P.O.V's Newt

"- Isaac, meu filho. Eu te amo muito. Estarei aqui te vigiando, para que nada de ruim te aconteça.- Uma mulher loira dizia aos soluços, seus olhos eram de profunda tristeza.
– Tudo bem, mãe. Eu sei que a culpa não é sua!- Eu dizia enquanto lagrimas escorriam dos meus olhos. Segurei seu rosto entre as mãos e olhei em seus olhos.- Eu voltarei... Poderemos viver como uma família normal depois disso.
Ela me abraçou com toda força que tinha. Quando me soltou começou a murmurar algumas coisas como "estarei te vendo, querido" ou "mamãe vai cuidar de você". Logo eu estava dentro de uma sala branca cheia de médicos vestidos de branco."
Acordei arfando. Eu havia sonhado com minha mãe, assim como Katharina. Eu não diria que isso é coincidência, diria que estamos sendo controlados. Mas a mulher do sonho dizia que ia me proteger, então por que estou aqui? Se ela me protegesse como mães fazem, eu estaria numa cozinha vendo minha mãe fazendo algo. E estaríamos conversando animadamente. Tá, pode não ser isso que pessoas da minha idade fazem, mas eu faria isso.
Os portões já estavam se abrindo e os garotos já estavam começando seus trabalhos. Me levantei e fui lavar o rosto. Mas que diabos de sonho foi esse? E o mais estranho é que Katharina também sonhou com a mãe dela. Criadores de merda, alem de nos colocar aqui, só nos dão lembranças nostálgicas. Andei cambaleante até o Refeitório e peguei meu café da manhã. Sentei em uma mesa mais afastada para tentar refletir sobre o sonho. Sério, aquilo estava me atormentando. Quem seria aquela loira? E por que me deixou vir para cá, sabendo do que iria acontecer? Eu não entendo, mesmo. Mas isso não deveria encher minha mente, deixando-a atordoada e sem funcionamento certo. Eu tinha que tratar de assuntos com os Encarregados, para ver onde Katharina ficaria. Ela não podia ser uma aguaceira. Tudo bem que não tem muita aptidão para algumas coisas, mas poderia pelo menos ser uma Socorrista. Um dos melhores cargos, e mais adequado para ela, que é mais delicada do que os garotos. Observei uma cabeleira cor de fogo entrar no refeitório com cara de quem comeu e não gostou. Parecia atordoada também. Pegou sua comida e se sentou comigo.
– Flutua, pega, sangra,morte, rígido, aperta...- Começou a murmurar olhando para baixo. Parecia estar em transe.
– Katharina!- Disse estralando os dedos na frente da ruiva. Ela levantou a cabeça de supetão e olhou para mim assustada.- Que negócio é esse?
– Eu não sei. Eu sonhei com essas palavras. E com uma loira. Ela ficava dizendo "CRUEL é bom, não se esqueça e blá blá blá!". Então eu escutei alguém gritando isso. Aí memorizei.
Ela se sentou e começou a comer. Seus cabelos caíam sobre seus ombros, então ela pegou uma fita estranha e os amarrou. Olhava para mim com aquele sorriso de "sei que você não sabe o que é isso" e continuava comendo.
– Então... O que vai fazer hoje?- Ela me perguntou.
– A pergunta é: O que você vai fazer hoje?- Me olhou curiosa. Ri um pouco pela garota não saber nem o que ia fazer.- Bem, hoje escolheremos que cargo você vai exercer na Clareira.
Ela murmurou um "Ah, é mesmo!" E continuou comendo uma maçã. Percebeu que eu estava a encarando e sorriu timidamente, logo depois corou.
– É sério, eu não consigo comer com você aí me olhando como se esse fosse seu ultimo dia comigo...- Ela riu de uma forma fofa, e eu a acompanhei. Mas não parei de encara-la, o que a deixou mais risonha.- Okay, então eu não como.
Saiu da mesa, deixou os talheres na cozinha e foi embora. Fiz o mesmo e comecei a segui-la. A ruiva olhou para trás, fingiu que não me viu e continuou caminhando, aparentemente até uma árvore. Subiu com facilidade os grandes galhos e se sentou em um galho lá no alto. Katharina gostava mesmo de árvores, desde que chegou aqui, sempre a vejo na mesma árvore, sentada no mesmo galho. E sinto como se já a tivesse visto assim minha vida inteira. Subi também pela arvore, mas murmurando com raiva e quase escorregando. Caramba! Essa ruiva faz tudo parecer fácil demais! Me sentei ao seu lado e olhei para a garota dos olhos mel. A garota que despertou algo que eu não havia sentido em dois anos, e foi só ela chegar e pronto. Ela me olhava com certa curiosidade.
– No que esta pensando?- Ela perguntou virando a cabeça para observar os muros tomados pela hera.
– Em você...- Ela olhou para mim.- Em como é estranho pensar que em uma semana consegui sentir algo tão diferenciado dos outros por você.
– Sabe, não acho que seja por acaso que estamos aqui. Deve ter algo de importante rolando lá fora. Sei lá. Esses sonhos... Não sei o que pensar deles. Será que já estive no Labirinto? Isso é tão confuso!
– Eu não sei, Kathie. Não sei mesmo. Também não acho que estamos aqui para nada, mas não sei o que quem nos colocou aqui quer. Tudo bem, pode ser que eles queiram que achemos uma saída...- Só que não tem! Ocultando essa parte.- Mas não acha, sei lá, obvio demais?
Ela não respondeu, apenas colou nossos lábios. Coloquei minha mão em sua cintura e eliminei o espaço entre nossos corpos, apertando-a contra mim. Será que era isso? Esse sentimento que eu queria, uma novidade para mim? Mas não era novidade para mim, apenas para meu eu do agora. Meu eu que veio parar aqui, nesse Labirinto. Mas seja o que for, esse sentimento é bom. Ela sorria enquanto nos beijávamos. Katharina era uma garota totalmente perfeita. Ta, ela podia sim ter seus contras, um desses era a teimosia e a raiva, mais coisas também. Mas nada que interferisse em sua luz. A luz que brilhava dentro da garota e me fazia olhar para ela desesperadamente, como se eu precisasse guardar a garota na memória. Um tempo depois nos afastamos.
– Precisamos ir para o Conclave, não?- Perguntei e ela assentiu.- Então vamos.
Descemos da arvore de galhos grossos e fomos em direção à Sede. Estava pouco iluminado la dentro, mas dava para enxergar bem. Alem do mais, foram garotos que construíram essa bagaça, por que seria certo? Alby, Gally e Winston já estavam lá. Me sentei ao lado de Alby e Katharina se sentou na cadeira no meio de todos. Não me lembro bem, mas acho que colocamos essa cadeira aí para intimidar a pessoa que senta, mas agora não acho isso tão importante. Caçarola chegou alguns minutos depois junto com Minho, que deveria estar no Labirinto, mas por causa da escolha, o garoto teve de voltar e votar.
– Será que podemos começar?- Stewart apareceu na porta com Clint. Alby ficou meio constrangido por ter perguntado isso antes de todos terem chegado.- Ah, chegaram... Sentem-se e fiquem quietos. Bem, vamos votar agora sobre a profissão que Katharina irá exercer na Clareira. Gally, pode começar.
– Essa aí não serve nem para Aguaceira. Meu voto é para jogá-la no Labirinto. Quem sabe os Verdugos gostem dela.
– Já chega, Gally!- Alby disse.- Sua escolha foi anulada. Minho, sua vez.
– Bem, não acho que Kat seja muito boa com construções, na horta já temos muitos garotos, acho que ela iria preferir morar com os Verdugos do que retaliação. Mas acho que ela podia trabalhar com os Socorristas, sabe, a maioria nem imaginou essa hipótese, mas pra mim Kat tem jeito.
– Tudo bem, Minho.- Anotou no bloquinho.- Winston.
– Não acho que ela vá gosta de retalhar. Então acho que ela deveria ficar com Caçarola, já que só temos ele como cozinheiro.
– Ta okay.- Anotou novamente.- Stewart.
– Socorrista.- Olhou para mim amigavelmente. Ja deve ter superado o treco da janela.
– Ta- Bloquinho.- Clint.
– Bem, apesar de não termos dado à ela a escolha de Socorrista, não acho má idéia.
– Okay.- Anotou novamente. Eu já estava impaciente, mas satisfeito pela escolha dos garotos.- Newt.
– Como a maioria aqui diz, acho que ela deveria ser uma Socorrista. Acho uma garota mais convidativa do que um garoto. Digo, para Socorrista.- Alby olhou para mim e assentiu anotando no bloquinho.
– Okay. Eu também acho que ela deveria tentar na area de Socorrista. Acho que já estamos com uma decisão tomada. Katharina será uma Socorrista. Estão liberados. Minho e Newt fiquem aqui. Quero falar com vocês.
Enquanto todos saíam da sala, ficávamos um olhando para a cara do outro com cara de quem não quer nada. Apenas quando já estávamos sozinhos, saímos também da Sede e fomos para a Casa dos Mapas. As reuniões entre nós três nunca eram na Sede, e sim na CM. Era o lugar onde sabíamos que não teria ninguém vendo. Andamos até uma parte mais densa e escura da floresta, passamos pelo riacho azul de agua gelada e cristalina. Sempre fazíamos esse caminho para chegar até a Casa dos Mapas. Eu gostava de passar por lá, porque, toda vez que eu passava, sentia a mais nostálgica sensação de saudade, mesmo sem me lembrar de nada. Entramos no lugar cujo os mapas eram os mesmos desde que chegamos aqui. Minho olhava com preocupação para os mapas.
– E então, Alby. Para que nos chamou aqui?- Perguntou Minho. Ele estava com uma cara cansada e meio carrancuda.
– Chamei por causa dos Verdugos.- Disse nervosamente olhando para nós dois.- Hoje mais cedo, um Verdugo entrou na Clareira. Não atacou ninguém, apenas deixou um bilhete...
– Mas que Verdugo gentil! Deixou apenas um bilhete! Será que dizia "hey, amigo! Só vim avisar que iremos fazer visitas para tomar chá"?- Perguntou Minho com sarcasmo e ironia.
– Não, idiota!- Disse Alby irritado.- Esta dizendo para nos prepararmos, porque as coisas mudarão de figura. Os Verdugo quase não foi visto. Os garotos que o viram prometeram total sigilo.
Alby entregou o papel para mim e Minho se aproximou. Era meio estranho, e aterrorizador. O papel continha apenas duas frases.
"Se preparem para o fim. A experiência esta acabando."
Minho murmurou um "o que?" e Alby assentiu, como se confirmasse a pergunta de Minho em relação ao papel. Eu estava confuso. Eu sabia que teria que sair daqui alguma hora, mas não pensei que um Verdugo traria nossa liberdade. Ainda mais em um papel. Pensei que teríamos de conquistar a liberdade sem avisos. Apenas sair e correr para que os Verdugos não nos atacasse. Mas as coisas realmente mudaram de figura. E a pergunta que não queria calar: Quanto tempo ainda tínhamos? Um mês? Uma semana? Um dia? Algumas horas?
Acho que eu preferiria que fosse pelo menos um mês, mas não tenho certeza sobre tudo. E como saberemos por onde ir? Ou o que evitar? Resolvi não pensar nisso e resolver as coisas com Alby e Minho. Eles se entreolhavam preocupados. Cortei um pouco da tensão pigarreando e olhei para os dois.
– Escutem. Não sabemos quanto tempo temos aqui, nem se a Caixa vai subir novamente. Acredito que sim.- Os dois meio que arfaram de alívio.- Também não podemos dar confiança a um Verdugo, por mais que sejam criação de quem nos colocou aqui.
– Então o que devemos fazer?- Perguntou Minho. Digamos que ele estava normal para uma pessoa que acabara de receber o bilhete que podia ser liberdade.- Não podemos ignorar, nem prestar muita atenção.
– Acho que deveríamos manter isso em segredo também.- Balbuciou Alby.
– Também acho...- Disse Minho.- Mas temos de nos preocupar com os Verdugos. Não acho que só porque recebemos esse bilhete terá trégua. Ainda mais que vieram nos entregar isso de dia.
– Sim. Não contamos para o resto das pessoas, e tomamos mais cuidado com os Verdugos. E tudo certo.- Alby assentiu e saiu da Casa dos Mapas, seguido por Minho.
Por um momento pensei em esquecer isso. Esquecer tudo. Mas se eu fizesse isso, estaria tirando a segurança falsa dos outros Clareanos. Se eu não me lembrar, que mais vai? Tudo bem que tem Minho e Alby, mas e dai? Precisamos dar apoio um ao outro. Assim como nos dias de escuridão que tivemos aqui. Sai da sala e fui em direção à Cabana dos Socorristas ver como estava Katharina. Às vezes penso que me preocupo demais com essa garota. E ela praticamente esta aqui ha apenas uma semana! Não é uma coisa que eu controle, apenas me vem na mente o nome dela e pronto, já estou indo vê -la.

P.O.V's Katharina

Eu não imaginava ser uma Socorrista. Nem me colocaram para fazer algum teste assim, mas aqui estou eu, fazendo um curativo na mão de um garoto ruivo dos olhos azuis. É um pouco mais alto do que eu e deve ter uns dezessete anos. Não faz expressão alguma enquanto passo álcool no ferimento, parece forte. Passei de leve um pano em sua mão para limpar e comecei a fazer o curativo.
– Meu nome é Thales.- Ele disse dando um pequeno sorriso para mim.- Sou um Agricultor.
– Bem. Oi, Thales.- Ri um pouco.- Meu nome é Katharina.
– Apenas te digo uma coisa:- Ele olhou para mim com um ar misterioso.- Quando se é uma garota no meio de um bando de cinquenta garotos, todos sabem seu nome.
– Ah, nossa...- Eu estava rindo não por ter achado engraçado, mas sim por vergonha. Vergonha de não conhecer os garotos e eles me conhecerem tão bem.- Que estranho.
– Acho meio psicopata.- Disse rindo.- Mas quem sou eu para falar algo?
– Então, Thales. Como machucou a mão?
– Ah. Eu estava apenas pegando adubo. Aí cortei minha mão quando passei por uma ferramenta de afofar a terra.- Ele olhou para mão com indiferença.- Mas nem dói.
– Terminei. Veja se ficou apertado.- Ele fechou e abriu a mão várias vezes e balançou a cabeça, negando.- Ótimo. Foi bom te conhecer, Thales.
– Digo o mesmo, Katharina.- Ele se levantou da cadeira que estava sentado e andou em direção à porta.- Oi, Newt.
– Oi, Thales. Vejo que conheceu a Kathie.- Disse o loiro entrando.- E aí, ela boa mesmo?
– Pois é. Ela é legal nesse treco de Socorrista.- Falou olhando para a mão.- Ja estou indo. Tchau pra vocês.
– Tchau.- Dissemos juntos.
Logo que ele saiu, Newt olhou para mim sorrindo. O sorriso que me derretia, que me deixava sem ar. Isso era muito estranho. Mesmo.
– Vejo que esta se dando bem como Socorrista.- Ele disse, e eu assenti.- Ainda bem, não?
– Sim.- Respondi meio nervosa. Sei lá, eu achava estranho fazer isso. Digo, sangue e tal. Mas não achava ruim, apenas estranho.- É estranho.
– Sim...- Disse o loiro rindo. Ah, como eu adorava aquela risada! Era um vício idiota, porque eu mal tinha escutado a risada do garoto e já estava viciada. Não era aquele vicio estranho.- Bem, eu apenas vim ver se você estava bem.
– É... Okay. Estou bem.
Ele chegou mais perto de mim e sussurrou no meu ouvido:
– Me encontre na floresta mais tarde. Muros já fechados.- Me deu um selinho e foi embora.
Arfei. Caramba, meu Deus. Serio, todo o resto do meu dia iria se resumir em pensamentos e curativos mal feitos. Mas Clint me liberou. Era hora do almoço.
Andei até o Refeitório, peguei a comida e me sentei em uma mesa com Stewart, Thales, Minho, Ben e Jeff. Eles conversavam animadamente e riam. Olharam para mim quando sentei e me cumprimentaram.
– Então, Katt. Esta gostando de ser Socorrista?- Perguntou Jeff, outro Socorrista.
– Achei interessante. Senti que já havia feito aquilo antes.- Respondi.
– Pereceu mesmo.- Disse Thales, com um meio sorriso.- Ela sabe fazer isso. Parece ter mais pratica do que você e Clint.
– Ah. Obrigada.- Disse para Thales.- E você, Stewart, o que anda fazendo?
– Bem, depois que consertei as janelas, comecei um projeto de casa na árvore perto do riacho.- Ele disse empolgado.- Vai ser totalmente inovador. Nunca havíamos feito nada parecido!
– Legal...
Depois dessa conversa, ficamos quietos e almoçamos. Eu estava ansiosa para os muros se fecharem e eu encontrar o Newt na floresta. Eu achava isso estranho também. Mas sei lá, isso me soa familiar demais para que eu ignore. É como se já houvéssemos feito algo parecido. Não sei.
Mastiguei rapidamente a comida e fui lavar minha boca. Eu queria procurar o riacho que Stewart havia mencionado. Pretendia nadar nele. Entrei em uma parte mais densa da floresta. Caminhei pela lama marrom-acinzentada, galhos caídos e varias plantas. Observei melhor o lugar: Arvores altas e volumosas, sombras por toda parte e... O que? Uma casinha! Uma casinha malfeita e pequena estava escondida entre os arbustos e arvores que a rodeavam, mas eu conseguia a distinguir, ou melhor, qualquer um conseguia a distinguir. Cheguei mais perto da pequena casa e observei melhor pelas pequenas janelinhas que me permitiam observa-la por dentro.
Vários desenhos, escritos e uma mesa com um pano a cobrindo. Cheguei mais perto da casinha e abri a porta. Não estava nem trancada. Os desenhos tinham vários padrões, mas a quantidade de desenhos iguais era meio estranha. Puxei a capa de cima da mesa e me surpreendi vendo que não era uma mesa, e sim o Labirinto inteiro mapeado. Passei os dedos pela estrutura mal montada, mas certeira. Lagrimas se formaram em meus olhos. Se já haviam mapeado tudo, então por que não saímos ainda? Por que estamos aqui? Minha mente se recusava a dar-me esta memoria, ou algo do tipo. Deixei um soluço escapar. Depois outro, e outros. Cai no chão e me encolhi em posição fetal. Solucei até acabarem minhas lágrimas, mas continuei encolhida. Senti um estrondo. Era a porta abrindo.
Era Minho.
– O que esta fazendo aqui, Fedelha?- Ele me observou com curiosidade.- Como encontrou este lugar?!
– P-por que ainda n-não saímos daqui, Minho?- Perguntei desesperada, soluçando sem lagrimas.- Já esta tudo mapeado! E n-não saímos!
– Ah, Fedelha. Venha, vamos sair daqui.
Não me movi. Então o garoto agarrou meus ombros e me arrastou para fora da casinha. Começou a me arrastar para onde era claro e a grama não era mais tão densa.
– P-para onde esta me levando?- Gaguejei.
– Apenas espero que o senhor Newt-salvação tenha alguma ideia do que fazer.
Apenas me calei. Relaxei os ombros e Minho me pegou no colo. Encostei minha cabeça em seu ombro. Solucei de novo. Como assim não temos saída? Então iremos mesmo passar o resto da eternidade aqui? Junto com os Verdugos? Ninguém é capaz de passar por essa barra! Ninguém pode com essas criaturas estranhas! Minho havia entrado na Sede, onde Newt estava fazendo anotações em seu caderninho. Até olhar para mim. Largou as anotações e olhou para Minho.
– O que aconteceu com ela?- Perguntou em um tom preocupado.
– Casa do Mapas.
– Mas como?!- Perguntou exasperado.
– Sei la, cara. Agora tome.- Me jogou no colo de Newt.- Preciso voltar às minhas tarefas.
Dito isso saiu caminhado para fora da Sede e nos deixou lá. Newt se sentou em um banco, me deixando aninhada em seu colo. Me perguntou se eu queria falar sobre isso com ele. Mas não. Eu não queria falar sobre isso com ele! Como eles podem deixar isso escondido? Me levantei de seu colo e fiquei em pé na frente do garoto.
– C-como assim vocês não contam isso para eles?!- Perguntei com a voz vacilando e alterada.- Vocês os deixam na ilusão de que irão sair daqui?
– Katharina...- Ele se levantou e colocou as mãos em meus ombros.- Sei que deve achar isso estranho e injusto. Mas é por isso,- Apontou para mim.- que não falamos nada. Todos entrariam em pânico. Assim como você.
– Bom, que triste. Porque já estou em pânico.
Sai correndo da Sede direto para uma floresta que eu ainda não havia explorado. Enquanto corria pelas árvores, um galho cortou minha bochecha direita. Mas eu não ligava. Cai contra o muro e desatei a chorar novamente. Nem haviam lagrimas,mas eu soluçava loucamente e arrancava a grama perto de mim. Soltei um grito alto e deitei na grama.
Eu estava em pânico.