava perdida na conversa:

—Os garotos disseram que a gente não pode ir porque nós somos “dez garotas humanas indefesas e burras” indo pra um lugar cheio de vampiros para nos encontrar com o pai deles.

—Porque é claro, ter uma menina fodona que pode matar qualquer um com um fuzil NÃO é suficiente pra nos defender- Daayene revirou os olhos, com um sorriso irônico nos lábios.

Nikki deu uma fuzilada com o olhar para a garota de vestido rosa, mas não pode deixar de rir enquanto falava um “Claro”.

Brunna de repente ligou o celular e olhou as horas:

—Manas, sinto muito cortar o papo mas nós temos que ir. Vocês ainda tem que me ajudar naquele capítulo novo que eu estou escrevendo.

—Capítulo... novo?- Me peguei perguntando, enquanto eu e minhas irmãs a olhávamos confusas.

—Vocês não sabiam?- Priya deu um grande sorriso enquanto abraçava a irmã mais nova de lado- Brunna é uma autora! Ela está atualmente escrevendo um livro de fantasia!

—Quem sabe um dia você não escreva nossas aventuras nesse mundo mágico?- Lua sorriu delicadamente, porém de forma brincalhona para Brunna.

—Com certeza.- Brunna respondeu no mesmo tom, porém com a mão na cintura- Mas do jeito que tudo isso é complicado, talvez eu tenha que escrever várias temporadas sobre nossas vidas!

Depois de algumas despedidas, todas as Hudison saíram do quarto e desceram até a sala. Assim, só sobrou eu e minhas irmãs.

—E aí, Victoria?- Sofie me perguntou de repente, me assustando- Qual que vai ser?

—Qual que vai ser o que?- Eu retornei a pergunta, franzindo a testa.

—Você vai pegar o Reijii ou não?!- Sarah quase berrou, e Marie pisou no pé dela- Ai! Qual é, se depender dela ele só vai ficar sabendo do crush dela quando ambos tiverem 80 anos! E olhe lá!

Fiquei vermelha com o quão diretas as gêmeas conseguiam ser quando queriam.

—Vic, você precisa fazer alguma coisa rápida sobre sua confissão- Marie falou calmamente, me segurando pelos ombros- Do jeito que vocês estão, todo mundo já deve saber.

—Quer dizer, todo mundo sabe que você gosta dele, menos ele- Lua suspirou, mas deu um pulinho- Então faça-nos o favor de ficar com ele, porque eu shippo muito vocês dois.

—Não é tão fácil assim!- Eu fiz beicinho, cruzando os braços- Eu quero fazer algo especial.

—Victoria- Nikki me chamou, apertando as cobertas- Está óbvio que ele também gosta de você. Sério, até a Priya já notou que vocês dois ficam de “olharzinhos” um pro outro toda hora. E ela me contou do caso da massa de bolo.

—Que caso da massa de bolo?- Sarah perguntou, e Sofie só fez um gesto de “te conto mais tarde”

—Primeiramente, eu não fico de “olharzinhos” com ele- Bufei, batendo o pé no chão- De vez em quando acontece de nós dois trocarmos um olhar, mas isso é bem de vez em quando MESMO.

Todas as garotas me olharam com aquele olhar que dizia “sério, mana?”

Suspirei, colocando a cabeça entre as mãos:

—Ok, talvez eu faça “olharzinhos” com ele de vez em quando. E talvez o caso da massa de bolo tenha sido um pouco mais grudento do que eu imaginava.

—Bom saber que você já está entrando no estágio de aceitação- Marie deu um sorriso pra mim, e colocou uma madeixa minha atrás da orelha- Você tem até hoje a noite pra se confessar pra ele. Ou pra beijar ele. Ou pros dois.

—Ou pra algo mais, se é que você me entende- Sarah sorriu, e eu não pude deixar de ficar muito vermelha enquanto as garotas riam e Marie a fuzilava com o olhar.

—Mas... mas... eu disse que queria fazer algo especial!- Eu olhei pra elas em pura derrota- E desde quando a família dá prazo pra uma confissão?

—Desde quando fica na cara que vocês dois se gostam, se amam e querem se devorar em todos os sentidos possíveis- Nikki bufou, e Marie passou o olhar fuzilador pra ela- Não me vem olhando assim, Marie! Você sabe que é verdade que a tensão sexual entre os dois é mais forte do que tudo!

—Eu nunca namorei...- Lua confessou, ficando de repente muito tímida- Mas eu acho que, não importando como for a confissão, se for feita com sentimento de verdade, ela vai ser especial.

—É claro que alguém aqui tinha que falar uma coisa fofa para nós fingirmos que esse é um “momento de conselho fofo” e não um “tentativa extrema de fazer a Victoria ficar com o Reijii”- Sofie bufou, e então olhou pra mim- Se você não ficar com ele até amanhã, eu te deserdo.

Eu suspirei, me sentindo derrotada. Mas no fundo, eu sabia que elas tinham razão:

—Acham que vai ser demais se eu for pro quarto dele de noite?

Ao se entreolharem e entenderem o que eu queria dizer, as garotas compartilharam um sorriso cúmplice.

—Eu acho que essa é uma ótima ideia, irmãzinha- Marie, apesar de relutante, opinou.

—Se você tiver qualquer dúvida antes, pode me chamar- Sarah respondeu, pegando uma das minhas mãos- E o melhor conselho que eu posso te dar é: relaxa.

—É estranho que eu estou planejando isso?- Perguntei, sendo seguida por uma onda de risadas.

—O estranho é que você está planejando isso com a gente— Sofie deu de ombros, apertando mais o moletom- Mas eu acho que já estou acostumada com as nossas conversas estranhas.

—Agora vai, a gente não quer que você perca mais seu tempo falando com a gente- Nikki acenou pra mim, sorrindo- E se você não conseguir “ir até o fim”, relaxa. Sofie estava brincando sobre aquela coisa de deserdar. Eu acho.

—Boa sorte, irmã!- Lua me guiou até a porta, me dando um abraço forte- PS: Queremos os detalhes amanhãs. E detalhes bem detalhados!

—Claro que vocês querem- Revirei os olhos- Bem, eu vou indo, tenho alguém pra conquistar essa noite.

E assim eu fui pro meu quarto, sendo consumida por um nervosismo e ansiedade intenso. Finalmente chegou minha hora.

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Bati na porta do quarto de Reijii, já sentindo minha pele queimar com a animação e o nervosismo daquele momento.

Chegou a hora, Victoria. Não vacile.

Mas eu sempre vacilava.

Quando o Reijii abriu a porta, eu senti todas partes do meu corpo ficarem bambas no mesmo segundo. Eu apertei mais o robe, cobrindo meu corpo e a camisola, num puro instinto.

Reijii estava com os cabelos bagunçados, e o óculos ainda estava no rosto apesar de ele estar vestindo pijamas. Percebi que, mesmo dormindo ao lado do rapaz por um ano, eu nunca havia notado direito na sua aparência durante a noite.

Fiquei nervosa ao imaginar que eu dormi ao lado dele por um ano, mas hoje esse pensamento me fazia ficar vermelhíssima.

—Posso te ajudar?- Ele perguntou, e eu percebi que ele estava me analisando da cabeça aos pés antes de lamber os lábios.

—Eu...preciso conversar com você- Eu disse, hesitando a cada segundo-Posso entrar?

Ele não respondeu, só abriu a parte enquanto me dava passagem pra entrar.

Quando eu o fiz, ele fechou a porta atrás de nós.

Me senti acolhida pelo quarto conhecido.

—Então- Reijii começou, se aproximando mais de mim- Sobre o que gostaria de conversar?

Eu me virei em sua direção, só pra dar de cara com seu rosto a uma distância consideravelmente pequena do meu.

—É...Eu...É...- Me peguei tropeçando nas palavras, completamente admirada pela (questionável para alguns, mas não pra mim) beleza de Reijii. É, eu conseguia entender as garotas que gostavam dele na escola- Sobre a gente, eu... É...

—Victoria, você tem certeza que esse é o melhor assunto pra se falar- Reijii me interrompeu suavemente, seu olhar fixo no meu- Considerando o lugar que estamos e como estamos? Eu sou um homem vampiro, tenho certeza que sabe disso.

Me permiti relaxar por um segundo, o respondendo:

—E por causa disso você não consegue se controlar perto de uma mulher?Extremamente sábio da sua parte, Sakamaki.

—E por causa disso eu não consigo lidar com a beleza estonteante de algumas mulheres, Senhora Sakamaki— Ele me corrigiu automaticamente, e a resposta me deixou vermelha.

Ao mesmo tempo que minha mente estava em branco, eu só conseguia berrar dentro dos meus pensamentos.

Acho que não seria aceitável eu berrar na vida real naquela situação.

—É... você não é tão mal assim também- Eu respondi, me sentindo idiota mas com meu cérebro me mandando arrancar um beijo daquele homem toda hora- E eu acho que você sabe que conversar pode não ser a única coisa que aconteça aqui.

Ele arregalou os olhos, mas depois sorriu suavemente:

—Eu sei exatamente o que pode acontecer aqui, Victoria.

Sem pensar muito, eu deixei meu robe cair no chão. Me senti automaticamente envergonhada em estar naquela situação, naquele lugar e com aquela roupa( que agora se resumia numa camisola preta) com o rapaz que eu gostava.

Eu não sabia se queria me dar um soco ou agradecer a mim mesma por causar aquele momento.

Os olhos vermelhos de Reijii me examinaram intensamente, fazendo minha pele queimar de vergonha. Com a pouca iluminação que existia no quarto, ele não conseguiria ver a vermelhidão do meu rosto.

Num ato brusco, ele me puxou pra mais perto de seu peito, e um arrepio percorreu minha espinha ao sentir o contraste das mãos frias dele com o calor que eu estava sentindo. Suas palmas e dedos pressionavam minha cintura, fortes o suficiente pra deixarem marcas de aperto.

Num ato de coragem, o puxei pelo colarinho e fiz com que seu rosto viesse de encontro ao meu. Quando nossos lábios se encontraram de forma íntima e suave, as memórias do casamento começaram a encher minha cabeça.

Diferente daquele beijo, esse era guiado por instinto e era tão intenso que eu já conseguia sentir meus lábios ficando inchados. Esse beijo tinha sentimento.

Minhas mãos percorreram os fios negros do garoto, enquanto suas mãos começaram a explorar todas minhas curvas por cima da camisola(que estava mais me incomodando do que ajudando naquela hora, diga-se de passagem). O jeito que seus dedos roçavam minha pele fez com que minhas pernas ficassem bambas e eu tivesse que me apoiar nele para me manter em pé direito.

Assim que finalmente nos desgrudamos, senti minha respiração ofegante contra o hálito de chá que saía dos lábios do garoto. Enquanto ele parecia relativamente calmo com a situação, eu estava uma bagunça com meu coração batendo forte.

—Victoria- Reijii disse em meio a um suspiro- Se isso é em relação a consumação, nós não precisamos fazer isso...

Eu, sentindo minha boca se curvar num sorriso sincero, fiz um sinal de silêncio:

—Eu... Eu não estou fazendo isso pela consumação.

Meu corpo tremeu de leve e eu me senti queimar dos pés até as orelhas. Sinceramente, essa não era a forma que eu imaginava me confessar pro cara que eu gostava.

Reijii, apesar disso, não pareceu se importar com a estranheza da situação. Seus lábios voltaram aos meus com mais paixão ainda, e sua boca fria não demorou muito tempo para deslizar até meu pescoço e fazer seu caminho até minha clavícula.

Sentindo meu corpo reagir positivamente a cada toque, eu tive que pressionar meus lábios para não soltar os grunhidos ocasionais por conta da satisfação naquela situação.

Reijii estão me carregou em seus braços, ainda não desgrudando nossos corpos, e se sentou na cama. Daquela forma, eu estava sentada no colo de Reijii Sakamaki.

Isso era estranhamente bizarro de se falar em voz alta, mas meus pensamentos não focaram muito naquele detalhe.

Agora, eu conseguia ver melhor o rosto de Reijii. Percebendo que ele ainda usava óculos, eu estendi minha mão para seu rosto para tentar pegar os mesmos e colocá-los na mesa de canto.

—Não.- Ele me interrompeu , pegando minha mão bruscamente- Eu quero te enxergar perfeitamente.

Concordei baixo, sabendo que eu devia estar quase um cosplay de tomate naquela hora. Meu coração e estava batendo tão rápido que eu tinha até medo de Reijii escutar as batidas que ele fazia.

Após seus dedos brincarem com meus cabelos e acariciarem meu rosto, ele deslizou a camisola pelo meu corpo com extrema facilidade. Não que eu estivesse reclamando disso.

Reijii voltou a depositar beijos em todo meu colo e pescoço, e depois seus lábios voltaram a beijar minha boca. Nos deparando a mínimos centímetros para que eu pudesse respirar, ele mordeu meu lábio inferior com força. Eu senti meu corpo se contorcer com o sentimento das presas de Reijii em minha boca, e do sangue sendo sugado suavemente. Eu intensifiquei mais ainda o beijo, e senti poucas gotas de sangue sendo derramadas durante o beijo. Eu não me importava com mais nada.

Desabotoei sua blusa branca com mais impaciência do que o previsto, e senti ele dar uma risada seca com a situação. Após sua camisa estar em algum canto do quarto juntamente com minha camisola, eu fiz com que ele se deitasse na cama.

—Estamos ficando impacientes agora, minha querida?- Reijii sorriu de forma sarcástica enquanto ele se apoiava nos cotovelos para me ver ainda.

—Paciência é algo que eu nunca tive, meu querido- Eu respondi, me acomodando na nova posição- E pelo que eu sinto, você também não.

Ele me puxou de volta pra um beijo misturado com mordida, e logo eu tive que sair de cima do rapaz para ajuda-lo a sair de suas calças. Eu ainda não acreditava no que estava acontecendo.

Assim que ele me puxou de volta, senti a certeza de tudo que eu queria e sentia.

Suas mãos começaram a viajar na direção de meu busto.Mas eu fui mais rápida e posicionei as mesmas nos meus quadris. Tudo isso enquanto sorria nervosamente.

—Victoria- Reijii me chamou, dessa vez em tom mais sério- É isso que você quer? O sangue de uma mulher humana... Muda... Após isso acontecer.

Eu ri. Eu não acreditava ainda que eu, Victoria Herbert, consegui fazer Reijii ficar nervoso.

—É, eu tenho certeza- Respondi, acariciando seu rosto- Tenho MUITA certeza.

Ele concordou com a cabeça, e de repente se levantou e fez um gesto para que eu me deitasse na beirada da cama.

Obedecendo-o, ele segurou meus pulsos enquanto beijou todo meu tronco, depositando algumas mordidas em vários lugares. Quanto mais pra baixo ele ia, mais eu sentia meu corpo se arquear de puro prazer e eu tinha que pressionar meus lábios para não gemer muito alto.

E assim eu me permiti a me derreter em Reijii. Enquanto a lua estava no céu, eu me permiti ser dele sem me preocupar com as consequências.

Eu estava apaixonada por Reijii Sakamaki.